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domingo, 21 de junho de 2015

Lava Jato: a um passo de Lula...
O penúltimo degrau da Lava Jato.


Marcelo Odebrecht (c), deixa a Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) em São Paulo, na zona oeste da capital paulista
Marcelo Odebrecht,  presidente da maior empreiteira do  Brasil, 
deixa a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, para 
ser  conduzido, preso, a Curitiba: a Lava Jato chegou aos  mais 
altos suspeitos da frente empresarial do petrolão; 
é possível dar um passo a mais na frente política 
(Moacyr Lopes Júnior/Folhapress)
A Polícia Federal prende os donos e executivos de mais duas empreiteiras, atinge o topo da cadeia de comando do esquema de corrupção da Petrobras e está a um passo do ex-presidente Lula

A partir das primeiras delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Yousseff, os responsáveis pela Operação Lava-Jato se deram conta de que estavam lidando com um caso que só ocorre uma vez na vida de um policial, de um promotor ou de um juiz. À medida que os depoimentos se sucediam e mais provas iam sendo encontradas, o esquema foi tomando a forma de uma gigantesca operação político-partidária e empresarial destinada a levantar fundos com contratos espúrios de empresas com a Petrobras. As raízes do esquema começaram a ficar cada vez mais profundas, enquanto sua copa passava a abranger políticos postados em galhos cada vez mais altos. Em abril, Carlos Fernandes de Lima, um dos procuradores da Lava-Jato, disse em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a investigação se tornara tão ampla que chegaria a "mares nunca dantes navegados". Na sexta-feira passada, a Lava-Jato aproou para praias que pareciam inatingíveis, prendendo os presidentes das duas maiores empreiteiras do Brasil - Marcelo Odebrecht, presidente e herdeiro da empresa que leva seu sobrenome, e Otávio Azevedo, o principal executivo da Andrade Gutierrez. O nome da operação da Polícia Federal que fez as prisões não podia ser mais ilustrativo das pretensões dos investigadores: "Erga Omnes", a expressão latina que significa "para todos" e nos tratados jurídicos é usada para proclamar um dos pilares do sistema democrático que diz que ninguém está acima da lei.

A Lava-Jato chegou ao topo? Não existe mais ninguém acima da lei em seu radar investigativo? A resposta é não. A operação chegou aos mais altos suspeitos do braço empresarial do esquema que desviou cerca de 6 bilhões de reais dos cofres da Petrobras. O braço político, acreditam os investigadores, pode subir mais um degrau além do ocupado, por exemplo, por João Vaccari, tesoureiro do PT, preso em Curitiba.Os presos da semana passada podem fornecer as informações que ainda faltam para que a lei identifique e alcance quem comandava o braço político do esquema criminoso. Quem permitia o funcionamento de uma engrenagem que abastecia PT, PMDB e PP com dinheiro sujo. Disse o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula: "A ideia é dar um recado claro de que a lei vale para todos, não importa o tamanho da empresa, seu destaque na sociedade, sua capacidade de influência e seu poder econômico".

O juiz Sérgio Moro determinou a prisão de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, por considerar que os dois capitaneavam o cartel de empresas que ganhava contratos da Petrobras em troca do pagamento de propina a funcionários da estatal e a políticos. Em seu despacho, Moro registrou que delatores do petrolão haviam dito que a Odebrecht pagara subornos no exterior por meio da construtora Del Sur, sediada no Panamá. A Odebrecht vinha negando ter relação com a Del Sur. Moro também anotou a existência de um depósito feito pela Odebrecht numa conta no exterior controlada por Pedro Barusco, o delator que servia ao PT e prometeu devolver aos cofres públicos 100 milhões de dólares. Moro determinou a prisão de outros cinco executivos, três da Odebrecht e dois da Andrade Gutierrez, e expediu 38 mandados de busca e apreensão.

Resta apenas pegar a estrela principal no firmamento governista. Os procuradores e os delegados estão convictos de que a estrela dava expediente no Palácio do Planalto.

Que direitos e quais humanos, senhora Governanta?


