Recebi de duas fontes distintas a mesma informação e prova:
o PT transformou a Expointer no Rio Grande do Sul em evento partidário. As leis
eleitorais proíbem isso claramente. Vejam os crachás que foram distribuídos
para jornalistas da imprensa:
Pode isso, Arnaldo? Não, não pode! Mas será que Dias Toffoli
vai fazer algo a respeito? Onde está o TSE? Isso é campanha escancarada com
verba pública. Jornalistas deveriam receber crachás isentos. Como pode ter
IMPRENSA estampado ao lado do nome e do número da candidata do PT? Isso é um
absurdo!
Falta mais vigilância e firmeza por parte de nossa oposição
também. Por acaso, no mesmo evento, um grupo de pensadores (do qual faço parte,
apesar de não ser gaúcho) resolveu entregar ao candidato tucano uma carta
cobrando mais veemência no ataque ao aspecto político em jogo nessa eleição. Vejam
a mensagem:
SENADOR AÉCIO NEVES
Somos um grupo de intelectuais, jornalistas e empreendedores
do Rio Grande do Sul que, não possuindo em comum qualquer preferência
partidária, mas valores democrático-constitucionais intransigíveis, apoia com
veemência a sua candidatura em virtude de uma convicção fundamental e grave:
entendemos que é absolutamente necessário interromper a ciclo de poder
monolítico do Partido do Trabalhadores que, claramente, há mais de uma década,
tem ameaçado – e nestes últimos anos do governo Dilma ameaça com maior clareza
e profundidade – a sobrevivência da democracia representativa e constitucional
brasileira.
A firmeza de nosso apoio resulta de que, crendo nos valores
do liberalismo político, estamos convictos de que a próxima eleição
presidencial será muito provavelmente a última oportunidade de interromper o
crescente cerco petista à institucionalidade democrática de direito.
São esses os motivos, ilustre Senador, em virtude dos quais
tomamos a liberdade de afirmar que as últimas pesquisas de intenção de voto têm
demonstrado que, tratando-se a candidatura de Vossa Excelência de uma
candidatura de oposição, representativa também de setores expressivos da
sociedade para os quais valores políticos liberais e conservadores são
inegociáveis, deveria, denunciar o governo Dilma, questionando-o propositiva e
firmemente, sobre os elementos que concernem às
suas medidas mais do que suspeitas, quer quanto à política interna, quer quanto às relações internacionais.
Consideramos que o debate eleitoral atual restringe-se quase
exclusivamente aos aspectos da política econômica e da gestão pública,
relegando-se o debate político e ideológico propriamente dito a um segundo e
inaceitável segundo plano, porque é este o cerne de todo o drama civilizatório.
Neste sentido, também deve ser o discurso em relação à
candidata Marina Silva.
POLÍTICA INTERNA
Quanto à política interna, basta mencionar o recente Decreto
8243 que, certamente redigido pelos ideólogos proto-totalitários que ora ocupam
o Palácio do Planalto e enviado ao Congresso pela Presidente em 23 de maio de
2014, institui a Política Nacional de Participação Social. Sabe Vossa Excelência
que o famigerado decreto submete a atividade de cada uma das instituições
públicas do país ao monitoramento de conselhos populares, sob o controle da
Secretaria Geral do Governo. Lembramos que a arquitetura jurídico-política
deste ato inconstitucional foi identificada pela Revista Veja como um mecanismo
de sovietização da política brasileira.
POLÍTICA EXTERNA
Quanto à política de relações internacionais, basta afirmar
o fato estranho de que ela possui uma direção dual: de um lado o Ministro da
Pasta e o Itamarati, de outro Marco Aurélio Garcia, conhecido comunista,
assessor especial dos governos Lula e Dilma e, nesta condição, fundador e
articulador do Foro de São Paulo, que reúne a elite do proto-comunismo
venezuelano, boliviano, equatoriano e argentino.
Neste sentido, pelo respeito que temos pela história de
Vossa Excelência e pela defesa dos princípios que, sabemos, nos são comuns, é
que nos associamos a todos que esperam, da sua candidatura, que seja portadora
da contundência política indispensável para apear do poder o projeto de
controle petista do Estado brasileiro.
Porto Alegre, 5 de setembro de 2014.
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