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quarta-feira, 9 de julho de 2014

VEXAME, VERGONHA E HUMILHAÇÃO!

Por Nilson Borges Filho

"Obrigado. Nós amamos vocês", foi a manchete do jornal alemão Bild ao final da partida Brasil-Alemanha.

A derrota para a Alemanha foi uma surpresa? Não, de maneira nenhuma. A derrota por goleada foi outra surpresa? Não mesmo. A derrota por 7 gols a 1 foi, finalmente, uma surpresa? Sim, sem dúvida. Apostava, antes do início da partida entre Brasil e Alemanha, que seria uma goleada de uns 4 a zero para os panzers de Joaquim Lowe. O time brasileiro perdeu para uma grande seleção, que jogou como os torcedores brasileiros gostariam que a nossa seleção se apresentasse.

Os alemães com o placar favorável de 5 a zero jogavam como se a partida estivesse empatada: com garra, vontade, classe e humildade. Viu-se em diversas oportunidades o atacante e goleador Muller tirando uma bola, com perigo de gol, na sua própria área. No outro lado do campo percebia-se o atacante brasileiro Fred, que não marcava gol, não marcava os adversários, nem coisa nenhuma, flanando pelo gramado como se estivesse curtindo uma manhã de domingo no parque Mangabeiras. Um inútil. Simples assim.

Não fosse a insistência de Felipão não deveria nem ser convocado, não fosse pela falta de qualidade, no mínimo por lesões crônicas. Mas prevaleceu a vontade da comissão técnica, como a do ex-treinador Parreira – único técnico do mundo a ser demitido no andamento da Copa na África do Sul – e pelo auxiliar técnico Murtosa. Lembram dele, um bigodudo assemelhado ao chefe, que senta ao lado de Felipão no banco de reservas?

Conseguem, leitores, visualizar a expressão de inteligência desse rapaz, acompanhando o jogo e trocando de ideias com Felipão? Um assombro. O que impede de o Brasil ter um técnico estrangeiro, como muitas seleções os têm? Por que insistir em Dungas, Manos e Felipões? Antes do jogo com o Brasil, a Alemanha atuou contra cinco equipes, das mais variadas escolas de futebol. Empatou com Gana no tempo normal e ganhou dos Estados Unidos de 1 a zero. Contra a Argélia, suou para fazer dois gols contra um do adversário. Ou seja, apesar da superioridade alemã, os adversários tinham dignidade.

Felipão contratou olheiros: o ex-jogadores Alexandre Gallo e Roque Júnior – por sinal grandes estrategistas com reconhecimento internacional - que mostraram a Felipão como armar o time para ganhar dos alemães. Deu no que deu. Armar o time brasileiro sem levar em conta o excelente meio de campo da Alemanha, desconsiderando a qualidade técnica de um Kedira, do clássico Schweisteiger e de um Kross, consagrado como o melhor do jogo pela FIFA, é suicídio. Armar o time brasileiro com um franzino Bernard, reserva de um time da Ucrânia, contra grandalhões, tendo outras opções no banco, é burrice.

Por que manter um Fred que se arrastava em campo e sequer chutou uma bola em gol? E qual motivo de insistir num Hulk que joga alguma coisa parecida com futebol? O Brasil perdeu dois bons jogadores, Thiago Silva e Neymar, mas se jogassem não acredito que alteraria o placar.

Durante a semana, em vez de ficar se lamentando com a ausência de Neymar, com discursos inapropriados, bobos e palhaçadas como “nós tóis”, se os jogadores aproveitassem a situação exclusivamente para focar no jogo, o resultado poderia ser menos humilhante. Perder não é feio. Faz parte do jogo. Agora, perder 7 a 1, ao ritmo de uma valsa de Carl Von Werner, é vergonhoso pela apatia e pela falta de dignidade.

Em seis minutos, ainda no primeiro tempo, era como se chegasse aos ouvidos dos brasileiros o som de Cavalgada das Valquírias de Wagner, ritmando os panzers alemães enchendo a rede de Júlio Cesar com gols atrás de gols.

