Sininho embarca para o Rio após ser presa em
Porto Alegre
(TV RBS/Reprodução)
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Inquérito aponta que Sindpetro teria fornecido, além de
dinheiro, transporte e alimentação a baderneiros, informa reportagem de 'O
Globo'
A Polícia Civil do Rio de Janeiro detectou indícios de que
sindicatos tenham financiado protestos organizados pelo grupo de 23 pessoas
cuja prisão preventiva foi decretada na sexta-feira. As informações foram
publicadas na edição desta terça-feira do jornal O Globo. Escutas telefônicas
feitas com autorização da Justiça e depoimentos colhidos pelas autoridades da
Delegacia de Repressão a Crimes de Informática forneceram à polícia indícios de
que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), o Sindprev e o
Sindpetro foram procurados pelos black blocs em busca de dinheiro.
De acordo com o jornal, a polícia acredita que o Sindpetro,
Sindicato Unificado dos Petroleiros, tenha fornecido não só dinheiro como
transporte, carros de som e alimentação a baderneiros que integraram
manifestações com episódios de vandalismo, além de ocupações. A entidade teria
cobrado em troca assinaturas contra o leilão do Campo de Libra. Ocorrido em
outubro do ano passado, o primeiro leilão do pré-sal foi marcado por um
confronto travado entre black blocs e agentes da Força Nacional de Segurança,
na Barra da Tijuca, ao longo de mais de quatro horas.
As investigações apontam que Jair Seixas Rodrigues, o
Baiano, seria o elo entre o sindicato e os manifestantes. Ele teria recebido
dinheiro da entidade para mobilizar baderneiros para ocupar prédios, além de
ter fornecido transporte ao grupo que realizou o protesto violento contra o
leilão na Barra da Tijuca. “Financiado pela Fist (Frente Internacionalista dos
Sem Teto) e pelo Sindpetro, Baiano teria pago a pessoas para praticar
vandalismo durante o protesto contra o leilão de Libra”, diz trecho do inquérito
publicado pelo Globo. “O mesmo teria acontecido nos atos Ocupa Cabral e Ocupa
Câmara. Além das refeições, os financiadores teriam fornecido os materiais para
confecção de cartazes e as passagens dos ativistas”, prossegue o documento.
Apontada como líder do grupo, Elisa Quadros, a Sininho,
também foi flagrada em telefonemas buscando ajuda de sindicatos. Em uma das
escutas, pede a um membro do Sepe marmitas para fornecer a manifestantes que
integravam um protesto. Segundo o jornal, não é possível saber pelo áudio se
ela conseguiu. O contato de Sininho no Sepe é Filipe Proença de Carvalho
Moraes, conhecido como Ratão, um dos 23 com prisão preventiva decretada e que
está foragido. Durante a greve dos professores no Rio, em outubro passado, o
sindicato declarou “apoio incondicional” aos black blocs, que passaram a
integrar os protestos da categoria promovendo lamentáveis cenas de vandalismo.
Sininho ainda procurou o Sindpetro e o Sindprev (Sindicato dos Trabalhadores em
Saúde e Previdência do Serviço Público Federal) em busca de marmitas para
índios que participavam de uma assembleia organizada por ela referente à Aldeia
Maracanã.
Do grupo formalmente acusado neste processo, apenas cinco
estão presos: três desde o último sábado (Elisa Quadros, Camila Jourdan e Igor
D'Icarahy) e dois desde fevereiro (Fábio Raposo e Caio Silva). Outros 18 são
considerados foragidos. Eles são acusados de participar da organização e
realização de crimes durante protestos nos últimos meses e de planejar atos
violentos para a final da Copa do Mundo no Brasil.
Fonte: VEJA
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