Por Ucho.Info
Disse o ex-petista que o outrora “casal 20” da Esplanada dos
Ministérios teria tentáculos na milionária publicidade do governo federal
através da agência de publicidade paranaense Heads. A agência de publicidade,
segundo a expressão de Vargas na Veja, seria um “esquema deles”, referência a
Paulo Bernardo e Gleisi que, na ocasião, era ministra-chefe da Casa Civil do
governo da “companheira” Dilma Rousseff.
Na edição desta semana da revista Época, uma nova “bomba”
sobre o caso acabou explodindo. Depois da Borghi Loewe (agência operada pelo
primo de Gleisi, Ricardo Hoffmann), a revelação de que chegou a vez de a Heads
ser envolvida no escândalo de corrupção desmontado pela Operação Lava-Jato.
“Depois da Borghi Lowe, a próxima agência a entrar no alvo da Operação
Lava-Jato será a Heads, de Curitiba. Nos últimos dois anos, a Heads dividiu com
a Borghi Lowe e outras duas agências a verba publicitária de R$ 1 bilhão da
Caixa Econômica Federal. A Borghi Lowe é acusada de pagar propina para
conseguir justamente esse contrato com a Caixa. E um ex-vice-presidente da
Borghi Lowe [Ricardo Hoffmann] já topou fazer delação premiada”, informa a
revista.
“Os investigadores suspeitam que, para entrar nessa conta da
Caixa, a Heads tenha seguido o mesmo expediente que a Borghi Lowe. Outro fato
que chama a atenção dos investigadores é que, no ano passado, a Heads
compartilhou com duas agências os R$ 330 milhões de publicidade da Petrobras,
empresa que está no epicentro do petrolão. A Heads atende outras duas
companhias investigadas pela Lava Jato: a Sete Brasil, fornecedora de navios da
Petrobras, e a Andrade Gutierrez, construtora proibida de fechar novos
contratos com a estatal. No governo federal, a Heads ainda divide com uma
agência os R$ 38 milhões de verba publicitária do Ministério do Trabalho e tem
a conta de R$ 10 milhões da Embrapa”, diz a Época.
“Vargas insinuou que [Paulo] Bernardo é beneficiário do
propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o
intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos
petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso,
recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo,
que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a
acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10
bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são
as propinas de negociatas na Petrobras. As insinuações vão além. A senadora
Gleisi e seu marido não gostariam ainda de ver expostas as suas relações com a
Agência Heads Propaganda do Paraná. Seria, na expressão atribuída a Vargas, um
“esquema deles”, destacou a Veja.
Não se pode esquecer que, em tempos outros, Vargas, ainda
com a atuação política restrita a Londrina, importante cidade do interior
paranaense, usou o esquema criminoso de Youssef para esquentar dinheiro da
campanha de Paulo Bernardo. Coincidência ou não, Vargas, Youssef e Paulo
Bernardo sempre foram próximos de José Janene, falecido em 2010 em decorrência
de cardiopatia grave, o então deputado federal do PP que, com anuência de Lula,
deu vida ao esquema de corrupção que culminou com a Operação Lava-Jato.
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