Com salários obscenos de milhões de euros para chutar uma bola, carrões último tipo, casas luxuosas, brincos de brilhante e colares de ouro, tatuagens grosseiras por todo o corpo, sempre a tiracolo com louras de farmácia espevitadas, são esses tipos que milhões de brasileiros desejariam transformar em heróis na partida final do próximo domingo. Ainda bem que não chegamos lá.

Os brasileiros merecem outro tipo de herói : o homem comum, esse mesmo, que consegue sobreviver apesar de um sistema educacional medíocre, de um sistema de saúde pública vergonhoso, com a violência diária ceifando vidas de gente de bem , de políticos corruptos e governos vigaristas.


Fonte: TERNUMA


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Nilson Borges Filho é pós-doutorado em Direito e Articulista.

Vexame da Seleção Brasileira acaba com uso eleitoreiro que Dilma sonhava fazer da Copa das Copas

 
Depois do vergonhoso “Mineirazo” imposto pela Seleção da Alemanha contra o timinho do Brasil, será que a Presidenta Dilma Rousseff terá a coragem de encarar a monumental vaia, domingo que vem, para entregar a Taça de Campeão do Mundo, no Maracanã? Se tiver vocação para masoquista e sofredora, a domingueira comandada por Josef Blatter terá o clima lúgubre de auto-velório – imageticamente exibido em cadeia mundial de televisão. Vai que é tua, Dilma...

O Presidentro Lula da Silva, que trouxe o torneio da Fifa para cá, devia acompanhá-la neste momento de dor... Afinal, foi a aventura reeleitoral de Dilma que sofreu ontem, simbolicamente, os efeitos mais adversos da inimaginável goleada de 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil – que começou, de sacanagem, com um jogador camisa 13 (número do PT). O esquema de marketagem petista amargava ontem um prejuízo de R$ 21 milhões com peças de exaltação ao “triunfo do Brasil” – que tiveram de ir para o lixo.

A perda mais significativa, no entanto, é a política. O PT é mesmo pé frio... A vitória brasileira seria um ás de copas para a tática de campanha do partido. O PT já fora goleado desde o Mensalão, graças âs belas jogadas do Barbosa. Lava Jato – e, talvez, Porto Seguro – tendem a fechar o placar negativo contra a petralhada – cujos craques são cotados para jogar no time da penitenciária, assim que Dilma tomar na urna, for evacuada do governo e a Justiça tomar jeito no Brasil da Impunidade. 

O Mineirazo de ontem foi apenas o epílogo. Tecnicamente falando, a Seleção Brasileira e o desgoverno do PT são tão inconfiáveis como o sistema eletrônico de votação. Aliás, o time medíocre que foi goleado pelos alemães e o partido que desmoraliza a política são uma fraude igual a muitos resultados eleitorais. A Seleção deu o maior vexame de sua História. O governo faz o mesmo cotidianamente. O futebol brasileiro é um reflexo do País: arrogante, corrupto, errado, ineficiente, ultrapassado, falido, desmoralizado e mentiroso.

 

O sonho do Hexa acabou em pesadelo na floresta (rubro?) negra dos Alemães. O torcedor-eleitor-contribuinte deverá sair do entorpecimento midiático imposto pela máquina de propaganda político-futebolística. A Pátria vai descalçar as chuteiras da ilusão, voltando à realidade do kichute. Agora, todas as broncas camufladas voltarão à tona, na antevéspera da eleição. A derrota da Seleção é apenas a gota d´água para entornar a privada entupida.

Custo de vida aumentando, com reajustes de tarifas públicas, combustíveis e juros... Falta de dinheiro para pagar contas, aluguéis, mensalidades e dividas... Redução do consumo, freio na atividade comercial e industrial... Incompetência, desperdício e corrupção dos políticos e dos governos... Cidadãos insatisfeitos, alternando depressão e revolta com tanta coisa errada...

