Por Políbio Braga
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quarta-feira, 3 de setembro de 2014
“Vamos botar ordem nesta orgia!”
Minha participação, nesta terça, no programa “Aqui entre
nós”, na VEJA.com.
Um retrato 3 x 4 de Marina
Por Nilson Lage
Antes que se comece o papo de sempre, com uma porção de
pessoas xingando as outras, defino minha visão pessoal consolidada sobre o
objeto.
Marina Silva pode ser excelente pessoa, mas é o anti-Brasil.
Nascida de esquerdismo primitivista e romântico, ostenta uma
subcultura enfeitada com palavras difíceis e frases sem sentido.
Odeia o agronegócio. Não no sentido de enfrentar os
herdeiros empresariais do velho coronelismo limitando suas ambições políticas,
organizar agricultores em cooperativas para exploração de produtos em condições
competitivas, ou criar arranjos produtivos que integrem a pequena propriedade
em unidades industriais ou núcleos de armazenamento, processamento e
comercialização.
É contra o agronegócio em si, contra aquilo que sustenta o
comércio externo do país. Extrativista, admite no máximo a agricultura de subsistência.
Esse aspecto de seu programa é que o mais agrada aos Estados
Unidos, que têm no Brasil sério concorrente real – e principalmente potencial –
no mercado de commodities agrícolas.
Esquerdista radical – no que esquerda e direita se abraçam,
comovidas, ao som de um bolero – não é contra o capitalismo (tanto que a
assessoram alguns de mais destacados intelectuais orgânicos do financismo
bancário), mas contra a “sociedade industrial” – isto é, a Embraer, as
siderúrgicas, as metalúrgicas…
É dos que odeiam hidrelétricas e acham construí-las na
Amazônia um crime contra os “povos da floresta”. Como termelétricas poluem e
usinas nucleares são perigosas, sugerem iluminar e mover este país de 200
milhões de pessoas com cata-ventos, quando o vento sopra.
Tirando o criacionismo, o horror aos transgênicos (não ao
patenteamento de novas espécies obtidas em laboratório, mas à ciência que
permite criá-los) e o uso abusivo dos conceitos em ciências humanas, nada
propõe em áreas do conhecimento.
Não tem suporte político além do aglomerado que se forma
conjunturalmente para colocá-la no governo ou atrapalhar o “inimigo”. É contra
“tudo que está aí”, pela gestão do Estado com a graça de Deus, espada da
Justiça, a confiança da Fé, a pureza da Inocência e iluminação da Sabedoria.
Fernando Collor, em 1989, era candidato bem mais consistente.
Muitos dos eleitores de Marina que conheço, principalmente
aqui no Sul do país, vêm nos últimos anos buscando na história da família algum
avô que lhes possa garantir uma “outra nacionalidade”. Pode até ser, então, que
tenham oportunidade de usá-la.
Fonte: Alerta Total
_________
Nilson Lage é Jornalista e Doutor em Jornalismo.
Originalmente publicado no Facebook dele.
Pesquisas encomendadas pelo próprio PT levam pânico ao partido, e Dilma foge de entrevista
É claro que os números das pesquisas eleitorais não dão
motivos para o tucano Aécio Neves sorrir de satisfação. Mas, vá lá, ele
pleiteia o poder federal, não o tem. No caso dos petistas, é diferente. O
partido está em pânico e, creiam, não o vejo cometer erros tão brutais desde
1994, quando não percebeu a importância que tinha o fim da inflação para o
povão e decidiu se opor ao Plano Real. Nesta terça à noite, o “Jornal da Globo”
viu acontecer algo inédito desde 2002, quando teve início a prática: um
presidenciável se negou a conceder uma entrevista previamente agendada. E a
faltosa foi ninguém menos do que Dilma Rousseff, do PT, presidente da República
e candidata à reeleição. O que ela alegou? Nada! Simplesmente mandou dizer que
não haveria entrevista.
Além de ser um tanto desrespeitoso com o trabalho da
imprensa, isso demonstra o desespero que toma conta da campanha de Dilma desde
que Marina Silva, do PSB, deu iniciou à sua meteórica ascensão, depois da morte
de Eduardo Campos. Se a disputa com Aécio já vinha se afigurando crescentemente
difícil para Dilma, o confronto com Marina, caso se desse hoje, a tiraria do
trono. A petista viu a candidata do PSB tomar do tucano o segundo lugar,
encostar nela no primeiro turno, vencê-la no segundo e, agora, dados os
levantamentos feitos pelo próprio Planalto, a ex-senadora já lidera a corrida
também na etapa inicial.
