Dizem que, na vida, a única certeza é a morte. Pois, agora,
tenho outra certeza: a de que essa situação do Brasil atual não vai acabar bem.
Sem querer ser arauto da desgraça, digo que estamos hoje em situação pior do
que em 1964.
Já declarei aqui que na única vez em que votei no candidato
de meu querer para presidente da República me dei mal. Jânio não batia bem da
bola. Desde então, sempre votei no menos pior. Isso poderia ser evitado, não
fosse o voto obrigatório, mesmo sendo nosso regime uma democracia.
Mas agora estou em dúvida desde a declaração do terrorista
Zé Dirceu, que, do alto de sua condição de preso-solto, soltou um entendimento
dúbio a respeito de sua colega de terror, dona Dilma. Disse que “Marina é o
Lula de saias” e meteu o pau em Dilma, alegando que a terrorista o abandonou e
que o deixou às feras. É preciso cuidado com tudo o que gente dessa espécie
fala.
A terrorista fez o que nunca se fez, em termos de ajuda,
para santificar todos eles. Até trocou ministros do falado egrégio Supremo para
mudar veredito já prolatado e, por consequência, o destino de todos,
interpretando as sentenças de acordo com suas conveniências. Chegaram até a
tirar do bolso das cuecas os hoje famosos “embargos infringentes”.
CÃO CHUPANDO MANGA
Quando a aplicação da lei ou do direito passa a ser na
marra, institucionalmente o país está como “cão chupando manga”. Esse tipo de
recurso no STF demonstra desconhecimento do significado etimológico da palavra
“supremo”. O leitor já viu loja de conveniência vender boi? Pois é. Supremo é
aquilo que está acima de tudo, não existe um supremo acima de outro supremo.
Sim, eu sei que existe essa competência no Regimento do STF, desde que a
decisão não seja por unanimidade, mas não entendo assim. Devo ser burro.
Mas, afinal, a quem o Zé terrorista está querendo ajudar com
essa declaração? Pra mim, a situação ficou mais difícil com a entrada da Marina
coitada. É que voto sempre no menos pior.
Enquanto isso, às vésperas de assumir o estado de recessão
da economia do país, a presidenta-candidata lança, em plena campanha eleitoral,
um pacote de estímulos ao crédito por meio do Banco Central e do Ministério da
Fazenda, que preveem afrouxamento dos controles para concessão de empréstimos e
normas voltadas para o financiamento de veículos e imóveis, e solta no sistema
bancário dinheiro do depósito compulsório dos bancos – R$ 45 bilhões.
ORIGINALIDADE
Essa medida é original porque, pela primeira vez, tentam
apagar fogo com jatos de gasolina. A classe média está devendo até as cuecas, e
ainda tem de aguentar uma desgraça dessas. Os sinais são de recessão para este
fim de ano. Passadas as eleições, ninguém segura essa vaca, que vai com todo
mundo pro brejo.
É por isso que me lembrei de Chico e Vinicius e passo a
sentir também uma tristeza no peito por não ter como lutar. E eu, que não
creio, peço a Deus por minha gente, gente humilde. Que vontade de chorar.
(transcrito de O Tempo)
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