domingo, 7 de setembro de 2014

Dilma: depoimento de Paulo Roberto Costa é 'especulação'


A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), participa de encontro com taxistas , em São Paulo
A presidente da República e candidata à reeleição, 
Dilma Rousseff (PT), participa de encontro com taxistas, 
em São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA.com)
Presidente disse esperar 'dados oficiais' para tomar as 'providências cabíveis'

A presidente-candidata Dilma Rousseff chamou de "especulação" as revelações de distribuição de propina a parlamentares e aliados do governo federal, detalhados com exclusividade na edição de VEJA deste fim de semana. Em ato de campanha em São Paulo, ela afirmou que "tomará as providências cabíveis" sobre o depoimento do ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que aceitou negociar os termos de um acordo de delação premiada com a Justiça.

"Acredito que precisamos ter dados oficiais dessa questão. A própria revista que anuncia este fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu gostarei de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e te asseguro que tomarei as providências cabíveis. Não com base em especulação. Eu quero as informações. Acho que elas são essenciais e são devidas ao governo, porque, caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas", disse Dilma.

Até o momento, Costa afirmou que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da Petrobras. Entre os nomes elencados por Costa estão os ex-governadores Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, Eduardo Campos, de Pernambuco, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Os nomes das autoridades com foro privilegiado já foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A equipe da campanha de Dilma à reeleição, assim como a de seus principais rivais, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), passaram a noite desta sexta-feira discutindo o impacto das denúncias de corrupção. Entre aliados de Dilma, a avaliação é a de que, por envolver aliados diretos do governo federal, parlamentares alinhados ao Palácio do Planalto e até um ministro de Estado, as revelações do ex-diretor da Petrobras causarão danos à campanha da presidente-candidata.

Durante encontro com mulheres na quadra do sindicato dos bancários, Dilma não fez nenhuma menção ao depoimento de Costa, mas deu sinais da linha de defesa que o governo deve adotar, por enquanto, para blindar a campanha petista. Ela citou o projeto de reforma política do PT como iniciativa para combater a corrupção. “Reforma política para que o Estado brasileiro seja mais transparente, para que não haja corrupção, não se desvie dinheiro público e se controle a forma como se faz eleição no Brasil”, disse.

A postura dos petistas aliados de Dilma seguiu a da presidente: esquivar-se de comentários e tratar as denúncias do ex-diretor da Petrobras como algo oficioso. “Ninguém pode ter opinião nem vai fazer conjectura sobre algo que não está formalizado. A presidente quer as informações e vai tomar a atitude de forte punição se tiver irregularidades nas informações oficiais”, disse o ex-ministro Alexandre Padilha (PT), candidato ao governo de São Paulo.

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