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A REVOLTA DOS “IDIOTAS”

Gen Marco Antonio Felicio da Silva

“Contribuir para a defesa da Democracia e da liberdade, traduzindo um País com projeção de poder e soberano, deve ser o nosso NORTE!”

É impressionante como um sem número das ditas autoridades, instaladas nos diferentes poderes da República, nos mais altos postos, a começar da Presidente da República, tratem como “idiotas” grande parcela da população esclarecida, falando de um País inexistente, manipulando e sonegando informações diante da conhecida e escabrosa situação por que passamos e que envolve, criminalmente, diversas dessas autoridades.

Quais as razões que impedem a investigação criminal de Dilma Roussef e de Lula da Silva? “Mensalão” e “Petrolão” não passam de esquemas armados pelo PT, desviando criminosamente dinheiro público para enriquecimento ilícito e financiamento de campanhas políticas que levaram Lula e Dilma à Presidência. Lula, não é de hoje, antes de 2003, de forma comprovada, já usava dinheiro extorquido ou público, desviado, para tal. Delações premiadas recentes confirmam tais financiamentos criminosos. Como não saberiam eles, Lula e Dilma, de tal corrupção, principais favorecidos e pertencentes à cúpula do Partido, ainda mais que José Dirceu e Delúbio Soares, condenados no Mensalão, e o tesoureiro do PT, hoje, preso, João Vacari, são figuras exponenciais dos esquemas citados ?

Como acreditar num STF aparelhado que mostra juízes, com todo um passado ligado a Lula e ao PT, agindo como advogados de defesa de réus petistas ou tudo fazendo para bllndar o ex-presidente e Dilma. Tribunal que dá guarida a juíz sem saber jurídico ou militante do PT e defensor do MST, que, privilegia a imoralidade, não se sentindo impedido de julgar, apesar dos laços com os acusados de interesses e amizade ou de companheirismo presentes.

Primorosa, no sentido de manipular fatos e negar a gravidade da situação e o envolvimento criminoso de seus companheiros, é a entrevista à “Época” (04/05/2015), de Jaques Wagner (MD), também um dos citados como recebedor de propinas para sua campanha, através de delação premiada de empreiteiros e do corrupto doleiro Youssef, já preso. Segue, ele, a mesma linha do manifesto do PT (30/03/2015), que, apesar dos escancarados fatos de envolvimento criminoso no “Petrolão”, afirma, cretinamente, que o PT está sendo “atacado por suas virtudes”. Assim, nos classifica como “IDIOTAS”, como crédulos de mentiras comprovadas.

Afirma Wagner que a sua tristeza com as manifestações de ruas, “já que estavam fazendo tudo certo”, esquecendo-se da situação degradante em que se encontra o País, resultante dos governos ineptos e corruptos do PT, é a bandeira levantada, negativa, o pedido de “impeachment” de Dilma, para ele acima de qualquer suspeita. Esquece, entre outros “malfeitos” da Presidente, que o atraso de repasse de recursos para os bancos públicos, escamoteando o déficit público e manobrando para aumentar gastos que facilitariam a sua propaganda eleitoral e consequente eleição, é crime de responsabilidade que leva ao impeachment.


Os “IDIOTAS”, cada vez mais pisados, se voltam para as ruas, até mesmo não só para reivindicar mais intensamente contra as mentiras e descalabros impostos à Nação, por este bando de corruptos, como também, possivelmente, incitados à revolta e desespero crescentes, para fazer justiça pelas próprias mãos face a esse total e imoral desgoverno.


CPI do futebol: uma vitrine para Romário



Na Câmara dos Deputados, a reforma política virou "minirreforma". No Senado, a primeira fase do ajuste fiscal passou e a Casa se prepara para a CPI do futebol, a grande vitrine do senador Romário. E a semana termina com mais um operador do PT atrás das grades. Acompanhe a conversa entre Silvio Navarro e Joice Hasselmann no 'Aqui Entre Nós'.

sábado, 30 de maio de 2015

O desastre social da crise econômica



As estatísticas estão revelando que está havendo desemprego galopante, que já atinge as pequenas empresas, conforme noticiado na coluna da Monica Bergamo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilus...) O trágico e triste é que o PT resolver abolir e dificultar os benefícios sociais anti desemprego justamente quando a crise nem chegou ainda no seu auge. Uma maldade sem tamanho. A condenação do povo miúdo para passar fome.

Time da Petrobras vai jogar junto com a CBF



Diretores da estatal que violaram leis americanas terão o mesmo destino dos cartolas presos na Suíça.

OS INGÊNUOS ESTÃO NA CADEIA ALIMENTAR DOS MAL INTENCIONADOS



O Brasil está sofrendo uma nova crise de omissão, que é filha primogênita da ingenuidade.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Diante de juiz, operador do Petrolão cai no choro


O empresário Mário Góes, ligado ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em audiência na Justiça Federal
O empresário Mário Góes, ligado ao ex-diretor da Petrobras 
Renato Duque, em audiência na Justiça Federal 
(Reprodução/VEJA)
Acusado de operar propinas para ex-diretor da Petrobras, empresário Mário Góes se lamenta e diz que está 'ficando cada vez mais fraco'

Acusado de ser o operador de propinas de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras indicado pelo PT, o empresário Mário Frederico Mendonça Góes, de 74 anos, chorou durante audiência da Operação Lava Jato na última terça-feira. Preso preventivamente, Góes seria interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, mas preferiu ficar em silêncio por orientação de seus advogados. Frente a frente com o juiz, ele embargou a voz e apelou: "Eu estou ficando fraco cada vez mais. Eu tenho problema, eu operei a coluna lombar. Eu tenho problema cervical. Para ficar sentar sentado é muito complicado, tenho que ficar deitado".

