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quarta-feira, 10 de junho de 2015

ALEM DA CORRUPÇÃO - Responsabilidade Fiscal: Anteprojeto das Estatais não interfere na autonomia da presidência



Os partidos que sempre criticaram o Congresso por sua inércia e submissão canina ao presidente da República são os mesmos que agora censuram o protagonismo do Poder Legislativo, taxando-o de "neo-Parlamentarismo". A acusação não é legítima. Não há sobreposição de poderes na nossa democracia. O Legislativo está apenas exercendo suas prerrogativas previstas na Constituição, propondo, discutindo e votando leis, independente dos interesses do Judiciário, e muito principalmente do Executivo. A isso dá-se o nome de "autonomia".

O Poder de um público bem informado


Há exatamente dois anos, três jornalistas e eu trabalhamos intensamente em um quarto de hotel em Hong Kong, esperando para ver como o mundo reagiria à revelação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) vinha fazendo registros de quase todas as chamadas de telefone nos Estados Unidos. Nos dias que se seguiram, aqueles jornalistas e outros publicaram documentos revelando que governos democráticos monitoravam as atividades privadas de cidadãos comuns que não tinham feito nada de errado.

Em poucos dias, o governo dos Estados Unidos respondeu, fazendo acusações contra mim nos termos da legislação de espionagem da I Guerra Mundial. Os jornalistas foram aconselhados por advogados a não voltar aos Estados Unidos, pois corriam o risco de serem presos ou intimados. Os políticos correram para condenar os nossos esforços como antiamericanismo ou mesmo traição.

Em segredo, houve momentos em que eu me preocupei por ter colocado nossas vidas privilegiadas em risco a troco de nada — pois talvez o público reagisse com indiferença ou cinismo ante às revelações.
Nunca fui tão grato por estar errado.

Dois anos depois, a diferença é enorme. Em um único mês, o invasivo programa de rastreamento de chamadas da NSA foi declarado ilegal pelos tribunais e repudiado pelo Congresso. Depois de uma investigação da Casa Branca que descobriu que este programa nunca havia impedido sequer um ataque terrorista, até o presidente, que chegou a defender sua adequação e criticou a sua divulgação, exigiu agora que fosse encerrado.
Este é o poder de um público bem informado.

Acabar com a vigilância em massa de telefonemas privados sob a Lei Patriota dos EUA é uma vitória histórica para os direitos de cada cidadão, mas é apenas o mais recente produto de uma mudança na consciência global. Desde 2013, agências de toda a Europa vêm praticando leis e operações similares ilegalmente e impondo novas restrições a atividades futuras. As Nações Unidas declararam a vigilância em massa uma violação inequívoca dos direitos humanos.

Na América Latina, os esforços dos cidadãos no Brasil levaram ao Marco Civil, a primeira lei de direitos na internet do mundo. Reconhecendo o papel fundamental de um público informado em corrigir os excessos do governo, o Conselho Europeu pediu novas leis que impeçam a perseguição de quem vaza informações.

Além das fronteiras da lei, o progresso chegou ainda mais rapidamente. Tecnólogos têm trabalhado incansavelmente para redesenhar a segurança dos dispositivos que nos cercam, juntamente com a linguagem da própria internet. Falhas secretas nas infraestruturas críticas que haviam sido exploradas pelos governos para facilitar a vigilância em massa foram detectadas e corrigidas.

Salvaguardas técnicas básicas, tais como criptografia — no passado considerada enigmática e desnecessária — estão agora habilitadas de forma padrão nos produtos de empresas pioneiras como a Apple, assegurando que, mesmo se um telefone for roubado, a vida privada permanece privada.

Tais mudanças tecnológicas estruturais podem garantir o acesso a privacidades básicas para além das fronteiras geográficas, defendendo cidadãos comuns da aprovação arbitrária de leis antiprivacidade, como as que estão em vigor atualmente na Rússia.

Embora tenhamos percorrido um longo caminho, o direito à privacidade — a fundação das liberdades consagradas na Carta de Direitos dos Estados Unidos — permanece sob a ameaça de outros programas e autoridades. Alguns dos serviços on-line mais populares do mundo foram convocados para programas de vigilância em massa da NSA, e as empresas de tecnologia estão sendo pressionadas pelos governos ao redor do mundo para trabalhar contra os seus clientes, em vez de para eles.

Bilhões de registros de localização de telefones celulares e comunicações ainda estão sendo interceptados sob outras autoridades sem levar em conta a culpa ou a inocência das pessoas afetadas. Nós aprendemos que o governo enfraquece intencionalmente a segurança fundamental da internet com “vulnerabilidades” que transformam vidas privadas em livros abertos. Metadados revelando as associações e os interesses dos usuários comuns da internet ainda estão sendo interceptados e monitorados em uma escala sem precedentes na história: enquanto você lê este artigo, o governo dos EUA faz uma anotação.

Fora dos Estados Unidos, mestres em espionagem na Austrália, Canadá e França têm explorado tragédias recentes para buscar novos poderes intrusivos, apesar da evidência esmagadora de que este tipo de autorização evita ataques terroristas. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, recentemente refletiu: “Nós queremos permitir que um meio de comunicação que não conseguimos monitorar se coloque entre as pessoas?”.

