Páginas

sexta-feira, 31 de julho de 2015

A Operação Lava Jato vai ficar



'A passagem do tempo piora a situação dos acusados na Operação Lava Jato', analisa o colunista de VEJA José Roberto Guzzo. 'A situação de Marcelo Odebrecht, por exemplo, já é pior do que há 20 dias', conclui. Assista ao 'Aqui Entre Nós', com Augusto Nunes.

Intervenção Instituinte do Povo é a solução: Impeachment é farsa

Por Sérgio Alves de Oliveira
 
Na esteira de turbulência das manifestações contra o Governo Dilma Rousseff, onde  aparece num primeiro plano  o pedido de  impeachment presidencial, por prática de  crimes de responsabilidade, programa-se agora uma MEGAMOBILIZAÇÃO  para  o próximo dia 16 de agosto.

Certamente por trás de todas essas manifestações escondem-se grupos sedentos de poder, cujo principal objetivo é tomar o lugar do atual Governo, derrubando-o  pelo recurso constitucional do impeachment. Com essa simples fórmula, a estrutura de poder manter-se-ia intacta.

Nada mudaria.  As “milhares” de cabeças que teriam que rolar junto com a Presidente, ficariam no mesmo lugar, com alterações pontuais, aqui e ali, conforme desejos dos novos governantes.Nessas sutis manobras políticas, o povo ingênuo é usado como ferramenta ,massa de  pressão e manobra.

Mas seria suficiente o uso do expediente do impeachment para buscar as correções de rumo que o Brasil precisa na política e na administração pública? A experiência que nos traz o passado responde negativamente.

Aquele “ladrão de galinhas” que foi alvo de impeachment em 1992 retornou à política e fez um “Pós-Doutorado “em corrupção, sob a batuta dos atuais mestres acampados no governo. O “cursinho” rendeu. E muito. Os jornais mostraram.

Sem dúvida “seria” suficiente. Mas somente na hipótese de que as irregularidades governamentais se resumissem  na pessoa do Presidente da República, não afetando TODA A ADMINISTRAÇÃO, e também os outros DOIS PODERES (Legislativo e Judiciário). Mas pelo que se observou até agora com os diversos processos tramitando na Justiça, a corrupção é generalizada. Os Três Poderes do Estado Brasileiro  agiram em cumplicidade. Não escapa ninguém. ”Contaminaram” e foram  contaminados, reciprocamente. 

Apodreceram, em resumo. Nunca se teria chegado aos extremos de corrupção que já foram detectados sem a participação em conluio dos Três Poderes, por ação ou omissão, cujos responsáveis necessariamente terão que responder no futuro que possivelmente se aproxima perante uma “Corte Marcial” ou uma Justiça de verdade, ”descontaminada”.

Uma das tradições que sempre estiveram presentes na história do Brasil é a política do FAZ-DE-CONTA. Ela aparece nítida ao analisarmos a gravidade dos fatos ilícitos cometidos na esfera pública do País frente aos mecanismos legais de controle e punição,”fabricados” pelas mesmas pessoas que hoje deveriam estar no banco dos réus nos crimes contra a Administração Pública.

Por mais grave que seja a infração, difícil é “pegar” o infrator.
No caso desses corruptos que assaltaram os cofres públicos em cifras bilionárias, a melhor justiça seria o “paredón” . Mas essa punição não está nas leis que os políticos fizeram.

Os eventuais “desvios” do Presidente da República, por exemplo,nos casos que a Constituição prevê, devem ser objeto de apreciação por “crime de responsabilidade”, para, se julgado procedente, pelo Poder Legislativo, seguir na forma  de  processo de impeachment (impedimento).

E quando os “desvios” criam raízes em todo o Governo e nos demais Poderes? Como fica a situação? Ora, é sabido que os efeitos do “impedimento”  presidencial não se estendem a todo o Governo, nem aos demais Poderes.

No caso ora examinado, o impeachment  presidencial equivaleria  a punir o chefe de uma quadrilha, com seu afastamento, e ao mesmo tempo deixar de punir os demais integrantes da mesma organização criminosa pelos crimes cometidos em parceria. Trocando em miúdos: o impeachment se restringiria à Presidente da República, que não levaria ninguém  de “arrasto”.

Esse expediente seria o suficiente para fazer uma limpeza na Administração Pública Federal e nos outros Dois Poderes?

Tudo isso significa dizer que o impeachment é mais um resultado da política “faz-de-conta”. Só mesmo um interessado nessa alternativa ou um trouxa que se deixa pegar por essa armadilha da mídia poderia apoiar essa medida.

Na verdade, a legislação não dá a ferramenta mais adequada que o povo precisaria para superar essa crise gigantesca. Mas também não pode ser esquecido que foram justamente os seus “inimigos”, os políticos, que construíram essas mesmas ferramentas legais.

Na questão do impeachment, por exemplo, o povo está na mesma posição que uma boiada que está caminhando no corredor da morte rumo ao abate, empurrado pelos interessados e pela Grande Mídia, sem qualquer chance de “desvio”. O “boi” não tem outra alternativa que não a de seguir na direção do seu matador. Assim é o impeachment. E ele vai acontecer, ao que tudo indica. Inclusive o “mercado” hoje acende a luz verde para a sua consumação.

Pela teoria das aparências, o povo estaria apoiando o impeachment, e descartando outras medidas mais eficientes, como a intervenção constitucional do art.142 da CF. Mas essa “aparência” não teria sido montada  para conduzir o povo nessa direção através da lavagem cerebral diária da Grande Mídia? Não seria essa “vontade popular” produto de construção, fraude e manipulação?

