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Sob as ordens de Dilma Rousseff, diplomacia brasileira mostra-se imoral, covarde e insensata


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Fim do caminho – A diplomacia brasileira, assim como os ocupantes do Palácio do Planalto, está eufórica por causa do telefonema dado pelo novo presidente de Israel, Reuven Rivlin, telefonou para Dilma Rousseff e desculpou-se pelas recentes declarações de do porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, que acusou o Brasil de ser um “anão diplomático”. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, Rivlin teria dito que as expressões utilizadas pelo porta-voz “não correspondem aos sentimentos da população de seu país em relação ao Brasil”.

É fato que todo chefe de Estado deve manter boas relações com outros mandatários, mas Reuven Rivlin perdeu a chance de não se manifestar em seara tão polêmica e perigosa, pois ainda não conhece a peçonha esquerdista que campeia no Palácio do Planalto. Fora isso, sobra na sede do governo brasileiro a obsessão por qualquer oportunidade de estocar a Casa Branca. E atacar, mesmo que verbalmente, o Estado de Israel é uma forma de alcançar os Estados Unidos, inimigo ideológico número um da esquerda global.

Não há como questionar o excesso de violência na incursão israelense na Faixa de Gaza, como forma de conter as ações do grupo terrorista Hamas, mas o governo de Israel tem por obrigação defender todos os cidadãos que estão em seu território. A questão no Oriente Médio transcende o raso conhecimento da opinião pública em geral, pois além da histórica queda de braço o conflito interessava politicamente para ambos os lados. O erro injustificável foi a perda de vidas humanas na esteira da intransigência bilateral.

Em vez de criticar a ação israelense, a diplomacia brasileira, sempre genuflexa a um governo que pauta as relações internacionais pela ideologia política, deveria ter se oferecido para negociar um cessar fogo, até porque civis não podem pagar a conta decorrente da intransigência de políticos e terroristas.

Ora, se o desgoverno de Dilma Rousseff se sensibilizou com a tragédia ocorrida na Faixa de Gaza, onde milhares de civis foram mortos no vácuo de uma disputa insana, o planalto deveria ter adotado postura idêntica em relação aos cristãos iraquianos que há semanas enfrentam os criminosos que integram o “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” (em inglês, Islamic State in Iraq and Syria – ISIS), que têm avançado no norte do Iraque e obrigado a população local a se refugiar em países vizinhos. Os membros do ISIS agem com truculência e crueldade, ao ponto de decapitar aqueles que se recusam a aderir ao islamismo, exibindo suas cabeças em praça pública. Apesar de toda essa violência desmedida por parte do ISIS, o governo brasileiro não emitiu nota de repúdio à ação.

Na opinião do ucho.info, o porta-voz da diplomacia israelense foi educado e econômico em suas palavras ao classificar o Brasil de “anão diplomático”. Aliás, a diplomacia brasileira não sofre apenas de nanismo, mas de covardia e falta de humanidade e de bom senso. Em outras palavras, a diplomacia verde-loura é imoral, quiçá seja amoral.

A questão é muito simples. O governo brasileiro adota o discurso pífio de não interferência em questões internas de outros países, mas isso só vale quando os interesses da esquerda global não estão em jogo. Na questão do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, deposto pelo Congresso do país sul-americano após processo de impeachment, a petista Dilma Rousseff ensaiou uma reação para garantir a volta do “companheiro” de esquerda ao poder. Isso é ingerir em assuntos internos de outro país, o que contraria o discurso palaciano.

Situação idêntica ocorreu no caso do bandoleiro Manoel Zelaya, o “chapeludo” golpista, que tentou voltar ao poder da Nicarágua após ser expulso do país da América Central por decisão do parlamento local, que não acatou as suas manobras para eventual perpetuação no poder. Zelaya retornou ilegalmente a Honduras, escondido no porta-malas de um carro, e instalou-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa, transformada em um misto de reduto revolucionário e central de um golpe fracassado. Nesse caso específico, o Palácio do Planalto trabalhou intensamente para o retorno de Zelaya ao poder e a realização de novas eleições. Isso também é ingerência em assuntos internos de outro país.

O viés imoral da diplomacia brasileira, que envergonha a população do País, está no fato de agir de acordo com os interesses, sejam ideológicos ou comerciais. No caso da Rússia, que vem promovendo uma verdadeira carnificina no leste da Ucrânia, apenas porque o brucutu Vladimir Putin quer ressuscitar o orgulho soviético no rastro de invasões a países vizinhos, o governo da camarada Dilma Rousseff não emitiu qualquer comentário.

O Kremlin armou os separatistas pró-Rússia de tal forma, que esses criminosos derrubaram um Boeing da Malaysia Airlines, matando as quase trezentas pessoas que estavam a bordo da aeronave. E o Palácio do Planalto não emitiu nenhum comunicado condenando a ação de Putin.

Essa postura pequena e criminosa da diplomacia brasileira se deve às ordens da própria Dilma Rousseff, a guerrilheira Vanda, que por conta da desastrada política econômica do seu governo quer manter boas relações com Vladimir Putin, principalmente depois que o colega russo suspendeu a importação de alimentos da Europa e dos Estados Unidos, como forma de contrapor as retaliações do Ocidente, e substituiu por produtos brasileiros.

Em suma, ao Palácio do Planalto pouco importa quantos ucranianos estão morrendo no confronto patrocinado por Vladimir Putin, desde que Moscou compre cada vez mais produtos brasileiros.

Os jihadistas tupiniquins.


Estamos a menos de dois meses das eleições. Mas não parece. Há um clima de desânimo, de desinteresse, de enfado. Acreditava-se que, após o fim da Copa do Mundo, as atenções estivessem concentradas no processo eleitoral. Ledo engano. A pasmaceira continua a mesma. Agora, o divisor de águas é o horário gratuito que começa dia 19. Para o PT, este é o clima ideal para a eleição presidencial. Quanto menor o interesse popular, maior a chance de permanecer mais um quadriênio no poder. O partido tem, inclusive, estimulado discretamente campanha pelo voto nulo ou branco. Sabe que muitos eleitores estão desanimados com a política, justamente com as mazelas produzidas pelo próprio petismo.

