Por Agência Senado
Foster falará às 10h de terça-feira em reunião conjunta da
CAE e da CMA
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A disputa em torno da possibilidade de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades na
Petrobras será um dos assuntos principais da próxima semana, que terá dois dias
a menos de trabalho por causa do feriado da Semana Santa.
Ainda assim, esperam-se desdobramentos importantes, já que
na tarde de terça-feira (15) o Plenário do Senado deve deliberar sobre o
parecer aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) em
favor de uma investigação que inclua fatos externos à Petrobras, como obras no
metrô de São Paulo. A oposição defende a CPI exclusiva, por entender que um
leque amplo de fatos a serem apurados vai inviabilizar o trabalho da Comissão,
criada a partir de requerimento dos oposicionistas. Um outro requerimento,
apresentado por governistas, propõe o acréscimo de itens para apuração - os
chamados 'fatos determinados'.
Na mesma terça, mas pela manhã, às 10h, a presidente da
Petrobras, Graça Foster, comparece a audiência pública conjunta das Comissões
de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e
Fiscalização e Controle (CMA). A iniciativa de organizar a reunião foi do
presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele acha importante que a
executiva se pronuncie sobre questões como o valor investido pela empresa para
assumir o controle da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos: cerca de US$
1,2 bilhão, montante considerado muito alto por especialistas.
Está sendo aguardada, igualmente para a semana que vem, a
chegada ao Senado do pedido de explicações do Supremo Tribunal Federal (STF) ao
presidente da Casa, Renan Calheiros, quanto ao encaminhamento do pedido de CPI
feito pela oposição. Os autores do requerimento entraram com mandado de
segurança no STF para garantir a CPI exclusiva. Desde o dia 8 os parlamentares
aguardam o despacho que partirá do gabinete da ministra Rosa Weber, relatora do
mandado e responsável por acolher ou negar o pedido de liminar.
A ação movida pela oposição requer a imediata abertura da
CPI para apurar quatro temas ligados à Petrobras - entre eles, a compra da
refinaria de Pasadena. Mas Rosa Weber também terá de examinar um segundo
mandado, apresentado pela senadora governista Ana Rita (PT-ES), que vai na
direção oposta e pede o arquivamento do pedido de CPI feito por senadores como
Alvaro Dias (PSDB-PR), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP) e Rodrigo Rolemberg (PSB-DF).
Nesta que já pode ser considerada uma super terça-feira, o
Plenário do Congresso Nacional se reunirá para votar vetos presidenciais a
projetos do Legislativo. Seria uma oportunidade para serem lidos dois
requerimentos que ampliam as duas CPIs discutidas no âmbito do Senado para a
participação de deputados. Em vez de CPI, elas se tornariam Comissões
Parlamentares Mistas de Inquérito (CPMI).
Mesmo que sejam ampliadas aos deputados, elas espelham os
mesmos objetivos das suas similares no Senado. A oposição insiste em temas
restritos à Petrobras e os aliados do governo Dilma Rousseff propõem CPMI
ampla, para investigar não só a Petrobras, mas também os contratos de trens e
metrôs em São Paulo e no Distrito Federal e negócios que envolvem empresas do
Porto de Suape, em Pernambuco.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, e a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), já deliberaram em favor do
funcionamento - no âmbito do Senado - de uma CPI ampla.
Pauta
A próxima semana começa com a pauta do Plenário trancada
pela Medida Provisória 627/2013, também conhecida como MP da Tributação. Na
prática, para não perder a validade, ela precisa ser votada até quarta-feira
(16), quando será realizada a última sessão deliberativa do Senado antes de 21
de abril, Dia de Tiradentes e data em que a MP perderá a vigência. A medida
muda a forma de cobrança de tributos sobre os lucros de empresas brasileiras
resultantes de operações de subsidiárias no exterior.
A maior polêmica em relação à MP é a mudança na forma de
aplicação de multas às operadoras de planos de saúde. Pelas regras atuais, as
operadoras devem pagar à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) multas que
variam de R$ 5 mil a R$ 1 milhão por infração. Alterado pelo relator da MP na
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o texto determina que até 31 de dezembro deste
ano, no caso de infrações da mesma natureza, será considerada apenas a multa de
maior valor.
Além disso, se houver de duas a 50 multas iguais, serão
cobradas duas multas. Se forem de 51 a 100 infrações, a cobrança será de quatro
multas. Acima de mil infrações, serão cobradas 20 delas. Segundo a ANS, as
modificações representam uma anistia da ordem de R$ 2 bilhões em favor de
operadoras que cometeram diversos tipos de infração.
TCU
Outro tema da semana é a escolha do novo ministro do
Tribunal de Contas da União (TCU), que sucederá Valmir Campelo,
recém-aposentado. O senador Gim (PTB-DF) era o nome indicado para o cargo pelos
partidos da base de apoio ao governo, mas abriu mão da indicação após o
Plenário do Senado rejeitar - por 25 votos a 24, com 2 abstenções -
requerimento para votação da matéria em regime de urgência.
Senadores da oposição e independentes indicaram o consultor
de Orçamento do Senado Fernando Moutinho para concorrer ao cargo. Nesta
sexta-feira (11), o PMDB anunciou a indicação para o TCU de outro consultor de
carreira da Casa, Bruno Dantas.
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