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domingo, 12 de julho de 2015
Laudato Si’: Regozijo na esquerda, perplexidade e crítica entre os que querem o bem dos pobres
Por Luis Dufaur
Francisco I em Sarajevo onde um imprevisto
quebrou sua
férula
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Passados poucos dias da publicação da muito aguardada
encíclica sobre o meio ambienteLaudato Si’ do Papa Francisco I, a
expectativa vem deixando o lugar ao desinteresse, à decepção e, com inusitada
força, à crítica pela imersão em matérias que não corresponde à Igreja se
pronunciar.
Sem dúvida, os assessores do Papa Francisco se esforçaram para manipular
realidades materiais, científicas e econômicas para encaixa-las num cenário
passível de um juízo moral ou religioso.
Porém, o recurso foi mal sucedido e a Laudato Si’ parece ser
ter virado contra a intenção original. O resultado tem sido uma crítica nutrida
por parte de fontes católicas que desaprovam a distorcida intromissão na seara
científica e econômica.
Do lado do ambientalismo radical e da teologia da libertação não faltaram carregados
elogios ideológicos que duraram poucos dias.
Do lado católico, especialmente daqueles profundamente interessados pelo bem
dos homens e especialmente dos pobres, vieram notáveis contravapores.
Fazemos votos para que elas ajudem a corrigir o tom verde-vermelho que assumiu
a malograda redação final da Laudato Si’.
Nessa perspectiva reproduzimos a continuação uma dessas críticas formulada pelo
jornalista Miguel Angel Belloso, diretor da revista ‘Actualidad
Económica’ de Madri, vice-presidente do Observatório do Banco Central
Europeu, membro da Fundação de Estudos Financeiros e do Conselho Econômico e
Social da Comunidade de Madri.
Um Papa pessimista e injusto
Sempre considerei a fé como
um motor de esperança e de alegria. Professei também uma grande admiração pelos
papas João Paulo II e Bento XVI.
Nenhum deles deixou de assinalar os grandes desafios que a humanidade enfrenta,
mas ambos mostraram uma grande confiança no indivíduo e contemplavam o mundo
com o otimismo próprio do crente.
Em muito pouco tempo, o Papa Francisco impulsionou uma revolução na Igreja.
A sua nova encíclica, "Laudato si", a sua carta pastoral
"Evangelii gaudium", assim como as suas frequentes
intervenções nos foros públicos refletem um pessimismo ontológico perturbador.
Segundo Francisco, o mundo está a desmoronar-se à nossa volta sem que façamos
qualquer coisa para o evitar. Os pobres são cada vez mais pobres. As
desigualdades são maiores do que nunca e os bens necessários para sustentar a
vida humana são cada vez mais inacessíveis.
Mas estas ideias, lançadas sem o acompanhamento de um único dado, como
se fossem um dogma de fé, não resistem à mais pequena análise empírica e estão
completamente erradas.
Se já é duvidoso do ponto de vista científico que estejamos em presença
de uma mudança climática originada pelo homem, e não por circunstâncias
relacionadas com a natureza do planeta, é falso que o crescimento econômico
aumente a degradação do meio ambiente.
Num editorial publicado no Catholic Herald Philip
Booth escreve:
"Como é habitual, as análises de Francisco sobre o estado
econômico do mundo são tremendamente pessimistas.
“É correto dizer-se que a poluição origina mortes prematuras e muitos
argumentam que as mudanças climáticas estão por trás dos efeitos nocivos.
“Mas, por outro lado, o cenário subjacente é umincremento colossal da
esperança de vida e da saúde como consequência do desenvolvimento
econômico. E em muitas zonas do mundo, o ambiente está a melhorar
espetacularmente."
Francisco I recebe ao líder do MST, João Pedro Stédile
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Assim é: se se quiser abordar com honestidade o
problema, este não reside nos países ricos mas naqueles onde não funciona a
economia de mercado ou não existe liberdade nem democracia.
A China, por exemplo, é dos mais contaminantes.
Durante a maior parte do século XX, os Estados comunistas foram os que
tiveram mais poluição e um ambiente mais degradado, enquanto os capitalistas
limpavam a atmosfera de elementos tóxicos.