Caros amigos

Já escrevi sobre isto, mas é forçoso voltar ao assunto.

Sempre acreditei que o mutismo e o imobilismo dos governos brasileiros da era pós-moral com relação às violações dos direitos humanos em países como Cuba e Venezuela, para citar apenas dois, era devido ao respeito ao preceito constitucional de não intervenção nos assuntos internos de países soberanos, mesmo que submetidos a governos tirânicos e totalitários, como é o caso dos citados.

As atabalhoadas e desastradas agressões do governo petista à soberania de Hondurase do Paraguai, quando, dentro da lei e sob a tutela dos mantenedores da ordem, as Supremas Cortes e os Parlamentos, no uso de suas atribuições, defenestraram os dois afiliados do Foro de São Paulo que usurpavam dos cargos de Presidentes da República, permitiram-nos constatar que a atitude complacente com a tirania de esquerda não se tratava de obediência à Lei Maior, mas de pura conivência e de invejável fidelidade a acordos e planos traçados e tratados à sombra da liberdade democrática.

Agora, quando um grupo de parlamentares brasileiros decide, pacificamente, constatar, in loco, as graves violações dos direitos humanos que diariamente ocorrem na Venezuela e que chegam ao conhecimento do mundo por intermédio da imprensa e das redes sociais, o governo petista, cinicamente, boicota a empreitada, combina com seu afilhado, Nicolás Maduro, uma pantomima e determina ao obscuro Embaixador do Brasil naquele desgraçado  país o abandono dos representantes do povo brasileiro ao ridículo da execração moral e ao risco da agressão física!

Com que moral a Governanta Dilma pôde dizer que os nossos representantes estavam interferindo na soberania da Venezuela? Que tipo de moral lhe permitiu derramar suas lágrimas hipócritas quando da patética solenidade de entrega do relatório da comissão nacional da verdade (sic), quando instituições e homens honrados e dignos foram execrados à opinião pública como violadores de direitos humanos?

Que direitos e quais humanos, Sra Governanta?

Quanta impostura, quanta falsidade, quanta incoerência ainda teremos que aturar antes que o Parlamento e a Suprema Corte concluam que esta senhora está usurpando do seu cargo e façam o que tem que ser feito, belo bem do Brasil e dos direitos humanos?


= Nenhuma ditadura serve para o Brasil =

UFSM: A lista Burmann-Schlosser e a mentalidade criminosa

Por Luis Milman

As críticas de Hannah Arendt ao julgamento de Eichmann a antipatizaram com a liderança do Mapai (o partido socialdemocrata, à época no poder em Israel, sob a liderança de Ben Gurion), mas nem de forma remota respaldam as invenções repugnantes que Bourdoukan escreve.

Resta-nos esperar, agora, que o Ministério Público Federal, logo depois o Poder Judiciário, revelem as razões pelas quais essa gente, que acredita e propaga esta espécie de lixo pelos campi universitários, digam seus motivos para obter uma relação de israelenses na UFSM.

O artigo Serão os semitas humanos? (revista Caros Amigos, nº 68, novembro de 2002), do jornalista Georges Bourdoukan, é uma arenga antissemita que ao leitor atento, judeu ou não, só pode causar repulsa. Mas é importante começar este texto com uma menção a ele, porque Bourdoukan, que tem muita influência no meio político e estudantil trotskista, reproduz a revelação de uma história, segundo ele, secreta do sionismo, elaborada e difundida ainda pela extinta União Soviética, a partir da metade dos anos 1960 e hoje propagada mundo afora, por movimentos trotskistas pró-palestinos, como o tal Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino, ligado ao Foro Social Mundial Palestina Livre. O Foro se reuniu em Porto Alegre, há dois anos, com o apoio do governo Tarso Genro. As tais entidades que fizeram o pedido ao Reitoria da UFSM, para que fornecesse a informações se havia ou a perspectiva de haver, docentes ou discentes na universidade, estão entre os grupos de pressão que fizeram Tarso Genro, no final de seu governo, cancelar um convênio que o estado assinou em 2013 com a Elbit, uma empresa israelense de desenvolvimento tecnológico para aviação instalada em Porto Alegre. Tarso explicou, por meio de seu secretário de relações internacionais, que o governo gaúcho, com a decisão de romper com a Elbit, alinhava-se ao movimento internacional pelo boicote, desinvestimento e sanções contra o Estado de Israel, suas empresas, artistas, cientistas, professores e estudantes.