"Eu estava com a minha vida normal. Não estou reclamando de jeito nenhum das pessoas do sistema carcerário. Dentro da legalidade, sou tratado com dignidade. Mas é diferente, minhas comidas... Eu não consigo. Tenho colite, diverticulite, uma série de problemas digestivos. Isso vai me consumindo um pouco", disse Góes. Ele responde à ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro com Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

"O senhor pode tomar uma água se quiser", ofereceu o juiz Sérgio Moro.

"Eu vivia para minha família e meu trabalho. Não gosto nem de viajar muito, só viajo para perto", lamentou-se. "Para eu me defender fica cada dia mais difícil, porque são coisas muito técnicas que estamos tratando aqui. Eu tenho condições de ajudar a descobrir, ver, mostrar e esclarecer, mas me sinto cada vez menos capaz de fazer as coisas. Foram feitos exames e eu não sei o resultado, mas meu coração dispara à noite, sinto umas coisas estranhas."


A defesa de Góes tenta tirá-lo do Complexo Médico-Penal do Paraná e pleiteia que ele cumpra a prisão preventiva em regime domiciliar, no Rio de Janeiro, com uso de tornozeleira eletrônica com argumento de que o lobista tem saúde fragilizada. "O paciente tem quadro hipertensivo, colite, diverticulite, é diabético, sofre de uma série de problemas ortopédicos que recomendam acompanhamento constante, alimentação adequada, acompanhamento de natureza psiquiátrica."

"Eu trabalho há mais de 50 anos, minha companhia tem mais de 28 anos, tenho um trabalho sério realizado durante muitos anos. Infelizmente, não sou mais uma criança e entendo que tem acusações que tenho que me defender e no decorrer do processo tudo será esclarecido", afirmou Góes.

Moro, então, pediu informações sobre contas no exterior que seriam usadas para movimentar a propina, mas Góes se negou a dar falar. A existência do dinheiro fora do país, que poderia ser usado de maneira fraudulenta, foi uma das razões elencadas pelo magistrado para decretar a prisão de Góes, como foram de "prevenir a reiteração delitiva". "Tudo isso será muito bem esclarecido no decorrer do processo", limitou-se a dizer o réu.

Hawilla é sócio de Ronaldo no strikes, time de Fort Lauderdale


Dono da Traffic, alvo do FBI, atraiu o ex-craque para os EUA
J. Hawilla fundou o time do Strikes e atraiu Ronaldo para o projeto.

O empresário José Hawilla, dono da Traffic, tornou-se alvo fácil para o FBI ao instalar sua sede nos Estados Unidos, onde há uma legislação muito dura, que pune empresas americanas envolvida em casos de corrupção no exterior.

Entre os seus muitos negócios, Hawilla também é sócio do ex-craque Ronaldo Fenomeno no Fort Lauderdale Strikers, time da segunda divisão do futebol norte-americano.

A Traffic é uma das maiores empresas de marketing esportivo do mundo e negocia direitos de transmissões de TV e publicidade de grandes eventos, como a Copa América e a Libertadores. Hawilla - réu confesso de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça - fez acordo com a Justiça dos Estados Unidos e vai devolver US$ 151 milhões (cerca de R$ 473 milhões).

Em nota, o FBI citou a CBF nas investigações de suborno pago por “uma grande marca esportiva americana”, que seria a Nike, patrocinadora da seleção brasileira desde 1996, num contrato milionário intermediado por Hawilla. A nota da policia federal americana menciona também um “esquema de pagamento de propinas” nos contratos de marketing e transmissão de jogos da Copa do Brasil, também com envolvimento de Hawilla, que se declarou culpado.

O comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos informa que, desde 1991, teriam sido pagos mais de US$ 150 milhões em propinas. O suborno seria pago por empresas a dirigentes em troca de contratos de marketing e direitos de TV de competições esportivas organizadas pela Fifa e entidades a ela ligadas, como Copa Libertadores, Copa América, eliminatórias da Copa do Mundo da Concacaf e a Copa do Brasil.


A Traffic teve exclusividade na comercialização de direitos internacionais de TV da Copa do Mundo da Fifa no Brasil, em 2014. Além de ser responsável pelos direitos de torneios de futebol, a empresa detém passes de jogadores como o argentino Conca e o brasileiro Hernanes, é dona de times como o Estoril Praia, de Portugal, e é responsável pelas vendas de camarotes do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, em São Paulo. O empresário é amigo do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, em cuja gestão na CBF prosperou.

"FIFÃO" - Operação Lava-Bola:
'Até os gandulas sabiam do esquema de propina na CBF'



O colunista do Radar on-line fala sobre o escândalo do futebol que "explodiu" ontem. O redator-chefe de VEJA, Fábio Altman comenta a prisão de José Maria Marin, ex-presidente da entidade. "Há risco de ele ser extraditado para os EUA". Rodrigo Constantino fala sobre o acordo comercial entre México e Brasil.

Mercado político mete Lula no meio do FIFAGATE, se EUA investigarem a fundo contratos para a Copa de 2014

 
Investigadores norte-americanos, no mínimo, vão incomodar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na hora em que for feita uma devassa nas negociatas da transnacional Fifa para faturar altíssimo com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Para compensar a humilhante derrota de 7 a 1 que sofremos da Alemanha, os brasileiros devem ter a chance de comemorar a provável goleada que o Departamento de Justiça dos EUA e suas agências de investigação devem aplicar contra brasileiros corruptos que foram parceiros da "Falcatrua Association".