Ele logo encontrou uma resposta anunciando que “por muito tempo, temos sido uma sociedade passivamente tolerante, dizendo aos nossos cidadãos: ‘contanto que você obedeça a lei, vamos deixá-lo em paz’”. Na virada do milênio, poucos imaginavam que os cidadãos de democracias desenvolvidas seriam obrigados a defender o conceito de “sociedade aberta” perante seus próprios líderes.

No entanto, o equilíbrio de poder está começando a mudar. Estamos testemunhando o surgimento de uma geração pós-terror, uma geração que rejeita uma visão de mundo definida por uma tragédia singular. Pela primeira vez desde os ataques de 11 de Setembro, vemos o esboço de uma política que se afasta da reação de medo em favor da resiliência e da razão.

Com cada vitória judicial, com cada mudança na lei, demonstramos que os fatos são mais convincentes do que o medo. E, como uma sociedade, nós redescobrimos que o valor de um direito não está naquilo que ele esconde, mas sim no que ele protege.


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Edward Snowden foi funcionário da Booz-Allen - emprega que prestou serviços para a NSA dos EUA, até resolver denunciar os abusos da organização. Originalmente publicado em O Globo em 5 de junho de 2015.

Por uma Sociologia não-marxista

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Há uma relação estabelecida entre os homens. Essa relação pode se dar de uma maneira fluida, quando está de acordo com as nossas inclinações e princípios ou de uma maneira tensa. O eu e o outro se relacionam sempre em um esforço de convergência para a socialização, mesmo que esse esforço se revele em conflitos. Aqui, chega-se a um dos aspectos de uma doutrina que se consagrou como aquela que desvelou na luta de classes o motor da História.

A Sociologia de inspiração marxista oferece uma interpretação abrangente da sociedade moderna e uma compreensão das leis de evolução da história baseada em uma teoria das estruturas sociais, das relações de força e das relações de produção. Essa doutrina é global, totalizante e determinista e, muitas vezes, suas ideias são apresentadas como conquistas definitivas e como bandeiras políticas a serem levantadas. Como corrente interpretativa e como estudo social ela se solidificou no imaginário coletivo, fazendo crer que a sua previsão para o futuro da sociedade poderia ser aplicada para sempre. Quando se levantou a bandeira dessa doutrina, aplicando-a efetivamente na história, houve, de um lado, aqueles que lutaram para se libertar de uma exploração contínua e, de outro, aqueles para os quais a apropriação dessa teoria serviu de pretexto para o aparecimento de sistemas de governo autoritários ou totalitários.

Esse modelo é, pois, um obstáculo a ser enfrentado pela Sociologia que pretende continuar evoluindo. Sem desmerecer o valor da teoria marxista, parte-se aqui do pressuposto de que sua leitura social enquadra-se em um dado momento da história e que, sendo a história dinâmica e imprevisível, cabe à Sociologia construir novas formas de pensamento, novas teorias, novas propostas e novas ações a fim de reavivar aquilo que sempre foi seu ideal: a compreensão da sociedade para a modificação social em direção a um patamar mais lúcido, mais coerente, mais humano e mais justo.

Outros pensadores devem colaborar, portanto, para a construção de um pensamento social voltado para a atualidade e para a possibilidade de intervenção na realidade. Outros autores devem se fazer presentes nesse quadro animado que professores e alunos observarão juntos: o quadro de uma sociedade viva, pulsante, dinâmica, ávida por construir um futuro melhor. Por meio do estudo, da leitura atenta e da reflexão, lograr-se-á êxito em colocar o estudante dentro do movimento vertiginoso de teorias e de ações humanas, na tentativa de compreensão daquilo que o homem produziu com o seu trabalho, com o seu talento, com a sua luta e com o seu amor.

Colocamo-nos assim como porta-vozes de um desejo: o de que essa disciplina recentemente posta no currículo do Ensino Médio possa ser revigorada pela mente crítica e perspicaz dessa juventude que a vivencia, que a estuda, que a configura segundo os seus próprios projetos e segundo as suas mais nobres aspirações. Temos a certeza de que a reiterada comunicação daquilo que já foi dito não é o suficiente para o florescimento de uma nova geração. Antes, é preciso uma apropriação, uma renovação e uma justa crítica de tudo aquilo que porventura venha a ser apresentado.

Levando-se em conta que a Sociologia tem por particularidade tomar por objeto de estudo transformações sociais que envolvem campos ideológicos opostos e que o professor dessa disciplina ocupa um desses campos, é necessário discernir com clareza os efeitos que o posicionamento social e político do professor tem na vida intelectual de seus alunos. O professor precisa tomar consciência de sua própria posição, sendo a lucidez acerca desse ponto condição para o rigor do conhecimento que pretende repartir. Mais importante ainda é colaborar para a autonomia intelectual daqueles que estão sob sua influência em vez de doutriná-los com as próprias convicções.

Atualmente parece superado o debate que, de início, ameaçava reduzir a Sociologia às ciências naturais. Trata-se, hoje, a Sociologia em seu caráter específico; no entanto, vive-se uma época que se convencionou chamar de crise da pós-modernidade, caracterizada, entre outras coisas, pela desilusão com as promessas modernas de emancipação humana. Essa crise atingiu fortemente as ciências sociais, de modo que hoje se questiona até que ponto seria possível reverter esse quadro sem uma revisão de seus principais paradigmas.

A crise da Sociologia deve-se principalmente ao descompasso entre sua capacidade explicativa e a nova realidade social. Tratam-se, muitas vezes, algumas categorias da análise sociológica como realidades históricas. Por exemplo, ainda se utiliza, muitas vezes, o sistema de classes burguesia e proletariado – típico do capitalismo industrial – no contexto de relações muito mais complexas do capitalismo globalizado, contexto esse em que a própria existência de classes sociais poderia ser posta em dúvida.

