segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Economistas pioram projeção de crescimento do PIB este ano a apenas 0,86%


Fachada da sede do Banco Central, em Brasília. 15/01/2014. REUTERS/Ueslei MarcelinoSÃO PAULO (Reuters) - A projeção de economistas de instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano mostrou deterioração pela 10ª semana seguida com piora da expectativa para a indústria, enquanto o cenário para a inflação mostrou mais um pequeno alívio.

De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 agora é de 0,86 por cento, contra 0,90 por cento na semana anterior. Em 2013, o PIB cresceu 2,5 por cento.

Um dos principais pesos sobre a economia é a indústria, cuja perspectiva de retração piorou para 1,53 por cento, ante 1,15 por cento.

Em junho, a produção industrial brasileira recuou 1,4 por cento, o quarto mês seguido de queda na pior série de perdas desde 2010, conforme divulgado na semana passada.[nL2N0Q716G]

Sobre 2015, a projeção para o crescimento do PIB no Focus permaneceu em 1,5 por cento, com a estimativa de expansão de 1,7 por cento na indústria.

As expectativas de inflação, por outro lado, vêm perdendo força há três semanas, e os agentes econômicos consultados no Focus agora projetam a alta do IPCA em 2014 a 6,39 por cento, 0,02 ponto percentual a menos do que na pesquisa anterior.

Com isso a projeção se afasta um pouco mais do teto da meta do governo, de 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Depois de o IPCA ter superado o teto em 12 meses em junho com alta de 6,52 por cento, os analistas esperam agora a divulgação dos números de julho na sexta-feira.

Em relação ao ano que vem, a perspectiva mediana foi elevada a 6,24 por cento, contra 6,21 por cento. Para os próximos 12 meses, houve ajuste de 0,09 ponto percentual para cima, a 6,03 por cento.

Para o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, houve manutenção da perspectiva de inflação a 6,39 por cento em 2014 e 6,75 por cento em 2015.

O cenário para a política monetária, por sua vez, não sofreu alterações, com a perspectiva de que a Selic encerre este ano nos atuais 11 por cento e 2015 a 12 por cento.

Para os agentes consultados, novo ciclo de aperto monetário será iniciado apenas em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, sem mudanças em relação à pesquisa anterior.

Já o Top-5 de médio prazo manteve a projeção de que a taxa básica de juros encerrará 2014 a 11 por cento, mas reduziu a perspectiva para o ano que vem a 11,75 por cento, contra 12 por cento.


Na sexta-feira, a curva de juros futuros também precificava a Selic a 11,75 por cento no final do ano que vem.

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