Há solução para os problemas do meio ambiente mas esta não se encontra na
ecologia, que com o pretexto de tornar-nos a vida mais agradável apoia o
intervencionismo político e quer travar o progresso técnico e o desenvolvimento
econômico.
A solução depende de que cada vez maiores partes do mundo se incorporem no
mercado e se orientem para ele.
Um estudo recente do Banco Mundial indica que o número de
pessoas que vivem com menos de 1,25 dólares por dia – o limiar da
pobreza – diminuiu em mais de 30% desde 1981, e um relatório da
Universidade de Oxford, que corrobora outro similar da ONU – pouco suspeita de
ser capitalista –, confirma esta descida dramática e augura que a
pobreza será completamente erradicada nos países em desenvolvimento nos
próximos 20 anos se os progressos se mantiverem ao ritmo atual.
A Associação Americana para o Avanço da Ciência também assinala que a
esperança de vida aumentou sustentadamente desde há 200 anos, devido à
diminuição das doenças cardiovasculares nos países ricos e à menor mortalidade
infantil nos pobres.
Se fizermos comparações estatísticas entre os países mais orientados para o
mercado e os menos, comprovaremos que são os primeiros os que providenciam
melhores condições aos desfavorecidos.
O que melhora os níveis de vida é a industrialização e o livre comércio e não
as economias dirigidas ou autossuficientes.
E são também aqueles que impulsionam as migrações das zonas rurais para as
cidades, que não são os lugares sujos e desagradáveis que Charles Dickens
descrevia, mas antes uma oportunidade para ganhar um salário mais alto e viver
confortavelmente.
Nos países emergentes, mil milhões de pessoas entrarão na incipiente classe
média nas próximas duas décadas, de modo que a desigualdade global também está
a diminuir.
Apesar de os meios de comunicação sugerirem o contrário, o número de
conflitos civis e de guerras está no ponto mais baixo da história, segundo a
ONU.
Estes são os dados, mas é como se a verdade fosse uma inconveniência
para Francisco e para o conjunto da esquerda.
Francisco I e o ditador comunista cubano Raúl Castro
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Francisco é um Papa decididamente político, um socialista
convencido de que se a humanidade exibe resultados tão desastrosos é
porque os seus dirigentes renunciaram ao seu papel executivo, que bem orientado
daria lugar a um mundo melhor do que o governado pela força espontânea dos
indivíduos atuando livremente no mercado.
Muitas das opiniões da sua última encíclica são inaceitáveis, inapropriadas
ou infundadas.
Engana-se quando diz que a salvação dos bancos foi feita à custa da população,
pois a falência foi evitada para garantir as poupanças dos mais necessitados.
A imaginária submissão da política aos poderes financeiros, às multinacionais
ou à tecnocracia destila um aroma a um esquerdismo antiquado que
não resiste a um único assalto: mesmo nos países mais livres e democráticos, o
peso do Estado e a intervenção dos políticos na vida econômica são tão perniciosos
como dispensáveis.
Francisco chega a ser ofensivo ao assegurar que a propriedade
privada não pode estar acima do bem comum, quando é precisamente ela que o
origina.
Só o que se considera próprio estimula o cuidado e a atenção das pessoas para o
preservar e enriquecer, quer seja uma quinta ou uma reserva de elefantes,
enquanto o público, como mostra a experiência, é habitualmente pasto da
negligência e do saque dos que, não se sentindo envolvidos, o maltratam e
exploram por o considerarem alheio.
Nesta desastrosa encíclica, Francisco segue a narrativa
segundo a qual o chamado neoliberalismo despojou o mundo das suas naturais
abundância e bondade.
A partir desta concepção nostálgica e pessimista incita os governos à ação para
reverter as perdas materiais das últimas décadas.
Mas nem estas foram tão grandes nem a ação do governo é o meio mais conveniente
para procurar o bem comum.
Os católicos tiveram muito azar com este Papa.
Converteu-se num poderoso aliado das teses errôneas da esquerda que
nunca proporcionaram o bem-estar geral e sustenta umas posições infelizes que
casam muito mal com o seu papel de líder religioso mundial.
(Fonte: Diario
de Notícias, Lisboa, 26 junho 2015).