Vivencia-se hoje uma nova era de transição social: a sociedade industrial nacional está sendo substituída por uma sociedade informacional global na qual a identidade gerada tanto pelo trabalho quanto pela nação está sofrendo um processo profundo de desconstrução devido à revolução informacional e à globalização. Nesse sentido, questiona-se, por exemplo, a concepção do trabalho como categoria central da sociabilidade humana, já que, para alguns estudiosos, caberia à linguagem e não ao trabalho esse papel fundamental.

A Sociologia estuda o homem inserido em seu meio. Sendo este meio variado e heterogêneo, cabe ao sociólogo a tarefa de, na medida do possível, buscar encontrar as semelhanças que possibilitem uma descrição social válida. O universo social global, heterogêneo e multicultural pertence ao sociólogo como objeto de estudo tanto quanto a pequena aldeia indígena com seus hábitos particulares. O horizonte de aplicação da análise sociológica pretende-se, portanto, ao mesmo tempo local e global. A Sociologia quer fazer não apenas a experiência concreta de uma dada realidade social, mas quer também projetar suas informações para a consecução de teorias mais abrangentes. Foi assim que, no começo do seu desenvolvimento, a Sociologia ocupou-se tanto das observações restritas quanto das teorias gerais. Atualmente, constata-se uma espécie de ruptura ou de intervalo entre esses dois métodos. De um lado, postulam-se teorias abrangentes e, de outro lado, compilam-se informações. Essa fissura precisa ser superada, pois cabe a essa disciplina tanto a acuidade da investigação empírica quanto perspicácia da hipótese generalizada.

O que se verifica, portanto, é a necessidade de se fazer um balanço crítico das conquistas e fragilidades da Sociologia, a fim de que seja possível a essa disciplina continuar exercendo o seu papel na explicação dos fenômenos sociais. Já não faz mais sentido partir simplesmente das relações de produção como dimensão condicionante da política, da cultura e da própria consciência. As questões são bem mais complexas e não se deixam capturar por tais reducionismos. A disciplina que se pretenda menos uma ideologia que um instrumento sério de análise e interpretação da realidade precisa efetivamente desvincular-se de todas as pretensões dogmáticas que a prejudicam.

Sempre que a Sociologia se faz presente, o que se pretende é alcançar um nível de interpretação capaz de propiciar ao homem não apenas o espetáculo de uma história já desenvolvida, mas aumentar o poder criativo e a capacidade de transformação. Como toda ciência, a Sociologia é capaz de criar saber. Mas, devido a algumas particularidades, ela requer mais do que outras ciências uma vigilância constante em relação ao conhecimento que produz, pois esse conhecimento pode, além de ser falso, tornar-se uma ideologia.

Essa necessidade de velar sempre por uma concepção não dogmática de saber faz dessa disciplina um exercício incessante de reflexão. A importância da Sociologia está no fato de que a sociedade atual, que se torna cada vez mais carente de interpretação, cada dia mais desafiadora e mais atravessada de conflitos pede um pensamento hábil e perspicaz, pede uma reflexão crítica, sem ideologias rasteiras, pede um engajamento sóbrio e uma audácia investigativa capaz de desvendar tudo aquilo que se esconde por trás de discursos, de ideias e de atitudes.

Menores mataram 4 vezes mais que regime militar: 1.848 (no mínimo) a 424 (no máximo). Agora virou “apenas”?


Deppman
Victor Hugo Deppman, no momento em que foi morto 
por um assassino menor de idade, em 2013
O número de pessoas que teriam morrido ou que ainda são dadas como desaparecidas em razão do regime militar — ainda que indiretamente — é 424.

Desse total, assassinadas mesmo, comprovadamente, foram 293 pessoas.

A fonte é o livro Dos filhos deste solo (Boitempo Editorial), escrito pelo ex-ministro Nilmário Miranda, petista, e pelo jornalista Carlos Tibúrcio.

Sim: fonte de esquerda.

Já em 2012, o número de menores, capturados pela polícia, que teriam cometido homicídio era 1.848.

Este é o número mínimo de homicídios cometidos por todos os menores brasileiros existentes naquele ano, já que cada assassino pode ter matado mais de uma pessoa e ainda há os assassinos não capturados.

Levando-se em conta que apenas 8% dos casos de homicídio são solucionados no país, o total verdadeiro tende a ser bem maior.

A fonte dos supostos 9% de homicidas entre 20.532 “menores infratores” (ou seja: 1.848) é a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (que, aliás, não sei se exclui providencialmente os roubos seguidos de morte, conhecidos como latrocínios).

Sim: fonte de esquerda.

Em outras palavras: os menores mataram pelo menos 4 vezes mais que o regime militar no Brasil.

(Pior: contando da idade zero, os menores existentes em 2012 fizeram isso em menos de 18 anos, ao passo que o regime militar atingiu menos de um quarto do número de vítimas ao longo de 21 anos.)

Este blog lamenta todas as mortes, cometidas por bandidos da rua ou do Estado, mas lamenta também os dois pesos, duas medidas da esquerda nacional.

Por conta dos 424 mortos (no máximo) do período militar, boa parte terroristas armados, a esquerda chora há 50 anos, cria Comissão da Verdade e finge ter lutado heroicamente pela democracia, embora seu objetivo fosse a implantação no Brasil de uma ditadura comunista nos moldes cubanos.