Em outros escritos já deixei claro que a única medida que teria alguma chance de dar algum bom resultado, com uma faxina geral nos Três  Poderes, seria a INTERVENÇÃO INSTITUINTE DO POVO, por meio das suas Forças Armadas, conforme previsão do artigo 142 da Constituição.

Mas na verdade ninguém poderia garantir, com certeza, que  esses bons resultados viriam, mas como se afirmou, seria a única “chance”, o que passa longe da hipótese do impeachment, que nunca daria certo e seria mais um engodo que o povo levaria muitos anos para perceber, apesar dos  inevitáveis “festejos” com o  possível impedimento de Dilma. Com esse remédio , a “alma” poderia ser lavada, não assim, porém, a razão.

Tudo leva a crer que os eventuais erros cometidos pelos militares após o contragolpe de 64 não se repetiriam agora, mesmo porque eles não mais concordariam em governar o país, para o que nem mesmo são vocacionados, certamente  preferindo manter a posição que tradicionalmente as constituições lhes reservaram. Isso parece ser uma unanimidade nesse meio e tem sido declarado diariamente pelos próprios militares.                                           

É quase certo que eles não fugiriam  do chamamento para ajudar a fazer uma “faxina” nos Três Poderes, e de colocar alguma ordem inicial em toda essa parafernália política. Justificar-se-ia, assim, excepcional e “transitoriamente”, a substituição da “força-do-direito”, que sempre deve preponderar em situações políticas normais e de paz, pelo “direito-da-força”, que fica legitimado em casos como o da grotesca perversão dos valores políticos e jurídicos brasileiros, onde o “estado-de-direito” passou a ser uma mentira e cedeu o seu lugar ao seu contrário, ao “estado-do-antidireito”, por vícios graves em todas as fontes do direito (leis, jurisprudência, costumes e doutrina).

Posso dizer, em resumo, que apesar de abominar os governos do PT, jamais  festejarei o impeachment de Dilma, nem qualquer outra saída constitucional (renúncia, vacância ou impugnação de mandato), exceto a prevista no artigo 142 da CF (Intervenção pelo Poder Instituinte do Povo, através  das FFAA).

Nessa política que aí está , nenhum grupo, nenhum partido, é melhor que o outro. Por isso não merecem confiança da sociedade. Nesse meio a patifaria é a regra.


Fonte: Alerta Total



____________________
Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado.

Copom eleva taxa básica de juros para 14,25%, maior patamar desde 2006




O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu subir os juros básicos da economia brasileira para 14,25% ao ano. Esta foi a sétima elevação seguida da taxa Selic, que atingiu o maior patamar desde julho de 2006.

TRE-MG nega suspensão da ação que investiga a prestação de contas de Pimentel em 2014


1500172
Pimentel com problemas – Nesta terça-feira, 28, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) negou, em decisão da Corte Eleitoral, o pedido de suspensão da ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) por abuso de poder econômico proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) para investigar as contas da campanha do governador do Estado, Fernando Pimentel (PT). A solicitação foi feita pela defesa de Pimentel.

De acordo com o TRE-MG, a AIJE foi suspensa em março de 2015 em decisão liminar proferida pelo juiz Wladimir Rodrigues. Entretanto, o magistrado votou agora no sentido da não suspensão da ação judicial, por entender “se tratar de ações autônomas, em que os mesmos fatos serão tratados de acordo com as especificidades de cada demanda, e mesmo havendo absoluta correlação entre elas, o efeito suspensivo não será a solução adequada para a questão”.

A defesa de Pimentel havia pedido, além da suspensão da AIJE, a produção de prova pericial para instruir a ação e que sete testemunhas fossem ouvidas, depois de serem devidamente intimadas. A produção de prova pericial foi acatada, porém a das testemunhas, não. Para o juiz, a produção de prova pericial é razoável, possível e recomendável: “A perícia tende a permitir, em casos como este, que têm como ponto central uma peça de natureza técnica, que o interessado exerça, efetivamente, o direito à ampla defesa”, ressaltou.

Em dezembro de 2014, o TRE desaprovou a prestação de contas de campanha de Pimentel, devido a irregularidades na emissão de recibos eleitorais, extrapolação de limite de gastos e outros. Estima-se que o limite de gastos que foi superior a R$ 10 milhões.

Com base na decisão do TRE, o Ministério Público Eleitoral apresentou ação de investigação judicial eleitoral, alegando abuso de poder econômico, pedindo até a cassação do governador. Em março, a ação foi suspensa em caráter liminar até que o mandando de segurança apresentado por Pimentel fosse julgado ou até que o recurso na decisão que desaprovou as contas do governador fosse julgado pelo TSE. Com relação a este recurso, ainda não há decisão do TSE.


Procurado, o PT-MG, por meio de nota, destacou que a Corte “garantiu” a Pimentel o “direito de se defender” por meio de perícia. “O PT aguarda a realização da perícia postulada, confiante que não há o que desabone a gestão financeira das contas de campanha das eleições 2014″, afirmou.