P.S.: no dia 8 de julho (2015) o presidente da Bolívia Evo Morales
presenteou o Papa Francisco com um crucifixo entalhado sobre o símbolo
anticristão da foice e o martelo, informou a imprensa
internacional.
O símbolo comunista presidiu perseguições que fizeram centenas de milhares de
mártires no mundo, e mais de cem milhões de assassinatos no século XX, conforme
dados do Livro
Negro do Comunismo. Ver também: O
maior crime da História
“Tal vez, tem razão quando falam de ‘opio do povo’ porque nós desencarnamos
nossa fé”, escreveu esse teólogo libertário segundo Infovaticana.
A deficiente gravação do som permitiu encontradas interpretações das palavras
do pontífice nesse momento.
O Pe. Lombardi S.J., porta voz da Sala Stampa da Santa Sé e membro da comitiva
vaticana esclareceu que “o papa não teve nenhuma reação particular a isso e nem
me disse de manifestar reação particular diante disso”, noticiou a CNN
em espanhol.
O Pontífice recebeu sorridente o presente e o levou consigo.
Por sua vez, o líder do MST, João Pedro Stédile, declarou à Folha:
“Os capitalistas têm lá o G7, o Obama, a Angela Merkel. Os trabalhadores têm
quem? Chávez morreu, Fidel está doente. O Francisco tem assumido esse papel de
liderança, graças a Deus. Ele tem acertado todas”.
Bergoglio, o dito papa Francisco, não me representa! Ou: O sangue de Cristo e de 150 milhões de vítimas do comunismo
O Cardeal argentino Jorge Bergoglio recebe de Morales
o
símbolo do comunismo com o Cristo: sujando as mãos
com o sangue de 150 milhões
de crucificados
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Sou católico, mas o papa Francisco não me representa. Sei
que, em certa medida, a afirmação soa absurda, mas vou fazer o quê? Eu poderia fazer
uma graça e dizer que, existindo, como existe, um papa emérito, Bento XVI,
tenho a chance de escolher. Mas, evidentemente, isso não contenta. O chefe da
Igreja Católica, infelizmente, é o argentino Jorge Bergoglio. Quem recorrer ao
arquivo poderá constatar que ele nunca me encantou.
Evo Morales, o protoditador da Bolívia, presenteou o sumo
pontífice com uma monstruosidade herética: a foice e o martelo do comunismo,
onde estava o Deus crucificado. Bergoglio fez um muxoxo protocolar, mas sujou
as mãos no sangue de 150 milhões de pessoas. Ao fazê-lo, (re)rencruou as chagas
de Cristo e se alinhou, lamento ter de dizer isto, com aqueles que O
crucificaram.
“Ah, o papa não tem nada com isso! Não tinha como saber o
que faria aquele picareta!” Ah, não cola! A Igreja Católica de Roma está banida
da China, por exemplo. Ficou na clandestinidade na União Soviética e nos países
da Cortina de Ferro. Inexiste na Coreia do Norte e enfrenta sérias dificuldades
em Cuba. Um
delinquente político e intelectual como Morales não pode ofender moralmente
mais de um bilhão de católicos com aquela expressão demoníaca. O papa que
recusasse a ofensa. Mas ele não recusou. E foi além.
É de embrulhar o estômago. Em primeiro lugar, esse papa, com
formação teológica de cura de aldeia, não tem competência teórica e vivência
prática para cuidar desse assunto. Em segundo lugar, os movimentos que hoje
lutam pela preservação do planeta são exclusivos de regimes democráticos, onde
vige o capitalismo. Ou este senhor poderia fazer essa pregação na China, por
exemplo, onde o capitalismo de estado é gerido pelo Partido Comunista?
Pior: o papa está numa jornada que inclui o Equador e a
Bolívia, duas protoditaduras que, na pegada da Venezuela, instrumentalizam o
discurso anticapitalista para dar força a milícias que violam direitos
individuais e que não reconhecem a propriedade privada como motor do
desenvolvimento.