Já se dá como certa uma investigação norte-americana sobre os contratos de serviços e construção de estádios para a Copa de 2014 - que foram alvos de suspeitas lançadas por empresas dos EUA que foram preteridas nos negócios. Neste caso, o Fifagate tem tudo para ter uma interligação com a Operação Lava Jato. O FBI investiga denúncias de que o "Clube de Empreiteiras", em conluio com autoridades brasileiras, fechou negócios cartelizados com a Fifa - prejudicando a livre concorrência. A história deve ir longe - gerando mais um escândalo da moda que ajuda a atenuar a exposição sobre outros que começam a cair no esquecimento popular...

A maior preocupação dos picaretas tupiniquins é com o teor das delação premiada feita pelo empresário José Hawilla, dono da empresa Traffic Group, maior empresa de marketing esportivo da América Latina. O departamento de Justiça dos EUA revelou que J. Hawilla (como prefere ser chamado) teria confessado culpa, em dezembro do ano passado, por acusações de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Um dos acordos que prejudicou Hawilla foi o contrato que intermediou entre a CBF e a norte-americana Nike.

Junto com José Maria Marin (ex-presidente da CBF), Hawilla é o único brasileiro entre os réus confessos declarados culpados pela Justiça dos EUA. Ele aceitou o confisco de US$ 151 milhões (R$ 473 milhões) de seu patrimônio. Só no momento da confissão ele já desembolsou US$ 25 milhões (R$ 78 milhões). O terceiro brasileiro investigado pelo FBI é José Margulies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd., ambas ligadas a transmissões esportivas. Margulies supostamente atuou como intermediário para facilitar pagamentos ilegais entre executivos de marketing esportivo e autoridades do futebol.

 

O senador Romário (PSB-RJ) recolheu 52 assinaturas e protocolou o requerimento para a instalação no Senado de uma CPI para investigar as denúncias de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol. A apuração vai desde a presidência de Ricardo Teixeira, passando por José Maria Marin (preso ontem na Suíça junto com outros 13 dirigentes da FIFA), até a atual gestão de Marco Polo del Nero. Romário vibrou: "Até que enfim! O FBI e a polícia suíça fizeram as prisões mais rápido do que eu pensava. Se dependesse da nossa polícia essas prisões não aconteceriam. Com a CPI a caixa preta da CBF vai ser aberta para moralizar definitivamente nosso futebol".


O craque Romário já antecipou que pedirá ao senador Renan Calheiros para ser o relator da CPI. Romário chutou na cabeça? " Eu vou ficar mais feliz ainda quando o Ricardo Teixeira for preso, o que deve acontecer em breve. Todos se achavam intocáveis na CBF , diziam que era uma entidade privada e não tinham que ser investigados. Mas como dizem meus amigos, a casa vai cair para eles". A CBF, em nota oficial defensiva, aposta no contrário: "Diante dos graves acontecimentos ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e qualquer investigação. A entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente. A nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência."


Romário aposta que o esquema de corrupção que está sendo investigado pelo FBI vai respingar na Copa de 2014 no Brasil. Mas, por enquanto, o Tio Sam não entra no jogo do Baixinho. Richard Weber, chefe da Receita Federal (IRS) revelou ontem que só foram confirmadas provas de corrupção na escolha da África do Sul para a Copa de 2010: "É a Copa do Mundo da fraude. Estamos dando um cartão vermelho para a Fifa".

Como bem lembrou o "peixe" Romário, o bicho vai pegar...

Tudo em paz

“VAI PRA CUBA!” E O CRIME DE PT-FOBIA


Todos já sabem que o tal “Humaniza Redes” é jogada de marketing saída da cabeça do João Santana. Ou assemelhado. Resulta em bem concebida forma de censura a todos que não amam o PT, o petismo, o governo petista, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Portanto, é violência disfarçada. É a “criminalização” do antipetismo.

 As organizações, personalidades e práticas políticas construídas em torno do partido da estrela, na cabeça dos que conceberam o Humaniza Redes, devem ser objeto de devoção e reverência nacional. Saudados com “Hasta la vitoria, siempre!”.

 A expressão “Vai pra Cuba!”, aliás, tem sido apontada como sólido indício de ódio contra o PT. Entretanto, poucas coisas tão ansiosamente desejadas por qualquer petista, da base ao topo da pirâmide partidária, quanto uma excursão a Cuba. Viajar a Havana, com ou sem a companhia de Lula, já foi prêmio disputado pela militância. Toda visita à ilha de Fidel Castro constitui ato litúrgico, uma espécie de batismo de fogo simbólico. Encontro-me frequentemente, em debates, com muitos desses “compañeros” que estudaram por lá com aval do partido, ou que fazem peregrinações periódicas à ilha, de onde retornam como quem transpôs os umbrais do paraíso socialista.

 Portanto, todo petista que se preze deveria responder a um “Vai pra Cuba!” com um “Se Deus quiser!”, principalmente porque a expressão poderia substituída por coisa muito mais desagradável e ofensiva, tipo “Vai pra Miami!” ou “Vai pra Nova Iorque!”. Mas isso sim, seria coisa de gente mal-humorada, intolerante, do tipo que se irrita com o Mensalão, o Petrolão, os sucessivos escândalos, as mordomias, as “pedaladas”, a irresponsabilidade fiscal, as mentiras e mistificações, as explicações esfarrapadas, a carestia, a inflação, o aumento de impostos e o crescente desemprego. Para ficar no que se sabe.

