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Donos e executivos de empreiteiras viajam para não serem presos

 

As principais construtoras do País serão os alvos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, tão logo o segmento relacionado com os políticos do PT e da base aliada for esgotado.

Paulo Roberto Costa as identificou como fomentadoras de um grande esquema de corrupção, em sua delação premiada. A lista inclui pesos-pesados como Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht. Elas formaram um pool e contrataram o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos para tentar evitar a delação de Costa, mas isto não deu certo e no fim de semana, donos e executivos das construtoras viajaram para não ser presos.

"Brasil acima de tudo! Ninguém acima de Deus!"

Por Camila Hochmüller Abadie

Hoje pela manhã fui surpreendida. Fui até a feirinha do Bom Fim comprar algumas coisas e pude assistir ao desfile de várias escolas, entre elas do Colégio Militar e do Colégio da Brigada, em homenagem ao 7 de setembro. Eu não sabia que o desfile aconteceria ali e, pra falar a verdade, nem havia me dado conta da data. Minha cabeça está voltada para o dia 13. Até lá terei dificuldades em lembrar de qualquer outra data. Mas, voltando ao desfile, pude ouvir e observar muita coisa interessante.

A primeira delas foi a diferença entre os poucos veteranos presentes e os estudantes em geral. Claro que a idade, por si, já contribui para a distinção, mas era nítida uma certa sobriedade (gravidade, melhor dizendo) na postura dos mais velhos, enquanto a maioria dos estudantes trazia um olhar e uma postura de quem não sabe ao certo o que está fazendo ali; outros, por sua vez, personificavam a irreverência, alheios àquilo que deveria ser rememorado e expressado no desfile. Alguns poucos, porém, pareciam saber a razão de estarem ali e portaram-se de acordo.

A segunda coisa na qual prestei atenção foi a reação dos clientes da feira. Esta é uma feira de alimentos orgânicos, comercializados por produtores locais, e para qual afluem dezenas, centenas de bichos-grilo, alternativos, esquerdistas, adoradores de guaipecas, e, por fim, vovós e vovôs que só querem comprar alguma coisa direto da horta. Contrariando os tradicionais discursos pretensamente pacifistas que jorram das bocas da maioria desse pessoal, o clima de hostilidade era evidente. Pouquíssimas pessoas pararam para prestigiar as escolas e suas bandas. A maioria seguiu comprando, alheia ao evento, reclamando que o desfile tinha "acabado com a feira". Vi semblantes de escárnio, de desprezo, de superioridade...

O ápice, na minha opinião, foi a apresentação do Colégio Tiradentes, o único que tinha grito de guerra. Imaginem a cena: dezenas de rapazes e moças, separados em duas companhias, uniformizados, marchando e bradando seus respectivos gritos, cada um à sua vez. Não me recordo de todo o grito, mas creio que guardei na memória o essencial:

"Brasil acima de tudo! Ninguém acima de Deus!"

O silêncio dos espectadores ressoou tristemente a frieza e a indiferença na qual o povo brasileiro vive os nossos dias. Eles não sabem, mas já não é ao exército ou à polícia que se tornaram avessos. É a ordem, a disciplina, o rigor, a honra, a lealdade e outras virtudes semelhantes, parcamente ali representadas, que eles hoje odeiam. Nosso povo enamorou-se de morte pelo caos, pela bagunça, pelo improviso, pela baixeza, pela traição...

A hipótese final é notoriamente trágica: hoje, caso rebentasse uma guerra e dependêssemos dos estudantes, estaríamos perdidos; por outro lado, se dependêssemos dos clientes da feira, estaríamos mais que perdidos: estaríamos entregues.

Que nesta véspera de 07 de setembro possamos nos empenhar em fazer das nossas famílias pequenos e amorosos "quartéis", verdadeiros núcleos de resistência à vilania onde cada um saiba o seu papel, desempenhe-o com alegria e sirva aos demais com respeito, fidelidade e amor. Pelo futuro do Brasil e para a glória de Deus!




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Camila Hochmüller Abadie é mãe, esposa e mestre em filosofia. Edita o blog Encontrando Alegria.

“Verdes” sepultam Brasil sob pirâmide de papel

Por Luis Dufaur

Uma das objeções do ambientalismo contra a indústria papeleira é que, além de plantar em áreas recuperadas à mata, ela produz ingentes quantidades de papel que servem para aumentar o lixo e poluir o planeta.

Mas, quanta poluição de papel e de tinta produzem os nossos utópicos “verdes”?

No Brasil, somente as licenças ambientais são reguladas, direta ou indiretamente, por cerca de 30 mil diferentes instrumentos legais produzidos pelos governos federal e estaduais, segundo “O Estado de S.Paulo”.

Tentei imaginar o que isso significa em papel empregado. Uma folha A4 (210 x 297 milímetros) tem 62.370 milímetros quadrados, e se, por absurdo, cada um desses instrumentos legais consumisse uma folha, teríamos 1.871.100.000 mm2, ou, mais simplesmente, 1.871,1 metros quadrados. Se a média fosse de 10 folhas por instrumento legal, equivaleria a 18.711 m2.

A superfície do campo de futebol do Maracanã é de 7.140 m2, segundo a última adaptação (105x68). Imagine ter que ler um escrito legal duas vezes e meia maior do que o Maracanã. É de ficar doente.

Em peso, equivaleria a 1.403,325 kg de papel de 75g/m2. Simplificando: 1,4 toneladas. Se for mais de 10 folhas por instrumento, começa-se a multiplicar.

O cálculo pressupõe a edição de um só exemplar por instrumento legal. Se a edição média for de 100: então 140 toneladas. E se for mais, segue multiplicando.