A desmoralização das instituições foi sistematicamente praticada pelo partido. A compra de maioria na Câmara dos Deputados, que deu origem ao processo do mensalão, foi apenas o primeiro passo. Tivemos a transformação do STF em um puxadinho do Palácio do Planalto. O Executivo virou um grande balcão de negócios e passou a ter controle dos outros dois poderes. Tudo isso foi realizado às claras, sem nenhum pudor.

Não há área do governo que nos últimos anos tenha permanecido ilesa frente à sanha petista. Todos os setores da administração pública foram tomados e aparelhados pelo partido. Os bancos, as empresas estatais e até as agências reguladoras se transformaram em correrias de transmissão dos seus interesses partidários.

Imaginava-se que, após a condenação dos mensaleiros, o ímpeto petista de usar a coisa pública ao seu bel-prazer pudesse, ao menos, diminuir. Nada disso. Os episódios envolvendo a Petrobras demonstram justamente o contrário. E mais: neste caso levaram ao descrédito total os trabalhos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e desmoralizaram mais uma vez o Legislativo.

As ações seguem um plano de que o partido é o elemento central da política, nada pode ocorrer sem a sua anuência. Esta estrutura tentacular tem enorme dificuldade de conviver com a democracia, a alternância no governo e com o equilíbrio entre os poderes. A insistência em impor o projeto dos conselhos populares – uma espécie de sovietes dos trópicos – faz parte desta visão de mundo autoritária.

O maior obstáculo para o PT é a existência do Estado Democrático de Direito. O partido tem como objetivo estratégico miná-lo diuturnamente. Suas ações chocam-se com a “institucionalidade burguesa”.

O PT usará de todos os meios para se manter no poder. Manteve até aqui a campanha em banho-maria, como era do seu interesse. Mas com a permanência de Dilma em um patamar que vai levar a eleição para o segundo turno – isto hoje é líquido e certo -, o partido vai abrir a sua caixa de ferramentas, como o fez em 2006 e 2010.

O uso da internet para desqualificar seus opositores é realizado há um bom tempo. O PT tem um verdadeiro exército de jihadistas prontos para o ataque. O recente episódio de mudanças no perfil de jornalistas na Wikipedia é café pequeno frente ao que vem por aí. O auge do jogo sujo será justamente durante a breve campanha do segundo turno, onde uma calúnia tem muito mais efeito eleitoral, principalmente se divulgada às vésperas da eleição.

As modificações ocorridas no Tribunal Superior Eleitoral passaram em branco. É bom que a oposição fique atenta, pois quem vai presidir a eleição é um ex-funcionário do Partido dos Trabalhadores e ex-advogado de um sentenciado no processo do mensalão, José Dirceu. O presidente do TSE é o ministro Dias Toffolli.

Neste processo chama a atenção a ação de Lula, seu líder máximo – e único, na verdade. Tem se mantido – até o momento – discreto na campanha eleitoral. Visitou alguns estados e mesmo em São Paulo tem participado pouco das atividades. Pode ser que tenha sentido um cheiro de derrota no ar e está buscando preservar sua figura. No caso da eleição paulista, isto já é definitivo. Seu candidato já está derrotado. Esperto como é, pode já estar iniciando a campanha de 2018. E com o figurino de salvador da pátria.

Frente a este quadro é que a oposição precisa exercer o seu papel. Nesta eleição tem agido com mais consistência, buscando alianças regionais e um discurso mais simples e compreensível para o eleitor. Tem atuado melhor, mas distante do que se espera de uma oposição no grave momento histórico que vivemos.

Eduardo Campos tenta – mas tem muita dificuldade – de encarnar o figurino oposicionista. Afinal, permaneceu mais de um decênio apoiando o governo, inclusive exercendo função ministerial. Mas teve ousadia em se lançar candidato.

É Aécio Neves que tem de exercer o papel de opositor do petismo. Tem se esforçado, é verdade, porém a campanha ainda não empolgou. Conseguiu habilmente construir bons palanques estaduais. Diversamente de 2010 rachou o apoio petista no trio de ferro da política brasileira. Em Minas Gerais deve ter uma grande vitória. Em São Paulo, se conseguir colar a sua candidatura à de Geraldo Alckmin, pode ter a maior vitória do partido no estado desde o restabelecimento das eleições diretas. Conseguiu um raro feito no Rio de Janeiro, rachando o bloco de apoio à petista que foi importante em 2010. Deve surpreender no Nordeste tendo uma boa votação, rompendo com o domínio petista, como na Bahia. Mas ainda é pouco.

A máquina autoritária petista pode ser derrotada. Os dois próximos meses são decisivos. O PT vai usar todas as suas armas. Sabe que é uma batalha de vida ou morte, pois longe do aparelho de Estado não consegue mais sobreviver.



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Marco Antonio Villa é historiador.

Genoino deixa a cadeia para cumprir pena em casa


Mensaleiro foi liberado para o regime aberto pelo ministro Luís Roberto Barroso. Genoino fez cursos à distância e trabalhou na Papuda para reduzir pena

O ex-deputado José Genoíno deixa nesta terça-feira o prédio da Vara de Execuções Penais, onde recebeu autorização para cumprir pena no regime aberto
O ex-deputado José Genoíno deixa nesta terça-feira o prédio da Vara de Execuções Penais, onde recebeu 
autorização para cumprir pena no regime aberto (Alan Marques/Folhapress)
Três meses depois de voltar a cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, o ex-presidente do PT José Genoino deixou a cadeia nesta terça-feira para cumprir o restante da sentença de quatro anos e oito meses em casa. Condenado no julgamento do mensalão, Genoino foi autorizado na semana passada a migrar para o regime aberto. Como no Distrito Federal não há as chamadas casas de albergado – estabelecimentos próprios para condenados a regime aberto –, a Justiça permite que os detentos sejam beneficiados com prisão domiciliar. O ex-deputado fez cursos à distância e trabalhou no presídio da Papuda, em Brasília, para abater parte de sua pena e conseguir migrar mais rápido de regime. A migração foi determinada em 7 de agosto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, novo relator do mensalão. Outro que deixou a Papuda nesta terça foi Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto PL (atual PR), condenado a cinco anos em regime semiaberto. Ele conseguiu o direito de progressão de pena após a Justiça ter constatado que ele trabalhou e estudou enquanto cumpria sua sentença. 