Ódio não é um sentimento que se deva cultivar. Por isso, sugiro um programa “Harmonize PT”, para acabar com a semeadura de ódio que o partido, há anos, semeia onde quer que a imaginação humana possa vislumbrar uma fissura em grupos sociais. Foi por esse caminho que o PT foi jogando os brasileiros uns contra os outros até darem conta do que estava acontecendo.

Mas se o ódio faz mal, tampouco seria benéfica e respeitável a passividade tolerante que o petismo apreciaria neste momento. O fiapo de democracia que nos resta está sustentado nos movimentos de rua e nas redes sociais porque as instituições, bem, as instituições estão com a vida ganha. E o país tem um governo petista com uma oposição tucana. Pode haver infortúnio maior?


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Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar.

Lula e Dirceu comandavam esquema em Santo André que resultou no assassinato de Celso Daniel


cesar-benjamin-lula-motagem-fotorO sociólogo e editor Cesar Benjamin foi militante do PT de 1980 a 1995.

Foi ele que revelou na Folha, em 2009, o caso do “menino do MEP”, o preso que Lula se gabou de ter tentado subjugar sexualmente nos 30 dias em que ficara detido e “que frustrara a investida com cotoveladas e socos”.

Cesar Benjamin conhece bem as violações lulopetistas.

Em 2005, durante o escândalo do mensalão, ele já denunciava ao Estadão que “tinha havido uma série de financiamentos que desconhecíamos”, “de bancos e empreiteiras, para a campanha do Lula” de 1994(!) e que o processo de corrupção “talvez tenha começado antes”.

“Quando vejo essa situação atual, tenho consciência de que não começou agora e é a expressão de uma prática continuada e sistêmica, que foi introduzida através do Lula e do Zé Dirceu”.

Naquele ano, quase uma década antes de explodir o petrolão, Benjamin também disse à Época:

“Isso foi vivido como ascensão social para um grande número de quadros, de lideranças do PT, que mudaram individualmente de classe social. Passaram a ter um nível de vida que não tinham e viveram isso muito alegremente.”

Questionado se este processo gerou o cadáver de Celso Daniel, prefeito de Santo André assassinado em 2002, o ex-militante petista respondeu:

“Eu não acho, tenho certeza. E houve muitos cadáveres morais. Este foi o físico.”

Não só este, diga-se. Sete outras pessoas ligadas ao caso morreram, inclusive o legista que atestara que o prefeito fora barbaramente torturado antes de ser assassinado.

Agora, Cesar Benjamin voltou a tratar do assunto no Facebook, por ocasião da morte no domingo (24) de um dos fundadores do PT.

Reproduzo seu post na íntegra, grifando os trechos sobre Lula e Dirceu:

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“Acabo de saber da morte de Antônio Neiva. Muito teria a dizer sobre ele: seu companheirismo, seu humor, sua lealdade, sua honestidade. Velho militante da época da ditadura, permaneceu no PT até o fim. Escolho apenas um momento das nossas vidas.

Eu era da direção do PT quando percebi que o processo de corrupção se alastrava no partido. Tentei debater isso na direção, sem sucesso, pois àquela altura todos já temiam os dois comandantes da desagregação, Lula e José Dirceu.

Restou-me levar a questão ao Encontro Nacional do PT realizado em 1995 em Guarapari, no Espírito Santo. Fui à tribuna, que ficava numa quina do grande salão, de onde era possível ver, simultaneamente, o plenário e a mesa.

Logo depois de começar meu pronunciamento, vi José Dirceu se levantar, se colocar de frente para o plenário, de lado para mim, e fazer sinais na direção de um grupo que – depois eu soube – era a delegação de Santo André.

Pelo tom da minha fala, Dirceu achou que eu trataria do esquema de corrupção nesse município, que ele e Lula comandavam e que resultaria depois no assassinato de Celso Daniel.

Ele estava enganado. Eu não falaria disso, simplesmente porque desconhecia esse esquema. Minha crítica era à perda geral de referência ética e moral no partido, que nessa fala eu denominei de ‘ovo da serpente’.

Mobilizados por Dirceu, os bandidos de Santo André saltaram sobre mim, para interromper meu pronunciamento na base da porrada.

Foi Antônio Neiva quem se interpôs entre mim e eles, distribuindo safanões e impedindo a continuidade do massacre. Foi minha última participação no PT, que agora agoniza, engolido pela serpente que cultivou.

Descanse em paz Antônio Neiva, irmão, homem honrado.

Cesar Benjamin.”

Uma comentarista do post escreveu:

Captura de Tela 2015-05-26 às 10.32.12

Na verdade, eu achei que o espaço ainda era público, público de menos, e resolvi dar uma mãozinha para que se tornasse público, público demais.

O motivo é simples: os bandidos de Santo André também saltaram sobre o Brasil.

A aristocracia petista vive o seu pior momento

Por Marco Antonio Villa

E Lula não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não.

Em 2015, em meio a muita tensão política, a Constituição de 1988 terá sua prova de fogo. Não há qualquer paralelo com o episódio do impeachment de Fernando Collor. Este já tinha percorrido mais de dois anos de mandato quando foi apeado do poder. E o momento mais agônico da crise foi resolvido em quatro meses — entre julho e outubro de 1992.

Também deve ser recordado que o então presidente tinha um arremedo de partido político, sua conexão com a sociedade civil era frágil — e quase nula com os setores organizados, a relação com o Congresso Nacional era ruim, e com medidas heterodoxas descontentou amplos setores, do empresariado ao funcionalismo público. Sem contar que, em 1990, o país passou por uma severa recessão (-4,3%) e tudo indicava — como efetivamente ocorreu — que, em 1992, teria uma nova recessão.