Campanha de Dilma pagou R$ 6 milhões à gráfica presidida por motorista


A presidente Dilma Rousseff participa de solenidade que celebra da marca de 5 milhões de Microempreendedores Individuais( MEI), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (17)
Gráfica contratada pela campanha eleitoral da presidente 
Dilma Rousseff, em 2014, também não tem funcionários 
registrados (Evaristo Sá/AFP)
Além disso, Rede Seg não tem funcionários registrados – o que levantou suspeitas durante análise das contas da campanha petista pelo Tribunal Superior Eleitoral, segundo jornal

Pagamentos a uma gráfica sem funcionários registrados e presidida por um motorista levantaram suspeitas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante análise das contas da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. Segundo reportagem da edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo, a Rede Seg Gráfica e Editora, em São Paulo, recebeu 6,15 milhões de reais - o que a coloca na oitava posição entre os maiores fornecedores de campanha da presidente. As suspeitas de que a gráfica não tem estrutura para prestar os serviços pelos quais recebeu tiveram início quando técnicos do TSE cruzaram a prestação de contas da petista com dados do Ministério do Trabalho. Algumas notas da gráfica entregues ao tribunal informam que a empresa produziu folders para a campanha eleitoral.

O jornal visitou o endereço da gráfica e foi informado por Rogério Zanardo que a empresa pertence à família dele, e não ao motorista Vivaldo Dias da Silva. Zanardo não soube, contudo, informar por que a empresa está registrada em nome de Silva. Ele afirmou também que as máquinas estavam desligadas porque a gráfica estava sem serviço. Já o irmão de Rogério, Rodrigo, saiu-se com outra explicação: afirmou que Silva é mesmo o dono da empresa, embora também trabalhe como motorista para a própria Rede Seg. Aos irmãos caberia, segundo Rodrigo, administrar o local. A família Zanardo teria sido procurada por Silva porque já tem experiência no ramo, uma vez que é dona da gráfica Graftec. Em relação a inexistência de funcionários, Rodrigo afirma que o serviço para a campanha contou com terceirizados.

Silva dirigiu-se ao local mais tarde, afirmando que é mesmo o dono da gráfica, além de motorista. "Eu gosto de trabalhar, e é um rendimento a mais que tenho", afirmou à Folha. Segundo o TSE, Silva manteve vínculos empregatícios com a Graftec entre 2006 e 2007, como eletricista. De 2009 a 2013, ele foi registrado como motorista em uma empresa chamada Artetécnica Gravações, com salário mensal de 1.490 reais.

Esse não é o primeiro motorista a receber uma fortuna da campanha petista. Reportagem do jornal revelou no ano passado que a Focal Confecção e Comunicação Visual, segunda maior fornecedora da campanha da presidente - recebeu 24 milhões de reais do PT -, tem como um dos sócios Elias Silva de Mattos, que até 2013 declarava ser motorista e recebia salário de cerca de 2.000 reais mensais.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou ao jornal que selecionou as empresas que apresentaram preços mais baixos. A secretaria não informou qual serviço foi prestado pela Rede Seg. "A elaboração do material foi auditada pela campanha e a documentação que comprova a elaboração e entrega do material foi auditada pelo TSE", diz a nota. As contas da campanha de Dilma foram aprovadas com ressalvas, o que levou o TSE a seguir com as análises.

ALMIRANTE preso na LAVA JATO era o preferido para a Casa Civil


Almirante Othon Pinheiro da Silva (de boné) é conduzido 
pela Polícia Federal. Foto: Fernando Frazão/ABR
Dilma cogitou pôr almirante preso na Casa Civil

Responsável pela escolha do almirante Othon Pereira da Silva para presidir a Eletronuclear, em 2005, quando era ministra de Minas e Energia do governo Lula, a presidente Dilma cogitou fortemente nomeá-lo para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil quando a titular, Gleisi Hoffmann, pediu demissão para se candidatar ao governo do Paraná. Na último momento, ela trocou Othon por Aloizio Mercadante.

Dilma e o almirante Othon se admiram. Têm em comum a forma rude de tratar subordinados. Essa característica os aproximou ainda mais.

Othon foi preso terça (28) na 16ª fase da Lava Jato, por receber R$ 4,5 milhões em propina de empreiteiras das obras da usina de Angra 3.

A Lava Jato avança definitivamente na corrupção da área de energia elétrica do governo, a favorita de Dilma, daí a alta a tensão no Planalto.

O almirante Othon tinha outro admirador: o ex-presidente Itamar Franco o condecorou com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Dilma jura que combate à corrupção emagrece o PIB


A presidente que não diz coisa com coisa e erra até conta de jardim da infância surpreendeu o mundo com outro prodígio estatístico: segundo Dilma Rousseff, o Produto Interno Bruto caiu 1% por causa da Operação Lava Jato. O que ela chama de Operação Lava Jato é o esquema corrupto do Petrolão que tornou indispensável o desencadeamento da Operação Lava Jato.

O neurônio solitário, portanto, acha que combater a roubalheira faz mal à saúde da economia nacional, que os investimentos estão perto de zero porque os donos das grandes empreiteiras engrossaram a população carcerária e que o PIB sofre uma queda sempre que sobe a taxa de honestidade. Como as investigações que começaram nas catacumbas da Petrobras já chegaram aos porões da Eletronuclear, como logo serão lancetados os tumores que infestam o BNDES, anotem: se a dedetização for em frente, o pibinho brasileiro vai ficar menor que o PIB do Haiti.


A fiação do problema chama-se PT



"Se não trocarmos essa fiação, realmente o curto-circuito será inevitável logo ali na frente", diz Rodrigo Constantino sobre a crise econômica e a possibilidade do Brasil ser rebaixado pelas agências de risco. Assista em 'A Lente Liberal'.