Genoino deixou a Papuda na manhã desta terça e seguiu para a Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Vepema) para receber as últimas instruções do juiz. Ele deixou o local por volta das 10 horas. Ele deixou o local em um carro preto, acompanhado de seu advogado, Cláudio Alencar. Estava de óculos e usando um cavanhaque bastante grande. O tribunal reforçou a segurança e estabeleceu um esquema para driblar os jornalistas e evitar que fossem feitas imagens do petista. O regime domiciliar tem algumas restrições, como a reclusão das 21 às 5 horas, sendo que aos domingos e feriados o recolhimento se dá em período integral. Além disso, o mensaleiro não poderá sair do Distrito Federal sem prévia autorização da Justiça e terá de comparecer a cada dois meses à Vepema para informar suas atividades. Lamas também passou pela Vepema antes de seguir para casa. 

O petista fez dois cursos à distância (introdução à informática e internet e direito constitucional) e trabalhou na biblioteca da Papuda, o que lhe garantiu a redução em 34 dias da pena originalmente imposta pelo crime de corrupção ativa. Pela Lei de Execução Penal, um dia de pena é abatido a cada 12 horas de frequência escolar e a cada três dias trabalhados. A legislação penal prevê ainda que a progressão de regime é possível se o preso tiver bom comportamento e for comprovado o cumprimento de um sexto da pena no regime anterior – já descontados os dias trabalhados e o tempo de estudo.

O ex-presidente do PT teve a prisão decretada no dia 15 de novembro do ano passado, mas passou mal na Papuda e recebeu autorização judicial para cumprir a pena temporariamente em casa até que seu quadro de saúde fosse novamente avaliado. Depois de uma série de exames e mais de cinco meses em regime domiciliar provisório, ficou constatado que o ex-presidente do PT não apresentava qualquer gravidade que o impedisse de permanecer preso. Ao receber o laudo médico, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa determinou que Genoino voltasse à Papuda – ele retornou à penitenciária no dia 1º de maio.

Genoino tentava a liberação para cumprir pena em casa desde que foi preso, sob o argumento de que o sistema carcerário brasileiro não tem condições de assegurar a ele tratamento de saúde adequado – ele foi submetido a uma cirurgia cardíaca em julho do ano passado. O mensaleiro também tentou ser beneficiado com a aposentadoria por invalidez por problemas de saúde, mas o pedido foi negado pela Câmara dos Deputados. Ele recebe, atualmente, cerca de 20.000 reais por tempo de serviço na Casa.

A Deturpação da Anistia

Por Carlos I. S. Azambuja

Sobre a Anistia não há muito o que escrever. A Lei é curta e altamente objetiva. É interessante conhecer o artigo 11: "Esta lei, além dos direitos já expressos, não gera quaisquer outros, inclusive aqueles relativos a vencimentos, soldos, salários, proventos, restituições atrasadas, indenizações, promoções ou ressarcimentos".

O artigo acima, a partir do governo de Fernando Henrique, que criou a Comissão de Anistiados Políticos vem sendo solenemente ignorado, inclusive pelo então ministro da Justiça, Marcio Tomaz Bastos, que sugeriu a promoção de Apolônio de Carvalho, expulso do Exército em 1935, quando era tenente, a general!

Abaixo, é reproduzido um texto que demonstra como um instrumento criado com a finalidade de superar obstáculos para uma paz necessária ao país, foi totalmente descaracterizado para que oportunistas e revanchistas ganhassem muito dinheiro e pudessem humilhar as forças de segurança que lutaram contra o terror comunista no Brasil.

Lei da Anistia atirada no lixo

"Pela anistia se elimina não somente a punibilidade da ação, mas a sua própria existência como crime, isto é, as conseqüências penais que dele podem decorrer" (Mirador, Tomo 2, pg. 600 - Encyclopedia Britannica).

Essa máxima, que normalmente é respeitada em qualquer país que tenha conseguido pacificar sua população, não se aplica ao Brasil, embora o Congresso Nacional tenha aprovado a Lei 6.683/79, mais conhecida como "Lei da Anistia". Ou melhor: ela é aplicada sim, mas somente em benefício de antigos terroristas e "perseguidos políticos" de esquerda, nunca aos bravos cidadãos brasileiros que em passado recente defenderam o Brasil contra a sanha totalitária da hidra vermelha.

Criada pelo presidente Figueiredo, a Lei da Anistia cobre o período de 2 de setembro de 1961, data da renúncia de Jânio Quadros, a 15 de agosto de 1979, data da promulgação da referida Lei. Uma Lei que era para ser a base de uma confraternização da sociedade brasileira, hoje está inteiramente rota e suja, pisoteada por revanchistas marxistas raivosos, que a empunham apenas em proveito próprio, negando seu alcance aos adversários de ontem.

A mais nova vítima da safadeza esquerdista, que se prolonga há mais de uma década, foi o delegado aposentado da Polícia Federal, João Batista Campelo, proibido de ocupar o cargo de assessor jurídico da Procuradoria da Câmara Legislativa do Distrito Federal, 24 horas após ter sido nomeado. Motivo alegado: Campelo é acusado de tortura durante a ditadura militar contra o ex-padre José Antonio Monteiro.

É certo que o Brasil tipificou a tortura como crime hediondo, com a criação da Lei 9.455/97, aprovada após o episódio ocorrido na Favela Naval, em São Paulo, quando policiais foram filmados batendo em pessoas paradas em uma "blitz", ocasião em que o policial "Rambo" matou com um tiro um cidadão após este ser liberado.

Inocente ou culpado, Campelo não poderia ser enquadrado pela lei da tortura de 1997, pois a Lei da Anistia, publicada há mais de 40 anos, "elimina não somente a punibilidade da ação, mas a sua própria existência como crime". Além do mais, uma lei só pode retroagir para beneficiar um indivíduo, nunca para prejudicá-lo.

Grupos como “Tortura Nunca Mais” e o projeto “Brasil Nunca Mais” da Arquidiocese de São Paulo estão esquecendo que a anistia não é um ato unilateral; é geral - cobre os dois lados. “Repudio atos de ódio e revanchismo político de grupos como o Tortura Nunca Mais porque, quando o Congresso votou a anistia, virou a página autoritária no pressuposto de que não voltaria atrás senão como referência histórica" (Senador Jefferson Peres, in "Jornal do Senado", abril de 1998).

