A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras vai
ouvir os depoimentos de 11 pessoas na semana que vem. Todos eles são executivos
ou funcionários de empreiteiras acusadas de formação de cartel e pagamento de
propina para diretores da estatal ou partidos políticos.
O cronograma de audiências é o seguinte:
Terça-feira (26)
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa
Auler chegou a ser preso pela Operação Lava Jato, da Polícia
Federal, assim como o executivo Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa.
Avancini confirmou à CPI da Petrobras que a empreiteira pagou R$ 110 milhões em
propina aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque.
A Camargo Corrêa venceu licitações no valor de mais de R$ 6 bilhões para obras
nas refinarias Getúlio Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco.
Avancini negou que a Camargo Correa tenha pagado propina por meio de doações
oficiais de campanha, mas admitiu que o dinheiro era destinado ao PP (por meio
do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa) e ao PT (por
meio do ex-diretor de Serviços Renato Duque).
- José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da Construtora OAS
Foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de
dinheiro e corrupção. As empresas do grupo OAS celebraram contratos com a
Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e 48 milhões de dólares entre 2005 e 2014.
Nesse período, foram identificadas transferências de R$ 7 milhões para contas
controladas pelo doleiro Alberto Youssef – o que a polícia suspeita que seja
uma maneira de pagar propinas. A empresa é acusada de pagar propina ao
ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Por conta disso, o
Ministério Público Federal pede a OAS que devolva aos cofres públicos R$ 988,7
milhões.
- Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Côrrea
Apontado pelo presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini,
como responsável pelos contatos com os políticos e pagamento de propina a
diretores da Petrobras. Segundo o empresário Júlio Camargo, da empresa Toyo
Setal, houve propina para que a obra da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São
José dos Campos (SP), fosse dirigida ao consórcio de empresas que ele
representava na época, formado pelas empreiteiras Camargo Corrêa e OAS.
A refinaria estava orçada em R$ 1 bilhão e Camargo afirma
ter pagado R$ 6 milhões ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente
de Tecnologia Pedro Barusco. Segundo Júlio Camargo, a Camargo Corrêa pagou R$
23,3 milhões a uma de suas empresas, a Treviso, para ele intermediar o negócio.
Ele acusou Leite de controlar o pagamento das propinas aos funcionários da
estatal.
Quarta-feira (27)
- Executivos do Grupo Schahin - Carlos Eduardo Schahin, Milton Toufic Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin e Pedro Schahin
A Schahin Engenharia, que faz parte do grupo, está entre as
empresas citadas como participantes de cartel de empresas que atuavam na
Petrobras. Ela arrendava cinco plataformas de perfuração para a estatal. Depois
de deflagrada a Operação Lava Jato, ela perdeu os contratos e entrou na Justiça
com pedido de recuperação.
Quinta-feira (28)
- José Ricardo Nogueira Brechirolli, funcionário da Construtora OAS; e Mateus Coutinho de Sá Oliveira, diretor financeiro da OAS
As empresas do grupo OAS celebraram contratos com a
Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e 48 milhões de dólares entre 2005 e 2014.
A empresa é acusada de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa.
- Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Empresa Galvão Engenharia
Teve o nome envolvido em pagamento de propina pelo
engenheiro Shinko Nakandakari, que disse, em depoimento ao Ministério Público
Federal, ter pagado propina ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ao
ex-gerente de Tecnologia da estatal Pedro Barusco e ao ex-gerente-geral de
refinaria Abreu e Lima Glauco Legatti em troca de contratos com a estatal.
Nakandakari disse que atuava em nome de Fonseca e dos empresários Dario Galvão
(presidente da Galvão Engenharia) e Luís Augusto Distrutti (antecessor de
Fonseca na empresa).
Entre 2008 e 2014, as empresas do grupo Galvão assinaram
contratos no valor de R$ 7,6 bilhões e mais 5,6 milhões de dólares com a
Petrobras. Nesse período, a empresa transferiu mais de R$ 5 milhões para contas
de empresas de Alberto Youssef, dinheiro supostamente destinado ao pagamento de
propina. A Galvão se defende sob o argumento de que foi obrigada a pagar
propina para garantir sua participação nas obras.
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