O quadro atual é distinto — e causa muito mais preocupação. O governo tem um sólido partido de sustentação — que está em crise, é verdade, mas que consegue agir coletivamente e tem presença dominante em governos estaduais e dezenas de prefeituras. A base congressual é volátil mas, aparentemente, ainda responde ao Palácio do Planalto. As divergências com o sócio principal do condomínio petista, o PMDB, são crescentes mas estão longe do rompimento. Em 12 anos, o governo construiu — usando e abusando dos recursos públicos — uma estrutura de apoio social. E, diferentemente de Collor, Lula estabeleceu uma sólida relação com frações do grande capital — a "burguesia petista" — que é hoje dependente do governo.

O país está vivendo um impasse. O governo perdeu legitimidade logo ao nascer. Dilma não tem condições de governar, não tem respeitabilidade, não tem a confiança dos investidores, dos empresários e da elite política. E, principalmente, não tem mais apoio dos brasileiros horrorizados com as denúncias de corrupção e a inépcia governamental em enfrentá-las, além do agravamento dos problemas econômicos, em especial da inflação.

Deve ser reconhecido que Fernando Collor aceitou o cerco político que sofreu sem utilizar da máquina de Estado para coagir os adversários. E foi apeado legalmente da Presidência sem nenhum gesto fora dos limites da Constituição. Mas o mesmo não ocorrerá com Dilma. Na verdade, não com Dilma. Ela é um nada, é uma simples criatura, é um acidente da História. O embate vai ser travado com Lula, o seu criador, mentor e quem, neste momento, assumiu as rédeas da coordenação política do governo.

Foi Lula que venceu a eleição presidencial de 2014. E agora espera repetir a dose. Mas a conjuntura é distinta. As denúncias do petrolão e a piora na situação econômica não permitem mais meros jogos de cena. O momento do marketing eleitoral já passou. E Lula vai agir como sempre fez, sem nenhum princípio, sem ética, sem respeito a ordem e a coisa públicas. O discurso que fez no Rio de Janeiro no dia 24 de fevereiro é apenas o início. Ele — um ex-presidente da República — incitou à desordem, ameaçou opositores e conclamou o MST a agir como um exército, ou seja, partir para o enfrentamento armado contra os adversários do projeto criminoso de poder, tão bem definido pelo ministro Celso de Mello, do STF.

Lula está desesperado. Sabe que a aristocracia petista vive o seu pior momento. E não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não. Como um excelente leitor de conjuntura — e ele o é — sabe que os velhos truques utilizados na crise do mensalão já não dão resultado. E pouco resta para fazer — dentro da sua perspectiva. Notou que, apesar de dezenas de partidos e entidades terem convocado o ato público do dia 24, o comparecimento foi pífio, inexpressivo. O clima no auditório da ABI estava mais para velório do que para um comício nos moldes tradicionais do petismo. Nos contatos mantidos em Brasília, sentiu que a recomposição do bloco político-empresarial que montou no início de 2006 — e que foi decisivo para a sua reeleição – é impossível.

A estratégia lulista para se manter a todo custo no poder é de buscar o confronto, de dividir o país, jogar classe contra classe, região contra região, partido contra partido, brasileiro contra brasileiro. Mesmo que isso custe cadáveres. Para Lula, pouco importa que a crise política intensifique ainda mais a crise econômica e seus perversos efeitos sociais. A possibilidade de ele liderar um processo de radicalização política com conflitos de rua, greves, choques, ataques ao patrimônio público e privado, ameaças e agressões a opositores é muito grande. Especialmente porque não encontra no governo e no partido lideranças com capacidade de exercer este papel.

O Brasil caminha para uma grave crise institucional, sem qualquer paralelo na nossa história. Dilma é uma presidente zumbi, Por incrível que pareça, apesar dos 54 milhões de votos recebidos a pouco mais de quatro meses, é uma espectadora de tudo o que está ocorrendo. Na área econômica tenta consertar estragos que produziu no seu primeiro mandato, sem que tenha resultados a apresentar no curto prazo. A corrupção escorre por todas as áreas do governo. Politicamente, é um fantoche. Serve a Lula fielmente, pois sequer tem condições de traí-lo. Nada faria sozinha.

Assistiremos à lenta agonia do petismo. O custo será alto. É agora que efetivamente testaremos se funciona o Estado Democrático de Direito. É agora que veremos se existe uma oposição parlamentar. É agora que devemos ocupar as ruas. É agora que teremos de enfrentar definitivamente o dilema: ou o Brasil acaba politicamente com o petismo, ou o petismo destrói o Brasil.




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Marco Antonio Villa é historiador

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O que Cunha fará com o pedido de impeachment de Dilma?



Está nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados decidir se engaveta ou não o pedido de impeachment contra a presidente. Mas, além de fatores jurídicos, o que vai ditar mesmo as regras serão os fatos políticos. E na conta, é preciso somar e não dividir forças para que o empenho dê resultados. Entenda com Joice Hasselmann.

Lula só pensa naquilo



Alheio à crise econômica, Lula quer enterrar R$ 8 bilhões na candidatura de Fernando Haddad.

terça-feira, 26 de maio de 2015

DONO DA ENGEVIX CONFIRMA ‘COMISSÕES’ NO PRÉ-SAL


Sondas, navios e plataformas de exploração do pré-sal 
também seriam controlados por Cartel do Petrolão.
Almada, da ENGEVIX, confirma pagamento de 'Comissão' a lobista


Um dos donos da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, confirmou à Operação Lava Jato que a empreiteira pagou Milton Pascowitch “comissões” que chegaram a “0,9%” dos contratos – ainda em execução – que o Estaleiro Rio Grande, controlado pela empreiteira, fechou para construção de sondas do pré-sal, para a Petrobrás.