Muitos brasileiros de bem - e seus familiares - já foram prejudicados pela onda revanchista que ainda impera no Brasil. O coronel Ustra não foi promovido a general porque a então deputada petista Bete "Rosa" Mendes, outrora pertencente a um grupo terrorista, a VAR-Palmares – como a presidentA Dilma -,  sem nenhuma prova, acusou o militar de torturador, quando este era Adido Militar no Uruguai, durante o Governo Sarney. O coronel Avólio foi exonerado do cargo de Adido Militar em Londres durante o Governo FHC devido ao mesmo tipo de acusação, também sem nenhuma prova. O general Fayad foi impedido de assumir cargo de direção no Exército e de exercer sua profissão, como médico, devido ao mesmo tipo de revanchismo. Durante uma campanha para eleições presidenciais, o Ministro Costa Couto, candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, foi covardemente afastado. Crime alegado: havia trabalhado como assessor do SNI.

Afinal, tivemos nos governos de Lula e Dilma antigos guerrilheiros, a exemplo do cubano-brasileiro José "Daniel" Dirceu, que no passado foi integrante do grupo terrorista Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado pelo serviço secreto de Cuba e de Franklin Martins, guerrilheiro que agora coordena a reeleição da presidentA e que, como José Dirceu, recebeu treinamento em Cuba e que, quando do seqüestro do embaixador dos EUA no Brasil, ameaçou que o embaixador seria “justiçado” se os presos solicitados em troca de sua liberdade não fossem libertados.

Por que a Lei da Anistia beneficia apenas terroristas, verdadeiros traidores da Pátria, que estiveram a soldo de uma ideologia criminosa estrangeira, totalmente estranha à cultura, à tradição e à religiosidade dos brasileiros? E ainda mais: os que, constitucionalmente, combateram o terror, vêm tendo que se explicar para uma tal (c) Omissão da Verdade, criada pela presidentA, ex-terrorista!

Não pára aqui a safadeza cometida pelas esquerdas que sonhavam ontem implantar no Brasil um regime do tipo soviético ou cubano. Após muito conchavo político e muita pressão sobre os congressistas, a malta conseguiu aprovar a Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, no período abrangido pela Lei da Anistia.

Com base nessa Lei dos "desaparecidos políticos", foram concedidas polpudas indenizações a "perseguidos políticos" e a parentes de terroristas mortos durante a chamada “ditadura militar”. Além do terrorista Carlos Marighela, autor do "Minimanual do Guerrilheiro Urbano", bíblia de cabeceira de grupos terroristas como asBrigadas Vermelhas e o grupo Baader-Meinhoff, o sanguinário Carlos Lamarca, torturador (mandou matar o capitão da PM de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, a coronhadas), ladrão de armamentos do Exército que jurou honrar com a própria vida, também foi enquadrado na elástica interpretação da "Comissão dos Desaparecidos Políticos", recebendo as respectivas famílias gorda indenização paga pelo erário - vale dizer, por você, contribuinte.

Isso prova, categoricamente, o grau de imoralidade que norteia a Comissão inicialmente presidida por "Numerário" Miranda, em assaltos cada vez mais freqüentes aos cofres públicos. Calcula-se que o total das indenizações já ultrapassa os R$ 3 bilhões.

Um dos beneficiados pela "piñata" brasileira foi Luiz Carlos Natal, chefe do gabinete do deputado Luiz Eduardo Greenhalg (PT/SP). Embolsou R$ 1.015.384,42 e terá pensão mensal de R$ 10.931,51.

Quem foi o idiota que disse que o crime não compensa?


Fonte: Alerta Total


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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

Em casa de enforcado

Por Dora Kramer

O que é um factoide? Um pseudofato criado para chamar atenção para alguma coisa ou alguém ou para amenizar o efeito de outros atos.

Nessa definição se enquadra a entrevista convocada pela presidente Dilma Rousseff, neste domingo, em que qualificou como "factoides políticos" as denúncias envolvendo negócios, diretores e ex-dirigentes da Petrobrás.

O pseudofato foi a entrevista da presidente, que nada tinha de importante a dizer. Emitiu juízo de valor sobre o que o Tribunal de Contas da União pode ou não pode fazer. Segundo Dilma, "não pode" submeter uma pessoa "íntegra, correta" como a presidente da Petrobrás, Graça Foster, "a esse tipo de julgamento".

Referia-se à decisão a ser tomada nesta semana sobre a inclusão ou não da executiva na lista dos diretores da estatal que tiveram os bens bloqueados devido ao prejuízo de quase US$ 800 milhões à Petrobrás, detectado pelo TCU no exame dos documentos sobre a compra da refinaria de Pasadena.

A declaração foi antes de qualquer coisa inadequada e irrelevante. Não cabe à presidente da República determinar o que deve ou o que não deve fazer o TCU, órgão ligado ao Poder Legislativo. Além disso, ficou parecendo que os outros 11 diretores que tiveram seus bens bloqueados não são íntegros nem corretos no entender da presidente.

Dilma Rousseff mostrou-se também convenientemente esquecida de que foi ela quem repôs a Petrobrás sob o foco da política. Não falemos sobre o aparelhamento nem sobre o manejo dos preços dos combustíveis.

Fiquemos no simples fato de que foi ela quem acusou a diretoria de induzi-la ao erro, a fim de ser excluída do rol dos atuais acusados pelos prejuízos. Um remendo levou à necessidade de outros cada vez maiores.

No domingo, o intuito dos conselheiros da presidente talvez tenha sido o de ocupar o noticiário de segunda-feira, para reduzir o espaço dedicado à repercussão da entrevista da ex-contadora do doleiro Alberto Youssef à revista Veja.

Esta, sim, mais consistente no que se refere a fatos. A moça, Meire Bonfim da Silva Poza, resolveu contar o que sabe à Polícia Federal. Não são boatos, portanto. Relatou operações feitas por ela durante três anos envolvendo malas de dinheiro repassadas a empreiteiras donas de contratos com a Petrobrás, intermediados pelo ex-diretor administrativo Paulo Roberto Costa, cuja destinação final desemboca em políticos de três partidos, PT, PMDB e PP.