A isso se acresce que as regras não “casam” umas com as outras e, às vezes, se sobrepõem, criando um emaranhado jurídico tão ou mais complexo do que o tributário, diz o jornal.

A solução do cipoal burocrático inextricável vai recair em Varas entupidas de processos legais de natureza ambiental.

Aqui, confesso, parei de tentar calcular. Talvez ninguém consiga saber bem a tonelagem. E não se detém aí.

O licenciamento ambiental – explica o jornal paulista – não é exigência apenas para grandes obras: pequenos negócios, como postos de gasolina, também são obrigados a se submeter à pirâmide de regulamentações. Mais burocracia, controles e papelada.

O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria CNI, Shelley Carneiro, explica que a licença ambiental “do jeito como ela vem sendo feita, só gera uma burocracia imensa que não resulta em nada de bom para o meio ambiente.”

Ditas licenças são a grande causa de demora dos investimentos de infraestrutura do País. Segundo a CNI, o tempo médio para obtê-la é de 28 meses.

Quanta papelada é gerada em média nesses 28 meses de estudos de viabilidade e em burocracia conexa?

Só uma fada maligna poderia dizer quantas toneladas a mais de papel acrescentar a este título.

A CNI acrescenta que as listas de exigências de programas de sustentabilidade estão cada vez mais amplas, em parte porque “os políticos às vezes aproveitam para pedir coisas que não têm nada a ver com o projeto”.

O IBAMA admite que não há limites claramente definidos na legislação atual para a imposição das condicionantes em obras de grande envergadura, como usinas hidrelétricas na região da Amazônia, por exemplo. Na falta de parâmetros, comenta Carneiro, tudo “depende da interpretação do licenciador.” “É um mundo de dinheiro”, assegurou.

Na usina Santo Antônio, no rio Madeira (RO), R$ 2 bilhões no programa de sustentabilidade. Em Belo Monte, no Xingu (PA), as ações socioambientais somam R$ 3,7 bilhões.

Quanta burocracia e papel para planejar e gerir essas aplicações?

Os faraós foram sepultados em pirâmides de pedra. O Brasil está sendo sepultado em pirâmides de papel, regulamentos e burocracia. O que tem isto a ver com “salvar o planeta” e outros idílicos slogans ambientalistas?

Nada! O efeito é um só: brecar o progresso e a prosperidade do País e da civilização, por uma razão que o ambientalismo não ousa confessar claramente, mas que o livro do Príncipe Dom Bertrand, Psicose ambientalista, desvenda em sua radical totalidade.


Bateu o desespero no governo do PT. Gilberto Carvalho diz que é "tudo boataria". Dilma é vaiada no desfile do dia 7.

Nas fotos, PC e Carvalho.
No desfile do dia 7, quando o nome de Dilma foi anunciado, parte da plateia vaiou a presidente mas a maioria a aplaudiu.

Logo depois do desfile do 7 de setembro em Brasília, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República rebateu as acusações de que parlamentares, ministros e governadores do PT, PMDB e PP, todos da base do governo, teriam se beneficiado de suposto esquema na Petrobras.

. Isto tudo tem caráter eleitoreiro. Estão tentando usar a notícia de delação premiada para, no desespero, mudar o rumo da campanha

. Sobre as revelações atribuídas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também falou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele lembrou que o inquérito corre em sigilo e que a Polícia Federal e o Ministério Público estão apurando dentro do que “a lei determina”.

Delação de ex-diretor da Petrobras abala a campanha eleitoral


Charge O Tempo 07/09Paulo Roberto Costa relata propinas pagas a políticos do PT, PMDB e outros partidos. Nome de Eduardo Campos é citado

Paulo Roberto Costa, ex diretor de abastecimento da estatal petroleira Petrobras, onde trabalhou por 35 anos, começou a ser chamado de “homem bomba” nos bastidores da política brasileira. Preso em março na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apurava lavagem de dinheiro, Costa é acusado de desvios de dinheiro da estatal, e de destruição e ocultação de documentos que ajudariam na investigação. Foi detido inicialmente em março, e desde então suas informações passaram a ter peso de ouro.

Quando saiu da Petrobras, em 2012, o engenheiro criou a empresa Costa Global, uma consultoria que intermediava negócios entre a Petrobras e seus fornecedores. Por isso, teria os nomes de personagens que estariam envolvidos em pagamentos de propina para facilitar obras da empresa. Nesta sexta-feira, foram conhecidos alguns dos nomes que supostamente estariam pagando propinas. De Eduardo Campos, do PSB, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB de Alagoas), além de deputados do PT estariam envolvidos no esquema, segundo a revista semanal Veja. Ao todo, seriam dezenas de políticos de cinco partidos, dos quais três integram a base aliada da presidenta Dilma Rousseff: além do PT, o PMDB, o Partido Progressista (PP), e o Partido da República (PR).

Além de lideranças, como Henrique Alves (PMDB do Rio Grande do Norte), presidente da Câmara, estariam também envolvidos ministros, como o titular das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB do Maranhão), e governadores como Roseana Sarney, também do PMDB maranhense, e Sergio Cabral, ex-governador pelo PMDB do Rio de Janeiro, que deixou o cargo no primeiro semestre deste ano. João Vaccari Neto, tesoureiro nacional do PT, seria a ponte de Costa com nomes do seu partido.

As denúncias de diretor da Petrobras, que voltou a ser preso desde junho, começaram a ser levantadas no último dia 29 pela Polícia Federal, a partir de um acordo de delação premiada. Seu depoimento cai como uma bomba durante a corrida eleitoral brasileira, faltando apenas um mês para o pleito de 5 de outubro. Segundo o jornal O Globo, as denúncias estão sendo tratadas com muito cuidado pelos investigadores, pois precisam ser checadas e devem durar algum tempo.