Pascowitch – dono da Jamp Engenheiros Associados – é um dos cinco acusados pela força-tarefa da Lava Jato de serem operadores de propina nos contratados de construção de 29 sondas para exploração de petróleo em águas profundas, pela Petrobrás, via empresa Sete Brasil S.A..

A confirmação do empresário de que Pascowitch recebia “comissões” pelo “lobby” que fez nos contratos do Estaleiro Rio Grande foi um dos elementos que levaram a Justiça Federal a decretar a prisão preventiva do lobista, na última semana.

“Vinculado a esse negócio foi firmado um contrato de consultoria com a Jamp (Engenharia Associados) de Milton Pascowitch, o qual foi calculado em torno de 0,75% a 0,9% do valor do contrato das sondas, que girou em torno de US$ 2,4 bilhões, estando o contrato ainda em execução”, declarou Almada.

A Sete Brasil foi criada pela Petrobrás, em parceria com fundos de pensão públicos e privados e com três bancos. Em 2011, a empresa fechou um contrato com estatal para viabilizar um grandioso projeto de construção de sondas no Brasil, no valor de US$ 25 bilhões.

Peça central na criação da Sete Brasil e primeiro diretor de Operações da empresa, nomeado para cuidar do projeto das sondas, foi Pedro Barusco. Ele é ex-gerente de Engenharia da Petrobrás e confessou, em delação premiada com a Lava Jato, receber propina no esquema.

“Sobre o valor de cada contrato firmado entre a Sete Brasil e os estaleiros, deveria ser distribuído o percentual de 1%, posteriormente reduzido para 0,9%”, revelou Barusco.
Almada, admitiu que foi procurado por Barusco para os contratos das sondas. O Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, foi contratado para construir três das sondas marítimas de perfuração da Sete Brasil.

Pré-sal. Cinco estaleiros, formados por empresas do cartel em parceria com as gigantes mundiais do setor, foram contratados nesse pacote de equipamentos para o pré-sal.

Procuradores da Lava Jato sustentam que as “comissões” que Almada confessou ter pago à PF e à Justiça Federal – em processo em que é réu – para Pascowitch no negócio das sondas era “propina”.

Os contratos das 29 sondas da Sete Brasil são um dos pontos de partida da força-tarefa da Operação Lava Jato na ofensiva para comprovar que o esquema de cartel e corrupção nas obras de refinarias da Petrobrás, entre 2004 e 2014, foi reproduzido em contratos do bilionário mercado do pré-sal.

A prisão de Pascowitch nesta semana é fruto desse aprofundamento de produção de provas no setor que orbita o pré-sal. Ele foi o terceiro operador de propina apontado como representante dos estaleiros contratados pela Sete Brasil a ser preso pela Lava Jato.

Barusco apontou em sua delação o nome de cada um dos operadores: Ildefonso Colares Filho (executivo da Queiroz Galvão, preso e liberado) em nome do Estaleiro Atlântico Sul; Zwi Zkornicki pelo Estaleiro BrasFels, controlado pela Kepell Fels; Guilherme Esteves de Jesus (preso em Curitiba), pelo Estaleiro Jurong Aracruz, Rogério Araújo (executivo da Odebrecht) pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçú, e Milton Pascowitch pelo Estaleiro Rio Grande.

Em fevereiro, a Procuradoria chegou a pedir a prisão de Pascowitch, mas ela foi negada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato. O pedido baseava-se apenas nos apontamentos de Barusco em sua delação.

Após a confirmação de um dos sócios da Engevix sobre seu papel nos contratos com a Petrobrás e do encontro de provas em buscas feitas na casa do lobistas e de outros investigados – como contratos de “falsas consultorias” e registro dos recebimentos de valores no exterior -, o juiz Sérgio Moro decretou sua prisão preventiva, cumprida na quinta-feira.

Em março, a Lava Jato prendeu também o lobista Guilherme Esteves de Jesus. Ele é acusado de ter pago US$ 8,2 milhões em propinas em nome do Estaleiro Jurong Aracruz pelos contratos para construção de sondas de exploração do pré-sal da Sete Brasil.

Ildefonso Collares já havia sido preso, em novembro, junto com Almada – na sétima fase da Lava Jato. Ele é acusado de ser um dos executivos da Queiróz Galvão envolvidos com a corrupção na Petrobrás.

Operadores do pré-sal. É a partir do núcleo de cinco operadores de propina ligados aos estaleiros, que foram contratados pela Sete Brasil, que a Lava Jato deu início à tentativa de comprovação de que a “corrupção sistematizada” que vigorou nas obras de refinarias avançou nos contratos que orbitam o pré-sal.

Será seguindo rastro do dinheiro movimentado por esse núcleo de operadores de propina e das provas até agora encontradas, que investigadores da Lava Jato acreditam que atingirão novos nomes do grupo de agentes públicos corrompidos.

Eles seriam os elos dos partidos na Petrobrás. Três já foram presos: Paulo Roberto Costa (delator, em regime domiciliar), Renato Duque e Nestor Cerveró. As denúncias apontam que o esquema era coordenado pelo PT, PMDB e PP – mas beneficiou também legendas da oposição, como o PSDB. (AE)

Cadeiras vazias no Congresso Estadual do PT, nem Lula apareceu!