Podem ser invencionices? Podem. Mas bastante verossímeis, pois guardam relação com o que até agora vem sendo apurado pela Polícia Federal. Não parecem fabulações de caráter eleitoral como quer fazer crer a presidente, até mesmo desqualificando um órgão sob sua jurisdição.

Não estivesse o instituto da CPI tão absolutamente desmoralizado, seria o caso de se instalar um inquérito parlamentar para investigar a participação dos congressistas nesse esquema. Mas, hoje, as comissões ganharam dos petistas um atestado de tradição de farsa "desde Pedro Álvares Cabral".

Falam disso com a ligeireza de quem está no poder, abstendo-se da prudência de pensar que um dia podem voltar à oposição.

Língua nos dentes. É concreta, embora não seja certa, a possibilidade de o ex-diretor administrativo da Petrobrás Paulo Roberto Costa fazer acordo de delação premiada.

Preso pela primeira vez em março deste ano na Operação Lava Jato da Polícia Federal, foi solto 59 dias depois e preso de novo em junho por ter omitido a existência de uma conta na Suíça e a posse de um passaporte português.


Quanto menores as possibilidades de defesa, maior a probabilidade de um e de outro (ou até dos dois) optarem por um acordo para contar o que sabem. O ex-diretor da Petrobrás estaria apenas aguardando o resultado de um pedido de relaxamento da prisão preventiva.


COMO DAR-SE VIDA A UM FANTASMA


Quando nossos filhos eram pequenos, alugamos certa feita uma casa de veraneio cujo sótão servia de moradia a algum animal que emitia guinchos finos e esganiçados semelhantes ao riso humano. Na primeira vez em que foi ouvido, as crianças, assustadas, perguntaram o que era e eu respondi em tom casual sem dar muita importância: “É o Risadinha. Não é possível vê-lo, mas ele mora aí em cima”. E o Risadinha acabou incorporado para sempre ao folclore familiar, sendo evocado cada vez que se escuta algum rangido ou uma porta bate inesperadamente.

Você acredita nessas coisas? Boitatá, lobisomem, risadinha? Todas são muito facilmente acolhidas pelo imaginário infantil e perdem o sentido, é claro, perante a razão dos adultos. Mas há outras assombrações mais sérias. São concebidas com objetivos políticos e, submetidas a um tratamento gramscista, produzem extraordinário efeito sobre muitas mentes maduras. A técnica empregada envolve conhecimentos de psicologia de massas, mas é de concepção simples, consistindo em criar uma palavra, atribuir a ela o pior dos sentidos, mencioná-la milhões de vezes e associá-la aos adversários. Gradualmente, o novo fantasma entra para o vocabulário comum e se converte, não apenas em algo real, mas numa entidade horripilante, da qual é necessário fugir em disparada ante a menor manifestação de sua existência. Pronto, está criado o Risadinha para gente grande.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com o vocábulo – desculpem ter que usá-lo – “neoliberalismo”. É possível que o leitor destas linhas, à simples menção da palavra, já tenha sentido o sangue gelar nas veias. Afinal, neoliberal é agente do demo, solto pelo mundo para perder as almas, certo?

Todos estarão lembrados das obras mais macabras atribuídas ao tal... – tá bom, você sabe do que estou falando. Entre seus piores quebrantos se incluíam: Plano Real, privatizações, responsabilidade fiscal, superávit primário, economia de mercado, pagamento da dívida externa, agronegócio, exportações, e inserção no mercado globalizado. Ante a menor referência a qualquer desses tópicos, os caça-fantasmas punham-se a campo, como anjos do Senhor, bradando enxota-diabos e denunciando cheiro de enxofre. Trata-se, porém, como se viu, de uma pantomima.

Da mesma forma como o discurso contra as medidas "neoliberais" acabou levando o PT ao governo, aquelas mesmas medidas sustentaram o discurso fanfarrão de Lula durante oito anos. A lua de mel com a fartura, em praia calma, vento suave e céu azul não pode durar sempre. As prodigalidades se juntaram às tormentas internacionais. E o país passou a andar para trás. E se alguém, com um pingo de lucidez, diz ser isso o que está acontecendo, lá vem o governo com seu Risadinha de gente grande a esconjurar, desta feita, "o mercado".


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* Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.

O Dever Militar dos Chefes

Por Sérgio Tasso Vásquez de Aquino

No domingo, Dia dos Pais, tive ainda mais presente do que nos dias comuns a lembrança do meu pai, o General-de-Divisão Tasso Villar de Aquino, meu modelo e guia, exemplo de chefe de família, cristão, patriota, Oficial e Chefe Militar.

Desde Tenente, no 8* Regimento de Cavalaria Independente, em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, exibia sobejamente as qualidades que ornavam sua bela personalidade e o faziam destacado e admirado entre seus pares: valor, conhecimento e preparo profissionais, coragem física e moral, arrojo, bravura, dedicação sem limites ao dever e ao cumprimento da Missão, espírito de renúncia e de sacrifício, liderança e sadia preocupação com a formação e o bem-estar dos homens e a melhor conservação, operacionalidade e aprestamento dos meios colocados sob seu Comando e responsabilidade. Por isso, criou em torno de si, da sua pessoa de Oficial e de Chefe de escol, ambiente de profundos respeito, confiança e lealdade da parte dos seus soldados e demais subordinados, de todos os níveis hierárquicos, que tiveram a ventura de servir sob suas ordens ao longo da profícua carreira a serviço do Exército e do Brasil.

Esse exemplar magnífico de Homem, Patriota de amor sem fim pelo Brasil e Cristão fiel aos ensinamentos do Evangelho, aos Mandamentos de Deus e da Igreja, com quem o Senhor Todo-poderoso me concedeu a graça de conviver por grande parte da vida, por mais de 66 anos, e de ser herdeiro primogênito de sangue, plasmou completamente minha maneira de ser e balizou e marcou meu modo de realizar a missão de pai de família, Oficial e Chefe, quando me tocou a vez. Foi a imagem no espelho em que sempre me procurei refletir.