Evocando um igualitarismo pedestre, disse Sua, não mais
minha, Santidade: “A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho
humano é dever moral. Para os cristãos, um mandamento. Trata-se de devolver aos
pobres o que lhes pertence”. A fala agride a lógica por princípio. Se o tal
“que” pertencesse aos pobres, pobres não seriam. A fala repercute a noção
essencialmente criminosa de que toda a propriedade é um roubo. Como esquecer
que essa concepção de mundo de que fala o papa já governou quase a metade do
mundo e produziu atraso, miséria e morte?
Eu já tinha tido cá alguns engulhos quando, recentemente, o
cardeal argentino resolveu se meter a falar sobre a preservação da natureza,
com uma linguagem e uma abordagem que lembravam o movimento hippie da década de
60. Ele voltou ao ponto: “Não se pode permitir que certos interesses — globais,
mas não universais — submetam Estados e organismos internacionais e continuem
destruindo a Criação”.
Como? O homem destruindo a Criação? O catolicismo de
Francisco, na hipótese benevolente, se esgota numa leitura pobre do Gênesis. Na
não benevolente, é apenas uma expressão do trogloditismo de patetas
terceiro-mundistas como Rafael Correa, Evo Morales, Nicolás Maduro e Cristina
Kirchner.
O próximo papa, por favor!
O governo Dilma é um cadáver insepulto
Por Veja.com
A presidente Dilma Rousseff tenta manter a falsa ilusão de
'gerentona' inabalável mas, de acordo com o historiador Marco Antonio Villa,
"a renúncia é uma das cartas de triunfo" da presidente. Na conversa
com o colunista de VEJA Augusto Nunes, Villa pontua o governo só se mantém no
poder graças a partidos inexpressivos.
Assessoria da CNBB defende os réus da Lava Jato e Petrolão
Por Percival Puggina
Após quase um ano de abençoado silêncio, rompendo
longa tradição de frequentes edições trimestrais ou quadrimestrais, a
assessoria da CNBB emitiu nova Análise de Conjuntura. Eu estava convencido de
que a cúpula da entidade houvesse apontado a porta da rua à equipe, após a
produção do texto relativo a agosto de 2014. Naquele documento, em incisiva
defesa da candidatura presidencial governista, os redatores se enredaram em
previsões sobre a realidade nacional que conseguiram ser tão falsas e enganosas
quanto as da candidata petista. Para os assessores da Conferência, naqueles
dias, a única coisa que fazia mal ao Brasil era o sombrio discurso da oposição
e as previsões de um certo ente maligno, filho do demônio com a Madame Mim, que
atende pelo nome de mercado.
Pois eis que as análises de conjuntura renascem das
lixeiras. Foram, ao menos recicladas? Não. Vêm no mesmo tom de sempre,
classificando como retrógrado tudo que significa progresso e de progressista
todo retrocesso. Num ponto discordam do governo, mas não das posições
históricas do petismo: colocam-se contra a responsabilidade fiscal e as medidas
tomadas para reduzir o gasto do Estado. Querem jantar num Brasil à grega!
Afirmam haver no país um ambiente hostil aos direitos
humanos. Esquecem, como tantos falsos defensores desses direitos, que os
direitos humanos fundamentais - vida, liberdade e propriedade - são os mais
furiosamente atacados por aqueles a quem defendem, homicidas, estupradores,
sequestradores e assaltantes, de todo tipo e idade, de cujas vítimas não se
ocupam. Sustentam que o desemprego cresce por conta de uma perversidade
inerente à natureza do empreendedorismo e do capital privados, e não pelo
desastre econômico e fiscal em que o governo, irresponsavelmente, lançou o
país.
Acima e além de tudo isso, o que mais impressiona no texto,
elaborado para iluminar o discernimento dos senhores bispos, é a contradição
entre uma breve condenação à corrupção, com louvores ao jornalismo
investigativo e o que vem depois: obcecada defesa dos réus e investigados nos processos
do petrolão e da operação Lava Jato. Nisso, superam o próprio PT! Condenam o
que chamam "politização do judiciário" e criticam a "condenação
midiática". Falam em agressão aos princípios da "presunção de
inocência" e do "devido processo legal". Renegam o instituto da
delação premiada (objeto de "pressão sobre acusados") e falam em
"rito sumário de condenação".
Proclamam estar em curso uma ruptura de princípios jurídicos
fundamentais. Só faltou dizerem que o juiz Sérgio Moro é que deveria estar preso.
