André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa
(Vagner
Rosario/VEJA.com)
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Polícia Federal comunicou ao juiz Sérgio Moro que falta espaço na
carceragem de Curitiba (PR) para manter os políticos presos na Operação Lava
Jato
O juiz federal Sérgio Moro, responsável Operação Lava Jato na primeira
instância, autorizou a transferência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e
dos ex-deputados André Vargas (ex-PT), Luiz Argôlo (SD) e Pedro Corrêa (PP) da
carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR). Presos preventivamente, eles
serão levados nesta terça-feira para o Complexo Médico-Penal do Paraná - um
presídio com capacidade para 350 detentos em Pinhais, na Região Metropolitana
de Curitiba.
A transferência dos quatro ocorrerá após a Polícia Federal ter
informado à Justiça Federal que tinha "dificuldades" em manter os
quatro presos provisórios por falta de espaço na carceragem da Superintendência
da PF. Em fases anteriores da Lava Jato, empreiteiros que estavam presos também
haviam sido transferidos para o Complexo Médico-Penal. Atualmente, boa parte
dos executivos das maiores construtoras do país cumpre prisão domiciliar com
tornozeleiras eletrônicas enquanto aguarda julgamento.
Apesar de ter autorizado a transferência de Vaccari e dos três
ex-deputados, o juiz disse que a medida não será aplicada ao ex-diretor da Área
Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, também preso preventivamente, porque
ele deve "aguardar o próximo julgamento da ação penal já em fase final".
Na última semana, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia do Ministério
Público contra os três ex-deputados e outras dez pessoas, que passaram à
condição de rés por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Vaccari, por sua vez, é réu em duas ações penais que tratam do
escândalo do petrolão.
Ele é suspeito de ter recebido propinas na forma de doações eleitorais
registradas e de ter direcionado 2,4 milhões de reais para pagamento de
despesas com Editora e Gráfica Atitude, ligada ao PT.
Em um dos processos, foi aceita denúncia contra outros 26 investigados
na Operação Lava Jato, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato
Duque, o empresário Adir Assad, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Área
Internacional da petroleira Paulo Roberto Costa, o ex-gerente de Serviços Pedro
Barusco e os empreiteiros Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Augusto Ribeiro
de Mendonça Neto, José Aldemário Pinheiro Filho, Julio Gerin Camargo e Sergio
Cunha Mendes.
Depoimento - Segundo a PF, além da transferência dos
políticos presos na operação, também deve ocorrer nesta terça-feira o
interrogatório do lobista Milton
Pascowitch, preso na 13ª fase da Lava Jato. Ligado ao ex-ministro José
Dirceu (PT), um dos petistas condenados no mensalão, ele é suspeito de operar
um esquema de pagamento de propinas e de fazer lobby para o partido.
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