Ensinou-me a não ter medo de pessoa alguma, a não fugir de dificuldades ou de situações desagradáveis, nem  evitar qualquer obstáculo, para bem cumprir meu dever. A buscar sempre guardar a honra, o brio e o pundonor militares, a não sucumbir à tentação da lisonja, do servilismo, da bajulação aos poderosos de plantão, apenas para atingir  imerecidos destaque, notoriedade, posições confortáveis e recompensas materiais, tão fácil, mas tortuosamente ao alcance de quem esconde o pensamento e trai ideais, valores, costumes, tradições que são apanágio dos verdadeiros militares vocacionados, em troca de vantagens e benefícios pessoais.

Procurando ser Chefe como me ensinou, e fiel a uma vocação de toda a vida, sendo Vice-Almirante e Vice-Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, denunciei os descaminhos que o Governo Federal havia começado a trilhar, desde 1990 (e até agora), e lancei-me decididamente na luta pela soberania do Brasil e pela dignidade dos militares, pela isonomia de remuneração no Serviço Público, crescente e propositada e programadamente desfavorável aos militares e aos servidores civis do Executivo, do Plano de Classificação de Cargos.

Isso me acabou custando o afastamento do Serviço Ativo em 1993 e o encerramento prematuro da carreira, sem atingir o último posto. Combati, porém, o bom combate, guardei a minha fé e pude ser fiel ao Brasil, ao dever militar, às minhas crenças mais profundas, à herança paterna, aos sadios ensinamentos recebidos no Colégio Militar do Rio de Janeiro e na Marinha do Brasil, ao cumprimento da Missão e à obrigação que os Chefes têm para com seus comandados.

Bem a propósito, ontem assisti, na televisão, ao filme clássico sobre o motim no Encouraçado “Potionkim”, da Marinha Imperial Russa, no porto de Odessa, em 1905. Foi o primeiro e remoto episódio da Revolução Bolchevista de 1917, que implantou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas na terra dos tzares e todo o elenco de crueldades, atraso, misérias e crimes que infelicitaram o mais extenso país do mundo por mais de 70 anos, ameaça que ainda hoje ronda tantas partes do mundo, também na América Latina, Brasil inclusive, havendo cobrado o infamante preço de 80 milhões de vidas sacrificadas na sua loucura. Tudo começou com a desatenção pelo fato de alimentos estragados estarem sendo servidos à marujada...

Nosso amado Brasil vive, nos tempos correntes, os piores momentos da sua História, com a séria e sempre presente ameaça de modificação da ordem vigente e substituição por outra, de marcante influência esquerdista radical e tendente à privação das liberdades públicas e individuais, à morte da democracia.

Tudo corolário de nefasto processo iniciado em 1990 e agravado à medida que os anos se vão passando, sempre sob os auspícios dos sucessivos governos da República. As próximas eleições presidenciais de outubro serão um marco decisivo  e, não importa qual for o resultado, é provável que enfrentemos duros e procelosos tempos no futuro, seja pela continuidade reforçada e acelerada do atual deletério esquema político-econômico-psicossocial imposto, se a situação for vencedora, seja pela possível erupção desatada da violência por conta de grupos extremistas inconformados, reforçados por milhares de agitadores importados do exterior, no caso de a oposição sagrar-se vencedora.

A tudo, espera-se, e clama-se a Deus, que as Forças Armadas nacionais acompanhem atentamente, para agir, quando e se necessário, no cumprimento da sua destinação constitucional e dos sagrados compromissos assumidos para com a independência, a soberania, a paz, a justiça, o direito, a liberdade, a democracia, a ordem, o progresso, a integridade do patrimônio  e a integração nacionais. E que, na frente interna, os Comandos responsáveis jamais se descurem de  garantir remuneração adequada e condições de tratamento médico e de outras formas importantes, justas, de bem-estar e de elevação do moral aos  comandados.

A HORA É GRAVE, AS PREOCUPAÇÕES SÃO ENORMES E CRESCENTES, MAS TEMOS DE SEMPRE TER ESPERANÇA, BASEADOS NO NOSSO VALOR E NA GRAÇA DE DEUS!


Fonte: Alerta Total



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Sergio Tasso Vásquez de Aquino é Vice Almirante reformado e membro da Academia Brasileira de Defesa, e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.

Komintern (Kommunistischen Internationale) - A ajuda fraternal aos partidos comunistas de todo o mundo

Por Carlos I. S. Azambuja

O Komintern - Organização internacional comunista fundada por Vladimir Lenin e pelo Partido Comunista da União Soviética em março de 1919, que pretendia lutar com “todos os meios disponíveis, inclusive armados, para derrubar a burguesia internacional e estabelecer uma República Soviética internacional como um passo transitório à completa abolição do Estado”.

Após a Revolução Bolchevique de 1917, na Rússia, foram criadas forças e partidos comunistas em vários países, que logo aceitaram as famosas 21 condições exigidas pela III Internacional – também conhecida como Komintern ou Internacional Comunista – para que fossem reconhecidos em nível internacional. O Komintern foi assim definido pelo “Pequeno Dicionário Político”, editora Progresso, Moscou, 1984: “Estado-Maior ideológico e político do movimento revolucionário do proletariado”.

Em troca da adesão, o Komintern outorgava a esses partidos a patente de revolucionários, numa relação periferia-centro que pouco tempo depois ficaria conhecida como Movimento Comunista Internacional. Essa foi a origem dos vínculos que, por 70 anos, os comunistas da ex-União Soviética mantiveram com todos os partidos comunistas do mundo.

Para Lênin, que dirigiu a Revolução Bolchevique, o Komintern tinha como objetivo “lutar por todos os meios possíveis para a derrubada da burguesia internacional e criação de uma revolução mundial soviética, como etapa de transição à completa abolição do Estado”. Nesse contexto, a ditadura revolucionária do proletariado era o único caminho possível para “libertar a humanidade dos horrores do capitalismo”.

Logo depois da Revolução Bolchevique, em 1925, foi instalado em Buenos Aires o Bureau Sul-Americano (BSA) do Komintern, com a tarefa de coordenar as atividades dos partidos comunistas da região. Nesse sentido, o papel do Partido Comunista Argentino (PCA), como correia de transmissão da política do Komintern, passou a ser decisivo, uma vez que, então, o PCA já possuía contatos com dirigentes da Internacional, em Moscou, que eram os que, de fato, dirigiam o PC Argentino. Dirigiam, não. Comandavam.

Nessa época o PCA era o partido comunista mais importante da América Latina, e já contava, em 1923, com cerca de 3.300 militantes.

