domingo, 7 de setembro de 2014

ExpoDilma: pode isso, Arnaldo?


Recebi de duas fontes distintas a mesma informação e prova: o PT transformou a Expointer no Rio Grande do Sul em evento partidário. As leis eleitorais proíbem isso claramente. Vejam os crachás que foram distribuídos para jornalistas da imprensa:

ExpoDilmaExpoDilma

Pode isso, Arnaldo? Não, não pode! Mas será que Dias Toffoli vai fazer algo a respeito? Onde está o TSE? Isso é campanha escancarada com verba pública. Jornalistas deveriam receber crachás isentos. Como pode ter IMPRENSA estampado ao lado do nome e do número da candidata do PT? Isso é um absurdo!

Falta mais vigilância e firmeza por parte de nossa oposição também. Por acaso, no mesmo evento, um grupo de pensadores (do qual faço parte, apesar de não ser gaúcho) resolveu entregar ao candidato tucano uma carta cobrando mais veemência no ataque ao aspecto político em jogo nessa eleição. Vejam a mensagem:

SENADOR AÉCIO NEVES

Somos um grupo de intelectuais, jornalistas e empreendedores do Rio Grande do Sul que, não possuindo em comum qualquer preferência partidária, mas valores democrático-constitucionais intransigíveis, apoia com veemência a sua candidatura em virtude de uma convicção fundamental e grave: entendemos que é absolutamente necessário interromper a ciclo de poder monolítico do Partido do Trabalhadores que, claramente, há mais de uma década, tem ameaçado – e nestes últimos anos do governo Dilma ameaça com maior clareza e profundidade – a sobrevivência da democracia representativa e constitucional brasileira.

A firmeza de nosso apoio resulta de que, crendo nos valores do liberalismo político, estamos convictos de que a próxima eleição presidencial será muito provavelmente a última oportunidade de interromper o crescente cerco petista à institucionalidade democrática de direito.

São esses os motivos, ilustre Senador, em virtude dos quais tomamos a liberdade de afirmar que as últimas pesquisas de intenção de voto têm demonstrado que, tratando-se a candidatura de Vossa Excelência de uma candidatura de oposição, representativa também de setores expressivos da sociedade para os quais valores políticos liberais e conservadores são inegociáveis, deveria, denunciar o governo Dilma, questionando-o propositiva e firmemente, sobre os elementos que concernem às  suas medidas mais do que suspeitas, quer quanto à política interna,  quer quanto às relações internacionais.

Consideramos que o debate eleitoral atual restringe-se quase exclusivamente aos aspectos da política econômica e da gestão pública, relegando-se o debate político e ideológico propriamente dito a um segundo e inaceitável segundo plano, porque é este o cerne de todo o drama civilizatório.

Neste sentido, também deve ser o discurso em relação à candidata Marina Silva.

POLÍTICA INTERNA

Quanto à política interna, basta mencionar o recente Decreto 8243 que, certamente redigido pelos ideólogos proto-totalitários que ora ocupam o Palácio do Planalto e enviado ao Congresso pela Presidente em 23 de maio de 2014, institui a Política Nacional de Participação Social. Sabe Vossa Excelência que o famigerado decreto submete a atividade de cada uma das instituições públicas do país ao monitoramento de conselhos populares, sob o controle da Secretaria Geral do Governo. Lembramos que a arquitetura jurídico-política deste ato inconstitucional foi identificada pela Revista Veja como um mecanismo de sovietização da política brasileira.

POLÍTICA EXTERNA

Quanto à política de relações internacionais, basta afirmar o fato estranho de que ela possui uma direção dual: de um lado o Ministro da Pasta e o Itamarati, de outro Marco Aurélio Garcia, conhecido comunista, assessor especial dos governos Lula e Dilma e, nesta condição, fundador e articulador do Foro de São Paulo, que reúne a elite do proto-comunismo venezuelano, boliviano, equatoriano e argentino.

Neste sentido, pelo respeito que temos pela história de Vossa Excelência e pela defesa dos princípios que, sabemos, nos são comuns, é que nos associamos a todos que esperam, da sua candidatura, que seja portadora da contundência política indispensável para apear do poder o projeto de controle petista do Estado brasileiro.



Porto Alegre, 5 de setembro de 2014.

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