FREI BETTO E A UTOPIA


Frei Betto é o autor popular que melhor representa o pensamento utópico da esquerda no Brasil. Aliás, quem quiser conhecer a papinha servida aos bebês da utopia comunista deve procurar na cozinha do dominicano. Há jovens esquerdistas que nada têm de idealistas. Esses estão no PT, no PCdoB e na UNE e se servem direto das tetas públicas. Mas há jovens esquerdistas idealistas. E o que frei Betto escreve cai no gosto desses bem intencionados, seduzindo-os para o lado errado da pauta filosófica e política.


O próprio dominicano o confessa lisamente. Em artigo de setembro de 2007, ele afirma: “Muito cedo gravou-se em mim o sentimento do mundo. Meus olhos, dilatados pela fé, polidos pelo pós-hegelianismo de Marx, enxergaram a pirâmide social invertida. Consumiu-se minha juventude na embriaguez da utopia. (...) Lutávamos atentos aos clamores da Revolução de Outubro, à Longa Marcha de Mao ao cruzar as pontes de nossos corações, aos barbudos de Sierra Maestra que arrancavam baforadas de nosso alento juvenil, à vitória vietnamita selando-nos a certeza de que arrebataríamos o futuro. A lua seria o nosso troféu. Haveríamos de escalar suas montanhas e, lá em cima, desfraldar as bandeiras da socialização compulsória”. A essas e outras catástrofes sociais e políticas, a respeito de cada um desses genocídios monstruosos, ele reservou odes e hosanas.

O Leste Europeu, para ele, era imagem viva das virtudes em que foi concebido. Obra dos mais elevados ideais humanos. Com Muro e tudo. São palavras suas: “Os condenados da Terra arranchavam-se sob o caravansará de nossos ideais e, em breve, saberíamos conduzi-los aos mananciais onde correm leite e mel...”. Em nome desse “em breve”, a famigerada Stasi da República Democrática da Alemanha chegou a ter 80 mil agentes. Somando-lhes os delatores não-oficiais havia um dedo-duro para cada seis alemães orientais. Em nome desse “em breve”, os cubanos já carregam no lombo meio século de totalitarismo. Em nome desse “em breve”, o frei, agorinha mesmo, no dia 25 do mês passado, se tocou para Havana, a visitar Fidel, seu “amigo íntimo”, com quem trocou impressões sobre o progresso dos movimentos sociais no Brasil.

E o Brasil, frei? E o Brasil? Prossegue ele, então, descrevendo o aviãozinho que levou colheradas de sua papinha aos bebês do comunismo verde-amarelo: “Na oficina dos sonhos, forjamos ferramentas apropriadas ao parto do novo Brasil. A luta sindical consubstanciou-se em projeto partidário, a crença pastoral multiplicou-se em células comunitárias, os movimentos sociais emergiram como atores no palco dominado pelas sinistras máscaras dos que jamais conjugaram o verbo partilhar. Cuba, Nicarágua, El Salvador... o olhar impávido do Che... a irredutível teimosia de Gandhi... a sede de justiça dessedentada nas fontes límpidas da ética. Jamais seríamos como eles”.

Não é uma figura, esse Frei Betto? Reúne Ghandi e Fidel Castro numa única frase e tudo parece caber na mesma confraria. E ele, sempre do lado errado, levando outros para o lado errado, mas flanando nas asas da maldita utopia que nem por acaso consegue cravar um prego no lugar certo. É o que ele torna a reconhecer em relação ao encontro de seu desvario com a cena política nacional: “Por que não se aventurar pelas mesmas sendas trilhadas pelo inimigo, já que ele se perpetua com tanta força? Qual o segredo dos cabelos de Sansão? Os pobres caíram no olvido, a sedução do poder fez a lua arder em chamas. Ícaros impenitentes, não se deram conta de que as asas eram de barro”.

Digam-me os leitores se ele não é um sedutor! Lutou a vida inteira com caneta, pistola e água benta em favor das instituições políticas mais sórdidas, desalmadas e perversas que a humanidade conheceu. Assumiu como seus e reservou palavras de louvação para regimes que escolhiam como principais inimigos os portadores da cruz que ele leva pendurada no pescoço. E depois, ao contemplar os estragos, reserva-se fugazes encontros com o mundo dos fatos. Como se lê aqui: “A sofreguidão esvaziou projetos, a gula cobiçosa devorou quimeras. O pragmatismo acelerou a epifania dos avatares do poder. O conluio enlaçou históricos oponentes, adversários coligaram-se, e aliados foram defenestrados nessa massa informe que, destemperada de ética, alicerça o Leviatã”. São palavras de quem, depois de se internar nos porões, tratou de se erguer, como fumaça, sobre os telhados desse mesmo poder, travestido de juiz do estrago que fez.

E agora? Agora, depois de ter vendido como coisa boa, ou envasilhado com a rolha do silêncio obsequioso, o Muro de Berlim, o paredón de La Cabaña, a Revolução de Outubro, os massacres que acabaram com o Levante da Hungria e a Primavera de Praga, a Grande Marcha de Mao, a “vitória” do Vietnã e por aí vai, ele conclui seu ato de contrição com uma nova pirueta em direção ao mundo da lua: “Dói em mim tanto desacerto. Os sonhos de uma geração trocados por um prato de lentilha. Aguardo, agora, a lua nova”.