O assunto demandará explicações do PSB, por envolver o nome de Campos, morto no dia 13 de agosto num acidente de avião, mas complica ainda mais a campanha do PT para a reeleição. Além dos nomes da sua base aliada, o caso reforça as críticas dos adversários da presidenta Rousseff sobre o desmazelo com a gestão da estatal, que está sob forte pressão, em função dos resultados financeiros aquém do esperado, e agora sob denúncias de um esquema fraudulento de desvio de dinheiro.

A suposta ligação do ex-governador pernambucano com o esquema teria como elo a Refinaria Abreu e Lima, que começou a ser construída em Pernambuco em 2005, e cujos valores de execução alcançaram 20 bilhões de dólares, quase dez vezes mais que o orçamento previsto inicialmente. Ela deve ser concluída em 2015.

O presidenciável do PSDB, Aécio Neves, disse neste sábado que o Brasil acordava perplexo com graves denúncias de um “mensalão 2”, em referência ao processo que levou para a prisão diversos integrantes do PT por financiar por caixa 2 diversos integrantes do partido. Neves afirmou que disputava a eleição contra “um grupo que utiliza o dinheiro sujo da corrupção para manter-se no poder”.

A secretaria nacional de Finanças do PT negou também as acusações de que seu titular, João Vaccari Neto, seria uma interface no esquema de propinas. Por meio de nota, o partido afirmou que nunca tratou de assunto relativo ao partido com o senhor Paulo Roberto Costa. “Assim, é absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto”.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Costa contou que políticos e partidos receberiam o equivalente a 3% de comissão por cada contrato firmado com a Petrobras.

Em nota oficial, o PSB diz que desde as primeiras denúncias de corrupção na Petrobras defendeu, sob a liderança de seu então presidente, Eduardo Campos, a instalação de uma CPI para "investigar as denúncias de negócios escusos". Afirmou ainda que "não há acusação digna de honesta consideração" e apenas "malícia". "O esquema perverso engendrado para desgastar a imagem de Eduardo Campos tem origem no espectro da derrota próxima daquelas forças que há 20 anos sustentam uma polarização política artificial", acusou o partido.

Um incômodo doleiro

A Polícia Federal chegou a Paulo Roberto Costa quando investigava uma operação de lavagem de dinheiro de 10 bilhões de reais chefiada pelo doleiro Alberto Youssef, deflagrada em março deste ano. Natural da região de Londrina, no estado do Paraná, Youssef começou a ser monitorado depois de uma denúncia de um empresário da sua cidade, que havia teria sido lesado em negócios com o doleiro. Durante a investigação, foram apuradas evasão de divisas, e envio de dinheiro para o Exterior, de importações fictícias de empresas operadas por laranjas. Entre essas remessas, entretanto, haveria também recursos da Petrobras. Costa estaria envolvido com estas operações.

Um dos destinos do dinheiro era a Suíça. Em colaboração com o Brasil, a justiça suíça identificou contas tanto de Youssef como de Costa, que foram bloqueadas para investigações. O doleiro tinha trânsito livre com políticos de diversos partidos, como foi constatado em diversas gravações e mensagens trocadas pelos investigadores. Um deles era André Vargas, ex vice-presidente da Câmara dos Deputados, do PT do Paraná, que renunciou ao cargo e se desfiliou do partido em abril deste ano.


O Ministério Público Federal investiga ainda supostas irregularidades cometidas pelo ex-diretor com a compra da refinaria Pasadena, em 2006, pela Petrobras. O negócio trouxe prejuízos à petroleira brasileira, que foi obrigada a comprar 50% da refinaria da belga Astra Oil por um preço oito vezes maior do que a belga havia pago no ano anterior pela unidade inteira. Costa teria articulado a execução do negócio, cujo pagamento teria irrigado o caixa de partidos.

Conselho Amigo: Não Participe dessa Farsa

Por Percival Puggina

Se em sua paróquia houver uma urna para votação no tal "Plebiscito popular por uma constituinte exclusiva do sistema político", saia pelo outro corredor. Se alguém o convidar para dar seu voto por meio eletrônico, não entre no site e, se resolver dar uma espiada, escape antes de fornecer os dados que lhe são solicitados - nome, CPF, e-mail. É a eles e só a eles que convém conhecer seus dados e sua orientação política.

O que você deve fazer, sim, é checar a lista das 459 instituições apoiadoras desse estrupício jurídico. Elas estão em ordem alfabética e começam com a A Marighella (cujo site informa ser uma "organização socialista, patriota, internacionalista e revolucionária, de orientação geral marxista-leninista, que busca o horizonte do comunismo via o caminho do socialismo popular brasileiro"). A escrutinada no longo rol de coletivos, facções, movimentos, associações, redes, institutos, e assemelhados, irá surpreendê-lo. Tenho certeza de que, como eu, você não sabia que a chamada "esquerda" abrigasse, em nosso país, tantas organizações.

A constituinte pela reforma política, objeto desse plebiscito, se conjuga com o projeto divulgado em outubro do ano passado pelo Movimento Eleições Limpas (www.eleicoeslimpas.com.br). Ou seja, o plebiscito servirá para dizer que foi aprovada "pelo povo" a proposta de uma Constituinte que vai promover a reforma política desejada pelo PT. Lembro que em texto anterior examinei a semelhança e as mínimas diferenças entre o que pretende o Movimento Eleições Limpas e o que recomendou ao partido o 3º Congresso Nacional do PT. Fechou-se o círculo das conveniências.