Nesta segunda, depois do debate promovido pela Jovem Pan,
Folha, UOL e SBT, o comando da campanha se reuniu com a presidente, e todos se
dedicaram ao patético exercício do autoengano. O consenso foi que Dilma se saiu
bem no confronto. Errado. Foi a pior dos três grandes. Aécio jogou melhor, mas
quem venceu foi mesmo Marina porque polarizou com Dilma e passou a impressão de
dar a palavra final. A petista estava tensa, com os ombros arqueados, semblante
fechado, demonstrando contida irritação. Marina batia duro, afetando aquele
estado de nirvana. Como atriz, ela também supera a sua oponente.
Nesta terça, dia em que Dilma deveria conceder a entrevista
aos jornalistas William Waack e Christiane Pelajo, o Ibope divulgou o resultado
da pesquisa para a eleição presidencial em dois colégios privilegiados. Até a
semana passada, Dilma liderava no Rio, com 38% a 30% contra Marina; Aécio tinha
11%. A estarem certos os números, o tucano manteve o mesmo percentual, mas a
petista é agora derrotada por 38% a 32%. Ou por outra: Dilma perdeu oito
pontos, e Marina ganhou 6 — uma mexida de 14 pontos em sete dias. Em São Paulo,
a distância seria bem maior: a ex-senadora saltou de 35% para 39%, e a
presidente manteve os 23%. O senador mineiro oscilou de 19% para 17%.
Aguardam-se para esta quarta os números nacionais do Ibope.
Certamente, vem uma ducha de água fria na cabeça de Dilma, num momento em que o
petismo tenta respirar, em esforço concentrado para desconstruir Marina. Mais
uma vez, o PT resolveu tirar a causa gay do armário para demonizar adversários.
O esforço pode ser contraproducente.
Dilma e o PT passaram pelo vexame de ver as perguntas no ar
sem resposta. Abaixo, eu as reproduzo:
1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o
país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise
internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso
estão crescendo mais?
2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e
do diesel artificialmente para segurar a inflação, com prejuízo para a
Petrobras?
3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos
no Brasil, no seu governo, tem sido criticada por economistas, dentro e fora do
país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a
isso?
4. A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento
básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado,
tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu
errado?
5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o
analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez de a senhora, em campanha,
fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou
pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma
cidadã pobre, um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa
eleitoral de televisão?
É claro que a entrevista não se resumiria a isso porque
estava prevista a intervenção dos jornalistas para aclarar eventuais
ambiguidades ou apontar contradições.
Na segunda, a entrevistada foi Marina Silva. Nesta quarta,
será a vez de Aécio Neves. O PT não sabe mais o que fazer.
Dilma em fuga. Ou: Quem parece mais com o Collor?
O Jornal da Globo tradicionalmente entrevista os principais
candidatos a presidente, e ontem seria a vez de Dilma Rousseff, após a
entrevista de Marina Silva na segunda-feira. Mas ela recusou o convite, algo
inusitado na história. Fugiu da raia, em linguagem mais direta. Ficou com medo
das perguntas de William Waack, que sabe ser ainda mais incisivo do que o outro
William, o Bonner, do Jornal Nacional.
A reação do JG foi digna de aplausos: explicou o ocorrido e
colocou no ar as perguntas que faria. Seguem algumas delas:
Adoraria ver como a presidente Dilma responderia a essa
questão! Afinal, tenho batido muito nessa tecla aqui, e seria muito feio sair
pela tangente, culpando a Copa, a seca ou a tal “crise internacional”, diante
da afirmação prévia do jornalista de que o Brasil está bem atrás dos seus
pares. Seria no mínimo engraçado ver a moreia se enrolando toda na linha no afã
de se libertar do anzol…
Chega a ser engraçado ver a presidente Dilma fazendo
inúmeras promessas como se tivesse acabado de se candidatar pela oposição ao
atual governo, e não como alguém cujo partido está no poder há 12 anos!
Explica, Dilma, por que tanta coisa prometida antes não foi feita, em vez de
fazer novas promessas vazias…
Simples: negando a realidade! Mas seria curioso ver a presidente
Dilma tendo de desqualificar todo mundo, os investidores brasileiros, os
estrangeiros, o FMI, a The Economist e tantas outras entidades mundo afora que
apontaram para os malabarismos contábeis do seu governo.