O texto de Bourdoukan reproduz, além de outras fabulações, a narrativa de Ralph Schoenmann, um trotskista americano, feitas no livro The Hidden History of Zionism, de 1988. Em entrevista concedida à revista Teoria e Debates do PT (edição nº 9, janeiro-março de 1989), para Marcus Sokol, líder, até hoje, da tendência petista O Trabalho, ele afirmava que “em 1941, o partido de Itzchak Shamir (o Likud de Benjamin Netaniahu) concluiu um pacto militar com o 3º Reich alemão, que consistia em lutar ao lado dos alemães e fundar um estado autoritário colonial, sob direção nazista.”


A afirmativa era uma variante do material de propaganda soviético produzido em ampla escala, a partir dos anos 1960. Na militância comunista-confessional, atuante nos campi universitários, no meio cultural e político partidário, artigos e livros como os de Bourdoukan e Schoenmann impulsionam as ações de apoio e difusão do movimento internacional BDS (Boicote, Desenvestimento e Sanções), iniciado em 2005, contra Israel, e o recente pedido, feito à Reitoria da UFSM, por uma lista de alunos e professores israelenses na universidade, a hoje famigerada Lista Burmann-Schlosser.

No Brasil, o confessionalismo marxista antissemita tem abrigo entre petistas das tendências Democracia Socialista (DS), e O Trabalho, além do PSOL, PC do B, PSOL, PSTU e PCO, todos trotskistas. Eles atacam Israel de forma incendiária, em revistas como Vermelho e Marxismo Vivo. O antissemitismo desta pregação é autoexplicativo, seja pelo uso essencialista, depreciativo, do termo "judeu" na menção que faz a políticos israelenses, seja porque, entre outras barbaridades racistas, afirma que os judeus sionistas foram os maiores aliados dos nazistas e corresponsáveis pela criação dos campos de concentração. Esta ideologia está na base da fundação do movimento BDS, financiado por ONGs internacionais, Irã, Arábia Saudita e Qatar (para detalhes, ver Edwin Black, Financing the Flames, 2013).

Nos últimos 50 anos, o antissemitismo tornou-se fácil de ser praticado sob o nome de antissionismo ou anti-israelismo. Basta ler os textos dos seus expoentes, como Roger Garaudy, Robert Faurisson, Pierre Guillaume, David Irwing, Serge Thion, Israel Shamir, Noham Chomsky e Edward Said e Emir Sader (o último no Brasil) para citar alguns dos mais conhecidos antissemitas e antissionistas de hoje, alinhados à esquerda ideológico-confessional marxista. Todos praticam distorções cínicas e se valem de um arsenal de acusações mentirosas e depravadas para defenderem, alegadamente, a causa palestina. Este ativismo tenta demonstrar a todo custo que Israel não pode existir, porque é racista, fundamentalista, imperialista e por aí vai.

Bourdoukan faz parte de uma militância intelectual profissionalizada , a exemplo dos franceses Thion e Guillaume, que dizem repudiar o racismo e orientar-se pelo internacionalismo anti-imperalista. Eles reivindicam, obviamente, o marxismo como fonte inspiradora. Há um manifesto de Guillaume, sobre a linha de pensamento da editora antissemita Velha Toupeira (Paris), que invoca a "autoridade do texto fundador de Karl Marx, ‘Sobre a questão judaica’", de 1843, para defender o "antijudaismo radical sempre proclamado urbi et orbi ... ." (P. Guillaume, Carta a Phillip Randa, La Vielle Taupe, 1998).

