Olhem aqui: uma coisa é as empreiteiras pagarem uma multa
pesada — decida-se quanto na instância adequada; não é problema meu — em razão
das malandragens que foram feitas em parceria com a Petrobras. Outra, muito
distinta, é a estatal recorrer à Justiça cobrando ressarcimento das
empreiteiras. Aí, tenham a santa paciência, não é mesmo?
Isso só acontece, assim, com essa desfaçatez, porque se
inventou a tese absurda, falsa, mas verossímil para os cretinos, de que a
estatal é apenas vítima da sem-vergonhice.
Vocês sabem muito bem que não me conformo com essa tese
desde o primeiro dia. Ela é a filha bastarda e supostamente virtuosa do
estatismo mais xucro. Sustentar que a
Petrobras foi vítima de alguma coisa corresponde, no terreno da ética política,
a isentar o modelo que fez — e faz — com que a empresa seja campo de manobra de
um partido político.
Se eu fosse um dos empreiteiros da Lava Jato, recorreria à
Justiça, acusando a Petrobras de chantagem e de extorsão. Sei, os empreiteiros
não vão fazer isso… Passaram tanto tempo grudados nos países baixos do petismo
que acabaram perdendo a moral — e o moral — para reagir.
Não, senhores! Não há santos nessa história. A Petrobras
posar agora de moça virtuosa e traída é dessas coisas que condenam não o
presente, mas o futuro do Brasil. Era só o que faltava: a Petrossauro, agora,
como São Jorge de lupanar…
Leiam texto da VEJA.com.
A Petrobras vai entrar com ação cívil contra cinco
empreiteiras e alguns de seus executivos envolvidas na Operação Lava Jato,
pedindo ressarcimento de cerca de 1,3 bilhão de reais, disse a estatal nesta
sexta-feira.
O valor pode ser ainda maior se acrescido de multas e danos
morais. Apesar de ter sido parte atuante no polo passivo da corrupção do
petrolão, a estatal insiste na tese de que é vítima na investigação e, por
isso, continuará entrando com ações na Justiça.
A companhia já havia acionado individualmente na Justiça as
construtoras Engevix e a Mendes Junior e alguns dos seus executivos, e deverá
entrar com ação contra outras três empresas pedindo o ressarcimento total de
cerca de 452 milhões de reais. O montante considera reparos por danos materiais
e multa, além de pedido de indenização por danos morais, cujos valores serão
quantificados no decorrer do processo.
Nas próximas semanas, a Petrobras ingressará, também como
coautora, em outras três ações, envolvendo contratos com as empresas Camargo
Corrêa, OAS e Galvão Engenharia, totalizando pedido de reembolso de
aproximadamente 826 milhões de reais.
“Essas ações se somam a um conjunto de medidas que estão
sendo adotadas para garantir o ressarcimento integral dos prejuízos sofridos
pela companhia, inclusive aqueles relacionados à sua reputação, e reforçam o
compromisso da Companhia em cooperar com as investigações”, disse a estatal, em
nota.
A Operação Lava Jato da Polícia Federal e do Ministério
Público investiga um esquema bilionário de corrupção envolvendo contratos da
Petrobras com as maiores empreiteiras do país, e que teria desviado recursos
para partidos políticos, políticos, operadores e ex-executivos da Petrobras.
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