Eu faria uma pergunta um pouco diferente: por que a senhora
ao menos não chamou um David Copperfield para tais malabarismos, preferindo
apelar para truques rudimentares dignos de um mágico de festa infantil?
Outras perguntas falavam dos preços represados que causam
enormes prejuízos à Petrobras e da dentadura distribuída para uma senhora pobre
um dia antes de ser recebida pela presidente para gravar programa de campanha
eleitoral. Que sinuca de bico!
Compreende-se, então, o motivo pelo qual Dilma negou o convite.
A turma da zoeira, sempre criativa, produziu logo um “meme” nas redes sociais,
fazendo analogia ao filme com Julia Roberts, muito parecida fisicamente com
Dilma, inclusive:
Em vez de responder a essas duras perguntas, das quais o eleitor
deveria ter o direito de conhecer as respostas, Dilma preferiu fazer um ataque
“velado” a Marina Silva em seu programa eleitoral, comparando-a a Jânio Quadros
ou Collor de Melo. Ou seja, tentando colar na concorrente a pecha de
aventureira, sem base partidária.
Quem fala o que quer ouve o que não quer. Marina respondeu
que Dilma é que pareceria mais com Collor, pois jamais havia disputado uma só
eleição, nem mesmo para vereadora, e foi logo de catapulta até a presidência,
pelas mãos de seu criador político, Lula. Aventureira?
No mais, é realmente um espanto alguém acusar o outro de
parecer com Collor, sendo que o próprio está dando todo o seu apoio… a ela
mesma!
Sou o primeiro a criticar Marina Silva, como o leitor está
cansado de saber. Mas calma lá! Há limites para tanta cara de pau, ou ao menos
deveria haver. Imagine só, leitor, alguém lhe apontar o dedo e acusá-lo de
parecer com Fulano, sendo que Fulano está logo ali, ao lado de seu “acusador”.
É como gritar: “Você não presta, pois se parece muito comigo!”
Seria cômico, não fosse trágico. O PT sempre foi assim: liga
sua metralhadora giratória diante de um espelho, para acusar os adversários,
tratados por eles como inimigos, daquilo que eles mesmos são e fazem. Já chega!
Ninguém aguenta mais o PT. Dilma fugiu da entrevista, mas em outubro é hora de
o eleitor colocá-la para correr… do Planalto!
Vejam as perguntas de que DILMA fugiu no “Jornal da Globo”
William Waack anuncia, no “Jornal da Globo”, que
Dilma se
recusou a comparecer para a entrevista
(Foto: Reprodução/TV Globo)
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Tal como previsto, a presidente Dilma Rousseff não
compareceu à entrevista que, por sorteio entre os principais presidenciáveis,
deveria ter concedido ao Jornal da Globo, iniciado às 00h05 de hoje,
quarta-feira.
O âncora William Waack — sem dúvida um dos melhores
entrevistadores do país, que conhece em profundidade os temas de que trata e
não faz média com personalidades de qualquer tipo — anunciou, após o noticiário
diário das atividades dos três candidatos mais bem situados nas prévias, que a
presidente “se recusou” a dar a entrevista, acrescentando: “Naturalmente, um
direito dela”.
Explicou que, com as entrevistas — a de hoje será com Aécio
Neves (PSDB) –, o telejornal pretende “ajudar os eleitores” em sua escolha.
Se fosse uma candidata à Presidência que tivesse
efetivamente o que dizer aos brasileiros, sem os floreios, recursos técnicos e
fantasias do horário eleitoral obrigatório, Dilma consideraria haver perdido 23
preciosos minutos — tempo que o JN dedicou a Marina Silva, na madrugada desta
terça-feira — de exposição livre e sem rodeios ao eleitorado.
Como demonstrou no debate transmitido pelo SBT, porém, a
presidente não consegue se dar bem com perguntas e precisa consultar papelada
preparada para sua assessoria para não tropeçar.
Waack e sua colega de bancada mostraram ao público as
perguntas que fariam à presidente, caso ela não houvesse fugido da raia. É
claro que, como sempre ocorre, as respostas propiciariam novas perguntas e que
o elenco, portanto, seria maior do que o de abaixo.
Mas vejam como havia temas difíceis para Dilma:
1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o
país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise
internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso
estão crescendo mais?
