Carro com placa fria do governo Agnelo conduz a filha de
Dirceu:
furando a fila e a lei (Sérgio Lima/Folhapress)
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É impressionante. Escrevi ontem aqui que os petistas se
consideram aristocratas até quando estão em cana, certo? Pois é… Reportagem de
Matheus Leitão e Sérgio Lima, da Folha, informa que Joana Saragoça, filha de José
Dirceu, furou anteontem a fila de visitas da Papuda. E não o fez de qualquer
maneira, não! Ela teve acesso ao presídio num carro do governo do Distrito
Federal, com placa fria, que é empregado em operações sigilosas. Ao volante,
Wilson Borges, um servidor da Subsecretaria do Sistema Prisional (Sesipe).
É um escárnio. É um deboche. Os companheiros são favoráveis
à igualdade desde que eles possam ser, claro!, desiguais. Os familiares dos
demais presos passam até duas horas na fila.
Se o evento, em si, já apela ao universo surrealista das
repúblicas bananeiras, a desculpa arranjada pelo governo do DF é de corar as
catedrais. Inicialmente, disse ignorar o privilégio. Depois, afirmou que Joana
ajudava em uma “investigação interna” (PASMEM!) porque havia a informação de
que José Dirceu pudesse entrar em greve de fome por não ter obtido, até agora,
a licença para trabalhar fora do presídio. Segundo o governo do DF, se isso
acontecesse, poderia haver um prejuízo ao sistema penitenciário. Que prejuízo?
Não está claro! Alguém aí imagina a Papuda rebelada por causa de uma greve de
fome de Dirceu?
Entenderam? A ilegalidade só teria sido cometida em nome do
bem coletivo! Que gente batuta! Vou lembrar de novo o Artigo 37 da Lei de
Execução Penal:
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada
pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e
responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Para que o preso ganhe a licença para trabalhar
fora, que não é automática, é preciso ter disciplina e responsabilidade. Vocês
acham que José Dirceu se enquadra nos pré-requisitos?
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