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domingo, 27 de abril de 2014

O que os cristãos precisam saber sobre Gilberto Carvalho, o homem forte do PT

Por Thiago Cortês

Em audiência pública na Comissão de Segurança da Câmara, a deputada federal Mara Gabrilli afirmou que o atual ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, “pegava recursos extorquidos de empresários” em Santo André durante o governo do ex-prefeito da cidade Celso Daniel, assassinado em 2002.

Gilberto Carvalho

Mara Gabrilli afirmou categoricamente que o próprio pai teria sido extorquido e que Carvalho era conhecido como o “homem do carro preto”.

“O senhor sempre foi conhecido como o homem do carro preto, e eu não falo isso porque eu li, eu falo isso porque eu vi. O homem do carro preto era o homem que pegava os recursos extorquidos de empresários e levava para o José Dirceu”, disse a deputada.

Veja o vídeo com a fala completa de Gabrilli.


Não há nada de novo sobre Carvalho. A novidade é que alguém da oposição finalmente teve coragem de questioná-lo diretamente, de forma firme, em uma sessão oficial do Congresso.

Falta aos tucanos um pouco da coragem que se espera de quem faz oposição a um governo que tem um projeto de poder autoritário. Gabrilli é um sinal de esperança.

Mas o foco aqui é Gilberto Carvalho. O atual ministro forte de Dilma foi assessor do prefeito de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002. Além do prefeito, várias testemunhas importantes do caso foram posteriormente assassinadas.

Carvalho era braço-direito de Celso Daniel e, conforme denunciaram os irmãos do prefeito que hoje se encontram exilados por ameaças de morte, o PT tinha um grande esquema de corrupção em Santo André, onde enormes somas eram levadas à cúpula do PT — no caso, para José Dirceu, que era articulador da campanha presidencial.

De acordo com Bruno Daniel, o irmão de Celso, o próprio Carvalho teria feito a entrega de R$ 1,2 milhão a José Dirceu, então presidente do PT. O dinheiro seria usado na campanha de Lula em 2002.

A coragem de uma mulher e a covardia de uma bancada

“O senhor é um ministro de estado e o senhor não fala disso? Isso não incomoda o senhor, que era braço direito desse prefeito?”, questionou a deputada Mara Gabrilli.

Os empresários do setor de transportes de Santo André certamente compartilham do mesmo espanto da parlamentar diante da trajetória espetacular que levou Carvalho ao Palácio do Planalto, onde trabalha diretamente para a presidência da República.

É igualmente espantoso que a Bancada Evangélica o aceite como interlocutor junto ao governo Dilma. Não se trata de julgar um homem pelo passado – ainda que esse passado esteja ligado a um caso tão sinistro como o assassinato de Celso Daniel.

No ABC Paulista ninguém confiaria em Gilberto Carvalho nem para ser o office-boy da firma.

Mas os nossos inteligentes e corajosos representantes no Congresso adoram se reunir com Carvalho toda vez que surge uma “crise” entre evangélicos e petistas.

Isso acontece com certa freqüência. Imagino que deve existir um alarme secreto no gabinete de todo parlamentar evangélico. Quando a sirene soa todos saem em disparada para ouvir as platitudes de Carvalho, principalmente os elogios que ele faz a si mesmo e ao seu partido.

E basta que Gilberto Carvalho – o “homem do carro preto” nas palavras de Mara Gabrilli – repita seu mantra sobre o PT estar super afinado com os evangélicos para que nossos deputados e senadores saiam das tais reuniões felizes e saltitantes.

Falamos de um homem que o próprio irmão de Celso Daniel acusa de ser responsável pelo esquema de corrupção que operava em Santo André na época em que o prefeito foi assassinado.

Gabrilli não é evangélica, mas demonstrou coragem em manifestar publicamente suas dúvidas sobre o caráter do ministro. O que dizer dos evangélicos eleitos para fazer o mesmo?

Por que a Bancada Evangélica aceita este sujeito como interlocutor?



Fonte: Julio Severo

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