Em 1928 o Bureau Sul-Americano passou a ter existência legal na Argentina e a refletir as forças e as precariedades do Komintern na região. A bolchevização, ou seja, a aplicação irrestrita das 21 condições leninistas e a adesão incondicional à União Soviética era a condição essencial para que um partido comunista fosse admitido como membro do Komintern. O Partido Comunista Brasileiro, fundado em 1922, logo aceitou essas condições. Tanto é assim que sua denominação era Partido Comunista do Brasil, Seção Brasileira da Internacional Comunista.

Segundo o dirigente comunista argentino Luis Sommi, enviado do PCA ao Komintern, em fins de 1934 foi realizada em Moscou a III Conferência Comunista Latino-Americana, na qual foi aprovada a deflagração, no Brasil, de um movimento armado. Nesse sentido, a Conferência respaldou a criação da Aliança Nacional Libertadora, que pouco tempo depois, em julho de 1935, viria a ser efetivamente criada como uma organização de fachada do PCB.

Sob a tutela da Internacional Comunista, criaram-se uma série de organizações internacionais, entre as quais podem ser citadas: Internacional Sindical Vermelha (Profintern), Internacional da Juventude Comunista, Socorro Vermelho Internacional (MOPR), Internacional Camponesa (Krestintern) e Internacional Desportiva Vermelha (Sportintern);

Em 15 de maio de 1943, depois de celebrada a Conferencia de Teerã, o Presidium do Comitê Executivo da Internacional Comunista, “tendo em conta a maturidade dos partidos comunistas” nacionais, e para evitar os temores dos países capitalistas aliados, decidiu dissolver a Internacional Comunista.

Em 1947 foi criada a Kominform (Oficina de Informação Comunista) como substituta doKomintern, que reunia os Partidos Comunistas da Bulgária, Checoslováquia, França, Hungria, Itália, Polônia, a União Soviética e Iugoslávia. Foi dissolvida em 1956 por Nikita Kruschev.

William Waak, em seu livro “Camaradas”, assinala que a Intentona Comunista seria impossível de ser explicada sem levar em conta a personalidade carismática de Prestes, já então membro do Comitê Executivo do Komintern. Baseado em dados inéditos, pesquisados nos arquivos doKomintern, em 1993, em Moscou, William Waak demonstra que a Intentona Comunista foi mais uma ação do prestismo do que do comunismo.

Em 1932, quando o general Agustín Justo tomou o Poder na Argentina, em decorrência de um golpe de Estado, o Bureau Sul-Americano foi tornado ilegal, passando a funcionar em Montevidéu.

Sobre o tão falado Ouro de Moscou, ou seja, a ajuda fraternal que o PC Soviético sempre deu a todos os partidos comunistas do mundo, deve ser recordado que sustentar um exército de revolucionários profissionais que tornasse possível a manutenção de casas ilegais (aparelhos), imprensas, depósitos para literatura, aparatos de autodefesa, gráficas, serviços de Inteligência, etc, requeria muito dinheiro. Dinheiro que os PCs da região não tinham. Nesse contexto, a ajuda fraternal, embora limitada para as necessidades sempre crescentes, não era desdenhável. Aos partidos comunistas antepunham-se duas alternativas: o caminho das expropriações revolucionárias ou o da penetração nos grandes âmbitos econômicos – os chamados empreendimentos partidários. Todos os partidos comunistas do mundo optaram por este último caminho, que requeria pessoas fiéis e incorruptíveis.

O Ouro de Moscou, no entanto, não fluía sem limites e, muitas vezes, nem em montantes significativos que atendessem a todas as necessidades partidárias. Todavia, esse auxílio fraternal foi muito mais amplo do que se possa imaginar, conforme os balancetes dados a conhecer em Moscou após o fim da União Soviética, a partir de 1991. Segundo o jornal Konsomolskaya Pravda de 8 de abril de 1992, o PCUS, somente em 1990 – ou seja, 5 anos após a implantação das políticas da glasnost e perestroika, de Gorbachev – “ajudou com mais de US$ 200 milhões os partidos irmãos do mundo, entre os quais o da Espanha e Portugal e quase todos da América Latina. Os mais beneficiados foram os partidos comunistas do Chile (US$ 700 mil), da Argentina, da Venezuela e de El Salvador (US$ 450 mil cada um). Os do Brasil e Colômbia receberam US$ 400 mil cada um. Os partidos de tendência comunista da Espanha receberam US$ 300 mil e o PC Português, o primeiro da lista, U$ 1 milhão”.

O apoio político e a ajuda fraternal, todavia, não eram dados apenas aos partidos comunistas fiéis a Moscou, como seria lícito supor. Ao final da década de 70, dos diversos exilados latino-americanos que foram acolhidos e viveram em Moscou e em países do bloco comunista, cerca de 100 pertenciam à organização argentina de luta armada Montoneros, segundo registra o livroEl Oro de Moscu, 1994, de Isidoro Gilbert, ex-chefe da agência de notícias soviética Tass, em Buenos Aires. Ou seja, o PCUS, que se sobrepunha ao Estado soviético, apoiava também as organizações de luta armada, ao mesmo tempo em que mantinha negócios e relações diplomáticas com os países onde essas organizações atuavam, como ficou claro com o apoio em dinheiro, armas e treinamento aos militantes da Frente Patriótica Manuel Rodriguez, uma cisão do Partido Comunista Chileno que, em meados da década de 80 descambou para a luta armada.

Essa ajuda fraternal era, todavia, muito mais ampla que as cifras mencionadas peloKonsomolskaya Pravda. Implicava também em financiamento de editoras, gráficas, jornais, revistas, viagens de membros dos aparelhos dirigentes ao exterior, férias anuais em casas de repouso na Criméia, educação política e treinamento de quadros nas escolas do partido, em Moscou, inclusive treinamento militar e outros tipos de auxílio.
Muitos negócios no comércio exterior foram facilitados graças à interferência do Departamento de Relações Internacionais do PCUS, ao qual se vinculavam os partidos comunistas de todo o mundo, através de um “referente” (membro do aparelho do Departamento de Relações Internacionais responsável pelos assuntos de um PC determinado, encarregado de encaminhar e buscar solucionar todos os problemas, que ordinariamente surgiam, envolvendo o partido comunista ao qual ministrava assistência). O “referente” fazia também as vezes de “perevodchic” (intérprete) quando das reuniões de visitantes comunistas com funcionários de maior hierarquia do PCUS. Os “referentes” sempre conheceram de perto e influenciaram nas lutas internas dos partidos comunistas aos quais davam assistência política.