O dominicano é, portanto, um tipo simbólico. Uma espécie de Muro de Berlim, vivo. Um irredutível habitante da utopia. E um semeador de desastres que, graças ao muro que o separa da realidade, não perde nunca. Qualquer adolescente com ideais nobres e pés no chão dos fatos é capaz de prever o lamentável destino para onde levam suas pegadas. Mas ele sobrevoa o precipício onde os seus seguidores fazem tombar multidões e volta a se revestir com a túnica da razão. Tipos assim são os mais perigosos e merecem ser lidos exatamente por isso. Constroem muros e se instalam, sempre, do lado errado.

Há quem creia estar informado sobre política lendo, nos jornais, o que os políticos dizem uns sobre os outros. Coisa vã, sem serventia. A mais instrutiva leitura política é a que se ocupa em conhecer o que escrevem os intelectuais, os condutores dos construtores. E entre estes, em particular, os condutores dos construtores de muros. Eles continuam ativos.



______________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões, e a Tomada do Brasil (no prelo).

Nota do autor: Este artigo foi escrito em 08/11/2009, tomando como eixo o artigo “As fases da lua”, da autoria de frei Betto, publicado no site www.adital.com.br, em 12/09/2007.

Angra 3 é mais um exemplo trágico de corrupção no Brasil



Mais uma surpresa revelada pelas investigações da Operação Lava Jato. A construção da usina Angra 3, localizada entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já contava com favorecimento de propinas desde seu edital.

Petrolão, HSBC, Zelotes: barulho e manchete para uns, silêncio para os demais



Na investigação do megaescândalo Petrobras há uma lógica nas ações do juiz Moro e procuradores: o garrote aperta de debaixo para cima.

Acusado de corrupção na Petrobrás, "curte" prisão em regime aberto na praia



Ratinho solta o verbo... No Programa do Ratinho desta terça, 28/07/15, Ratinho fica muito bravo ao saber que um acusado de corrupção na Petrobrás, e preso em regime aberto, estava curtindo na praia.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Conversa fiada: governo Dilma, na prática, está se lixando para o ajuste



Ao que tudo indica, a única pessoa preocupada com o ajuste fiscal é Joaquim Levy. O governo petista já mostrou que não está nem aí para reorganizar a economia. Dilma não cortou um único cargo em comissão, não deu exemplo e ainda mente para a nação.

Lula é mau por ser de esquerda



Editorial do Estadão, mais uma vez, diz que Lula "finge ser de esquerda" (http://opiniao.estadao.com.br/...). Ora, Lula tem sido um mal para o país precisamente porque pretende implantar seu projeto esquerdista desde que iniciou a carreira sindical. Sempre foi apoiado e apoia o MST e a teologia da libertação e tudo que não presta no país. O editorialista desinformou o seu público.

Eduardo Cunha nega pauta bomba de votações



Durante evento com empresários em São Paulo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, volta a criticar o governo e o partido dos trabalhadores.

Relatório Focus traz nova piora da situação econômica brasileira



O Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumulou maior resultado par o mês de junho desde 2008. O IPCA-15, índice que baliza o sistema das metas de inflação, também registrou alta de 6,90% ao ano. Nos últimos meses, o número subiu 9,25%.

Lula, se Léo Pinheiro aceitar a delação, chegou a sua vez



A capa de Veja deste final de semana, traz o ex-presidente Lula e a possibilidade de delação premiada do empresário Léo Pinheiro, que teria informações, inclusive, sobre o enriquecimento do filho de Lula.

Sindicalista instrui agentes penitenciários em greve a simular confronto, manipulando também a imprensa


É do balacobaco!

Se vocês querem saber como costumam começar os tumultos envolvendo grevistas e policiais militares, fiquem atentos ao vídeo que segue no pé deste post.

O busílis é o seguinte: na segunda, começou uma greve de agentes penitenciários no Estado de São Paulo — encerrada nesta sexta. Como a adesão era baixa, o presidente do sindicato, Daniel Grandolfo, instruiu um aliado seu a simular um confronto com a Polícia Militar para mexer com os brios da categoria e aumentar a adesão à paralisação. Diz ele:


“Eduardo, faz o seguinte, meu irmão, é… Vocês fazem a cena, entendeu, do loco. Troca ideia antes com os PMs, se os PMs for invadir memo, troca ideia, entendeu, com eles. Faz a cena. Vê se consegue chamar a imprensa ou alguém para filmar com o celular ou alguma coisa desse tipo, faz uma cena, entendeu? Fala para os PMs empurrá os guarda, entendeu, fazer um bagulho meio louco e pede para alguém filmá, filma com o celular mesmo”.


Vejam. Volto em seguida.


Como se nota, ele pede que tudo seja combinado com a PM. Digamos que se pudesse combinar uma safadeza dessa com alguns PMs. Será possível combinar com todos? Vejam o risco!

É um nojo!

Notem, ademais, que Grandolfo conta com a ajuda da imprensa… Afinal, ele sabe que, para o jornalismo, a PM é quase sempre culpada, não é mesmo? Vejam o caso do Paraná, em que notórios truculentos foram tratados como heróis.

A greve, diga-se,  chegou ao fim. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou a volta ao serviço, sob pena de multar o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) em R$ 100 mil por dia. O Sindasp é filiado à Força Sindical.

A ESSÊNCIA CONSERVADORA DO BRASIL



"A ESSÊNCIA CONSERVADORA DO BRASIL" - Palestra do Prof. Hermes Rodrigues Nery no 1º Congresso Conservador, realizado em Curitiba (PR), no dia 20 de junho de 2015.