Eis o real legado da “Copa das Copas”. Agora, a pergunta costumeira: quem vai pagar o preço do fracasso? E os estádios, aeroportos e obras intervenções urbanas que não ficaram totalmente prontos? E os preços que aumentaram em função da copa que agora termina em tragédia? Tanto problema pode gerar consequências institucionais imprevisíveis. Agora é tarde: não adianta a estratégia de explorar Dilma como organizadora do evento no qual o Brasil se deu mal. Isto é goleada contra... Dizer que “perdemos a taça, mas a #copadascopas é nossa” é pura imbecilidade de marketeiro. Ou melhor: #incomPTência...

A impensável derrota por sete gols foi um recado do Deus da Bola para avisar que tudo anda muito errado no Brasil, e precisa mudar, urgentemente. Será que vamos aprender a lição? Vamos criar uma estrutura vitoriosa, baseada nos conceitos corretos e na competência individual para formar uma equipe que trabalhe com eficiência e eficácia? Ou vamos continuar com a velha mania de jogar a culpa no técnico ou nos jogadores, esquecendo que todos são responsáveis pelo desempenho final do time?

O Brasil precisa de uma reformulação geral, de conceitos, princípios, regras e procedimentos éticos. Já que dizem que somos o tal “País do Futebol”, bem que podíamos aprender com o vexame do “Mineirazo” e promover uma transformação real de nossa estrutura esportiva. Antes disto, ou junto com isto, é preciso abolir o sistema Capimunista que controla o Brasil. Temos de nos reinventar, antes que seja tarde demais. Como está, não dá mais!

Nosso problema vai muito além do futebolístico. É cultural, civilizatório, político e econômico. Vamos fundar um País de verdade, produtivo, honesto, justo e educado. O que vier em consequência disto só pode ser bom. Só nos resta tocar a bola pra frente, nesta direção e sentido corretos, rumo à verdadeira ordem e progresso, ou vamos tomar bola nas costas.

As próximas “goleadas” tendem a ser fatais para Bruzundanga.

Dilma Solidária

 

Em breve, como nesta avacalhação fake que circula nas redes sociais, Dilma será obrigada a pedir desculpas ao povo pela derrota – a dela e do partido-seita que desmoraliza o Brasil. O certo é que a Dilma ficou PT da vida com a seleção!

Recorde Alemão

 

Nem a Volkswagen, exemplo e orgulho de produtividade alemã, consegue fabricar 7 Gols em 90 minutos...

Mas a máquina futebolística alemã, patrocinada pela Mercedes, conseguiu fazer 7 no Brasil...

Tudo indica que a tal “Copa das Copas”, prometida pela enganosa propaganda petista, serviu para desiludir o Brasil.

De hexa para hepta

 

Aliás, como lembrou um leitor frio e calculista: 7 – 1 = Hexa!

Foi o maior vexame nunca antes visto na história de conquistas da Seleção Brasileira.

É mais uma desgraça na conta da Era Petralha – que salgou o Brasil de azar, incompetência e corrupção.

Dilma nas costas

 

Não é que o PT tem razão...

O presidente do PT em São Paulo, Emidio de Souza, emitiu uma nota para reclamar que recebeu com surpresa a notícia da decisão de um juiz de primeira instância, que suspendeu liminarmente os efeitos da decisão unânime da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores de suspender o filiado Luiz Moura (aquele suspeito de envolvimento com o PCC):

“A sociedade brasileira exige que os partidos políticos ajam com rigor na escolha de seus filiados e candidatos. Em sintonia com esse sentimento, o PT empreenderá todos os esforços para fazer valer uma decisão soberana, democrática e pela ética na política. O PT-SP irá recorrer da decisão tomada em caráter liminar e de forma monocrática tão logo seja citado, impetrará recurso competente, em plena confiança da Justiça”.

Em mais uma prova de que o mundo desaba sobre o Brasil desde ontem, somos obrigados a concordar com o PT – que teve sua convenção estadual paulista anulada...

Assim, o #vaipracasaPadilha anda mais depressa, antes que o poste de Lula sofra uma goleada nas urnas...

Pai da Derrota

 

Entendido

 

Culpados

 

Trauma de Gol

 

A culpa é do Maradona...

 
                          

Urubuzada

O grito de “BASTA”, 50 anos depois!