Reitero aqui a conclusão a que cheguei em julho passado: com esses apoiadores e tanta identidade de pontos de vista, eu não preciso saber mais para compreender a quem serve o projeto. E concluo: se ele convém a essa lista de apoiadores, não serve ao Brasil. Ademais, nunca houve no mundo uma constituinte - e ainda por cima exclusiva! - para mudar aspectos políticos de constituição em vigor. E o motivo é simples: alterações constitucionais parciais se fazem com emendas constitucionais. Constituintes são eventos magnos, que ocorrem em momentos de ruptura institucional. É um disparate promover algo desse vulto para pequenas mudanças normativas. Exceto se o objetivo for o que, neste caso, se pretende: promover um assembleísmo para fazer de conta que o povo está exigindo. Para tais grupos, ouvir o povo é ouvirem-se a si mesmos.

Ao fim e ao cabo, esse é verdadeiro espírito do plebiscito. Algo semelhante aconteceu outras vezes, ao longo da história, na legitimação revolucionária de regimes totalitários.


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Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.



Dois Decretos Ditatoriais


Dois decretos governamentais (8242 e 8243) podem afetar o regime democrático e a ação social das Instituições sem fins lucrativos, principalmente as católicas.

O primeiro cria inúmeras restrições às imunidades garantidas pela Constituição, matéria que é objeto de ação direta de inconstitucionalidade no STF (nº. 2028) de relatoria do Ministro Joaquim Barbosa e de repercussão geral da relatoria do Ministro Marco Aurélio, com resultado, até o momento, favorável às Instituições (4x0 – votos dos dois Ministros relatores e dos Ministros Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia). Se prevalecerem as ações (ADI e RE) o decreto perderá validade.

O segundo institui a Política Nacional de Participação Social – PNPS. Tal como descrita no Decreto 8243/14, tende a substituir o Congresso Nacional na representação popular, para “fortalecer e articular mecanismos e instâncias democráticas de diálogo” e em “atuação conjunta com a administração pública federal” da “sociedade civil” (art. 1º), criar Conselhos e Comissões de políticas públicas e sociais (artigos 10 e 11) eleitos pelo povo, objetivando auxiliar a Secretaria Geral da Presidência da República (artigo 9º) a “monitorar e implementar as políticas sociais” por eles definidas, com atuação junto às diversas instâncias governamentais.

Num curto artigo, é impossível descrever e analisar o nível de força que se pretende atribuir a instrumentos “populares”, na promoção com o governo, das políticas que desejarem, sem a participação dos legítimos representantes do povo, que são os senadores e deputados. Como os Conselhos e as Comissões serão eleitos pelo “povo”, mas a eleição não é obrigatória e o “povo” dificilmente terá condições de dedicar-se em tempo integral, deixando trabalho ou ocupações diversas, para estar presente nestas “eleições”, serão os “amigos do rei” os beneficiados pelas indicações, que lá estarão presentes, num verdadeiro aparelhamento do Executivo e redução do Congresso Nacional à sua expressão nenhuma.

Por pior que seja, o Legislativo é eleito pelo povo. Nele está contida 100% da representação popular (situação e oposição). No atual Executivo, nem 50% do povo brasileiro está representado, pois a atual presidente teve que ir ao 2º turno para ganhar as eleições. Em outras palavras, pretende o decreto que a autêntica representação popular de 130 milhões de brasileiros seja substituída por um punhado de pessoas,que passará a DEFINIR A POLÍTICA SOCIAL DE TODOS OS MINISTÉRIOS, INDICANDO AO EXECUTIVO COMO DEVE AGIR!

A linha da proposta é tornar o Congresso Nacional uma Casa de tertúlias acadêmicas, pois os Conselhos e Comissões eleitos pelo “povo” serão aqueles que dirigirão o país. Por exemplo, a Comissão encarregada da Comunicação Social poderá determinar que o Ministério correspondente imponha restrição de conteúdo à imprensa, a pretexto de que é esta a “vontade do povo”, que será “obrigado” a atender aos apelos populares. As políticas públicas e sociais não mais serão definidas pelo Poder Legislativo, mas, por este grupo limitado de cidadãos enquistados nestes organismos.

Estamos perante uma autêntica ressurreição, da forma mais insidiosa e sorrateira, do PNDH-3, que recebeu o repúdio nacional e, por isto, nunca foi aplicado. Às vezes, tenho a impressão, com todo o respeito que tenho pela figura da presidente da República, que ela tem recaídas “guerrilheiras”. Talvez, a “devoção cívica” que demonstrou nutrir pelo sangrento ditador Fidel Castro – tão nítida no retrato exibido por todos os jornais, de sua recente visita a Cuba – a tenha levado a conceber e editar esta larga estrada para um regime antidemocrático. É que o decreto suprime as funções constitucionais do Parlamento e pretende introduzir entre nós o estilo bolivariano das Constituições da Venezuela, Bolívia ou Equador. Nelas, o Executivo e o “povo” são os verdadeiros poderes, sendo –é o que está naquelas leis maiores— o Legislativo, Judiciário e Ministério Público, poderes acólitos, vicários, secundários e sem maior expressão.

Por ter densidade normativa própria, o referido decreto é diretamente inconstitucional, ferindo cláusula pétrea da Constituição, que é a autonomia e independência dos Poderes (artigos 2 e 60 § 4º, inciso III). spero que o Congresso Nacional repila o espúrio diploma, com base no artigo 49, inciso XI, da Carta Maior, zelando, como deve, por sua competência legislativa.



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Ives Gandra da Silva Martins é Advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra

Sobre o tal Manifesto do Clube Militar a indicar Marina como fio da esperança. Uma conclusão.

Por Ernesto Caruso

Prezados

Dias passados encaminhamos o questionamento a respeito da publicação em jornal de um pretenso manifesto escrito como pensamento do Clube Militar em favor da candidatura de Marina Silva (MS...).

