Amanhã, sexta-feira, o secretário de Estado americano, John
Kerry, estará em Havana. Participará da reabertura da embaixada dos Estados
Unidos. Ele vai hastear a bandeira do país dele, que só aparecia em Cuba para
ser queimada, em protestos patrocinados pelo governo. Isso desde 1961, quando
os dois países romperam relações diplomáticas.
E vejam que curioso. Kerry é o
primeiro chefe da diplomacia americana a pôr os pés em Havana em 70 anos. E mesmo
sendo uma coisa bem excepcional, ele não vai ser recebido pelo ditador Raúl
Castro. Para compensar, ele tem encontro marcado com líderes de grupos de
dissidentes políticos. Mesmo assim, existem razões para comemorar essa
reaproximação decidida no finalzinho do ano passado, e que é um episódio
importante para a redemocratização da ilha do Caribe. Na minha opinião, Cuba é
um objeto de museu.
O socialismo por lá está envelhecido. Está coberto de
poeira. A população já deu sua quota de sacrifícios, nesses 66 anos de regime
comunista. E ela está sendo ainda sacrificada pelo embargo comercial dos
Estados Unidos. Barack Obama anunciou no mês passado que pretende suspender o
embargo. Mas não depende dele. Depende do Congresso, onde a oposição do Partido
Republicano tem maioria na Câmara e no Senado. Esses deputados e senadores da
direita sabem que o comércio com Cuba representaria muito pouco para os
americanos. Mas ficam bloqueando as coisas pelo valor simbólico que elas têm.
E
no falar em Cuba, hoje Fidel Castro está completando 89 anos. O ex-ditador se
afastou há quatro anos de seus cargos oficiais. Ele esteve muito doente. Já
aposentado, Fidel virou blogueiro e escreve artigos para a imprensa oficial.
Publicou um texto hoje.
Em lugar de comentar a reabertura da embaixada
americana, ele exigiu que os Estados Unidos paguem indenizações por causa do
embargo comercial. Ele pode até ter razão. Mas vou dizer para vocês uma coisa:
esse Fidel Castro me cansa. É assim que o mundo gira.
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