E arrematam: "Tais práticas, realizadas com os holofotes da grande mídia
brasileira, transformam réus confessos em heróis". Inacreditável, leitor?
Está tudo aqui.
Quem são os autores dessa extraordinária peça? São quatro
padres e quatro leigos. Dos primeiros nada sei exceto aquilo que assinaram.
Dois dos leigos são membros da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, e
quem é do ramo sabe, portanto, em que time jogam. Dos outros dois, um foi braço
direito de Gilberto Carvalho na Secretaria de Articulação Social da Presidência
da República e o outro foi candidato a deputado federal pelo PT do Distrito
Federal em 2010. Assim está e permanece a CNBB, com concordância de muitos, leniência
de outros tantos e discordância de poucos senhores bispos, tomada por dentro e
por fora, para tristeza e constrangimento do mundo católico brasileiro.
_________________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense
de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site
www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no
país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e
Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
O vídeo comprova que Jaques Wagner descobriu a cura da insônia: Tome Dilma
Por Augusto Nunes - VEJA
Quando fala de improviso, Dilma Rousseff é uma piada
involuntária. Quando lê o discurso, é um sonífero mais poderoso que um prato de
Rivotril. A prova está no vídeo da BandNews que mostra o que aconteceu durante
o palavrório da presidente numa reunião
da VII Cúpula do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), realizada
nos dias 8 e 9 de julho em Ufá, na Rússia.
Enquanto Dilma capricha no microfone, a turma atrás da
oradora luta contra o sono. Com a bravura exigida de quem comanda os chefes das
Forças Armadas, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, tenta subjugar as
pálpebras sublevadas ─ que, feito cortina de teatro mambembe, sobem e descem
lentamente. Depois de meio segundo acima da pupila, encobrem os olhos de vez.
A seita lulopetista agora já sabe como dormir mesmo sob
tempestades de notícias desesperadoras: Contra insônia, veja e ouça a
presidente lendo um discurso. Mas tome Dilma com moderação. Uma dose excessiva
leva ao estado de coma.
Réquiem para o mandato de Dilma
Por Lucas Berlanza - Instituto Liberal
Anote em sua agenda: 14 de julho. Nesse dia, Ricardo Pessoa,
da UTC, prestará seu depoimento bombástico acerca das verbas irregulares
fornecidas a políticos, especialmente uma vultosa soma empregada na campanha
eleitoral petista que reelegeu Dilma Rousseff. O TSE já investiga essas
irregularidades denunciadas, que podem levar à cassação da chapa triunfante em
2014. 21 de julho. Terá acabado o prazo para a presidente apresentar sua defesa
junto ao Tribunal de Contas da União, justificando o injustificável descumprimento
da Lei de Responsabilidade Fiscal – e um descumprimento BILIONÁRIO. A tendência
parece ser desfavorável à petista, que ainda tem, como sintetiza a IstoÉ em
excelente matéria, uma ação de investigação judicial contra ela em curso no
mesmo TSE por abuso da máquina do governo em benefício próprio nas eleições e
uma representação na Procuradoria Geral da República pelo crime de extorsão
(também com base nas palavras de Ricardo Pessoa, dando conta de que pagou
propina à campanha presidencial sob ameaça de ter obras canceladas).
É quase um self-service. Quem quer que o governo caia tem
inúmeras opções à disposição – todas elas legais, plenamente respaldadas em
bases constitucionais, sem precisar de nenhum “tanque nas ruas” ou bombardeio
ao Palácio do Planalto. Basta escolher, trilhando o caminho que se demonstrar
politicamente, tecnicamente e circunstancialmente mais viável. Esse amontoado
de recursos se aglutina em um momento em que Dilma não consegue ter dois dígitos de
aprovação no país, a crise econômica se acentua e, em suas aparições públicas,
a “mandatária” vomita asneiras atrás de asneiras, chegando a despertar pena
por, possivelmente, estar manifestando sintomas de demência. Isso tudo é apenas
a mais cristalina realidade de um regime que apodrece às escâncaras. No
entanto, a gestão moribunda ainda tenta, em demonstrações de franco desespero,
se agarrar a delírios de força. José Serra, na convenção nacional do PSDB,
comentou que, comparado ao governo atual, o de João Goulart, deposto em 1964, tinha
uma “solidez granítica”. Segundo Dilma, no entanto, tudo está sob absoluto
controle.