2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e
do diesel artificialmente, para segurar a inflação, com prejuízo para a
Petrobras?
3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos
no Brasil no seu governo tem sido criticada por economistas, dentro e fora do
país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a
isso?
4. A senhora prometeu
investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim
do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o
Ministério das Cidades. O que deu errado?
5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o
analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha,
fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou
pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma
cidadã pobre um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa
eleitoral de televisão?
Uma Seringueira em área de Lavoura
Por Percival Puggina
O eleitor comum é um
sujeito com o coração no lugar do cérebro e o cérebro dividido entre a
geladeira e o contracheque. Foi assim que elegeu Lula duas vezes e colocou uma
tartaruga no poste em 2010.
No entanto,
tem razão Bob Marley: "You may not be her first, her last, or her only. She
loved before, she may love again". Ocorre o mesmo com o amor de eleitor. E
o coração do eleitor brasileiro pulsou fortemente quando a queda de um avião
sem dono, sem caixa-preta e sem motivo para cair, entregou uma candidatura
presidencial à acreana Marina Silva. A esguia senhora, que parece saída de uma
foto de Sebastião Salgado, entrou em espiral ascendente. O coração do eleitor
faz coisas assim. E depois? Ora, quanto ao depois, especulemos.
A coligação agora formada em torno de Marina Silva envolve
os seguintes partidos: PSB, PPS, PRP, PHS, PPL e PSL. Os três últimos não têm
um único deputado federal ou senador. São legendas e quase nada mais. Os três
primeiros, têm, respectivamente, 24, 6, e 2 deputados, correspondendo a apenas
6% do plenário da Câmara dos Deputados. O PSB tem 4 senadores. Mesmo supondo
que a condição privilegiada da candidata socialista no momento do pleito de 5
de outubro conceda um upgrade às suas nominatas de candidatos proporcionais, é
muito improvável que tenha peso significativo no Congresso a base parlamentar
natural de um eventual governo do PSB. Será mesmo do PSB ou será da Rede?
Marina estaria como uma seringueira solitária em área de lavoura. Onde iria
buscar os outros 250 deputados e os 50 senadores que lhe faltarão para compor
maioria? Como aprovaria ela as medidas que serão necessárias na crise que já se
instalou no país e que se agravará no ano que vem?
Marina fala numa tal Nova Política, que incluiria o fim do
instituto da reeleição e o emprego de mobilização popular para exercer pressão
sobre o Congresso Nacional onde ela, como se depreende do exposto acima, teria
sólida minoria. Marina contaria, então, com o apoio do povo. Por quanto tempo,
Bob Marley? Até o primeiro arrufo entre namorados?
Se ela tiver fé religiosa no elevado espírito público dos
senhores congressistas, um eventual governo seu terá curto prazo de validade,
como demonstra a experiência histórica. No entanto, ela já deve ter consciência
disso, e a questão se resume em saber quem correria primeiro - se ela para o
PMDB ou o PMDB para ela. Certo, porém, é que o PMDB e seus abnegados
congressistas estariam no governo. E quem mais? Tudo indica que dona Marina não
nutre qualquer simpatia pelo PSDB, o que levaria esse partido para mais um quadriênio
de elegante retórica oposicionista. Tampouco parece razoável, no plano das
suposições, que o PSB venha a formar governo com o PT no momento em que tiver
na mão as ostras e o canivete para sucedê-lo como protagonista principal da
cena política nacional. Quem resta, então, para servir de coadjutor a um
projeto governista de dona Marina na legislatura de 2015 a 2019? Virtudes
cívicas e força política não costumam piar juntas na atual ninhada de siglas
partidárias do país.
Continuo convencido de que o movimento das peças no jogo do
poder é para profissionais. Quando o eleitorado, como agora, começa a desenhar
estratégias, votos mudam incontrolavelmente de lado. O PT acelerou o caminho
para a recessão tentando fugir da recessão. E a crise em que lançou o país
acelera esses movimentos espontâneos da opinião pública em busca de novos
amores, "eternos enquanto duram".
_______________
Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.
Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.
Lula teme que investigações sigilosas sobre lavagem no BB, dedurada por motorista, reacenda o Rosegate
Tão ou mais preocupado que a “onda Marina Silva”, programada
para derrotar Dilma Rousseff, o Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva ganhou um
temor adicional que pode reativar a bomba que parecia desarmada no processo da
Operação Porto Seguro – que, estranhamente, corre em “segredo de Justiça”. Lula
teme que seu grupo seja contaminado pelas denúncias feitas ao Ministério
Público Federal pelo ex-motorista do presidente do Banco do Brasil, Aldemir
Bendini, agora alvo de uma investigação, também sigilosa, sobre indícios de
lavagem de dinheiro.