Por Gen Bda Paulo Chagas

Caros amigos

A democracia no Brasil, salva da sanha totalitária de comunistas como a Sra Dilma Rousseff, garante, ainda, a todos os brasileiros o direito de pensar, querer, falar, defender suas ideias e anseios e de manifestar-se ordeiramente nas ruas!

A iniciativa da sociedade, em 1964, livrou a Nação de um regime que, para impor-se e manter-se em outros países, condenou à morte milhões de pessoas, em condições e circunstâncias que só as mentes mais deturpadas podem imaginar e executar.

A Sra Dilma e seus camaradas, mais estudados no regime que abominam, voltam a ameaçar a liberdade no Brasil e, explorando as vulnerabilidades próprias da democracia, mais uma vez, tentam a conquista de seus objetivos.

Buscando imobilizar os militares, seus mais temidos adversários, eles repetem o processo de aliciamento e de alienação mental e moral de parte da Nação, recontam unilateralmente a história e passam aos que não viveram a realidade de outros tempos uma imagem demoníaca das Forças Armadas!

A sociedade brasileira, pacífica, acomodada, parcialmente contaminada ou descrente da virtude, não se deve deixar levar pelo pessimismo dos que dizem que não há o que fazer, embarcando na onda do “está tudo dominado”, porque a conta por todas as concessões que até agora fez aos corruptos, aos fanáticos da utopia e à ignorância coletiva lhe será inexorável e dolorosamente cobrada.

As eleições deste ano são a última oportunidade da Nação para dar um basta institucional à corrupção, à incompetência, à mentira, à insegurança pública, à deseducação de jovens e crianças, aos impostos escorchantes, ao roubo, à malversação dos recursos públicos, à impunidade, ao desrespeito à propriedade privada, ao Foro de são Paulo, enfim, ao caos generalizado que a passos largos ameaça o futuro que queremos para o Brasil.

Em outubro, pensando em tudo isto, os homens e mulheres de bem deste País devem cumprir o seu dever cívico e comparecer em massa aos postos eleitorais, mesmo que o façam com fundada desconfiança, e ratificar seu repúdio à obra dos corruptos, votando em mudança, sem omissões!, sabendo que os votos nulos e em branco beneficiam a “situação” e facilitam a fraude.

As eleições são uma passagem obrigatória para enxotar o PT do tabuleiro. Depois delas, independente dos resultados, é que uma nova fase de luta pela recuperação do Brasil e da democracia terá início.

O grito uníssono de “BASTA”, que tomou conta do País há 50 anos, deve repetir-se vitorioso nas urnas e encontrar, outra vez, eco, acolhida e garantia nas instituições que nunca faltaram à Nação em seus momentos de crise, perigo, desespero ou desgraça.

Tenho fé no que é justo e não vejo, ainda, motivos concretos para trilhar outro caminho...




A Ditadura do Proletariado, segundo Marx

Por Carlos I. S. Azambuja

O socialismo não é um modo de produção autônomo como é o capitalismo, e nem um Estado acabado. Então, o que é o socialismo?

Como plagiador, Marx ultrapassou os limites da pura desonestidade. De Marat, se apropria da frase “o proletariado nada tem a perder, exceto os seus grilhões”. De Heine, “a religião é o ópio do povo”. De Louis Blanc, sacou a fórmula “de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades”. De Shapper, tirou a convocação “trabalhadores de todo o mundo, uni-vos”, e de Blanqui, a expressão “ditadura do proletariado”. Até mesmo sua obra bem acabada e vertiginosa, O Manifesto Comunista (1848, em parceria com Engels), é um plágio vergonhoso de O Manifesto da Democracia, de Victor Considérant, escrito cinco anos antes.

A opção da via democrática ao socialismo e o abandono do princípio da ditadura do proletariado como expressão do poder político da classe operária é um debate teórico que se desenrola, há anos, no Movimento Comunista Internacional, pois é considerado aquilo que constitui a chave do marxismo-leninismo: a teoria de Estado. 