Eliminar o judaísmo, o sionismo e o Estado de Israel é uma coisa, como propugna Guillaume, e as seitas confessionais trotskistas que pululam nos campi universitários do mundo todo, em apoio à causa palestina... Eliminar fisicamente os judeus, como os nazistas pretenderam, é outra. Os sionistas, segundo eles, gostam de embaralhar tudo. Os judeus desprovidos de judaísmo são pessoas como todo mundo, mas o judaísmo e o sionismo, vade retro. Afinal, qual a razão do sofrimento dos povos, da existência das guerras? Quem está promovendo o genocídio palestino? A dominação judaica (dos governos, dos bancos, da mídia, dos cartéis de petróleo)! Assim, na guerra santa contra os judeus-sionistas e Israel, é preciso revelar como as coisas realmente são. Esta é a missão revolucionária de Bourdoukan e da militância ligada ao movimento BDS, que, diga-se em tempo, a cumprem de maneira metódica e expansiva, como prova o caso de Santa Maria, com a Lista Burmann-Schlosser. Vejamos algumas das revelações de Bourdoukan: o hierarca nazista Heirich Heidrych era judeu. A russa judia Golda Meyer dizia que as crianças palestinas eram animais de duas patas, e Israel foi criado pelos nazistas. Quem garante é Hannah Arendt e os arquivos da União Soviética!

É verdade que quem, pela primeira vez, passou a propagar a “revelação”, foram os soviéticos, depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967. E qual era a versão soviética para o surgimento do movimento sionista? A campanha antissemita dos soviéticos, um aspecto permanente do regime totalitário depois de 1967, era conduzida pelo nome em código de “antissionismo”, que se tornou uma dissimulação de toda a variedade de antissemitismo. Nesta condição, foi transplantado para a tese do anti-imperialismo leninista (ver o texto de Lênin, canônico para todos os comunistas, Imperialismo, a fase adiantada do capitalismo, de 1916). Os soviéticos, em sua doutrina oficial, adaptaram o conceito de sionismo ao de colonialismo; e o estado sionista a um posto avançado do imperialismo.

Alguém pode lembrar, aqui, que a União Soviética de Stálin foi o primeiro país a reconhecer o Estado de Israel, depois de sua criação, em 1948. Certo. Mas Stálin foi motivado por razões geopolíticas: ele pretendia marcar, através de Israel, a presença russa no Oriente Médio, para contrapor-se aos EUA, Inglaterra e França. Como não conseguiu, desde o começo da década de 1950, a propaganda antissionista soviética sempre foi intensificada e tornada mais abrangente, acentuando os vínculos entre o sionismo, os judeus em geral e o judaísmo. Centenas de artigos, em revistas e jornais por toda a União Soviética, retratavam os sionistas e os líderes israelenses como elementos comprometidos em uma conspiração internacional, lado a lado com as diretrizes dos antigos Protocolos dos Sábios de Sião, o livro apócrifo clássico sobre a existência de um governo mundial judaico, produzido pela Okrana, a polícia secreta czarista, no início do século XX, para insuflar os aterrorizantes pogroms contra os judeus russos (para mais detalhes, ver Paul Johnson, História dos Judeus, 1987; Walter Laqueur, The Changing Face of Anti-semitism, 2008).

Nos anos que se seguiram à Guerra dos Seis Dias, até o seu colapso, a máquina de propaganda soviética se tornou a fonte principal de material antissemita do mundo. Ela reunia matérias de praticamente todo segmento arqueológico da história antijudaica, desde a antiguidade clássica até o hitlerismo. O volume destes materiais começou a igualar-se com os que os nazistas produziram. O talvez mais famoso livro deste acervo de propaganda - que se espalhava por incessantes e repetitivos artigos e radiodifusões até brochuras orientadas - chama-se O Judaísmo e o Sionismo, de Trofim Kychko (1968), no qual ele expõe “a ideia chauvinista da escolha de Deus pelo povo judeu, a propaganda do messianismo e ideia de reinar sobre os povos. ” Em A Rastejante Contrarrevolução, de 1974, em outro livro clássico desta propaganda, escrito por Vladimir Begun, se lê que “... a Bíblia é um insuperável manual de sanguinolência, hipocrisia, traição, perfídia e degenerescência moral. ” As mesmas afirmações foram feitas, anos depois, por José Saramago, o conhecido escritor português, que jamais negou seu stalinismo.