O pavor de Lula é que Sebastião Ferreira da Silva, conhecido
como “Ferreirinha”, também foi motorista da sua melhor amiga Rosemary Noronha,
a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo,
investigada por tráfico de influência. Dirigindo há seis anos para Bendini, Ferreirinha
revelou à procuradora federal Karen Kahn que realizou vários pagamentos em
dinheiro vivo a pedido do presidente do BB. O motorista também testemunhou ter
visto Bendini carregar sacolas de dinheiro para encontros com empresários. Um
caso concreto, relatado por Ferreirinha, envolve a entrega de uma bolsa lotada
de maços com notas de R$ 100 ao empresário Marcos Fernandez Garms.
Ferreirinha tem a memória viva de muitos esquemas petistas.
Em 2002, ele trabalhou para a campanha presidencial de Lula – na época do
conturbado assassinato de Celso Daniel. Em 2003, ele passou a dirigir para a
repartição de Rosemary, que funcionava em um dos andares do prédio do Banco do
Brasil, em São Paulo. Em 2007, Ferreirinha teria brigado com a poderosa
Rosemary, mas não foi despedido. Acabou virando motorista de Bendini. Agora,
Ferreirinha conduz o ex-chefe para as complicações com o Ministério Público
Federal.
Novamente um motorista coloca em risco os poderosos da
República Sindicalista do Brasil – onde a história se repete como farsa. Na Era
Collor, o presidente foi ferrado pelo motorista Eriberto. Agora, por ironia
literal do nome, quem pode ferrar a cúpula petista é o Ferreirinha... Este
filme BB de Rosemary pode acabar muito mal...
Pesquisa feita pra você?
Ilan Goldfjn, economista chefe do Itaú-Unibanco, enviou
ontem um paper aos investidores internacionais do banco com a manchete: “Marina
Silva Takes the Lead in Presidential Polls”
Além de comemorar que a Marina assume a liderança nas
pesquisas para à Presidência (o que não foi oficialmente confirmado por nenhum
instituto), só faltou o Ilan dizer aos investidores internacionais:
“A candidatura da Marina Silva parece feita para você”...
Lagartixa no vaso
Nada a acrescentar
A não ser pela excelente performance do jornalista Carlos
Nascimento, em tratamento contra um câncer, no comando do debate presidencial
SBT-Folha de ontem, os tais “debates” nada acrescentam como indicadores de
soluções dos candidatos para o Brasil.
Marina e Aécio ficaram na mesma, enquanto Dilma novamente
ficou exposta para o desgaste que vai derrotá-la.
Outro ponto positivo foi apresentar o programa no começo da
noite, facilitando a vida do torcedor-eleitor que precisa acordar cedo para
trabalhar...
Encontrão
Simples, assim...
Proposta clara de programa de governo defendido pelo
economista Armínio Fraga, em entrevista á Folha de São Paulo de ontem:
“Nossa estratégia já está bem mapeada. Começar com uma
reforma política, uma reforma administrativa, e colocar na mesa uma proposta já
bem amarrada de reforma tributária. Fazer uma blitz na infraestrutura,
mobilizar capital privado e, com isso, deslanchar uma primeira etapa do
investimento no Brasil que nos parece ser urgente. Em paralelo, acho que temos que
declarar a guerra ao custo Brasil. O tema da Previdência é importante, mas ele
se presta também ao populismo. A nossa posição é que esse tema precisa ser
debatido. Mas tenho de fazer um preâmbulo, se não imediatamente o PT vai falar:
´Eles vão arrochar os salários, vão arrochar os aposentados´. Isso tudo é
mentira. Mas é, assim, nós não temos medo de discutir. Na medida em que as
pessoas vivem mais, você tem de pensar na idade de aposentadoria e na
viabilidade atual do sistema. Outra coisa estranha são as pensões. E acho que
também merece ser discutido, sem prejuízo de quem já tem o benefício. E outros
temas: como um país que está com desemprego baixo tem um aumento colossal no
seguro-desemprego? São ótimos temas, mas para falar deles é preciso fazer um discurso
antes, senão você vai ser acusado de assassino das velhinhas, o que obviamente
não é o caso”.