 A fase, ou etapa, do Estado de todo o povo, conforme definição constante da Constituição stalinista de 1936, ou do socialismo desenvolvido, segundo a Constituição de 1977, apresenta formas inéditas de Estado, sem explicação e nem fundamentação teórica desde a perspectiva da teoria marxista. Ou seja, significa uma etapa a mais entre o capitalismo e o comunismo, introduzida pelos ideólogos do Kremlin.

É sabido que Marx assinalou que “entre a sociedade capitalista e a sociedade comunista existiria um período de transformação revolucionária da primeira na segunda”. Esse período de transformação do capitalismo em comunismo seria denominado socialismo, ou “primeira fase da sociedade comunista”.

A caracterização do socialismo como primeira fase da sociedade comunista é fundamental para compreender seu alcance e limitações.

 Ao assinalar que essa fase intermediária entre o capitalismo e o comunismo levaria, ainda, “o sinete da velha sociedade”, Marx reconheceu que, necessariamente, persistiriam elementos da velha sociedade capitalista em luta com aqueles elementos que seriam expressão da nova sociedade: a comunista. Persistiria existindo o direito burguês, que prosseguiria regendo o caráter da distribuição da riqueza social: “a cada um segundo o seu trabalho”. Persistiria a exploração do trabalho assalariado, a exploração da classe operária e a sua força de trabalho.

O socialismo, ao eliminar a propriedade privada sobre os meios de produção, terminaria, apenas, com uma das formas de exploração do homem pelo homem. Na medida, porém, em que a força de trabalho continuasse sendo encarada como uma mercadoria e o salário como o seu equivalente, o trabalho seria, ainda, assalariado. Persistiriam as classes sociais e a luta de classes continuaria sendo o motor da História. Persistiria o Estado como “expressão da dominação de uma classe sobre as outras”. Haveria, porém, uma mudança fundamental no caráter de classe e no tipo de Estado que possibilitaria a transformação revolucionária da sociedade capitalista em comunista. Segundo Marx, “a esse período corresponderia também um período político de transição, cujo Estado não poderia ser outro senão a ditadura revolucionária do proletariado”, expressão tomada de Louis Auguste Blanqui.

Karl Marx assinalou ainda que uma das finalidades da sua obra – “O Capital” – foi a de “encontrar a lei econômica que regularia o movimento da sociedade moderna” e que “ainda que uma sociedade haja encontrado o caminho da lei natural com auxílio da qual se movimenta, jamais poderá ultrapassar e nem descartar, por decreto, as fases naturais de seu desenvolvimento. Poderá, unicamente, encurtar ou mitigar as dores do parto”.

Dentre as leis atribuídas a Marx, uma delas assinala que “a luta de classes conduz necessariamente à ditadura do proletariado (...) e que essa mesma ditadura nada mais é que o trânsito a uma sociedade sem classes”.

A questão fundamental em torno da ditadura do proletariado não é tanto a necessidade de uma maior ou menor violência ou coerção sobre a burguesia expropriada, nem do maior ou menor grau de liberdade ou democracia. A questão central é definir se a revolução indolor, pacífica e democrática pregada por Gramsci, significa e constitui somente uma mudança da classe que exerce a dominação do Estado, ou se exige um novo tipo de Estado que tenha como objetivo a absorção da sociedade política pela sociedade civil, a não separação entre esta e o Estado, e o fim da divisão entre homens que governam e homens que produzem, condições fundamentais para o desaparecimento do Estado e o trânsito à sociedade comunista.

O socialismo não é, portanto, um modo de produção autônomo como o é o capitalismo, e nem um Estado acabado. Então, o que é o socialismo?

O socialismo, no dizer de Marx, seria apenas um período político de transição e de luta “entre os elementos que buscam restabelecer e perpetuar a velha sociedade, que morre, e os elementos da nova sociedade, que nasce”. A tendência ao avanço ou ao retrocesso estaria condicionada por múltiplos aspectos, dos quais o Estado seria um dos fundamentais, uma vez que, para que essa sociedade realmente cumprisse suas funções de sociedade de trânsito ao comunismo, o Estado não poderia ser outro que não o da ditadura do proletariado.