Agora, chamo atenção para a pedra de toque deste antissemitismo delirante, de amplitude global, defendido pelos movimentos comunistas pós-soviéticos e, em especial, pelos trotskistas. Trata-se da relação entre os nazistas e os sionistas. A história começou a circular na década de 1970 e apregoava que os sionistas (israelenses) eram sucessores dos nazistas, afirmação “comprovada pela evidência” de que o próprio Holocausto de Hitler fora uma conspiração judaico-nazista para se livrar dos judeus pobres, que não podiam ser usados nos planos sionistas. Na verdade, conforme se alegava, o próprio Hitler tirava seus planos de Theodor Herzl, o fundador do sionismo político, em 1898. A revelação soviética seguia: os líderes judaico-sionistas, que agiam sob ordens de judeus milionários que controlam o capital financeiro internacional, ajudaram a SS e a Gestapo a arrebanhar judeus indesejados, ou para as câmaras de gás ou para os kibutzim, iniciando a colonização judaica moderna da Palestina, e desterrando a população árabe nativa, dando origem à dramática situação do povo palestino. Essa conspiração judaico-nazista foi usada como fundamento, pela propaganda soviética, para acusações de atrocidades contra os governos israelenses, sobretudo durante e depois da Guerra do Líbano de 1982. A ilação, aqui, era direta: Como os sionistas já haviam se sentido felizes em se juntar a Hitler no extermínio de seu próprio povo, conforme publicado no Pravda, edição de 17 de março de 1984, não causaria espanto que agora massacrassem árabes libaneses, que eles consideravam sub-humanos.

Mesmo o mais elementar senso de prudência é mandado às favas pelo fervor militante do antissemitismo comunista oficial, hoje representado pelas revistas Caros Amigos, Vermelho, ou Marxismo Vivo. Para a grande maioria das pessoas informadas minimamente sobre Israel, é dizer que Golda Meyer jamais se referiu aos palestinos de forma abjeta, como Bourdoukan afirma. E aqueles que conhecem Hannah Arendt sabem que seu texto Eichmann em Jerusalem, foi conspurcado pelo racismo hidrófobo do articulista de Caros Amigos.e pela milícia da esquerda confessional. As críticas de Hannah Arendt ao julgamento de Eichmann a antipatizaram com a liderança do Mapai (o partido socialdemocrata, à época no poder em Israel, sob a liderança de Ben Gurion), mas nem de forma remota respaldam as invenções repugnantes que Bourdoukan escreve, nos passos de Schoennman e dos propagandistas soviéticos.

O antissemitismo é uma patologia moral e política, mas já produziu desastres suficientemente conhecidos para ser tolerado, seja lá a que pretexto for. A verdade é que seus propagadores comunistas sempre o exercitaram metodicamente com cinismo, em nome da fraternidade dos homens, e com isto obtêm respaldo de organizações e grupelhos de fanáticos prosélitos adeptos de um espantalho marxista-leninista apodrecido, engajado na luta contra o opressivo Estado judeu.

A obsessão antijudaica nestes, digamos, setores ideológicos, chegou a tal ponto que, em 1998, o jornalista José Arbex Junior, editor especial da revista Caros Amigos, que se diz ultra-pacifista e também é muito ligado ao Movimento de Trabalhadores sem Terra (MST), de João Pedro Stédile, escreveu longo comentário sobre uma notícia publicada no Sunday Times, de Londres, segundo a qual os israelenses haviam sintetizado um vírus que liquida apenas os árabes e poderia ser propagado por ar ou água. Assim, a disseminação não apresentaria qualquer risco aos judeus, se viesse a ocorrer nos territórios palestinos ocupados. O devaneio era explícito: para atingir o objetivo, o tal vírus teria de possuir algum tipo de crença seletiva, a ponto de se achar capaz de distinguir entre o DNA de árabes e de judeus ou de seja lá quem for. O ponto aqui é que vírus não têm crenças, logo não podem ser imbecis. Por isto, jamais haverá um tão idiota como os antissemitas delirantes que acreditam, como Arbex, que um vírus étnico possa existir. Dias depois de sua publicação no Sunday Times, descobriu-se que a notícia reproduzia parte uma novela de ficção de terceira-linha, jamais publicada e escrita por um ex-funcionário de um instituto de pesquisas israelense. A história foi desmentida pelo Sunday Times.

