A Operação Lava Jato tem tudo para produzir novos estragos
para figuras chaves do PT – algumas até que andam meio fora de cena. O medo
agora é que, em meio a documentos e computadores apreendidos na Petrobras, surja
o nome de Antônio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da
Casa Civil de Dilma. A cúpula petista já teme que, além do já queimado deputado
federal André Vargas, as investigações da Polícia Federal também apontem
ligações de negócios entre Palocci e o doleiro Alberto Youssef – que tinha como
parceiro Paulo Roberto Costa – ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.
A Lava Jato mexe com grandes interesses políticos e
econômicos, deixando o escândalo do Mensalão no chinelo. O doleiro Youssef já
teria passado à Polícia Federal os nomes de pelo menos 47 parlamentares que
costumavam utilizar seus serviços. O grande temor é que apareçam detalhes sobre
financiamentos milionários de empresas parceiras em negociatas para campanhas
eleitorais. Como as investigações estão fora do controle do governo, tudo pode
acontecer. Informações comprometedoras tendem a vazar. A operação abafa está em
andamento, mas encontra dificuldades técnicas...
Apesar da Lava Jato, a Presidenta Dilma Rousseff se preocupa
mesmo é com a repercussão negativa dos escândalos da Petrobras sobre sua
governabilidade. Nem Dilma, que anda mais nervosa que nunca, gritando com todos
os assessores diretos, acredita que possa ser alvo de um impeachment. Mas ela
sabe que crescem as chances de, assim que sair da Presidência da República, ser
processada por responsabilidade pelas decisões tomadas nos tempos em que
presidiu o Conselho da Petrobras, no governo Lula.
Investidores já acionaram o Ministério Público Federal
contra Dilma e Guido Mantega (atual presidente do Conselhão da Petrobras). Para
piorar a situação, o procurador do Ministério Público Federal no Tribunal de
Contas da União, Marinus Marsico, já fez uma representação ao TCU pedindo que
se apurassem responsabilidades na diretoria-executiva e eventualmente nos
conselhos da Petrobras: “Configurado o débito, tem-se o rol de responsáveis que
são obrigados a devolver esses recursos. O tribunal também pode aplicar multas,
que podem ser proporcionais ao débito ou decorrentes de atos de gestão
temerários, ilegítimos, antieconômicos. O problema é que não é factível que se
paguem as multas”.
Revelações Digitais?
Além do que pode respingar da Operação Lava Jato, muitos
outros problemas não faltam para serem investigados cuidadosamente na
Petrobras. As compras das refinarias Pasadena (Texas), Nansei (Japão) e San
Lorenzo (Argentina). Aluguel de plataformas superfaturadas, terceirizações e
quarteirizações milionárias, absolutamente sem controle e que podem ser fontes
de “mensalões”, superfaturamento nos contratos bilionários de obras que mal
começam e nunca terminam, como a Refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) e o complexo
Petroquímico do RJ (em Itaboraí).
A BR Distribuidora sofrerá uma devassa por causa das ações
sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Além dela, merecem apuração
também outras bilionárias “caixas Pretas” que envolvem as finanças da empresa: Petrobras
International Finance (PFICO) e Petrobras Global Finance B. V. (sediada em
Rotterdam, na Holanda, que capta euros e dólares para a estatal). Também
precisa ser visto como ocorreram investimentos da Petrobras no fundo BB
Millenium - operado em 2006 e 2007, com a ajuda de grandes bancos
transnacionais e brasileiros. Sem falar de negócios com a Odebrecht (Brasken),
White Martins (Gemini) e BGT Pactual (PetroÁfrica), entre outros.
Todos esses fatos, alguns com investigação da Polícia
Federal ou denúncia pelo Ministério Público Federal, já bastariam para a
abertura de uma CPI exclusiva para a Petrobras. Mas, se nenhuma CPI for aberta,
nada se altera. A Justiça, se acionada, tem a obrigação de impedir que
dirigentes da empresa e seus conselheiros saiam impunes, no final das contas,
que rendem grandes prejuízos à União (acionista majoritária) e aos investidores
minoritários.
Vale repetir as palavras do procurador do Ministério Público
do Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, definindo bem a situação
surreal da estatal de economia mista: “A Petrobras está afundando. Há uma
mistura de má gestão com o fato de ter se tornado um braço político do governo.
Se a empresa não fosse pública, já tinha quebrado”.
Agora, o desafio é a energia para solucionar tantos
problemas e tornar a Petrobras uma empresa com boa governança e lucrativa para
os investidores e brasileiros que dela dependem.
Na mira da Justiça
Flamengagem
Vencer o Vasco com gol roubado, praticamente na prorrogação,
para ganhar o Campeonato Carioca, é motivo de meia vitória para rubro-negros
que tenham um pouco de vergonha na cara.
Triste foi ver o goleiro do Mengão, Felipe, pregar que
título “roubado é mais gostoso”...
Eis o momento lamentável vivido pelo desorganizado e cada
vez mais pobre futebol brasileiro, desvalorizado moral e financeiramente.
Por isso, a flamengagem de ontem, gerada por incompetência
da arbitragem, merece ser avaliada com cuidado.
Zé Luta pelo amigo Zé
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