Por Paulo Roberto Gotaç
A Presidente Dilma, em recente entrevista, emitiu alguns
pontos de vista que merecem alguma reflexão.
Numa determinada altura, referindo-se às vaias e xingamentos
espocados durante a abertura da Copa do mundo, declarou que uma considerável
parcela dos que foram aos estádios pertenciam realmente a uma "elite
branca" - termo que, segundo ela "não fomos nós que inventamos",
o sempre presente "nós e eles" - com poder aquisitivo para pagar os
ingressos.
Lá nos idos de 2007, no entanto, quando o então Presidente
Lula ainda comemorava a escolha do país como sede do torneio, tinha ele mente,
segundo admitiu mais tarde, não obter dividendos políticos mas atender aos anseios de uma paixão do povo
brasileiro, o futebol, assegurando, à época, que o evento seria bancado pela
iniciativa privada, o que não ocorreu, onerando, assim, consideravelmente, os
cofres públicos.
Talvez se o governo conseguisse persuadir nesse sentido os
investidores particulares, quem sabe o setor público, com seus recursos, fosse
capaz de baratear os preço dos ingressos e atrair mais público da classe C,
cuja ascensão é alardeada pelos cardeais do PT como grande conquista?
Em outro trecho da entrevista, Dilma, afirma que a corrupção
já existia antes do seu partido assumir o poder, o que é indiscutível.
Só não acrescentou que a sua amplificação durante o período
petista que ainda vigora, elevou o respectivo nível a alturas inimagináveis,
sendo observada a compra de votos de parlamentares visando à aprovação de
projetos de seu interesse no Congresso, ação conhecida como mensalão e que
consistiu na maior manobra de corrupção política da história.
Esqueceu-se também de citar os inúmeros escândalos ligados
ao partido, em determinada época divulgados quase diariamente pela mídia, os
favorecimentos a "cumpanheiros", afetando a gestão de estatais e
domesticando os sindicatos, além da absurda formação de 39 Ministérios, alguns
criados por mera conveniência de poder-político.
Vê-se assim que a tentativa do partido do governo de se
transmudar de réu para acusador pode, nas mãos de uma eficiente oposição, ter
efeito contrário aos objetivos eleitorais ligados à re-eleição.
Fonte: Alerta Total
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Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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