Opiniões várias ecoaram pela internet compondo a resultante de cada pensador.

Quando li o texto de autoria do Gen do Bandeira transmitido pelo CM, não vi nitidamente esse apoio à candidata MS; o texto vai e volta, mas apresenta o fio de esperança - título chamativo e indutor - como se fosse a tábua de salvação não para si próprio, mas pra eles/outros, cansados dos petistas, embora sob nossa ótica, MS seja o outro lado de uma mesma carta.

No entanto, a matéria publicada no jornal dá uma interpretação de apoio à MS que obviamente gerou questionamentos a respeito. Os esclarecimentos surgiram de várias origens sem um posição oficial do Clube.

Acontecimento quiçá interessante, pois que, além de trazer à tona o Clube Militar como entidade importante no cenário político-histórico do país, representa no todo (para alguns) ou parte (outros) a família militar com expressivo público eleitor distribuído por todo o território nacional, com alguma capacidade de influenciar de forma escrita, verbal, em casa, na rua, no trabalho, pela internet, pela imprensa.

Pelo sim, pelo não, vejo que pode render algo positivo a publicação no jornal. Quem sabe a equipe do Aécio desperte como importante o estamento militar e enxergue o voto da família militar não tão certo e garantido como pressuposto.

Saudações

Ernesto Caruso






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Observação: Leiam abaixo o texto do manifesto, e tirem suas próprias conclusões.


UM FIO DE ESPERANÇA

Por Gen Clovis Purper Bandeira 

As surpresas que o destino nos reserva são assustadoras. Tudo corre num determinado sentido quando, de repente, um acontecimento totalmente inesperado muda nossa história, nossa vida.

O terrível acidente aéreo que, no meio de agosto (sempre agosto) ceifou a vida do Senador Eduardo Campos, candidato à Presidência da República, bem como as da tripulação e de assessores que o acompanhavam, mudou em duas semanas todo o panorama e as previsões para as eleições de outubro, em nível federal e estadual.

Subitamente elevada à condição de presidenciável, a até então candidata a Vice Presidente, Marina da Silva, foi talvez a pessoa diretamente mais atingida pelas consequências da tragédia.

Relembremos.

Tendo obtido 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, em 2010, Marina despontou como um fenômeno eleitoral, séria pretendente ao cargo nas próximas eleições.

Para conseguir ser apontada como candidata, procurou fundar um partido próprio, a Rede de Sustentabilidade, ou simplesmente Rede. No entanto, a burocracia – e os problemas reais ou criados pelos cartórios para o reconhecimento de centenas de milhares de firmas necessárias para a criação de um partido – terminaram por impedir que o mesmo viesse à luz no prazo legal para permitir o registro de seus candidatos.

Assim, sem uma sigla que a apresentasse, Marina teve que se contentar em aderir ao PSB, que já apontara Eduardo Campos como candidato a Presidente da República. Ela teve, então, que limitar-se à Vice Presidência.

A morte do cabeça da chapa do PSB a menos de dois meses das eleições determinou sua substituição por Marina, que imediatamente decolou nas pesquisas de intenção de votos.

Atualmente, já empata com Dilma Roussef no primeiro turno e vence folgadamente por dez pontos percentuais no segundo turno.

Na verdade, a nova candidata incorporou o desejo vago de mudanças que levou o povo às ruas em junho do ano passado. Que tipo de mudança, isso já é outro problema.

Não tendo ainda sido atacada pelos demais candidatos – pois sua candidatura não foi, inicialmente, percebida como grande ameaça – navega em mar calmo e vento muito favorável, enquanto o tempo, cada vez mais curto, corre a seu favor.

Sua figura messiânica, suas declarações vagas, suas promessas iniciais muito generosas, mas fora do alcance do cofre nacional, acenam com uma “nova política” misteriosa, mistura de propostas esquerdistas e ambientalistas, entre as quais maior participação direta, governar com pessoas e não com partidos, participação direta popular no governo, por meio de plebiscitos e consultas populares (cheiro de bolivarianismo), criação de conselhos do povo (cheiro dos sovietes petistas), orçamento participativo etc.

Cálculos preliminares orçam suas promessas – entre as quais 10% do orçamento para a saúde, outros 10% para a educação, aumento da bolsa esmola, do efetivo da Polícia Federal – em quase 100 bilhões de reais por ano, cuja origem não é esclarecida.

Seu calcanhar de Aquiles é o fraco apoio político, pois na verdade não tem o apoio firme de nenhum partido. Seus apoiadores são aqueles interessados em pegar carona em sua súbita popularidade, sem nenhum compromisso com a realidade política durante seu possível governo.

Mas uma excelente candidata não será, necessariamente, uma excelente Presidente.

No governo, terá que descer das nuvens “sonháticas” onde flutua e lutar na arena do dia a dia da Praça dos Três Poderes, enfrentando as feras insaciáveis que fazem as leis, sempre cobrando algum preço político por seu apoio.

Na verdade, os políticos temem o populismo de suas propostas e os desvios que promete adotar, para evitar o isolamento de seu governo pelos partidos, percebendo uma ameaça de autoritarismo na ideia de governar sem os mesmos. Será real isso ou será apenas uma ameaça para angariar apoios mais fortes dos partidos, que seriam enfraquecidos com um governo mais populista?

Dona de um discurso inatacável é a favor de tudo que é bom e contra tudo que é ruim. Como, aliás, todos os candidatos.

Ser uma incógnita camaleônica é uma vantagem, pois o que é conhecido da política e dos políticos é rejeitado pelos eleitores.

A esperança de algo novo e diferente, que rompa com a tradição negativa representada pelos atuais homens públicos, parece impulsionar a subida de Marina nas pesquisas eleitorais.