Preparem as panelas: Dilma vai aparecer mais na TV para “melhorar a imagem”


Conforme o Estadão, Dilma está anunciando uma volta aos programas de TV e à mídia em geral, com o intuito de “humanizar sua imagem”. Leia um pouco mais da matéria do UOL:

Além de aparecer mais em programas de TV, Dilma prepara uma ofensiva virtual, a menos de um mês dos protestos previstos para 16 de agosto contra seu governo. Na próxima semana, a Secretaria Geral da Presidência lançará o site “Dialoga Brasil”, uma plataforma que, mais adiante, terá até mesmo um aplicativo para celular. A meta é medir a temperatura da administração e planejar reações com antecedência.

No auge do distanciamento com os eleitores de todas as classes, acuada pela crise, com uma Operação Lava Jato batendo à porta do Planalto e problemas na economia, Dilma recorrerá a um novo canal para divulgar as iniciativas de sua gestão e, ao mesmo, saber o que a sociedade pensa sobre elas. Setenta e três programas de governo, como Bolsa Família, Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida, serão submetidos ao crivo da população. Na primeira leva, quatro temas entrarão em debate: saúde, educação,  segurança pública e combate à pobreza. O site terá ferramentas populares nas redes sociais, como “curtir” e “compartilhar”.

De posse de críticas e sugestões, ministros responsáveis pelos projetos serão acionados para dar respostas aos usuários. Enquanto isso, Dilma concederá entrevistas a apresentadores de TV. Em junho, ela apareceu no Programa do Jô, da TV Globo, e na próxima semana estará no “Mariana Godoy Entrevista”, da Rede TV!


O negócio é não descuidar do embate virtual, pois os MAV’s ficarão ouriçados. E, principalmente, preparem as panelas para a trilha sonora das aparições televisivas da presidente.

PT usa o Humaniza Redes para promover a pedofilia

Por Eric Balbinus

Antes que se diga que o blogueiro está exagerando, vamos apresentar um fato inquestionável: que governo antes do Partido dos Trabalhadores se esforçou tanto para erotizar e iniciar sexualmente as crianças e adolescentes no Brasil?

Verdade seja dita, Olavo de Carvalho, aquele que é chamado de fascista iletrado por Marco Antonio Villa, sempre alertou sobre essa demanda da agenda da esquerda. Muitos não acreditaram.

Duas postagens da página Humaniza Redes do Governo Federal, causaram indignação e revolta entre os usuários das redes sociais nesta semana. Nas duas publicações, o governo usa uma didática desonesta e um linguajar politicamente correto para promover a pedofilia. Segundo as afirmações ali veiculadas, "é preciso diferenciar abuso sexual de pedofilia, pois nem sempre os dois estão relacionados". 

ptpdflVamos explicar melhor. Segundo a lógica torpe do Humaniza Redes, pedofilia é apenas uma condição clínica do indivíduo que tem distúrbios na personalidade que o leva a enxergar a criança como um ser maduro para o sexo e relacionamento afetivo. Por outro lado, nem todos os molestadores de menores de idade seriam pedofilos, uma vez que nem todos foram devidamente diagnosticados com a doença. A malandragem dessa afirmação se dá exatamente porque partindo de tal princípio, será fácil para qualquer ideólogo absolver um abusador de menores com a justificativa de que "se trata apenas de uma condição, que o sujeito não quer fazer mal à criança com sua prática". Já circula na Internet o termo "portador de pedofilia".

É bom que se diga: todo esse absurdo é financiado com o dinheiro público. O PT e suas hostes engendraram o Humaniza Redes no bojo das manifestações de Março, com o intuito de censurar o debate político com o pretexto de "combater o discurso de ódio". Na ocasião, todos sabíamos das pretensões totalitárias do partido, mas erramos ao subestimar a camarilha vermelha achando que tudo se restringia ao debate político. O PT não é apenas um partido com plano criminoso de poder, como disse o ministro Celso de Mello durante o julgamento do Mensalão.

O PT e seus aliados tem um plano psicopata de poder, e isso passa necessariamente por retirar a nossa dignidade, algo já descrito por Hannah Arendt na ação nazista. Querem nos tirar qualquer traço de esperança, para nos transformarem em escravos, como já foi feito com os judeus no III Reich ou com os norte-coreanos.  Observem o esquema: eles roubam nosso dinheiro, compram aliados e aparelham o Estado. Quando denunciados, alegam que tiraram milhões da pobreza, que só os inimigos dos fazem oposição. Ainda no poder, maquiam a economia, saqueiam a Nação e cometem estelionato eleitoral. Ao serem denunciados publicamente, acionam mecanismos de censura contra o povo com o próprio dinheiro do contribuinte.  De quebra, usam este mesmo dispositivo para promover todo tipo de agenda que vá transformar em escravos sem dignidade, como sempre nos alertou Luciano Ayan. Sim, só mesmo os piores psicopatas irão desejar que pedófilos não sejam presos e que menores que praticam crimes hediondos permaneçam aterrorizando a população. E é essa mais uma das finalidades do Humaniza Redes. A página é usada para promover racismo reverso, feminismo radical, e agora se coloca também na luta contra s redução da maioridade penal e da criminalização da pedofilia.