Armínio Fraga já foi escalado como ministro da Fazenda, caso
Aécio Neves conquiste o milagre de superar a “onda Marina” e vença eleição.
Marinei...
Auto-engano
No livro “Auto-engano” (Companhia das Letras), do economista
Eduardo Gianetti da Fonseca, um dos gurus econômicos da Marina, uma reflexão
que deveria valer para os incautos que desejam embarcar na candidatura
presidencial socialista apenas para tirar o “PT fora”:
“O enganador auto-enganado, convencido sinceramente do seu
próprio engano, é uma máquina de enganar mais habilidosa e competente em sua
arte do que o enganador frio e calculista”.
Ou seja: o enganador é um mitomaníaco que embarca nas suas
próprias mentiras, e as usa para tentar convencer os demais...
Reconhecimento Público:
BOLSONARO participa da Meia Maratona do Rio
Por Canal BOLSONARO
"Na Maratona do Rio de Janeiro, no dia 31/08/12, tive a honra
de ser reconhecido e cumprimentado por vários atletas e populares durante o
evento.
A maneira como fui tratado, me enche de confiança e me dá
forças para pensar que ainda existe esperança de fazermos de um Brasil melhor.
Gostaria de agradecer imensamente o carinho dos
participantes e nesta oportunidade parabenizá-los pela conclusão da prova.
Bons tempos e saudades da Escola de Educação Física do
Exército (ESEFEX). Local em que fui destacado militar desta qualificação
profissional, me rendendo desde então o apelido de "Cavalão".
Um grande abraço,
Jair Bolsonaro."
Declaração Universal dos Direitos dos Emasculados
Por Sidney Silveira
Artigo pétreo.
Eis o abecedário completo da “Nomenklatura”:
a) Todas as pessoas têm o direito inviolável de cair em
depressão profunda, desde que seja por qualquer ninharia.
b) Cabe exclusivamente ao Estado definir quem pode e quem
deve sentir-se ofendido — e os motivos pelos quais este excelso direito deve
ser exercido.
c) Quem não se sentir triste pelos motivos codificados pelo
Estado será exposto à execração pública.
d) Está proibida a virtude que a extinta e antiquada
civilização católica chamava de “fortaleza”. Portanto, quem ousar sentir-se
forte perante qualquer situaçãozinha desfavorável da vida cotidiana será
internado nalguma das trezentas mil clínicas psiquiátricas custodiadas,
benevolamente, pelo Estado.
e) Todo cidadão tem o dever inalienável de transformar a
própria massa encefálica num montículo de merda cremosa. Na dúvida acerca de
como proceder, basta dizer “amém” ao representante do Poder Legislativo perante
o qual deve comparecer, para informar-se.
f) Graças a uma bondosa concessão do Governo Permanente de
Banânia, as palavras “homem”, “mulher”, “pai”, “mãe”, “irmão”,
"marido" e "esposa" estão para sempre suprimidas do
vocabulário dos cidadãos. No horizonte das novas identidades de gênero, as
categorias mentais do triste passado a que estes vocábulos se referem não devem
reaparecer em nenhuma hipótese.
g) Quem se sentir magoadinho com o seu próximo está obrigado
a recorrer ao Estado para resolver a contenda, por ínfima que seja.Não fazê-lo
resultará em multa a ser definida pelo poder discricionário dos governantes.
h) Qualquer tipo de fidelidade entre parceiros sexuais está
proibida por lei.
i) Ninguém pode ter o mesmo parceiro sexual mais de duas
vezes ao longo de toda a vida. O Ministério da Diversidade Pluri-Sexual
Compulsória tratará dos acasalamentos pelos quais cada cidadão passará no
decorrer de sua existência.
j) Os cidadãos devem adquirir o hábito de se sentirem
usurpados em seus direitos trinta vezes por mês, pelo menos. Nestas ocasiões,
precisam levar as suas queixas ao Ministério da Consciência Individual e
Coletiva. Quem não reclamar de nada ao longo de trinta dias seguidos será
higienicamente deportado para a terra dos pés-juntos.
k) Os cidadãos desta República de Banânia precisam
experimentar todas as formas de prazer sexual definidas pelo Estado.
l) Antes dos cinco anos de idade, os infantes devem declamar
— de memória e em ritmo de funk — os tópicos da cartilha produzida por
sexólogos do Ministério do Erotismo Pan-Sexual da Primeira à Terceira Idade.
