Algumas centenas de pessoas se reuniram no Instituto Lula
para manifestar apoio ao PT, ao governo Dilma e protestar contra um suposto
“atentado” que teria ocorrido no local. O ato foi organizado pela CUT e pelo
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Vagner Freitas, presidente da Central,
estava lá. É aquele senhor que convocou a luta armada dentro do Palácio do
Planalto, na presença da presidente da República, que se calou a respeito. Até
agora, o Ministério Público não fez nada.
Neste domingo, ele voltou a falar do assunto, repetindo a
cascata que publicou no Twitter poucas horas depois. Afirmou que a “arma na
mão” a que se referia era uma figura de linguagem e se disse, ora vejam,
perseguido nas redes sociais. Eis o presidente da CUT: conclama à luta armada e
depois se diz vítima de violência virtual.
Supostos petistas intelectuais promoveram um debate num
palco montando em frente ao instituto. Passaram por lá a petista psicanalista
(atentem para a ordem das palavras) Maria Rita Kehl, o petista professor de
direito penal Salomão Shecaira e o petista cartunista Laerte Coutinho — nesse
caso, não sei em qual das personalidades: se a de homem, se a de mulher. Ela
fala bobagem nas duas.
Shecaira, o petista professor, desceu o sarrafo no juiz
Sergio Moro e disse que “ninguém tem a coragem de enfrentá-lo porque este tem o
apoio da mídia”. Ora, por que ele próprio não aponta, então, no terreno
acadêmico, as transgressões eventualmente cometidas pelo juiz, em vez de
participar de um ato que se confunde com a própria defesa de ações criminosas,
o que certamente não pega bem a um professor de direito?
Os petistas dizem ter reunido 5 mil pessoas. Conversa mole.
A PM fala em 600. Então ficamos assim: são os 600 do PT pedindo o “Fica-Dilma”
contra os 600 mil — para ficar com um número modesto — que querem a presidente
fora do Palácio do Planalto.
Políticos petistas que passaram pelo local, vivendo numa
realidade paralela, decidiram menosprezar o protesto que, segundo estimativa
das PMs, reuniu pelo menos 794 mil pessoas.
Para o deputado estadual José Américo, secretário de
Comunicação do PT, as “manifestações arrefeceram; foram números modestos”. O
deputado federal Paulo Teixeira (SP) também não viu grande coisa e, acreditem!,
criticou a presença de políticos tucanos nas manifestações.
Ou por outra: o PT resolveu marcar um ato de apoio ao
governo no mesmo dia em que o país parou para pedir “Fora Dilma”, a
manifestação do adversário é pelo menos mil vezes maior — sem hipérbole —, mas
os petistas acusam o insucesso do outro.
Contam-me que havia lá barraquinhas vendendo cerveja,
cachaça, uísque…
Uma recomendação aos petistas: “Antes de uma declaração, que
tal passar pelo bafômetro?”. Ou então: “Se beber, não dê entrevista”.
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