Antes que se diga que o blogueiro está exagerando, vamos apresentar um fato inquestionável: que governo antes do Partido dos Trabalhadores se esforçou tanto para erotizar e iniciar sexualmente as crianças e adolescentes no Brasil? Houve o Kit Gay do então ministro da Educação Fernando Haddad, depois veio a vacina do HPV em meninas a partir dos 11 anos de idade, além dos recentes livros do MEC incentivando práticas sexuais. E um dos mais bizarros: no ano passado, adolescentes de São Paulo organizaram um "rolezinho do sexo" em um parque público da cidade, com o intuito de praticarem atos sexuais e consumirem drogas. E o que fez a prefeitura administrada por Fernando Haddad?  Acionou a Guarda Municipal ou o Conselho Tutelar? Não. Na contramão da ética e da responsabilidade, mobilizaram agentes de saúde para distribuírem seringas e preservativos para os jovens.

Verdade seja dita, Olavo de Carvalho, aquele que é chamado de fascista iletrado por Marco Antonio Villa, sempre alertou sobre essa demanda da agenda da esquerda. Muitos não acreditaram. Na Europa e nos Estados Unidos, já existem associações civis que reivindicam o direito de adultos se relacionarem sexualmente e afetivamente com crianças. Aqui no Brasil, o presidente do Grupo Gay da Bahia Luiz Mott já declarou várias vezes sua predileção por garotos na puberdade. Agora há um esforço do governo petista para relativizar a barbárie da pedofilia.

Já passa da hora da sociedade se levantar contra esses atos. É preciso ainda estar atento para quando a esquerda fala em "debater com seriedade". Isso significa fazer concessões à agenda política dessa seita de psicopatas. Acrescentando mais um elemento à frase de Thomas Jefferson, o preço da liberdade e da dignidade humana, é a eterna vigilância.


CUNHA, O ORGASMO PETISTA


Ser petista ficou dureza. Imagina o sujeito que passou a vida exaltando as elevadas qualidades morais e o discernimento com que o PT oposicionista apontava soluções para os problemas do país. Sonhava com o PT no poder. Nas tendas e barracas em que o PT vendia adesivos, distintivos, camisetas do Che e bandeirinhas de Cuba, o cara tinha conta em caderno. Pagava por mês e ainda contribuía para o caixinha do partido. Era fã do Zé, do Genoíno, da Marta. Entrava em surto cívico até nos discursos do Suplicy. Tinha foto com o Lula na parede da sala, adesivo com estrela no carro e bandeirinha vermelha tremulante na janela. A vida era cheia de certezas. Numa delas, o PT salvaria o Brasil de si mesmo porque o partido tinha aquele caráter que parecia faltar ao eleitor brasileiro, esse vendilhão de votos em troca de favores. O PT seria o fim da estrada para a política do "é dando que se recebe". E, sobre tudo, havia o Lula, o metalúrgico pobretão, apto a mudar o mundo com um megafone.

Lula dizia, o PT repetia e a vida confirmava: do outro lado da cena política atuava um bando de patifes. Contados um a um pelo próprio líder maior, eram mais de 300. Entre eles, o Collor, o Renan, o Maluf, o Sarney, o Barbalho, o Quércia. Santo Deus! Que bênção seria livrar o Brasil do poder dessa gente. E isso só o PT poderia fazer porque só o PT tinha a força moral necessária.

Durante os muitos anos em que fui filiado ao PP, os petistas com os quais participava de debates tentavam colocar na minha conta o fato de ser, este, "o partido do Maluf". E eu me obrigava a dizer que o Maluf jamais pisara na soleira da sede do partido no Rio Grande do Sul, porque sabia não ser, aqui, benquisto nem bem-vindo. Até que um dia, Lula - quem poderia antever? - abraçou-se com Maluf, o procurado pela Interpol, nos jardins de sua mansão. E sorria, sorria muito o Lula, num sorriso deslavado e encardido. De um ou de outro modo, em diferentes cenários e agendas, o mesmo aconteceu com todos aqueles que, nos tempos de oposição, provocavam arrepios éticos na fina sensibilidade dos petistas.

Passaram-se 13 anos. Dezenas foram condenados, presos e estão sendo processados. Bilhões de reais escoaram para bem enxaguadas contas. Escabrosas histórias envolvendo o partido, seus agentes e parceiros são contadas mundo afora. Sob o governo petista, o país enfrenta um pacote de crises endógenas, todas de produção própria, caseira. Na contramão de uma conjuntura internacional favorável (a economia mundial crescerá 3%), o Brasil é assolado por inflação, recessão, desemprego, descrédito e o PIB cairá 2%. Apenas 7,7% dos brasileiros aprovam o governo. Mas o PT vive dias de muita comemoração. Afinal, o arqui-inimigo Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, foi acusado de ser pilantra sem que ninguém se surpreendesse. A alegria petista diante desse fato, faz lembrar o Tavares, o canalha rodriguiano, criado por Chico Anysio: "Sou, mas quem não é?".



_______________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

Justiça decreta nova prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e quatro executivos

 
A Justiça Federal no Paraná decretou hoje (24) nova prisão preventiva do presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de outros quatro diretores da empresa. Alvos da Operação Lava Jato, que apura um esquema criminoso que desviou milhões de reais da Petrobras, os cinco já estão presos, em caráter preventivo, desde o dia 19 de junho, quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a 14ª fase da operação.

