segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Quase um milhão de empregos formais perdidos



A semana até parece que terminou mais calminha, depois do pânico de ontem no mercado financeiro, quando o dólar e as taxas de juros subiam sem parar até que tomaram um sossega-leão dado pelo governo. O dólar e os juros voltaram para um nível ainda altíssimo, mas não mais terrivelmente altíssimos.

Mas isso foi apenas um tranquilizante para uma crise aguda de loucura no mercado. Os motivos para que a coisa continue a dar errado continuam. Baixou a febre, não acabou a doença.

Hoje, o vice-presidente Michel Temer disse a executivos de empresas de varejo que a volta da CPMF dificilmente vai passar no Congresso. Sem o dinheiro da CPMF, o governo por ora não tem como tapar o rombo nas suas contas. Sem tapar o rombo, juros e dólar vão continuar a subir, talvez não tão rápido como nesta semana. Mas vão.

Com dólar mais alto, vem mais inflação. Com juros mais altos, o crédito para empresa desaparece cada vez mais. Assim, a recessão fica mais e mais profunda. Recessão quer dizer que empresas não investem e demitem. Demitem cada vez mais.

Hoje, a gente soube que o número de pessoas empregadas com carteira assinada caiu quase um milhão, nos últimos 12 meses. Neste ano inteiro de 2015, o país deve perder mais de um milhão de empregos formais. Faz oito meses, o salário médio dos novos contratados perde da inflação. Quer dizer, quem arruma emprego, ganha menos.

Enquanto o governo não der um jeito de cortar gastos, a data do fim da crise continua nebulosa. Por ora, as previsões são de que o ano que vem ainda será de recessão: a economia encolhe e o DESemprego aumenta.

Poderíamos ter até uma recessão menor no ano que vem. Este ano está perdido, mas 2016, não necessariamente. O problema é que o governo está perdido, sem rumo, sem apoio nem para aprovar os planos mais modestos. Está ficando repetitivo dizer essa coisa horrível, mas, por enquanto, a possibilidade maior é de que as coisas apenas piorem.

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