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sábado, 25 de julho de 2015

A pior recessão dos últimos 25 anos



Nas condições atuais da economia só dá pra esperar mais desemprego. Aliás, a PNAD contínua, que é uma pesquisa mais ampla, feita em 3.500 municípios, já havia registrado, no trimestre encerrado em maio, uma taxa de desemprego de 8,1%. Mas a tendência, independentemente da pesquisa, é de mais cortes, dado o enfraquecimento da atividade. Caminhamos para uma recessão que pode passar dos 2% este ano, contaminando também 2016. 

O anúncio feito pelo governo, da redução da meta fiscal, da meta de superávit das contas, foi o reconhecimento que a economia deve ter desempenho muito fraco até 2018. Com superávits magrinhos, o governo vai tentar, apenas, evitar que a dívida pública cresça demais. Os saldos previstos não devem melhorar a relação dívida/PIB. Ao contrário, essa relação pode até piorar. Perspectiva que aumenta a possibilidade de um rebaixamento do Brasil na avaliação de risco, perdendo o selo de bom pagador, pela incapacidade de gerar saldos melhores nas contas públicas. 

Se isso ocorrer, a situação só vai piorar. O Brasil perde investimentos, o dólar avança, Pra segurar o impacto na inflação, os juros têm de continuar altos, pressionando a dívida, que ainda terá um custo maior para ser financiada. Daí o esforço do governo em passar o recado que, mesmo reduzindo a meta, vai fazer mais cortes e tentar garantir maior receita. 

Só que aí também depende do Congresso, para a aprovação de medidas, como a repatriação de recursos. E depender do Congresso, com a crise política que temos, não é muito animador. Foi esse risco todo que fez o dólar comercial subir 2,17% hoje, com a cotação de venda em quase 3,30 . O Financial Times tem razão ao comparar a situação atual do País a um "filme de terror sem fim". 

Temos a pior recessão dos últimos 25 anos, com desemprego crescente, investimentos em queda, inflação e juros nas alturas, crise política, risco de perda do grau de investimento. Pior: sem ações efetivas que mostrem um caminho para o governo retomar as rédeas da economia. Não pra repetir as bobagens que produziram essa crise, mas pra reverter o ciclo negativo e fazer a economia retomar o caminho do crescimento.

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