Por conta dos 1.848 mortos (no mínimo) por bandidos menores de idade, a esquerda não deixa cair uma lágrima, produz manchetes com a palavra “apenas” e logo se apressa a proteger legalmente os homicidas contra a possibilidade de serem julgados, condenados e presos de acordo com seus crimes.

A população brasileira hoje é refém da ditadura dos bandidos que roubam seus direitos à vida e à liberdade.

Para a esquerda, no entanto, os cadáveres úteis são apenas aqueles do seu lado.


Dilma tenta sair da mira da Lava-Jato e nega envolvimento no esquema de corrupção


dilma_rousseff_523Não sabia – Presidente da República, Dilma Vana Rousseff negou a existência de qualquer envolvimento seu com o Petrolão, o maior esquema de corrupção da história da humanidade e que sangrou os cofres da Petrobras.

Em entrevista ao canal de televisão TV France 24, que foi ao ar nesta segunda-feira (8), Dilma disse não haver qualquer possibilidade de vinculá-la ao esquema criminoso. “Eu não estou ligada [ao escândalo]. Eu não respondo a esta questão porque eu não estou ligada. Eu sei que não estou nisso. É impossível. Eu lutarei até o fim para demonstrar que eu não estou ligada. Eu sei o que eu faço. E eu tenho uma história por trás de mim. Neste sentido, eu nunca tive uma única acusação contra mim por qualquer malfeito. Então, não é uma questão de ‘se’. Eu não estou ligada”, afirmou a petista.

No começo de 2009, quando denunciou o esquema de corrupção que tinha na proa o então deputado federal José Janene, já falecido, o editor do UCHO.INFO detalhou a relação próxima do então líder do Partido Progressista com Lula e também com Dilma.

Em agosto de 2014, em matéria que não deixou dúvidas a respeito do assunto, este site destacou que era uma questão de tempo para a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, subir a rampa do Palácio do Planalto.

Dilma, por viver em uma democracia, tem o constitucional direito à liberdade de expressão, portanto pode falar o que quiser, mas não se pode descartar o envolvimento de Dilma no esquema criminoso, mesmo que este não tenha sido direto. A agora presidente da República comandou o Conselho de Administração da Petrobras, por isso deve ser responsabilizada pelo escândalo que fragilizou financeiramente a estatal petrolífera. Somente o imbróglio da refinaria de Pasadena é mais que suficiente para responsabilizar Dilma por um negócio mal feito, superfaturado e lesivo à empresa. E coube à petista dar a palavra final sobre a compra da empresa texana.

Por outro lado, o fato de dinheiro desviado da empresa, por meio de superfaturamento de contrato, ter desembocado no caixa da campanha de Dilma é prova inconteste de sua participação no esquema, mesmo que indiretamente.

Cada vez mais defendendo a Petrobras e procurando colocar a culpa apenas no colo de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, Dilma disse à emissora francesa que a petrolífera verde-loura não pode dar nome a um escândalo promovido por um ex-diretor da companhia. “E é muito importante entender que a Petrobras tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos. O escândalo da Petrobras não é escândalo da Petrobras, é escândalo de um determinado funcionário que era diretor na Petrobras”, afirmou.

Independentemente do discurso nada convincente de Dilma, Paulo Roberto Costa reuniu-se com Lula em diversas ocasiões para tratar de assuntos relacionados à Petrobras, começando por Pasadena. E Dilma sempre soube dessa proximidade entre ambos. Fora isso, Costa e o doleiro Alberto Youssef já incriminaram o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que passou o chapéu em várias empreiteiras para alimentar o caixa da campanha de Dilma.


É natural que Dilma negue qualquer envolvimento no Petrolão, até porque ninguém assumiria a culpa espontaneamente, mas sua participação no escândalo virá à tona em algum momento.

“SOLIDARIEDADE” OU HIPOCRISIA?


Solidariedade é um estado de espírito que nos envolve com aflições alheias. Não é apenas condolência, mas algo “sólido”, que nos leva a ajudar concretamente os demais. A palavra é muito cara ao cristianismo, cuja doutrina a define como expressão social da caridade, amor ao próximo em dimensão comunitária.

Tenho ouvido falar em “solidariedade a Cuba”. Que significa isso, quando se manifesta em partidos políticos e atos de apoio ao regime? Solidariedade só pode existir em relação a pessoas ou grupos que sofrem, como é o caso do povo daquele país. A ligação sentimental de alguém ou de algum governo com a tirania que escraviza a ilha há 56 anos tem outro nome e é bem feio. Define, aliás, o que vem fazendo a esquerda mundial, desde o dia 2 de dezembro de 1961, quando Fidel descantou o verso da revolução e proclamou: “Soy marxista-leninista!”.

A partir de então nunca lhe faltou “solidariedade” para fuzilar milhares de seus conterrâneos, encarcerar dezenas de milhares de pessoas apenas por divergirem do governo, manter a população refém, sem liberdade de opinião, sem espaço para oposição, sem judiciário independente. Convalidar isso é solidariedade? O regime cubano manda prender por qualquer motivo, sentencia a longas penas e, de modo medieval, persegue as famílias dos que dele dissentem. Descaradamente, concede aos estrangeiros direitos e liberdades que veda a seus próprios cidadãos! Durante décadas, foi “solidário” com os soviéticos, a ponto de enviar milhares de jovens para morrer em revoluções comunistas. Sim, leitor, Fidel, o falso paladino da autonomia, muito se intrometeu em revoluções mundo afora, conforme exigisse a geopolítica da URSS.

Solidariedade que mereça a dignidade do termo deve convergir para os que sofrem a repressão porque não se calam. E para os que não sofrem a repressão porque se calam. Uns e outros, merecem a solidariedade que não alcança as masmorras de um regime que perdeu o senso moral.

A mesma insólita afeição, aliás, é tributada à ditadura comunista bolivariana e não revela qualquer consideração pelas dificuldades que os venezuelanos enfrentam. O compadecimento das pessoas de bem deve convergir para esse povo, em suas crescentes carências e perda de direitos. Nunca para o fanfarrão Chávez e seu ainda mais ridículo herdeiro. Solidariedade foi o que faltou às senhoras Mitzy Capriles e Lilian Tintori, cujos maridos foram presos por Maduro. Ambas vieram buscar ajuda da presidente Dilma, mas foram recebidas pelo sub do sub, a quem transmitiram apelo que entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

Valores Observados no Exército Brasileiro

Gen Ex Luiz Edmundo Montedônio Rêgo

Se não conseguir convencê-los, confunda-os! Frase atribuída a Harry Truman, 33º presidente norte-americano (1945-1953).

Não é intenção deste artigo persuadir alguém e muito menos gerar confusão. Se ao final o leitor tive conhecido mais um pouco o seu Exército e compreendido o papel de seus valores, terá valido o esforço, a transpiração.

O primeiro passo – básico – é estabelecer, no contexto, o entendimento da palavra VALORES:

“Normas, princípios ou padrões sociais aceitos ou mantidos por indivíduos, classe sociedade etc.” (Aurélio)

O conjunto de princípios ou normas que, por corporificar um ideal de perfeição ou plenitude moral, deve ser buscado pelos seres humanos. ” E qualidade humana de natureza física, intelectual ou moral, que desperta admiração ou respeito. (Houass).

Em virtude de desconhecer obras literárias a respeito do tema, vou valer-me da experiência acumulada ao longo de 47 anos no serviço ativo do Exército (EB), mais seis na reserva e 18 no início da vida, onde aprendizado ocorreu por convivência doméstica, estendida por toda a carreira militar.

Explico: Meu pai, Edmundo Leopoldo Montedônio Rego, foi Oficial da Arma de Cavalaria; o avô materno, Raul Eugênio dos Santos Lima, Oficial de Engenharia; tio Ubirajara dos Santos Lima, Oficial de Artilharia: tio Waldir e o primo Sérgio dos Santos Lima, Oficiais de Infantaria; o primo Alberto dos Santos Lima Fajardo, General-de-Exército; o primo Jair Montedônio, Oficial Médico, e minha irmã, Vera Lúcia, casou-se com José Cláudio de Castro Chagastelles, Oficial de cavalaria, filho e irmão de oficiais do Exército.

A grande “milico” da família era minha mãe, Lindóia dos Santos Lima Rego que sabia tudo, ou quase tudo, sobre os valores e os procedimentos na caserna.

E agora após ter atingido essa provecta e septuagenária idade com saúde, ganho liberdade para evocar a memória e discorrer sobre esse relevante assunto.

Trataremos de valores observados no EB nos últimos 50 anos, tendo consciência de que eles despontaram há muito mais tempo.  Vamos encontrar valores intelectuais, éticos e morais, outros de natureza profissional, operacionais, psicomotores, coletivos e individuais.

Grande parte dos valores reparados no Exército foi incorporado a sociedade brasileira e a maioria deles é comum às destacadas forças irmãs: a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira.

Em uma sociedade, os valores são transmitidos pelas instituições que constituem seus verdadeiros pilares: O Estado, a escola, a família e a religião.

No Exército Brasileiro, a transferência dos valores ocorre pela ação de comando nos diferentes escalões, pela instrução militar e o ensino acadêmico, pela união e camaradagem – a família verde-oliva – nas cerimônias militares, no ambiente de trabalho e principalmente pelo exemplo.

Os Valores. O elemento fundamental, o maior patrimônio do Exército é o homem e, mais recentemente, também a mulher. Sem eles, a instituição desaparece, não existe.

O ingresso na caserna se faz por meio de rigorosa seleção intelectual, moral e física, em que o número de candidatos supera em demasia a quantidade de vagas. Por exemplo, para o ingresso anual na Escola de Sargentos das Armas (Três Corações-MG), já houve mais de 130 mil candidatos para apenas 1500 vagas.

Assim, o contingente aprovado é de ótima qualidade, o que vai facilitar o aprendizado da profissão militar, incluindo os valores presentes na Força Terrestre.

A Hierarquia e a Disciplina são valores consagrados que representam a base, os pilares da instituição. Os postos e graduações permitem que se estabeleça a hierarquia entre todos os militares da Força, havendo possibilidade de ordená-los, com ao auxílio do Almanaque do Exército em relação única, desde o comandante até o soldado mais moderno.

A disciplina é o regime que torna possível o funcionamento o funcionamento da organização, facilita as relações de subordinação entre os militares e permite a observância das leis, regulamentos, diretrizes, preceitos, normas, ordens etc. Durante mais de 50 anos não constatei, no Exército, Lei que não pegou, regulamento que não foi seguido ou diretriz não cumprida.

Os documentos legais ultrapassados ou inadequados à época foram revogados ou substituídos por outros que atendessem aos anseios da organização. Como a legislação antiquada não foi regida por extraterrestres, há a sempre a possibilidade de atualizá-la, contando, para isso, com o esforço e o conhecimento dos responsáveis pelo trabalho.

A Hierarquia e a Disciplina são preservadas em todas as situações, dentro ou fora do quartel por militares da ativa, da reserva ou reformados.

Esses valores fundamentais favorecem a existência de outros, como o Patriotismo, posto em evidência pelo amor à pátria e bem caracterizado pelo compromisso de honra prestado por quem ingressa nas fileiras da Força Terrestre:

“Incorporando-me ao Exército Brasileiro
Prometo cumprir, rigorosamente,
As ordens das autoridades a quem estiver subordinado,
Respeitar os superiores hierárquicos,
Tratar com afeição os irmão de armas,
E com bondade os subordinados,
E dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria,
Cujas Honra, Integridade e Instituições,
Defenderei
Com o sacrifício da própria vida.”

Esse juramento deve ser feito perante a Bandeira do Brasil que, ao lado do Hino Nacional, das Armas da República e do Selo Nacional, configura os Símbolos Nacionais, evocando, em qualquer lugar, a Pátria e sua gente. São valores relevantes no âmbito da Força. Cantar o Hino Nacional é um dos primeiros aprendizados do recruta na caserna. Infelizmente, poucos portam esse conhecimento.

A Honra, sentimento que leva o militar a ter conduta digna, corajosa, de caráter integro, conquistando a admiração e o respeito de todos, é outro valor presente no EB. Homens e mulheres honrados, como Caxias, Sampaio, Osório, Mallet, Villagran Cabrita, Rondon, Bittencourt, Napion, Ricardo Franco,Severiano da Fonseca, Muniz de Aragão, Antonio João, Frei Orlando e Maria Quitéria – patronos do Exército e das Armas,quadros serviços - continuam a inspirar sucessivas gerações de militares a manter comportamento digno durante toda a sua trajetória, na caserna e fora dela.


“RECEBO O SABRE DE CAXIAS COMO PRÓPRIO SÍMBOLO DA HONRA MILITAR”

Palavras proferidas pelos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, no 1º ano do Curso de Formação de Oficiais, ao receberem o Espadim (réplica da espada de Caxias), em solenidade com a presença de autoridades e familiares.

A Honestidade, muito ligada à honra, é outro valor que continua evidente na instituição, a despeito de inúmeros roubos e fraudes noticiados, ultimamente, de modo expressivo, e praticados, em sua maioria, justamente por quem deveria controlar e impedir o desvio dos recursos públicos. E a impunidade prospera.

No Exército Brasileiro, a fiscalização e a auditoria constantes permitem que se descubra, em curto prazo, qualquer subtração fraudulenta, e os responsáveis são punidos com rigor, de acordo com o Regulamento Disciplinar do Exército, as Leis Penais em vigor e com amplo direito de defesa. Se condenado, além da punição, o culpado terá de devolver tudo o que foi desviado. E a honestidade prossegue.

A Lealdade é um valor que mantém vínculo estreito com a honestidade, podendo ser definida como a capacidade de ser sincero, franco e honesto com os outros, cumprindo os compromissos assumidos, e, em sentido mais amplo, a atitude de fidelidade a pessoas, grupos e instituições, em função dos ideais e valores que defendem. O soldado verde-oliva, demonstra lealdade com os superiores, pares e subordinados.

O Espírito de Corpo propicia a identificação com os demais valores presentes no Exército, gerando interações positivas de apoio mútuo e fazendo com que o militar se sinta parte integrante da Força, devotando-se à coletividade e á conquista de seus objetivos.

A Camaradagem e a Solidariedade favorecem o relacionamento cordial, agradável, desinteressado, de colaboração e amizade entre os integrantes do EB. Práticas desportivas reuniões sociais, palestras e até mesmo momentos de dificuldade, como a despedida e chegada em novas unidades, ampliam esses valores. Nos exercícios no terreno, em situações de imitação do combate, principalmente aquelas que envolvem risco de vida, a camaradagem e a solidariedade que se fazem mais presentes, amenizando as agruras da profissão.

O Sentimento do Dever, outro valor notável do Exército de Caxias, inspira os militares à realização das tarefas que lhe são confiadas, com seriedade e dedicação, que só terminam após o tradicional Missão Cumprida!
Verifica-se que o trabalho profissional, em todos os escalões, é realizado por convicção e concordância com ideias, ideais e projetos e não em troca de favores, benesses ou promoções.

O Espírito de Sacrifício – ação com desprendimento e abnegação no cumprimento de difíceis missões - cumprir os compromissos nos prazos estabelecidos, assumindo as conseqüências de seus atos – são valores que facultam ao soldado permanecer sozinho em seu posto de guarda, por duas horas, na madrugada gelada em um quartel de Caxias do Sul (RS); permitem ao sargento conduzir o seu grupo de combate, em passo acelerado, em um exercício de campanha sob o forte calor da Amazônia; favorecem ao major instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (RJ) a passar a noite em claro, aprimorando a aula que irá ministrar logo ao raiar do dia.


“UM EXÉRCITO PODE LEVAR 100 ANOS SEM SER EMPEGADO, MAS NÃO PODE PASSAR UM DIA SEM ESTAR PREPARADO”

A Liderança Militar, agrupando diversos valores, pode ser traduzida como a capacidade de um chefe militar, em qualquer nível, exercer o comando de seus subordinados, persuadindo-os à ação e impulsionando-os ao cumprimento do dever. Compete ainda ao líder desenvolver o espírito de corpo entre os militares, mantendo-os disciplinados e com o moral elevado, a despeito de circunstâncias adversas.

O líder comanda pelo Exemplo e se distingue pela desambição, altruísmo e senso de justiça.

Conhecemos um líder que puniu um subordinado por uma falta cometida. Dez dias após o cumprimento da pena, houve uma reunião social à qual compareceram os integrantes daquela organização militar, incluindo o líder e o punido. As manifestações de entusiasmo e alegria por parte do faltoso só deixaram de preocupar o chefe quando outro militar, ciente do castigo se pronunciou: “Não deve ter sido cometida injustiça! ”

O exercício da Liderança requer vigilância, rapidez e firmeza para que as faltas cometidas recebam a necessária e adequada correção. Compete também ao líder elogiar e recompensar seus subordinados, quando verdadeiramente merecerem.

A Coragem, capacidade de encarar situações difíceis ou perigosas com destemor e energia, é outro valor notado no EB, tanto em sua expressão física como moral.

A ordem unida, o treinamento físico e os exercícios no terreno aprimoram a rusticidade, o vigor e a resistência do militar, concedendo-lhes coragem para enfrentar momentos delicados, com desembaraço, bravura e combatividade.

Qualquer mudança de rotina, a implantação. A implantação de novas idéias, a construção de instalações diferentes, por exemplo, necessita de coragem para sua concretização, pois o desconhecido é incerto e o risco está presente. O mais cômodo é não fazer nada, deixar como está.

A coragem moral fica mais evidente quando uma decisão envolvendo o futuro é tomada, seja no campo operacional, financeiro, logístico, de ciência e tecnologia ou de pessoal.

Por outro lado, a falta de coragem pode provocar deterioração, atraso, aumento das despesas, enfraquecimento do moral da tropa e danos irreversíveis ao Exército e ao País.

Felizmente, observamos, durante mais de 50 anos, decisões oportunas e corajosas por parte de superiores, pares e subordinados, principalmente em momentos críticos da vida nacional, em que a não intervenção poderia trazer consequências danosas e duradouras.

“A CORAGEM É A PRIMEIRA DAS QUALIDADES HUMANAS, PORQUE É A QUE GARANTE AS OUTRAS” (ARISTÓTELES)

O Zelo é um valor que vem proporcionando ao Exército economia de recursos e de material. É notório que os militares agem com muito cuidado em relação aos bens colocados sob sua guarda, obedecendo às instruções de uso e manutenção, impedindo o desperdício e apresentando sempre limpos e muito bem arrumados as suas instalações, seus uniformes e principalmente o material bélico que utilizam. Fuzis, pistolas, viaturas, canhões, obuseiros, carros-de-combate e helicópteros estão sempre em condições de ser inspecionados.

A Preservação da Natureza é outro valor incorporado pela instituição, fazendo com que áreas verdes de responsabilidade das organizações militares estejam exemplarmente protegidas. Por exemplo, os extensos e cobiçados terrenos situados no Rio de Janeiro (leme, Urca e Niterói), em São Paulo (Praia Grande e Guarujá) e no Rio Grande do Sul (campos de instrução em Rosário do Sul e em Cruz Alta) só estão intactos devido a presença e ao cuidado do Exército. Na sua ausência, selvas de pedra ou comunidades carentes já teriam sido construídas, há muito tempo.

A limpeza do acampamento, após um exercício de campanha, chega ao requinte de se fazer um “pente fino” com todos os componentes da unidade para identificação e imediata remoção de qualquer resíduo porventura existente, ficando a área tão limpa ou melhor do que quando foi ocupada. Para a camuflagem de viaturas, barracas e demais instalações, evita-se cortar os galhos de árvores, recorrendo-se às redes quando o terreno é desprovido de bosques em suas cercanias.

A Pontualidade e Assiduidade estão tão arraigadas na conduta do militar que é necessário cuidado para não esquecê-las quando tratamos de valores. É o dia a dia da caserna que elas são incorporadas, mas é no combate que ganham maior destaque. Por exemplo, o atraso na preparação da artilharia pode impedir o deslocamento da infantaria na hora do ataque, ou pior, os fogos poderão cair sobre a tropa amiga. A falta do soldado motorista pode impedir que seu grupo de combate se desloque em uma operação ofensiva de aproveitamento do êxito, a qual requer impulsão e grande velocidade.

O fato de não chegar atrasado ou de não faltar a um compromisso demonstra respeito e consideração para com os demais e é fundamental para o funcionamento das unidades que necessitam de todos os seus integrantes para poder entrar em ação e cumprir as missões determinadas.

A Tradição concorre para que os valores ora apresentados sejam transmitidos de geração em geração. É valor primordial para o Exército, especialmente nos últimos anos em que exemplos negativos despontam com elevada rapidez, como a fama de um só dia, a estética individualista, o tráfico de influência, a corrupção generalizada, a riqueza ostentatória e as cenas bizarras e impróprias na internet e na televisão.

A Tradição estimula o desenvolvimento da camaradagem, hierarquia e disciplina, patriotismo, solidariedade, espírito de corpo e liderança militar.