O vice-presidente, o peemedebista Michel Temer, já havia
afirmado, na mesma semana, que “não temos crise política”. Indicado há algum
tempo como articulador da presidência, ele, entretanto, seria beneficiado com o
cargo de Dilma em caso de impeachment. Isso, pelo visto, não é suficiente para
que deixe de dizer besteiras. Da própria Dilma, naturalmente, nós esperaríamos
uma tentativa de “pôr panos quentes” no buraco que se abre sob seus pés. Não
apenas ela fracassa, como usa recursos simplesmente tão patéticos quanto seu
próprio governo para tentar proteger sua posição. Em entrevista à Folha de São
Paulo, ela declarou, com convicção, que não cairá. “Eu não vou cair. Eu não
vou, eu não vou.” A repetição é bastante sugestiva: Dilma está tentando
convencer, primeiramente, a si mesma, da veracidade das palavras que externa.
“Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a
cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E VENHA TENTAR, VENHA TENTAR
(destaque meu). Se tem uma coisa que eu não tenho medo, é disso. Não conte que
eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.”
Após o desafio a que tentem derrubá-la, como se um grande
golpe macabro estivesse sendo tramado nas sombras por inimigos invisíveis para
injustiçá-la, Dilma deprecia o recurso da delação premiada mais uma vez –
aquele mesmo cuja formatação atual ela mesma sancionou em seu governo anterior
-, fazendo nova referência ao seu período como guerrilheira detida pelo regime
militar. Como não cansaremos de sustentar, o que a “companheira Estela” fez
naquele período não é e nunca foi um motivo de orgulho. Fazer parte da
militância armada do marxismo-leninismo é “apenas” uma das maiores manchas em
sua trajetória de infelicidades sem fim. A quem Dilma quer desafiar? Diz ela
que tudo isso vem de uma “oposição um tanto quanto golpista” (sic). Isso está
rigorosamente longe da verdade. Acaso ela quer desafiar a maioria absoluta do
país que despreza seu governo carcomido? Quer desafiar os poderes da República?
Quer desafiar as investigações do TSE, da Lava Jato, do juiz Sergio Moro?
Caminhando trêmula e abobalhada, carregando nas costas um verdadeiro cadáver
vivo, Dilma parece brincar de Carnaval, e faz de seu réquiem uma marchinha –
mais especificamente, aquela que diz: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.
Os compositores Paquito e Romeu Gentil, porém, imaginavam que sua divertida
obra animaria a folia do povo carioca, e não seria usada, no artigo deste pobre
diabo, como representativa de teimosia tão fúnebre.
Bravatas. Socialistas e populistas acuados, aspirantes a
tiranetes e incompetentes crônicos, tentam ostentar bravura e se exibir, cheios
de si, quando sentem que os golpes – golpes, sim, bem dados, e democráticos –
lhes são desferidos pela gente civilizada. Dilma sabe que a areia da ampulheta
está caindo e, se isso não for o fim dos problemas que os brasileiros ainda
terão que enfrentar pela frente, será, inegavelmente, virar a página de um
ciclo vergonhoso. Apenas aguardamos.
Aguardamos também outro bravateiro, o criador de Rousseff, o
“Brahma”, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprir suas ameaças. Em publicação no
Twitter do Instituto Lula, ele, que já se demonstrou “chegado” a um belicismo
quando ameaçou colocar o “exército de Stédile nas ruas”, ostentou novos
devaneios de grandeza: “não vou me matar, não vou sair do país, eu vou para a
rua. Se quiserem me derrubar, vão ter que me derrubar na rua”. Pode vir, Lula.
Venha para a rua! O Brasil decente não tem medo de você. Em 16 de agosto,
depois das datas que apontamos ao começo, os movimentos populares marcaram nova
manifestação por todo o país. Esse Brasil decente está convocado. Se Lula for
às ruas com sua patrulha dos trinta e cinco reais, ou algumas dezenas de
baderneiros do MST, é fato: vamos engolí-lo novamente.
Fonte: A Verdade Sufocada