m) Se — por qualquer motivo que seja — um genitor ousar
levantar a voz à criança que o Estado permite estar sob sua custódia, será
encarcerado imediatamente, sem direito a posterior defesa nos tribunais de
Banânia.
n) Aos genitores só é licito dar palmadinhas nos seus filhos
se for ao modo de iniciação sexual sadomasoquista. Cumpre neste tópico
ressaltar o seguinte: os direitos sexuais das crianças são intocáveis a partir
de cinco anos de idade.
o) O Estado subministrará todos os recursos para que cada
homem creia ser o deus de si mesmo.
p) A única divindade à qual os habitantes de Banânia devem
prestar culto é a dos seus respectivos umbigos, limpos ou sujos.
q) Cada cidadão que se sinta momentaneamente pertencente à
identidade masculina tem o direito de sodomizar uma pessoa, escolhida a seu
bel-prazer, cuja faixa etária esteja entre os cinco e os noventa anos.
r) É livre o exercício do ódio ao próximo, desde que nos
ditames da lei definidora das realidades odiáveis e das não-odiáveis no
perímetro de Banânia. Para além dos motivos consignados no “corpus”
legislativo, o ódio ao próximo será punido com a morte.
s) Cada indivíduo pode proclamar-se pertencente à raça que
lhe aprouver, estando apto — a partir da manifestação deste ato solene de sua
vontade — a receber os benefícios fiscais e políticos da referida raça.
OBS.: O Estado outorga a cada um dos seus indivíduos a
definição do conceito de “raça” que julgar conveniente.
t) Todo cidadão tem o magno direito de exercitar a
esquizofrenia, seja verdadeira ou simulada.
u) Qualquer discurso articulado e coerente deve ser banido
de Banânia, nação que não tolera elitismos de nenhuma espécie.
v) A heterossexualidade, por tratar-se duma mentira radical
que algumas pessoas, por preconceito, contam a si próprias, está proibida. Só
deve ser tolerada eventualmente e para fins de preservação da espécie, quando
faltarem os métodos artificiais de concepção.
w) Cada cidadão tem o direito de se comunicar na língua que
inventar.
x) O governo de Banânia direcionará vultosas verbas a todas
as minorias que quiserem expressar as suas preferências políticas,desde que
seja nas ruas e no exercício do pleno direito de quebrar o patrimônio dos
maiores contribuintes da nação.
y) Nunca mais haverá polícia na República de Banânia.
z) A legítima defesa está abolida. Portanto, a nenhum
cidadão é dada a prerrogativa de defender-se fisicamente, ainda que seja em
situação de risco de sua própria vida.
___________
Sidney Silveira é professor e edita o blog Contra Impugnantes.
Abortos no Silêncio em vídeo!
Por Julio Severo
A mensagem de “Abortos no Silêncio” está sendo
disponibilizada em vídeo graças aos esforços do pastor de uma igreja
pentecostal em Portugal.
O Pr. Luís F. Guerra se sentiu tão impactado pelo conteúdo
esclarecedor de “Abortos no Silêncio” que não teve dúvida: Fez a narração
completa do vídeo no português de Portugal. O link do vídeo é este:
O mais importante é que essa mensagem alcance corações com a
verdade pouco acessível dos malefícios da contracepção.
Parabéns aos que falam português pelo vídeo “Abortos no
Silêncio” narrado e feito pelo Pr. Luís F. Guerra.
Táticas dos Comunistas
Por Carlos I. S. Azambuja
Os comunistas, que sempre estão em minoria, trabalham para
propagar sua influência além de seu número, formando coalizão com ouros grupos,
entidades civis ou partidos, em nome de alguma causa comum para depois irem,
gradativamente, ocupando os espaços e os cargos dirigentes de todo o movimento.
Objetivam, com isso, insinuar sua linha política na
consciência dos demais, de forma que, instintivamente, todos comecem a falar o
idioma comunista, exigindo medidas definidas como de seu programa mínimo
Recorde-se que seu carro-chefe nos anos 80, após a anistia
de 1979, no Brasil, foi o fortalecimento da sociedade civil.
Através da infiltração sistemática, a rede de instituições
que conforma a sociedade civil é levada, sutilmente, a conjugar suas
reivindicações específicas com as palavras-de-ordem definidas pelo partido como
capazes de mobilizar as forças contrárias ao regime em uma ampla frente.
