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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Intervenção militar?

Por Gen Bda Paulo Chagas

Caros amigos
 
Tenho recebido muitas mensagens de pessoas, muito justamente preocupadas com o futuro do País, sugerindo uma intervenção militar na política brasileira.
Sinto muito, por mim e por todas essas pessoas, mas a situação que estamos vivendo hoje no Brasil foi construída pelos brasileiros, por livre e espontânea vontade, por que então teriam os militares que por ordem na casa, contrariando o que a maioria dos brasileiros, aparentemente, quer?

Lula venceu as eleições e tomou o poder dos Tucanos com as mesmas urnas eletrônicas que se suspeita, desde sempre, que sejam fraudáveis. Por que FHC não fez o seu substituto? Será que não sabia fraudar urnas ou não sabia que eram fraudáveis?

Tudo que está sendo feito para o mal do Brasil é constitucional ou está sendo aceito como tal pelas Casas que representam o povo. Na Democracia Representativa, em princípio, isto é a vontade da maioria. As instituições, bem ou mal, estão funcionando - aparelhadas, é bem verdade.

Está tudo uma droga, mas dentro da lei, caso contrário o MP, a OAB e outros fiscais da lei já teriam tomado providências. Porque não o fazem? Aparentemente estão todos achando tudo muito bom! Por que então os militares, ao arrepio de tudo isto, apenas porque ostentam as armas do Estado e representam o argumento da força, iriam tomar conta da Nação? Que instituições, entre as tantas que temos, ficariam do lado do golpe?

Democracia é o mesmo que religião - não basta ser batizado - tem que ser professada. Há que se acreditar, ter fé e praticá-la. Vejo muitos católicos, como eu, maldizendo a Deus quando morre um familiar ou amigo próximo, jogando no lixo a crença na promessa de uma outra vida, ao lado do Pai, na qual juravam crer até o dia anterior!

O mesmo acontece com muitos democratas quando os seus candidatos não são eleitos ou as suas convicções não são as mesmas da maioria, comprada ou não!

Da mesma forma, serve de exemplo a “Parábola do Semeador” que põe em relevo a ação de semear a Palavra por toda parte, não importando o terreno que acolhe a semente. Quando há “terra boa” a palavra é ouvida e compreendida, a semente frutifica. Apesar dos obstáculos (pássaros, terreno pedregoso, espinhos), no final, a colheita é sempre abundante.

Por que a direita não semeia o que é direito até que se esgotem os recursos da democracia? Será que o medo de declarar-se de direita ou conservador tomou conta de nós e nos impede de semear seus ideais?

A esquerda conseguiu, com a ajuda da nossa omissão, fazer com que seja politicamente incorreto declarar-se de direita ou conservador. A solução mais simples parece que passa a ser chamar os militares e escudar-se atrás deles - não dá trabalho e é mais seguro para garantir os interesses frustrados.

Seria muito bom também se aproveitássemos a lição deixada pela humilhante derrota futebolística,  se assimilássemos os ensinamentos e colocássemos em prática as reais medidas de salvamento da Pátria que se fazem necessárias, e que estão ao nosso alcance, antes de querer transferir a responsabilidade e a iniciativa para os outros.

Em 1964 houve uma decisão manifestada pela maioria, ou se dava o golpe ou se sofria um golpe, e hoje? Onde está a maioria que apoiará o golpe militar?

Não descarto, é lógico, a intervenção, mas repudio o golpe para salvar os acomodados. Intervenção, em qualquer caso, justificada ou não, é uma agressão à lei!

É preciso, portanto, antes de mais nada esgotar os recursos da democracia para, só então, se for o caso, apenas aplaudir os Salvadores da Pátria, porque eles não precisarão ser chamados, eles conhecem a voz do dever e não lhe faltarão!

Nenhuma ditadura serve para o Brasil! – Grupo Ternuma


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