Em despacho com data desta sexta-feira, o juiz federal Sergio Moro explica que o novo pedido é necessário, porque, após os cinco investigados terem sido detidos, surgiram novas provas do envolvimento dos cinco no esquema. E, segundo o magistrado, embora os elementos que justificaram as primeiras prisões continuem válidos, os investigados vêm tentando obter, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), habeas corpus que os permitam responder em liberdade. Além de Marcelo Odebrecht, estão envolvidos Rogério Santos de Araújo, Márcio Fária da Silva, Cesar Ramos Rocha, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.

Para Moro, não há como não reconhecer que a libertação dos investigados representa um risco à ordem pública. Na avaliação do juiz, a Odebrecht dispõe dos meios para “interferir de várias maneiras na coleta da provas, seja pressionando testemunhas, seja buscando interferência política”. Assim, o magistrado defende a manutenção das prisões preventivas como necessária para interromper o ciclo de “crimes desenvolvidos de forma habitual, profissional e sofisticada”.

Em sua decisão, Moro ainda comenta que, embora a Petrobras tenha proibido a assinatura de novos contratos com as empreiteiras já investigadas pela Lava Jato, estas mesmas empresas ainda têm contratos com a petrolífera estatal em execução. Moro também adverte que, apesar do afastamento dos diretores sob suspeita, pode ainda não terem sido identificados todos os empregados da Petrobras que participaram do esquema.

“Nesse contexto, em que as empresas do Grupo Odebrecht permanecem ativas, com contratos ativos com a Petrobras, inclusive com suspeitas de sobrepreço, e com outras entidades do Poder Público, sem impedimento de celebrar novos contratos com outras entidades do Poder Público, e não tomaram qualquer providência para apurar internamente os crimes ou para buscar acordos de leniência, é imprescindível, para prevenir a continuidade das práticas corruptas, a prisão cautelar dos executivos desviados”, adverte Moro.

O juiz apontou como “única alternativa eficaz à prisão cautelar dos executivos” a eventual suspensão dos contratos em vigor e a proibição da assinatura de novos acordos. O que, o próprio juiz reconhece, teria “efeitos colaterais danosos para economia e para os empregos, não podendo ser considerada menos danosa”.

Citando declarações do ex-diretor de Refino e Abastecimento da petrolífera, Paulo Roberto Costa, o juiz também manifestou a preocupação de que o esquema criminoso tenha afetado outras estatais e órgãos públicos. Em dezembro de 2014, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras, Costa afirmou que a cobrança de propinas em acertos entre empreiteiros investigados e agentes públicos acontecem em todo o país, da construção de hidrelétricas a rodovias.

Moro repete o temor de que as empreiteiras investigadas possam participar do processo de seleção e ser contratadas para executar obras constantes do recém-lançado Programa de Investimentos em Logística – um pacote de estímulo que visa a conceder à iniciativa privada projetos de infraestrutura como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos com a justificativa de estimular a atividade econômica e tirar do papel empreendimentos considerados essenciais. Representantes do governo federal, como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já declararam que seria ilegal tentar impedir qualquer empresa de participar de licitações por mera suspeitas, antes da conclusão dos processos.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Odebrecht informou que os advogados de Marcelo, Márcio Faria da Silva, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar tomaram conhecimento da decisão há pouco e só irão se pronunciar em momento oportuno, após analisarem a denúncia. A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Rogério Santos de Araújo.

A pior recessão dos últimos 25 anos



Nas condições atuais da economia só dá pra esperar mais desemprego. Aliás, a PNAD contínua, que é uma pesquisa mais ampla, feita em 3.500 municípios, já havia registrado, no trimestre encerrado em maio, uma taxa de desemprego de 8,1%. Mas a tendência, independentemente da pesquisa, é de mais cortes, dado o enfraquecimento da atividade. Caminhamos para uma recessão que pode passar dos 2% este ano, contaminando também 2016. 

O anúncio feito pelo governo, da redução da meta fiscal, da meta de superávit das contas, foi o reconhecimento que a economia deve ter desempenho muito fraco até 2018. Com superávits magrinhos, o governo vai tentar, apenas, evitar que a dívida pública cresça demais. Os saldos previstos não devem melhorar a relação dívida/PIB. Ao contrário, essa relação pode até piorar. Perspectiva que aumenta a possibilidade de um rebaixamento do Brasil na avaliação de risco, perdendo o selo de bom pagador, pela incapacidade de gerar saldos melhores nas contas públicas. 

Se isso ocorrer, a situação só vai piorar. O Brasil perde investimentos, o dólar avança, Pra segurar o impacto na inflação, os juros têm de continuar altos, pressionando a dívida, que ainda terá um custo maior para ser financiada. Daí o esforço do governo em passar o recado que, mesmo reduzindo a meta, vai fazer mais cortes e tentar garantir maior receita. 

Só que aí também depende do Congresso, para a aprovação de medidas, como a repatriação de recursos. E depender do Congresso, com a crise política que temos, não é muito animador. Foi esse risco todo que fez o dólar comercial subir 2,17% hoje, com a cotação de venda em quase 3,30 . O Financial Times tem razão ao comparar a situação atual do País a um "filme de terror sem fim". 

Temos a pior recessão dos últimos 25 anos, com desemprego crescente, investimentos em queda, inflação e juros nas alturas, crise política, risco de perda do grau de investimento. Pior: sem ações efetivas que mostrem um caminho para o governo retomar as rédeas da economia. Não pra repetir as bobagens que produziram essa crise, mas pra reverter o ciclo negativo e fazer a economia retomar o caminho do crescimento.