Por Percival Puggina

Não surpreendem,
pois, as opiniões emitidas pelos eleitores. Quanto mais aumenta o número de
partidos (em nome de uma suposta representatividade das minorias na qual todos
resultam minoritários), mais a colheita de lideranças para a elite política
nacional perde qualidade. Quando morre alguém com o perfil de Eduardo Campos,
vai-se um dentre tão poucos que se abre um rombo no quadro dirigente do país!
Por outro lado, nas últimas décadas do século 20, o assassinato de reputações
tornou-se um meio de ação política usado sem escrúpulo, com duplo objetivo: o
crescimento do partido autor dos disparos e a morte política de seus
adversários. Quando entramos no século 21, num país onde todas as legendas eram
tradicionais e iguais entre si, o inconsciente coletivo registrava a existência
de apenas um partido diferente - probo e virtuoso como almoxarife de convento.
Bastou uma década para que esse mesmo partido cometesse suicídio moral. Na
degradação do Brasil contemporâneo, Getúlio Vargas dispararia contra o próprio
peito uma vez por semana.
O que mais surpreende
nesse contexto é a inércia das elites partidárias. Elas apostam na perenidade
do modelo que as acolhe e beneficia. Confiam na imutabilidade de suas
perniciosas rotinas. Amam de paixão essa concentração de poder e de recursos
fiscais em Brasília. Dane-se a Federação! Danem-se Estados e municípios! Pouco
importa que tamanha concentração de poder e grana atraia tantos bandidos!
Nesta eleição, se for preciso, ensine a seu candidato que as
melhores democracias confiam as chefias de Estado e de governo a diferentes
pessoas. Diga-lhes que militantes partidários nada têm a fazer na Administração
Pública, nas estatais, nas relações exteriores. Vote pela liberdade, pela vida,
pelos valores com V maiúsculo. Vote pela revolução do bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário