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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Não haveria Lula sem os “intelectuais” por trás. Ou: A impunidade dos verdadeiros culpados


Para Marilena Chaui, quando Lula fala o mundo se ilumina. 
E quando a professora escreve o mundo fica mais sombrio…
Estou com o fuso horário todo trocado, sem sono, e resolvi escrever esse desabafo. Tenho cobrado aqui a punição dos chefes dessa quadrilha que tomou conta do estado brasileiro, e vejo, pela reação de muitos leitores, como a revolta é grande. Os brasileiros decentes estão com ódio do PT, principalmente do mandachuva, do líder da turma, Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um sujeito realmente imoral, cínico, disposto a tudo pelo poder. Mas fico com a sensação de que algo ainda está fora do lugar.

Após pensar um pouco sobre o que me incomoda tanto, chego à resposta: seus criadores continuam totalmente impunes. Não me entendam mal: Lula é o topo da hierarquia do poder, e responsável por seus atos. Deve pagar por eles, não deve ser aliviado de forma alguma. Mas não haveria Lula sem os “intelectuais” por trás. E esses sempre saem ilesos, pois produzem as maiores catástrofes da humanidade e nunca são responsabilizados por seus atos, por suas palavras irresponsáveis, falsas, mentirosas.

Se você chega para um bufão oportunista e repete diariamente que ele é um gênio, um abnegado, um santo homem, ele vai rir de você. Mas se centenas de “intelectuais”, de “pensadores” com Ph.D. e tudo mais, repetem a mesma coisa, ele pode acabar acreditando. Ou, no mínimo, será esperto o suficiente para usar esse pano de fundo a seu favor, como uma desculpa para seus crimes, como um salvo-conduto para seus “malfeitos”. É o aval da elite “pensante” que permite a ousadia dos canalhas.

Hitler era um bruto, um sujeito com sede de poder e vingança, ressentido, fracassado. O nacional-socialismo era uma ideologia com uma elite “intelectual” por trás, com gente renomada (até então) justificando cada linha do programa. O mesmo vale para os líderes comunistas: a maioria era formada por brutamontes, por bárbaros que desejavam abusar do poder sobre os demais. Não teriam ido muito longe sem os ideólogos marxistas por trás. Não passariam de criminosos comuns.

É o “intelectual” que transforma o crime comum em ideologia, dando respaldo para a ação de bárbaros, oportunistas, bandidinhos mequetrefes. Se o sujeito tenta “bater” nossa carteira na rua, não passa de um marginal insignificante. Mas se ele “bate” a carteira de todos em cadeia nacional, usando o aparato estatal para tanto, ele é um respeitado líder “social”, um altruísta (usando o esforço alheio) em prol da “justiça social”. São os “intelectuais” que permitem isso, ao transformar a simples palavra “social” em desculpa para todo tipo de atrocidade.

Portanto, não suporto o Lula e sua trupe petista, e desejo muito uma severa punição a todos que, comprovadamente, roubaram, desviaram nossos recursos, enriqueceram à custa dos nossos impostos, ajudaram a destruir nosso país. Mas sinto falta de uma revolta maior por parte do povo com aqueles que possibilitaram a ascensão dessa gente ao poder. O PT jamais teria galgado tantos degraus sem a campanha ativa de jornalistas, professores, artistas, etc.

Tenho mais raiva, confesso, do “intelectual” que defendeu a vida toda essa corja, que relativizou cada desvio seu no caminho como uma necessidade da causa “nobre”, do que dos próprios marginais oportunistas. Se você diz que Macunaíma é um verdadeiro e legítimo herói, se você convence boa parcela da população disso, então não adianta, depois, ficar horrorizado que Macunaíma chegou ao poder e dele abusou como se não houvesse amanhã. O “herói sem caráter” foi alçado ao patamar de guru, e isso só é possível pela ação coordenada dos “intelectuais”.

Por isso tenho um livro sobre a esquerda caviar. Por isso foco tanto no campo das ideias. Por isso bato tanto em “formadores de opinião” que bancam os “moderados”, enquanto preparam o terreno para o avanço dos bárbaros, sempre impunemente. São esses os verdadeiros inimigos da civilização. Marginais sempre existirão. O grande problema é quando passam a ser vistos como heróis. E essa transição, esse “passe de mágica”, só é possível pela pena de escritores, pela campanha de artistas, pelo apoio dos “intelectuais”.


Criaram o monstro, e fica por isso mesmo. Não há responsabilização por seus atos. Fingem que não é com eles, e continuam pregando as mesmas baboseiras, repetindo as mesmas ladainhas, insistindo nas mesmas falácias. Até que venha a próxima leva de bárbaros, sob o manto de justiceiros sociais que, finalmente, trarão “paz e liberdade” para o mundo, pois “um mundo melhor é possível”.

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