A desilusão popular procura o novo. As mudanças podem ser para melhor ou para pior, desde que interrompam a malfadada corruptocracia instalada no poder pelo lulopetismo.

Como está não pode continuar. Há expectativa de que novos rumos e novos governantes tragam melhores dias e maior esperança para os eleitores desiludidos.

É um fio de esperança, mas parece que as pessoas a ele se agarram com fé, apostando no futuro para esquecer o presente.


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Dilma: depoimento de Paulo Roberto Costa é 'especulação'


A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), participa de encontro com taxistas , em São Paulo
A presidente da República e candidata à reeleição, 
Dilma Rousseff (PT), participa de encontro com taxistas, 
em São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA.com)
Presidente disse esperar 'dados oficiais' para tomar as 'providências cabíveis'

A presidente-candidata Dilma Rousseff chamou de "especulação" as revelações de distribuição de propina a parlamentares e aliados do governo federal, detalhados com exclusividade na edição de VEJA deste fim de semana. Em ato de campanha em São Paulo, ela afirmou que "tomará as providências cabíveis" sobre o depoimento do ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que aceitou negociar os termos de um acordo de delação premiada com a Justiça.

"Acredito que precisamos ter dados oficiais dessa questão. A própria revista que anuncia este fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu gostarei de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e te asseguro que tomarei as providências cabíveis. Não com base em especulação. Eu quero as informações. Acho que elas são essenciais e são devidas ao governo, porque, caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas", disse Dilma.

Até o momento, Costa afirmou que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da Petrobras. Entre os nomes elencados por Costa estão os ex-governadores Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, Eduardo Campos, de Pernambuco, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Os nomes das autoridades com foro privilegiado já foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A equipe da campanha de Dilma à reeleição, assim como a de seus principais rivais, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), passaram a noite desta sexta-feira discutindo o impacto das denúncias de corrupção. Entre aliados de Dilma, a avaliação é a de que, por envolver aliados diretos do governo federal, parlamentares alinhados ao Palácio do Planalto e até um ministro de Estado, as revelações do ex-diretor da Petrobras causarão danos à campanha da presidente-candidata.

Durante encontro com mulheres na quadra do sindicato dos bancários, Dilma não fez nenhuma menção ao depoimento de Costa, mas deu sinais da linha de defesa que o governo deve adotar, por enquanto, para blindar a campanha petista. Ela citou o projeto de reforma política do PT como iniciativa para combater a corrupção. “Reforma política para que o Estado brasileiro seja mais transparente, para que não haja corrupção, não se desvie dinheiro público e se controle a forma como se faz eleição no Brasil”, disse.

A postura dos petistas aliados de Dilma seguiu a da presidente: esquivar-se de comentários e tratar as denúncias do ex-diretor da Petrobras como algo oficioso. “Ninguém pode ter opinião nem vai fazer conjectura sobre algo que não está formalizado. A presidente quer as informações e vai tomar a atitude de forte punição se tiver irregularidades nas informações oficiais”, disse o ex-ministro Alexandre Padilha (PT), candidato ao governo de São Paulo.

Choram Chico e Vinicius


Dizem que, na vida, a única certeza é a morte. Pois, agora, tenho outra certeza: a de que essa situação do Brasil atual não vai acabar bem. Sem querer ser arauto da desgraça, digo que estamos hoje em situação pior do que em 1964.

Já declarei aqui que na única vez em que votei no candidato de meu querer para presidente da República me dei mal. Jânio não batia bem da bola. Desde então, sempre votei no menos pior. Isso poderia ser evitado, não fosse o voto obrigatório, mesmo sendo nosso regime uma democracia.

Mas agora estou em dúvida desde a declaração do terrorista Zé Dirceu, que, do alto de sua condição de preso-solto, soltou um entendimento dúbio a respeito de sua colega de terror, dona Dilma. Disse que “Marina é o Lula de saias” e meteu o pau em Dilma, alegando que a terrorista o abandonou e que o deixou às feras. É preciso cuidado com tudo o que gente dessa espécie fala.

A terrorista fez o que nunca se fez, em termos de ajuda, para santificar todos eles. Até trocou ministros do falado egrégio Supremo para mudar veredito já prolatado e, por consequência, o destino de todos, interpretando as sentenças de acordo com suas conveniências. Chegaram até a tirar do bolso das cuecas os hoje famosos “embargos infringentes”.

CÃO CHUPANDO MANGA

Quando a aplicação da lei ou do direito passa a ser na marra, institucionalmente o país está como “cão chupando manga”. Esse tipo de recurso no STF demonstra desconhecimento do significado etimológico da palavra “supremo”. O leitor já viu loja de conveniência vender boi? Pois é. Supremo é aquilo que está acima de tudo, não existe um supremo acima de outro supremo. Sim, eu sei que existe essa competência no Regimento do STF, desde que a decisão não seja por unanimidade, mas não entendo assim. Devo ser burro.

Mas, afinal, a quem o Zé terrorista está querendo ajudar com essa declaração? Pra mim, a situação ficou mais difícil com a entrada da Marina coitada. É que voto sempre no menos pior.

Enquanto isso, às vésperas de assumir o estado de recessão da economia do país, a presidenta-candidata lança, em plena campanha eleitoral, um pacote de estímulos ao crédito por meio do Banco Central e do Ministério da Fazenda, que preveem afrouxamento dos controles para concessão de empréstimos e normas voltadas para o financiamento de veículos e imóveis, e solta no sistema bancário dinheiro do depósito compulsório dos bancos – R$ 45 bilhões.

