domingo, 28 de setembro de 2014

DECADÊNCIA GENERALIZADA

Por Marcos Coimbra

Nosso amado Brasil está sofrendo infelizmente as graves consequências ocasionadas pelas pífias administrações que assolam o país há 20 anos. De fato, são duas faces da mesma moeda, o PSDB e o PT. Porém, a situação foi agravada acentuadamente nos últimos quatro anos.

A imagem vendida por Lula de que Dilma seria uma eficiente gerente não corresponde à realidade.

Principia pela ausência de um Projeto Nacional de Desenvolvimento. Para a reeleição, até agora também nada, a menos de duas semanas do pleito. Comenta-se que existem duas razões principais para isto: de fato, não há projeto e aquilo que existe não pode ser apresentado, devido ao conflito existente entre o pensamento da presidente e o do PT. Outros asseveram que a coordenação da campanha petista não quer deixar o flanco aberto para críticas. Desejam um cheque em branco do eleitorado para fazerem aquilo que quiserem após as eleições.

Continua pela péssima gestão demonstrada em sua administração. Órgãos antes respeitados internacionalmente, motivo de orgulho para os brasileiros, começam a cometer erros gritantes, causando danos severos às respectivas imagens. Recentemente, exemplos flagrantes são:

1) a sucessão de escândalos envolvendo a maior de nossas empresas, símbolo da competência brasileira, a qual está dentro do coração de todos os patriotas ainda existentes no país, a nossa maltratada Petrobras, em função principalmente do loteamento político-partidário de seus principais cargos, entregues a políticos ávidos por recursos e poder, incompetentes e inescrupulosos, a saquear nosso patrimônio;

2) o equívoco cometido pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), subordinado à Secretaria de Assuntos Estratégicos, da Presidência da República, em pesquisa realizada em março do corrente ano, sobre tolerância com estupro ao dizer que 65% dos entrevistados concordam que mulheres com roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas, quando o correto é 26%, segundo declaração retificadora feita em abril;

3) o grave erro cometido pelo respeitado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pela primeira vez em sua principal pesquisa, ou seja, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2013) que mostra o retrato socioeconômico do país, com dados do mercado de trabalho, educação e acesso a bens do pais, quando expandiu o peso de regiões metropolitanas em sete estados do Brasil, ocasionando vários erros, corrigidos rapidamente, em função do alerta de usuários do órgão. O principal deles foi no relativo ao Índice de Gini, o qual estava em 2012 em 0,496, foi para 0,498 no dado anunciado preliminarmente, caindo para 0,495, após a correção anunciada (quanto mais próximo de zero, mais igualdade na repartição de renda).

A diretora-executiva do sindicato de funcionários do IBGE, o ASSIBGE-SN, Ana Magni, afirmou na semana passada que o erro na Pnad é resultado das más condições de trabalho no instituto, com poucos recursos materiais e humanos para um excesso de trabalho e prazos apertados. “É um alerta que vínhamos fazendo: muito pouca gente, para muito trabalho e pressão de prazos. É um erro básico, que pode ocorrer com qualquer um que tenha que trabalhar com essa pressão” asseverou ela. Na sua avaliação, a situação hoje é ainda pior do que durante a greve, entre os dias 26 de maio e 12 de agosto, já que o Ministério do Planejamento anunciou novos cortes no orçamento do IBGE (do total pedido de R$766 milhões para o orçamento de 2015, foram amputados R$ 562 milhões). Além disto, de acordo com o Sindicato, existem mais de 3.700 funcionários do IBGE com mais de 26 anos de tempo de serviço, perto de se aposentar.

É oportuno salientar que a taxa média do desemprego das seis principais regiões metropolitanas no país não foi divulgada nos meses de maio, junho e julho, por causa da greve, bem como o IBGE já havia sofrido uma crise institucional este ano, quando a administração federal decidiu interromper a divulgação dos dados da Pnad Contínua, que acompanha o mercado de trabalho, voltando atrás devido à reação do corpo técnico do órgão. Outras pesquisas previstas já serão atingidas, como a Contagem da População e o Censo Agropecuário, que deveriam ter o planejamento iniciado em 2015, mas foram suspensas em setembro.

E estes exemplos repetem-se em muitos outros setores.  De fato, o Brasil real é muito diferente do Brasil virtual apresentado na propaganda eleitoral petista. Nunca antes na história deste país houve tamanha manipulação de dados e fatos, uso escancarado da máquina pública para reeleger a quem está causando tantos malefícios ao povo brasileiro, abusivo emprego de vultosos recursos de origem desconhecida. É urgente providenciar a alternância no poder, propiciando oportunidade a quem possa empreender uma alteração radical nos descaminhos identificados ao longo destes últimos anos. Chega de corrupção!

À luta, brasileiros, enquanto ainda é possível realizar ações concretas para eliminar a incompetência e os “malfeitos” existentes. Ainda existe esperança, apesar da vulnerabilidade da apuração eletrônica com urnas de primeira geração, só utilizadas pelo Brasil.



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Marcos Coimbra é Economista, Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil Soberano. Página: Brasil Soberano
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br

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