Segundo o historiador Marco Antonio Villa, o PT encontra uma série de dificuldades, não só com a oposição, mas dentro do próprio partido. Uma demonstração clara do problema foi no Congresso Estadual do PT, ocorrido nesse final de semana, onde só se via cadeiras vazias, até o ex-presidente Lula arranjou uma desculpa para não comparecer. Veja o comentário na íntegra.

Revista denuncia envolvimento dos petistas Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo em golpe bilionário


gleisi_hoffmann_34Inferno astral – O casal petista Glesi Helena Hoffmann, senadora pelo Paraná, e Paulo Bernardo da Silva, ex-ministro das Comunicações (Dilma Rousseff) e do Planejamento (Lula), se envolveu, entre 2012 e 2013, em um golpe milionário em Brasília, informa reportagem da revista Época. O golpe, de acordo com a revista, contou com a participação de outro petista paranaense, Carlos Rigonato, ex-vice-prefeito de Nova Esperança (PR) e ex-candidato a deputado federal pelo PT.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. Os golpistas inventaram uma autarquia, deram prejuízos de milhões de reais em incautos investidores e enganaram até o ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (equivalente à Câmara dos Deputados). A proteção de gente graúda do governo federal permitiu que agissem livremente e que usassem até mesmo a terminação “gov.br” no e-mail da empresa fajuta que aplicou golpes seguidos. Quem acessa o site da tal autarquia (sic) é automaticamente remetido a uma página eletrônica da Eletrobras.

Conforme a matéria de Filipe Coutinho e Thiago Bronzatto, o empresário Roberto Oliveira e o petista Carlos Rigonato inventaram a Agência Pública Nacional de Infraestrutura e Tecnologia (Proinfra) e o Programa Governamental Brasileiro de Modernização e Racionalização da Iluminação Pública. A isca se materializava em anúncios no Diário Oficial, nos quais os golpistas anunciavam supostos projetos bilionários. Entre eles a fabricação de lâmpadas LED para instalação em 5.566 cidades ao custo de R$ 3,7 bilhões. Montada a arapuca – sede próxima à Esplanada dos Ministérios, nome de estatal, site de estatal, brasão de estatal, jeito de estatal – buscavam parceiros e investidores.

Para atrair os investidores, os dois usavam os nomes dos “padrinhos” Gleisi Hoffmann e do seu marido, o então ministro Paulo Bernardo. “Carlos Rigonato, o petista do Paraná, encarregava-se de apresentar as credenciais políticas da estatal. Ele tinha fotos com o mais eminente casal petista do Brasil: o ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann, ambos do Paraná. Uma delas foi tirada no Senado, no dia em que Gleisi foi anunciada ministra da Casa Civil, em 2011”, destaca a reportagem da Época.

Resumindo, Gleisi e Paulo Bernardo serviam como isca do esquema para os golpistas ludibriarem os investidores. Representavam, segundo a publicação, a chancela do governo federal no ‘projeto’. “A senadora afirma conhecer Rigonato apenas por ele ter sido vice-prefeito no Paraná e não saber da existência da Proinfra. Roberto Oliveira, o parceiro de Rigonato, apresentava-se como diretor de Relações Institucionais da Proinfra. Cabia a ele convencer empresários a investir na fabulação”.

A revista questionou a Casa Civil e o Ministério do Planejamento sobre como a Proinfra conseguiu o status de autarquia. A Casa Civil informou que em 2013 teria encaminhado o caso para a Polícia Federal. À época, Gleisi (então ministra-chefe da Casa Civil) nada falou ou emitiu qualquer nota sobre o esquema que prosperava usando o seu nome e do seu marido. Tampouco Paulo Bernardo emitiu qualquer pronunciamento a respeito da fraude. O casal, nesse sentido, pode ter prevaricado, para dizer o mínimo. O Ministério do Planejamento, por sua vez, disse que autorizou o site a usar a terminação “gov.br” a partir da documentação enviada, mas que pedirá o cancelamento do site e vai apurar o caso.

A Polícia Federal está atrás dos golpistas e investiga a participação de petistas em mais um esquema que abala o já combalido governo do PT.

CPI da Petrobras vai ouvir depoimentos de 11 pessoas nesta semana


Todas as audiências começarão às 9h30. O local dos depoimentos ainda não foi definido

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras vai ouvir os depoimentos de 11 pessoas na semana que vem. Todos eles são executivos ou funcionários de empreiteiras acusadas de formação de cartel e pagamento de propina para diretores da estatal ou partidos políticos.

O cronograma de audiências é o seguinte:

Terça-feira (26)

  • João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa
Auler chegou a ser preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, assim como o executivo Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa. Avancini confirmou à CPI da Petrobras que a empreiteira pagou R$ 110 milhões em propina aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque. 


A Camargo Corrêa venceu licitações no valor de mais de R$ 6 bilhões para obras nas refinarias Getúlio Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco. Avancini negou que a Camargo Correa tenha pagado propina por meio de doações oficiais de campanha, mas admitiu que o dinheiro era destinado ao PP (por meio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa) e ao PT (por meio do ex-diretor de Serviços Renato Duque).


  • José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da Construtora OAS
Foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção. As empresas do grupo OAS celebraram contratos com a Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e 48 milhões de dólares entre 2005 e 2014. Nesse período, foram identificadas transferências de R$ 7 milhões para contas controladas pelo doleiro Alberto Youssef – o que a polícia suspeita que seja uma maneira de pagar propinas. A empresa é acusada de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Por conta disso, o Ministério Público Federal pede a OAS que devolva aos cofres públicos R$ 988,7 milhões.

  • Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Côrrea
Apontado pelo presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, como responsável pelos contatos com os políticos e pagamento de propina a diretores da Petrobras. Segundo o empresário Júlio Camargo, da empresa Toyo Setal, houve propina para que a obra da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), fosse dirigida ao consórcio de empresas que ele representava na época, formado pelas empreiteiras Camargo Corrêa e OAS.

A refinaria estava orçada em R$ 1 bilhão e Camargo afirma ter pagado R$ 6 milhões ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente de Tecnologia Pedro Barusco. Segundo Júlio Camargo, a Camargo Corrêa pagou R$ 23,3 milhões a uma de suas empresas, a Treviso, para ele intermediar o negócio. Ele acusou Leite de controlar o pagamento das propinas aos funcionários da estatal.

Quarta-feira (27)

  • Executivos do Grupo Schahin - Carlos Eduardo Schahin, Milton Toufic Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin e Pedro Schahin
A Schahin Engenharia, que faz parte do grupo, está entre as empresas citadas como participantes de cartel de empresas que atuavam na Petrobras. Ela arrendava cinco plataformas de perfuração para a estatal. Depois de deflagrada a Operação Lava Jato, ela perdeu os contratos e entrou na Justiça com pedido de recuperação.

Quinta-feira (28)

  • José Ricardo Nogueira Brechirolli, funcionário da Construtora OAS; e Mateus Coutinho de Sá Oliveira, diretor financeiro da OAS
As empresas do grupo OAS celebraram contratos com a Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e 48 milhões de dólares entre 2005 e 2014. A empresa é acusada de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

  • Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Empresa Galvão Engenharia
Teve o nome envolvido em pagamento de propina pelo engenheiro Shinko Nakandakari, que disse, em depoimento ao Ministério Público Federal, ter pagado propina ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ao ex-gerente de Tecnologia da estatal Pedro Barusco e ao ex-gerente-geral de refinaria Abreu e Lima Glauco Legatti em troca de contratos com a estatal. Nakandakari disse que atuava em nome de Fonseca e dos empresários Dario Galvão (presidente da Galvão Engenharia) e Luís Augusto Distrutti (antecessor de Fonseca na empresa).

Entre 2008 e 2014, as empresas do grupo Galvão assinaram contratos no valor de R$ 7,6 bilhões e mais 5,6 milhões de dólares com a Petrobras. Nesse período, a empresa transferiu mais de R$ 5 milhões para contas de empresas de Alberto Youssef, dinheiro supostamente destinado ao pagamento de propina. A Galvão se defende sob o argumento de que foi obrigada a pagar propina para garantir sua participação nas obras.

Ministro Joaquim Levy não está demissionário



O colunista do Radar on-line fala sobre a possível saída do Ministro da Fazenda que deixou as empresas "tensas". Augusto Nunes comenta as principais reportagens de VEJA desta semana. "O Brasil não tem uma política de segurança", diz ele sobre a reportagem 'Escola do Crime'. Já Geraldo Samor fala sobre o ajuste fiscal no Brasil.

Vaccari e ex-deputados serão transferidos para presídio


André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa
André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa
(Vagner Rosario/VEJA.com)
Polícia Federal comunicou ao juiz Sérgio Moro que falta espaço na carceragem de Curitiba (PR) para manter os políticos presos na Operação Lava Jato

O juiz federal Sérgio Moro, responsável Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou a transferência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e dos ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (SD) e Pedro Corrêa (PP) da carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR). Presos preventivamente, eles serão levados nesta terça-feira para o Complexo Médico-Penal do Paraná - um presídio com capacidade para 350 detentos em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A transferência dos quatro ocorrerá após a Polícia Federal ter informado à Justiça Federal que tinha "dificuldades" em manter os quatro presos provisórios por falta de espaço na carceragem da Superintendência da PF. Em fases anteriores da Lava Jato, empreiteiros que estavam presos também haviam sido transferidos para o Complexo Médico-Penal. Atualmente, boa parte dos executivos das maiores construtoras do país cumpre prisão domiciliar com tornozeleiras eletrônicas enquanto aguarda julgamento.

Apesar de ter autorizado a transferência de Vaccari e dos três ex-deputados, o juiz disse que a medida não será aplicada ao ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, também preso preventivamente, porque ele deve "aguardar o próximo julgamento da ação penal já em fase final".

Na última semana, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do Ministério Público contra os três ex-deputados e outras dez pessoas, que passaram à condição de rés por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Vaccari, por sua vez, é réu em duas ações penais que tratam do escândalo do petrolão. Ele é suspeito de ter recebido propinas na forma de doações eleitorais registradas e de ter direcionado 2,4 milhões de reais para pagamento de despesas com Editora e Gráfica Atitude, ligada ao PT.

Em um dos processos, foi aceita denúncia contra outros 26 investigados na Operação Lava Jato, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o empresário Adir Assad, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Área Internacional da petroleira Paulo Roberto Costa, o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco e os empreiteiros Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, José Aldemário Pinheiro Filho, Julio Gerin Camargo e Sergio Cunha Mendes.

Depoimento - Segundo a PF, além da transferência dos políticos presos na operação, também deve ocorrer nesta terça-feira o interrogatório do lobista Milton Pascowitch, preso na 13ª fase da Lava Jato. Ligado ao ex-ministro José Dirceu (PT), um dos petistas condenados no mensalão, ele é suspeito de operar um esquema de pagamento de propinas e de fazer lobby para o partido.