Nos casos de intermediação de negócios de comércio exterior, os partidos comunistas recebiam comissões por parte das empresas nacionais que haviam sido ajudadas. Mas, na medida em que o socialismo real se foi degradando, particularmente após 1985, quando Gorbachev assumiu o Poder na URSS, sua decadência influenciou negativamente sobre esses negócios, bem como sobre os empreendimentos partidários, pois nenhum deles conseguiu adaptar-se à situação de livre mercado.
Na Rússia de hoje, conforme a imprensa dá conta quotidianamente, o fim do PCUS deixou a várias frações e diversos ex-dirigentes pós-soviéticos alguns negócios, dando origem ao que hoje é denominada máfia russa.

Depois que o PCUS foi formalmente colocado na ilegalidade e declarado extinto por Boris Yeltsin, em agosto de 1991, seus arquivos secretos foram abertos e, alguns deles, rapidamente fechados.
Valentin Falin, último chefe do Departamento de Relações Internacionais do PCUS, que em fins de 1992 solicitou e obteve asilo político na Alemanha – onde havia sido embaixador – declarou que “em meados de março de 1990, uma grande injeção financeira foi recebida pela maioria dos partidos comunistas estrangeiros. O da França recebeu US$ 2 milhões, o do Chile US$ 700 mil, os da Alemanha e Portugal US$ 500 mil cada um, o do Líbano US$ 400 mil, o de Luxemburgo US$ 270 mil, e os da Índia e Argentina US$ 250 mil cada um” (jornalNovedades, Moscou, 27 de setembro de 1992).

Também o livro “A Conspiração do Kremlin”, escrito conjuntamente pelo Procurador-Geral da Rússia, Valentina Stepankov, por seu segundo, Evgueny Lisov, e pelo jornalista Pavel Nikitin, assinala que o PCUS doava cerca de US$ 20 milhões de ajuda financeira, anualmente, aos partidos comunistas e organizações revolucionárias de todo o mundo. Esse montante é considerado correto pelo general da KGB, hoje na reserva, Nokolai Leonov.

Todavia, a imaginação criadora daqueles que geriam os fundos financeiros do PCUS não tinha limites. Havia outras formas de enviar dinheiro aos partidos comunistas estrangeiros. A Federação Sindical Mundial, a Federação Mundial da Juventude Democrática, a União Internacional de Estudantes, a Federação Democrática Internacional de Mulheres, e outras entidades que integravam o Movimento Comunista Internacional, também possuíam seus canais, se bem que mais modestos, de remeter ajuda fraternal às entidades similares dos países do Ocidente.

Essa tarefa de auxílio aos revolucionários de todo o mundo teve início em 1920, logo depois da Revolução Bolchevique, através do Serviço de Relações Internacionais do Komintern, entidade conhecida pela sigla OMS (Otdel Mezhdunarodnykh Suyasey), que era a alma do aparato secreto do Komintern, pois controlava os códigos para a transmissão e o recebimento de mensagens, bem como as planilhas sobre o financiamento aos partidos comunistas, que eram manuscritas, a fim de que delas não tomassem conhecimento olhares menos confiáveis.

Existiam, então, representantes do OMS em todo o mundo, aos quais cabia a tarefa de fazer chegar essa ajuda fraternal a quem de direito. Esses representantes, contudo, não devem ser confundidos com os dirigentes do Komintern enviados ao exterior para educar na doutrina científica os membros dos partidos comunistas estrangeiros.
Os partidos comunistas da América Latina, por exemplo, durante toda a existência doKomintern, desativado por Stalin em maio de 1943, receberam a ajuda financeira através doBureau Sul-Americano, em Buenos Aires e, posteriormente, em Montevidéu.

Nesse sentido, é edificante o quadro publicado por William Waak, na página 210 do seu livro “Camaradas”, relacionando “os gastos justificados ao Komintern de abril a setembro de1935” com a conspiração que resultou na Intentona Comunista. Segundo esse quadro, desde então, Luis Carlos Prestes era um assalariado do Komintern, recebendo a quantia de US$ 1.714,00.

A nova situação criada com o fim da União Soviética e o desmantelamento do PCUS afetou fundamentalmente as finanças dos partidos comunistas de todo o mundo, que a partir de 1992 não mais receberam a ajuda fraternal à qual haviam se acostumado por 70 anos, levando à falência os jornais, revistas, gráficas, editoras e demais empreendimentos da maioria – senão de todos - os partidos comunistas do mundo.

A bem da verdade, deve ser assinalado que essa múltipla colaboração, sob a hegemonia do PCUS e sob a égide do Movimento Comunista Internacional, não obscurece o talento e o sacrifício de milhares de militantes que integraram os aparatos anônimos dos partidos comunistas de todo o mundo, que participavam de comícios, greves políticas, distribuição de panfletos e colagem de cartazes, tarefas essas que marcaram a ferro e fogo as personalidades da grande maioria desses anônimos que fizeram dessa profissão o seu modo de vida e jamais conheceram outro, e da vida um alheamento da realidade. Profissão que deglutiu famílias e pessoas diabolicamente convencidas de estarem lutando por um mundo melhor.

A esses, o dinheiro nunca chegou. Viviam como pedintes, do que era denominado “circulismo”. Isto é, de arrecadar dinheiro em seu círculo de amigos, colaboradores e simpatizantes. Muitos desses militantes agora perguntam: “O que se passou, kamarada?”. Nada, apenas o tempo...

Contraditoriamente, o Partido (com inicial maiúscula) sempre valorizou e considerou mais útil a seus interesses estratégicos um homem tido como de direita, com acesso aos organismos empresariais ou de Segurança, que um provado e leal militante. Essa foi a realidade. Realidade que não significou, absolutamente, o fim da História. Pelo contrário, o mundo encontra-se apenas no início de um período duvidoso, carregado de imponderáveis.

Mais perigoso que o dos tempos da Guerra Fria. As perspectivas são várias e as diversas conjecturas estão em aberto.


Fonte: Alerta Total


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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.