ORIGINALIDADE

Essa medida é original porque, pela primeira vez, tentam apagar fogo com jatos de gasolina. A classe média está devendo até as cuecas, e ainda tem de aguentar uma desgraça dessas. Os sinais são de recessão para este fim de ano. Passadas as eleições, ninguém segura essa vaca, que vai com todo mundo pro brejo.


É por isso que me lembrei de Chico e Vinicius e passo a sentir também uma tristeza no peito por não ter como lutar. E eu, que não creio, peço a Deus por minha gente, gente humilde. Que vontade de chorar. (transcrito de O Tempo)

A exploração da Vala do Cemitério de Perus

Por Carlos Alberto Brilhante Ustra - Cel Ref EB

Compreendemos a dor dos familiares e a procura dos restos mortais de seus entes queridos.

Realmente, não deveria haver nenhum desaparecido mas, já que infelizmente isto aconteceu, essa procura e essa  dor não deveriam ser exploradas politicamente, como acontece com frequência em época de eleições ou datas importantes para as Forças Armadas.

Agora, novamente, está na pauta a Vala do Cemitério de Perus, volta e meia remexida, por militantes da luta armada.

Ontem, 04/09/14, Ivan Seixas, militante do MRT e da ALN, alçado à categoria de pesquisador da Comissão da Verdade, entrevistado na Globo News, reabriu o assunto, relembrando que foi no governo de  Erundina PT/SP - 1990,  que o assunto veio á tona.

Evidentemente, Ivan Seixas  omitiu o motivo pelo qual esta vala foi criada e nela colocados os restos mortais de mais de mil indigentes e alguns poucos militantes da luta armada. 

O Cemitério de Perus foi criado pelo prefeito Paulo Maluf, em 1971, para enterrar os corpos dos indigentes falecidos. Alguns terroristas, mortos durante a luta armada,  foram enterrados neste cemitério. O sepultamento era feito pelas autoridades estaduais. Não cabia ao Exército esta missão.

Em 1975, durante a gestão do prefeito Miguel Colasuonno, (28/08/73 a 16/08/75), talvez para desocupar vagas, foram exumadas mais de mil ossadas que foram colocadas em sacos plásticos e empilhadas no cemitério.

Em 1976 quando o prefeito era  Olavo Egídio Setúbal (17/08/75 a 11/07/79), o Serviço de Sepultamento da Prefeitura de São Paulo determinou que a Vala de Perus fosse aberta e nela despejadas as ossadas de 1049 indigentes, inclusive as de 6 a 8 terroristas.

Quando Mário Covas era prefeito da cidade de São Paulo, determinou que a abertura da Vala de Perus não fosse comentada. Covas foi membro do antigo MDB, depois PMDB, fora nomeado pelo governador Franco Montoro, portanto de oposição aos governos militares e, se não denunciou irregularidades na colocação das ossadas na Vala é porque elas não existiram. Ao contrário, endossou  a atitude do Serviço de Sepultamento da Prefeitura.

É impossível que, em 1990, a prefeita Luiza Erundina quando fez o estardalhaço sobre a Vala de Perus, com grande repercussão na mídia, acusando os militares de terem ocultado milhares de cadáveres de terroristas, não soubesse que as ossadas colocadas naquela vala, foram lá despejadas por ordem da Prefeitura de São Paulo.

Em depoimento, em dia 24/02/2014, à Comissão Nacional da Verdade, o ex-administrador do Cemitério de Perus, Antonio Pires Eustáquio, que esteve à frente do posto entre 1976 e 1992, relatou que, segundo funcionários que trabalharam no local no início dos anos 1970. Os corpos eram enterrados como indigentes em caixões simples de madeira e em covas rasas separadas. Alguns vinham com uma letra “T, vermelha. Eu descobri depois que ela se referia a terrorista. Essa declaração ficava em minha posse e, depois do sepultamento, ela era usada para efetuar o registro de óbito”.(...) “houve uma preocupação da administração funerária de São Paulo, na década de 1970, em dar fim aos restos mortais. A solução encontrada foi abrir uma vala comum na qual foram despejadas as ossadas de mais de 1500 pessoas.” Sendo entre seis e oito militantes de esquerda”(...), “após a Anistia Política, ele foi orientado, em uma reunião na capital paulista, a “não fazer alarde” e nem dar entrevistas sobre a vala comum. O pedido foi feito por membros da administração funerária em São Paulo durante a gestão de Mário Covas” - (1983-1985). “Na reunião, os meus superiores do serviço funerário lembraram que havia tido a anistia e que apareceriam muitos curiosos procurando por pessoas desaparecidas. E pediram que eu não mostrasse o livro (de óbitos). Era para ele (Mário Covas) estar presente, mas ele não foi – disse. (...)” O ex-administrador do Cemitério de Perus afirmou ainda que foi ameaçado de morte após a descoberta da vala e teve de se esconder no interior do estado de São Paulo, abandonando seus familiares.”

E agora, qual a versão que a Comissão Nacional da Verdade adotará, a da Erundina ou a do Administrador do Cemitério de Perus?


Exclusivo: Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras


Sergio Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros e Edison Lobão estão entre os citados nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras

Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada – e começou a falar.

No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo — na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção.

Entre eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado,  Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. Da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.

Paulo Roberto também esmiúça a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras – admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo.

Sobre o PT, ele afirmou que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, cujo nome já havia aparecido nas investigações como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef.

ExpoDilma: pode isso, Arnaldo?


Recebi de duas fontes distintas a mesma informação e prova: o PT transformou a Expointer no Rio Grande do Sul em evento partidário. As leis eleitorais proíbem isso claramente. Vejam os crachás que foram distribuídos para jornalistas da imprensa:

ExpoDilmaExpoDilma

Pode isso, Arnaldo? Não, não pode! Mas será que Dias Toffoli vai fazer algo a respeito? Onde está o TSE? Isso é campanha escancarada com verba pública. Jornalistas deveriam receber crachás isentos. Como pode ter IMPRENSA estampado ao lado do nome e do número da candidata do PT? Isso é um absurdo!

