A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) está
distribuindo panfletos com críticas à Copa do Mundo. Disponíveis em português,
inglês e espanhol, os fôlderes são distribuídos em paróquias e outros pontos de
todo o Brasil. O material também está no site da instituição.
Organizado pela Pastoral do Turismo da CNBB especialmente
para a Copa, o panfleto lista oito itens com "cartão vermelho" no
Mundial. Da remoção de famílias e comunidades ao desrespeito à legislação
trabalhista, a conferência não poupa críticas ao que considera como pontos
negativos relacionados à competição.
Entre elas, a "apropriação do esporte por entidades
privadas e grandes corporações, a quem os governos vêm delegando
responsabilidades públicas" e "a inversão de prioridades para com o
dinheiro público que deveria servir, prioritariamente, para a saúde, educação,
saneamento básico, transporte e segurança".
"O material foi elaborado exatamente para marcar
presença no evento para mostrar aquilo que nós condenamos. Desde os gastos
absurdos às pessoas que tiveram de deixar suas casas", explica dom Anuar
Battisti, da Pastoral do Turismo da CNBB.
Segundo ele, os panfletos serão distribuídos em todas as
cidades-sede da Copa, não apenas nas igrejas. Aeroportos, hotéis, restaurantes
e outros pontos também já começaram a recebe-los.
Além das críticas, o material também quer ressaltar o que
pode ser positivo na Copa. Ele lista o que seria o "gol da vitória",
uma série de situações que, se cumpridas, serão muito positivas para o país.
Entre elas o fim da exploração sexual e do trabalho escravo, a não
criminalização manifestações públicas dos movimentos sociais e o respeito aos
torcedores.
Os bispos também destacam a situação dos moradores de rua.
"Que as populações dos bairros populares e pessoas em situação de rua
tenham garantida a permanência em suas localidades e a segurança para a sua
vida, bem como de todos os brasileiros e turistas", diz o panfleto. A CNBB
encerra o documento afirmando que a igreja está disponível para torcedores,
jogadores e populações vulneráveis.
A pastoral do turismo tem organizado missas em outros
idiomas, além de atividades turísticas e visitas aos principais tempos
(inclusive não católicos) das cidades que receberão jogos da Copa. "Nós
condenamos os erros, mas queremos que a Copa seja de paz e aconteça de uma
maneira especial", disse dom Anuar Battisti. (Folha Poder)
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