A presidente da República e candidata à reeleição,
Dilma
Rousseff (PT), participa de encontro com taxistas,
em São Paulo (Ivan
Pacheco/VEJA.com)
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Presidente disse esperar 'dados oficiais' para tomar as
'providências cabíveis'
A presidente-candidata Dilma Rousseff chamou de
"especulação" as revelações de distribuição de propina a parlamentares
e aliados do governo federal, detalhados com exclusividade na edição de VEJA
deste fim de semana. Em ato de campanha em São Paulo, ela afirmou que
"tomará as providências cabíveis" sobre o depoimento do ex-diretor de
Refino e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que aceitou negociar os
termos de um acordo de delação premiada com a Justiça.
"Acredito que precisamos ter dados oficiais dessa
questão. A própria revista que anuncia este fato diz que o processo está
criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu
gostarei de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas
condições e te asseguro que tomarei as providências cabíveis. Não com base em
especulação. Eu quero as informações. Acho que elas são essenciais e são
devidas ao governo, porque, caso contrário, a gente não pode tomar medidas
efetivas", disse Dilma.
Até o momento, Costa afirmou que três governadores, seis
senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram
ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da Petrobras. Entre
os nomes elencados por Costa estão os ex-governadores Sérgio Cabral, do Rio de
Janeiro, Eduardo Campos, de Pernambuco, o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Os nomes das autoridades com foro
privilegiado já foram encaminhados ao procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, responsável por levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A equipe da campanha de Dilma à reeleição, assim como a de
seus principais rivais, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), passaram a
noite desta sexta-feira discutindo o impacto das denúncias de corrupção. Entre
aliados de Dilma, a avaliação é a de que, por envolver aliados diretos do
governo federal, parlamentares alinhados ao Palácio do Planalto e até um
ministro de Estado, as revelações do ex-diretor da Petrobras causarão danos à
campanha da presidente-candidata.
Durante encontro com mulheres na quadra do sindicato dos
bancários, Dilma não fez nenhuma menção ao depoimento de Costa, mas deu sinais
da linha de defesa que o governo deve adotar, por enquanto, para blindar a
campanha petista. Ela citou o projeto de reforma política do PT como iniciativa
para combater a corrupção. “Reforma política para que o Estado brasileiro seja
mais transparente, para que não haja corrupção, não se desvie dinheiro público
e se controle a forma como se faz eleição no Brasil”, disse.
A postura dos petistas aliados de Dilma seguiu a da
presidente: esquivar-se de comentários e tratar as denúncias do ex-diretor da
Petrobras como algo oficioso. “Ninguém pode ter opinião nem vai fazer
conjectura sobre algo que não está formalizado. A presidente quer as
informações e vai tomar a atitude de forte punição se tiver irregularidades nas
informações oficiais”, disse o ex-ministro Alexandre Padilha (PT), candidato ao
governo de São Paulo.
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