Falta mais vigilância e firmeza por parte de nossa oposição também. Por acaso, no mesmo evento, um grupo de pensadores (do qual faço parte, apesar de não ser gaúcho) resolveu entregar ao candidato tucano uma carta cobrando mais veemência no ataque ao aspecto político em jogo nessa eleição. Vejam a mensagem:

SENADOR AÉCIO NEVES

Somos um grupo de intelectuais, jornalistas e empreendedores do Rio Grande do Sul que, não possuindo em comum qualquer preferência partidária, mas valores democrático-constitucionais intransigíveis, apoia com veemência a sua candidatura em virtude de uma convicção fundamental e grave: entendemos que é absolutamente necessário interromper a ciclo de poder monolítico do Partido do Trabalhadores que, claramente, há mais de uma década, tem ameaçado – e nestes últimos anos do governo Dilma ameaça com maior clareza e profundidade – a sobrevivência da democracia representativa e constitucional brasileira.

A firmeza de nosso apoio resulta de que, crendo nos valores do liberalismo político, estamos convictos de que a próxima eleição presidencial será muito provavelmente a última oportunidade de interromper o crescente cerco petista à institucionalidade democrática de direito.

São esses os motivos, ilustre Senador, em virtude dos quais tomamos a liberdade de afirmar que as últimas pesquisas de intenção de voto têm demonstrado que, tratando-se a candidatura de Vossa Excelência de uma candidatura de oposição, representativa também de setores expressivos da sociedade para os quais valores políticos liberais e conservadores são inegociáveis, deveria, denunciar o governo Dilma, questionando-o propositiva e firmemente, sobre os elementos que concernem às  suas medidas mais do que suspeitas, quer quanto à política interna,  quer quanto às relações internacionais.

Consideramos que o debate eleitoral atual restringe-se quase exclusivamente aos aspectos da política econômica e da gestão pública, relegando-se o debate político e ideológico propriamente dito a um segundo e inaceitável segundo plano, porque é este o cerne de todo o drama civilizatório.

Neste sentido, também deve ser o discurso em relação à candidata Marina Silva.

POLÍTICA INTERNA

Quanto à política interna, basta mencionar o recente Decreto 8243 que, certamente redigido pelos ideólogos proto-totalitários que ora ocupam o Palácio do Planalto e enviado ao Congresso pela Presidente em 23 de maio de 2014, institui a Política Nacional de Participação Social. Sabe Vossa Excelência que o famigerado decreto submete a atividade de cada uma das instituições públicas do país ao monitoramento de conselhos populares, sob o controle da Secretaria Geral do Governo. Lembramos que a arquitetura jurídico-política deste ato inconstitucional foi identificada pela Revista Veja como um mecanismo de sovietização da política brasileira.

POLÍTICA EXTERNA

Quanto à política de relações internacionais, basta afirmar o fato estranho de que ela possui uma direção dual: de um lado o Ministro da Pasta e o Itamarati, de outro Marco Aurélio Garcia, conhecido comunista, assessor especial dos governos Lula e Dilma e, nesta condição, fundador e articulador do Foro de São Paulo, que reúne a elite do proto-comunismo venezuelano, boliviano, equatoriano e argentino.

Neste sentido, pelo respeito que temos pela história de Vossa Excelência e pela defesa dos princípios que, sabemos, nos são comuns, é que nos associamos a todos que esperam, da sua candidatura, que seja portadora da contundência política indispensável para apear do poder o projeto de controle petista do Estado brasileiro.



Porto Alegre, 5 de setembro de 2014.

Marina muda estratégia e decide reagir a ataques


A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, durante campanha em Porto Alegre
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, 
durante campanha em Porto Alegre (Ivan Pacheco/VEJA.com)
Em reunião na noite desta sexta-feira, a candidata do PSB se mostrou irritada com acusações sobre o pré-sal

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, decidiu mudar a estratégia e vai responder aos ataques feitos pelos adversários no programa eleitoral. Na quinta-feira, a  ex-senadora afirmou horário eleitoral que não usaria o pouco tempo do programa para rebater as acusações.

A decisão veio depois da intensificação das críticas ao programa da ex-senadora, segundo às quais o pré-sal, xodó da presidente Dilma, foi escanteado. O que mais irritou a candidata foi reportagem publicada pelo jornal O Dia nesta sexta-feira irritou a presidenciável. O texto afirmava que a candidata é favorável à divisão dos royalties do petróleo com Estados não-produtores, tema delicado para o Rio de Janeiro, um dos principais Estados produtores.

"Tudo o que está sendo dito no Rio de Janeiro nesse momento é uma onda de boatos e mentiras pelo medo que os nossos adversários têm dessa forma espontânea como a sociedade brasileira está fazendo de forma cívica e cidadã a nossa campanha", afirmou.

Nesta semana, a candidata foi alvo de um programa do PT que a comparava com os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello. A presidente Dilma Rousseff tem repetido em seus discursos que Marina é contra o pré-sal.


O assunto foi discutido em reunião de conselho político dos partidos da coligação Unidos pelo Brasil, encabeçada pelo PSB. O encontro, realizado na noite desta sexta-feira em São Paulo, durou cerca de três horas. Ao deixar o comitê, Marina foi ao estúdio para gravar o programa ao lado de seu vice, Beto Albuquerque. 

Lula: insolência sem limites




O ex-presidente só vai perceber que bravatas não revogam decisões judiciais quando tiver que ir visitar seus amigos na cadeia.