Essa expressão – sociedade civil –, foi hoje incorporada de
tal forma ao uso corrente que passou a fazer parte dos discursos e
pronunciamentos de parlamentares e demais autoridades. Alguns sem mesmo
conhecer o seu real e abrangente significado, citando-a na presunção de que
exista uma sociedade militar, e não para estabelecer um parâmetro entre ela, a
sociedade civil, e asociedade política.
Eles, os comunistas, procedem baseados em um planejamento
calculado e concebido para influenciar os não-comunistas, enquanto que estes
últimos atuam como indivíduos, isoladamente, que querem realizar uma obra e
sabem que os problemas a resolver são complexos. Os comunistas estão isolados
de qualquer influência recíproca por sua ideologia, por seu desprezo aos
liberais burgueses e pelo sentido de superioridade que lhes proporciona o saber
que são eles quem, de fato, manejam a situação.
Outra finalidade da atuação em frente ampla, frente única,
frente popular, pacto comum ou qualquer que seja a denominação que, de acordo
com as circunstâncias, se lhes dê, é converter o maior número possível de
pessoas em grupos de influência submetidos ao seu comando.
O partido dá, também, muito valor a abaixo-assinados onde
constem as assinaturas de conhecidos liberais não-comunistas, que não viram
motivos para dizer não aos companheiros de luta. Igualmente às concentrações de
massas e atos públicos, nos quais esses mesmos liberais aparecem como comissão
de frente.
Embora na maioria dos casos não consigam influir na política
governamental, os comunistas sempre são vitoriosos, porque criam uma situação
na qual um grupo de liberais não-comunistas compartilha de seu fracasso.
Na medida em que esses companheiros de fracasso, por suas
posições, vão sendo jogados para a oposição ao governo, tenderão a dizer desse
governo e de seus dirigentes o mesmo que os comunistas.
Ademais, a experiência compartilhada do fracasso abranda,
quase sempre, a atitude para com o partido, fazendo essas pessoas mais
receptíveis às suas interpretações sobre os problemas nacionais e a forma de
solucioná-los.
Os comunistas colocam a reforma em um extremo da escala e a
revolução em outro extremo, com a reação entre ambas. Encaram os reformadores e
os reacionários como preservadores dostatus-quo.
O inimigo principal dos comunistas, porém, não é a reação,
que por sua própria resistência às mudanças contribui para a criação de uma
situação revolucionária, e sim os reformistas que, ao melhorarem as condições
de vida do povo, contribuem para a redução das tensões das lutas de classes,
dificultando, assim, o triunfo dos comunistas.
Entretanto, o partido não pode opor-se abertamente à reforma
da mesma maneira que, com efeito propagandístico, se opõe à reação, pois
fazê-lo equivaleria a perder o apoio das massas que,corrompidas pela democracia
burguesa e carecendo de consciência de classe, preferem apenas uma pequena
melhoria a uma melhoria total, que dependerá de um vasto descalabro
revolucionário.
Em conseqüência, desempenham os comunistas a estranha tarefa
dual de aparentar aliança com os reformadores para, ao mesmo tempo, tratar de
desacreditá-los e impedir que resolvam os problemas o suficiente para aliviar
as tensões. Para essa tarefa, a frente, o pacto, a aliança, ou seja lá o nome
que receba, oferece um campo de manobra ideal, pois legitima a presença dos
comunistas junto aos reformadores e aproveitam ao máximo toda ocasião de
assumir uma tarefa de vanguarda contra as forças da reação.
Isso permite aos comunistas realizar o que Marx recomendou
em seu discurso à Liga Comunista: andar adiante dos reformadores, sendo menos
tímidos e mais generosos nas demandas que formulam em nome dos necessitados e
descontentes. Gozam também da mesma vantagem de que gozou Lenin quando se
propôs derrubar o governo de Kerenski: a de serirresponsável, ao contrário dos
reformadores responsáveis que consideram viável a nossa sociedade e contribuem
para que ela funcione, propondo soluções que sejam praticáveis.
Diz um dos princípios básicos do marxismo-leninismo que o
governo de qualquer país é umgoverno de classe e nenhum Estado jamais defende
os direitos e promove o bem-estar de mais de uma classe. Em conseqüência, os
partidos comunistas dos países não comunistas consideram-se atuando sob um
governo inimigo, o qual deve ser destruído.
Fonte: Alerta Total
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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.