A Polícia Federal pediu autorização para transferir o
doleiro Alberto Youssef (foto) para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no
Paraná. Primeira prisão federal de segurança máxima, Catanduvas é destinada
exclusivamente a presos de “alta periculosidade”. Youssef foi capturado no dia
17 de março pela Operação Lava Jato, investigação sobre lavagem de pelo menos
R$10 bilhões. Ligado ao deputado André Vargas (PT-PR), Youssef é apontado como
o cabeça do esquema. A Lava Jato apreendeu “documentos explosivos” com o
doleiro, informam investigadores do caso.
Esses documentos podem indicar outras ligações de Youssef,
inclusive com outros parlamentares. A investigação revela que o doleiro usou
empresas de fachada para se infiltrar em órgãos públicos federais. Ele seria o
verdadeiro dono da Indústria Labogen, que tentou contrato no Ministério da
Saúde.
Youssef também é ligado ao ex-diretor de Abastecimento da
Petrobrás, Paulo Roberto Costa, a quem presenteou com uma Range Rover Evoque,
de R$ 250 mil. A PF pediu também a transferência de outro doleiro, Carlos Habib
Chater. No pedido de remoção de Youssef e de Chater para Catanduvas, a PF
argumenta que a carceragem da superintendência regional no Paraná é reservada
para presos provisórios.
A PF considera recomendável o deslocamento de
Youssef por causa da extensão da Lava Jato e suas implicações. Para os
investigadores, a medida garantirá a integridade do doleiro e até de outras
pessoas que se sentem ameaçadas com sua presença na custódia da corporação, em
Curitiba. (Estadão)
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