A asneira, inspirada na acusação medieval de que os judeus envenenavam os poços durante a época da Peste Negra, na Europa, serviu para Arbex discorrer sobre a sinistra ciência praticada secretamente pelo governo israelense. O jornalista advertia para a degeneração moral dos genocidas sionistas, capazes de criar um monstro que faria Hitler babar de inveja. E, obviamente, esbravejava contra o silêncio da mídia mundial sobre a revelação alarmante.

Os artigos de Bourdoukan e Arbex foram publicados no lugar certo. Depois de oferecer uma antevisão do Armagedon racial made in Israel, Caros Amigos revelou que os sionistas foram corresponsáveis pela criação dos campos de concentração nazistas. Afinal, alguém duvida do que são capazes os sionistas? Não dizia a judia russa Golda Meyer, segundo Bourdoukan, que as crianças palestinas são bestas caminhando sobre dois pés? Os antissemitas sempre foram assim mesmo. Se há algo degenerado que ninguém seria capaz de fazer, então aparece algum judeu ou sionista, como Golda Meyer, e faz. Nada que venha a causar estranheza. Afinal, os judeus-sionistas eram os maiores aliados dos nazistas e inventaram um vírus que dizima os árabes.

Resta-nos esperar, agora, que o Ministério Público Federal, logo depois o Poder Judiciário, revelem as razões pelas quais essa gente, que acredita e propaga esta espécie de lixo pelos campi universitários, digam seus motivos para obter uma relação de israelenses na UFSM. Talvez queiram nos convencer que praticam um antissemitismo inofensivo, uma forma de discriminação benigna e indisputável contra os vilões preferidos da humanidade ao longo da história. Elaborar listas negras de israelenses, neste contexto, pode lhes parecer, até mesmo, desejável. E assim se apeguem à crença de que não cometeram crimes, porque estão a falar das fáusticas maquinações judaicas para dominar o mundo.





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Luis Milman é jornalista e professor de filosofia.

PRESIDENTE, CONSTRANGEDOR É O SEU GOVERNO!


Como brasileiro, sinto-me constrangido. Cheguei da Inglaterra na semana passada. Sem exceção, todas as perguntas que me fizeram sobre o Brasil, em estações de trem, no metrô e no comércio, se referiam aos escândalos e à perda de credibilidade do governo. Algo assim é incompreensível no Reino Unido porque lá o regime proporciona condições para que maus governos caiam naturalmente, dentro da norma constitucional.

Após as manobras restritivas e antidemocráticas em que o governo de Nicolas Maduro envolveu o grupo de senadores brasileiros que visitavam o país, a presidente Dilma avaliou que a iniciativa da oposição colocou seu governo numa "armadilha", criando "constrangimento" para o Brasil. O Planalto sustenta que a viagem foi uma intromissão em assuntos internos da Venezuela.

Ah! Então não é o governo venezuelano que deve ficar constrangido com o fato de manter oposicionistas presos, há mais de ano, sob a acusação de estimular manifestações contra o regime bolivariano? Não é o governo de Maduro que deve corar diante da percepção internacional de que implantou uma ditadura sobre seu povo, fechando jornais, impedindo a livre manifestação das ideias, executando manifestantes durante gigantescas manifestações de rua? Não é a senhora, presidente, que deve ficar constrangida por sua atitude ao sequer receber as esposas de Daniel Ceballos e Leopoldo Lopez? Não a constrange a distância entre o nada convincente discurso local pela democracia e pelos direitos humanos e a afetuosa relação que mantém com as duas mais perversas e desastrosas ditaduras da América Ibérica?