É privilégio e orgulho para qualquer militar servir em organizações tradicionais como, por exemplo, os Dragões da Independência (Brasília-DF), o Regimento Sampaio (Rio de Janeiro-RJ), o Boi de Botas (Santa Maria – RS), a Academia Militar das Agulhas Negras ou a Escola de Comando e estado Maior do Exército.

As solenidades, o cerimonial, as bandas, os hinos e as canções militares, os uniformes, as insígnias, distintivos e condecorações, a continência, a espada conservam-se pela tradição e são modernizados, quando chega a hora.

Museus, estátuas e monumentos em quartéis e praças públicas ajudam a conservar a lembrança de destacados militares, cabendo salientar o Monumento Nacional aos Mortos da II Guerra Mundial (Rio de Janeiro - RJ) e o Panteão da Pátria (Brasília - DF) onde estão inscritos, no Livro de Aço, os nomes de heróis militares como Caxias, Tamandaré, Barroso, Santos Dumont, Deodoro da Fonseca e Plácido de Castro.

Como o Exército está organizado por cargos e funções, cada militar ocupa um cargo previsto, onde exerce as suas funções. O cargo é tão importante para a instituição que pode ser considerado como o seu terceiro pilar, além da hierarquia e da disciplina.

Anualmente, são incorporados e formados novos militares, para compensar os que dão baixa ou passam para a reserva, mantendo-se o total geral, cerca de 200 mil integrantes inalterado.

Em virtude de a Força Terrestre funcionar por agrupamentos (brigadas, batalhões, companhias, pelotões), os efetivos devem estar sempre completos, facilitando a entrada em combate sem perda de tempo.

Cumpre, nesse ponto, assinalar outro valor observado no Exército nas últimas cinco décadas, a alternância no poder, ou seja, a troca de cargos e funções, com o tempo médio de três anos, particularmente no que se refere a comando, chefia ou direção. Esse procedimento faculta ao militar adquirir inúmeras experiências e possibilita a reunião de conhecimentos que o credenciam a exercer funções em graduações e postos mais elevados e ainda impede-se o surgimento do “dono do cargo”.

O ensino profissional (básico, graduação, mestrado e doutorado) fornece excelente orientação para o percurso na caserna, mas é pelejando (grato, Camões) que se conquistam a sabedoria e a confiança para o bom desempenho das funções mais elevadas.

A estrutura, a organização e a doutrina do Exército facilitam, sem dúvida, a presença o aprimoramento e a aceitação dos valores observado. Variando-se o momento, tempo de paz, crise ou de guerra, alguns valores podem tornar-se mais destacados que outros.

A análise simples sobre essência dos valores apresentados permite concluir que a sua convivência se manifesta com o regime político denominado democracia, doutrina que se caracteriza por divisão de poderes, eleições livres, controle da autoridades e atendimento aos anseios do povo.

A Consciência Democrática é um dos valores mais presentes no Exército, pelo menos desde a eclosão da II Guerra Mundial quando foram enviadas tropas da Força Expedicionária Brasileira para combater ditadores de outros regimes nos campos da Europa.

E foi principalmente pela influência desses valores que a Instituição, atendendo ao clamor da sociedade brasileira, impediu que se instalasse no País, em 1964, outro regime controlado por um ditador – figura autoritária, cuja a primeira ambição é a de perpetuar-se no poder, seguido de enriquecimento ilícito, diversas “esposas”, desrespeito a tudo e a todos, deslealdade, traição, racismo, corrupção, execução sumária, impunidade, prevalência das versões sobre fatos, falsa propaganda, impunidade etc.

Essas características não surgiram do imaginário, mas de informações comprovadas e noticiadas em todo o mundo, onde ditadores ainda estão a postos, em pleno século 21, no terceiro milênio.

Se tivéssemos vivido um regime dessa natureza, correríamos o risco de não ter, até hoje, eleições livres e democráticas, pois o tirano ainda poderia estar alojado em sua cadeira, preenchendo o seu “mandato” por 30, 50 anos ou mais, como é comum acontecer em países sob esse jugo

Finalizando, desejamos que os integrantes do Exército Brasileiro, sempre disciplinados, leais, responsáveis e vigilantes, prossigam em sua saga, observando constantemente os valores que tanto prezam e mantêm.

(Publicado Originalmente na Revista Da CULTURA - Edição 19 • Janeiro de 2012)


Fonte: DefesaNet


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General-de-Exército Luiz Edmundo Montedôno Rego é natural de Três Corações - MG e concluiu a AMAN em 1961, na Arma de Artilharia.
Como Coronel foi Comandante do 29º grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (Cruz Alta-RS) e Adido das Forças Armadas do Brasil no México.
Ao ser promovido a General-de-Brigada assumiu o comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (Guarujá-SP) e em seguida comandou a Escola de Comando e Estado Maior Exército, no Rio de Janeiro, por mais de três anos.
Foi Diretor de Especialização e Extensão, 1º Subchefe e Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, no posto de General-de-Divisão.
Encerrou a carreira, como General-de-Exército, na Chefia do Departamento-Geral do Pessoal.
Dentre alguns trabalhos extras, criou a Revista Verde-Oliva, em 1982 e idealizou e conseguiu a provação da Medalha Corpo de Tropa e do Quadro de Cargos Previstos (QCP), que permite o controle e a adequada movimentação do pessoal do Exército.
O General Montedônio é casado com a Sra. Maria Teresa Otto Montedônio Rego e tem três filhos e um neto.