Lembre-se bem do que seu governo fez quando as instituições paraguaias - em procedimento lisa e transparentemente constitucional - destituíram o presidente Lugo. Seu governo enviou observadores. Esses observadores deram palpite sobre os acontecimentos. A intromissão de seu governo culminou com a expulsão do Paraguai do Mercosul. Essa manobra escusa visou, na verdade, a atender o pedido de ingresso, no bloco, da "democrática" Venezuela, que vinha sendo vetado pelo Senado paraguaio. Em 2009, fora a vez de Lula proporcionar um tremendo escarcéu quando da destituição do hondurenho Manuel Zelaya, após sucessivas afrontas à Constituição do país.

As prisões cubanas ainda mantêm presos alguns dos dissidentes que foram recolhidos na onda repressiva de 2003. Passaram-se 12 anos! Sucessivas visitas de dirigentes e governantes petistas enfrentaram com silêncio conivente e sem qualquer constrangimento, os apelos dos familiares dos presos por uma atitude solidária do Brasil. Nada! Agora, a presidente não se constrangeu com as manobras para bloquear o tráfego dos senadores em direção ao presídio, nem com a emboscada armada pelos camisas vermelhas de Maduro. Ela se considera vítima de uma armadilha e constrangida pela viagem de solidariedade que promoveram.



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Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar.

Daciolo fala na TV Câmara sobre a questão SALARIAL dos militares, reaparelhamento e educação.


Daciolo fala na TV Câmara sobre a questão SALARIAL dos militares, reaparelhamento e educação. Boa entrevista.

Publicamos aqui um resumo da entrevista que foi ao ar pela TV câmara na manha de 19 de junho de 2015.



Ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin assume a culpa pelas criminosas “pedaladas fiscais”


arno_agustin_01Tudo combinado – De acordo com reportagem publicada nesta sexta-feira (19) pelo jornal Valor Econômico, em seu último dia de trabalho, o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, assinou um documento no qual assume a responsabilidade pelas “pedaladas fiscais”, as manobras utilizadas pela presidente Dilma Rousseff em seu primeiro mandato para melhorar artificialmente as contas públicas.

Ainda segundo o jornal, na interpretação de auditores do Tribunal de Contas da União (TCU), a Nota Técnica 6, de 30 de dezembro de 2014, também tem o efeito de isentar a presidente da culpa das manobras.

Os auditores do TCU analisaram que não há ligação direta entre a presidente e as “pedaladas”. Isso faz com que um possível impeachment de Dilma devido às manobras fiscais seja improvável. A nota tem força de um parecer da área técnica e descreve em duas páginas e em 12 tópicos o processo e as responsabilidades na liberação de recursos pelo Tesouro.

É importante ressaltar que, na última quarta-feira (17), o TCU decidiu dar um prazo de trinta dias para o governo apresentar argumentos que justifiquem as decisões da presidência e conter a rejeição das contas públicas.

Mês passado, quatro partidos de oposição liderados pelo PSDB solicitaram que a Procuradoria Geral da República (PGR) fizesse um apelo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para realizar uma denúncia sobre o assunto.

Os peessedebistas alegavam que os atrasos no repasse do Tesouro para pagar benefícios sociais configura uma violação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao atrasar a transferência de dinheiro para bancos, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, e autarquias, como o INSS, o governo estaria ludibriando o mercado financeiro e especialistas em contas públicas.


Números da CEF mostram que o valor mensal de déficit do banco em relação ao governo para o pagamento de seguro-desemprego chegou a R$ 3,5 bilhões em 2013 e quase R$ 3 bilhões em 2014. Antes disso, nunca havia ultrapassado R$ 1,19 bilhão. Situação parecida ocorreu com o pagamento de abono salarial. (Danielle Cabral Távora)

Enxurrada de dados negativos afastam perspectiva de retomada da economia



Denise Campos de Toledo comenta a sequência de dados negativos que afastam a perspectiva de novidades positivas em relação a economia brasileira. Clique no vídeo e confira.