Lênin, por sua vez, justificou esse período de transição – ditadura do proletariado – e atribuiu a inevitabilidade de nele persistirem o direito burguês e um poder coercitivo, ao fato de que, ao saírem da sociedade capitalista, “os homens não estão ainda preparados para trabalhar para a sociedade sem sujeição a nenhuma norma de direito, e porque, também, não existem as premissas econômicas para essa mudança”. Todavia, por outro lado, assinalou Lênin, “a organização comunista do trabalho social (...) baseia-se, e cada dia mais se baseará, na disciplina consciente dos próprios trabalhadores (...) Essa nova disciplina não cai do céu e não é conseguida apenas com boas intenções. Ela surge exclusivamente das condições materiais da grande produção capitalista, e o portador, o veículo dessas condições materiais, é uma classe histórica determinada, criada, organizada, agrupada, instruída, educada e aguerrida pelo grande capitalismo. Essa classe é o proletariado”.

Conclusão de tudo isso: no período de transição denominado socialismo – fase inferior do comunismo – deveriam ocorrer uma série de condições que assegurassem o desenvolvimento social à fase superior. Uma das condições é a de que o Estado surgido da revolução deveria ser um Estado com capacidade de extinção. A sociedade reorganizar-se-ia de forma tal que permitiria suprimir a divisão entre governantes e governados visando estabelecer uma única condição: a de homens que produzissem e, ao mesmo tempo, atendessem às funções de governo.

A forma organizativa que permitiria conjugar o Estado com a produção, teria por base um Estado organizado sobre conselhos operários, organismos desde os quais a classe produtora administraria os meios de produção e exerceria as funções de Estado, deliberaria, decidiria e executaria. Os órgãos máximos de poder seriam as assembléias de fábricas. Os delegados dos conselhos regionais e nacionais seriam demissíveis em qualquer momento. Qualquer semelhança com o Decreto 8243 é pura coincidência...

O aparato burocrático do Estado iria, assim, desaparecendo progressivamente. A estrutura hierárquica das empresas e a administração pública desapareceriam também, as tarefas administrativas seriam simplificadas ao máximo e iriam perdendo seu caráter político.

A máxima democracia operária seria acompanhada da mais ampla liberdade de pensamento, de reunião, de organização e de expressão. A Justiça não seria um aparato independente da população, na medida em que seria exercida através dos próprios órgãos de Poder. Os órgãos de repressão e coação seriam eliminados por desnecessários.

A fusão do ensino técnico e superior com a produção permitiria a educação permanente e ininterrupta dos produtores. Um novo tipo de vida criaria as condições necessárias à emancipação da mulher da escravidão doméstica para tornar efetiva sua igualdade ao homem, tanto em seu papel produtivo como na vida social.

Agora comparemos tudo isso que Marx imaginou com aquilo que em seu nome foi implantado na ex-União Soviética, e que ainda persiste em Cuba e na Coréia do Norte.



Armas do Brasil: Forças Militares investem pesado para proteger pré-sal
Domingo Espetacular 29/06/2014


O inimigo ainda não é declarado, mas o Brasil já se prepara para ele. Em tempos de descobertas, o País investe em poderio militar para defender os 'tesouros' encontrados aqui. Confira a reportagem de Paulo Henrique Amorim.

OS CÃES LADRAM E A CARAVANA PASSA

Por Weslei Antonio Maretti

Miriam Leitão entrevistou o diplomata Celso Amorim, Ministro da Defesa, em um programa da Globo News. Na entrevista criticou a resposta dos Comandantes das Forças Armadas à Comissão da Verdade. Para ela, os Comandantes deveriam assumir publicamente que houve desvio das organizações militares que enfrentaram as forças guerrilheiras que buscavam implantar no Brasil a ditadura do proletariado nas décadas de 60 e 70. Também criticou a postura dos Colégios Militares que adotam livros didáticos que respaldam o movimento cívico militar que implantou um governo autoritário para fazer frente à ameaça comunista à época. Finalmente, questiona o por que os militares não pedem desculpa à Nação Brasileira pela intervenção política em 1964 e pelos crimes que teriam cometido em nome da preservação da segurança nacional.

Miriam Leitão é uma repórter e consultora em economia da Rede Globo, por sinal uma empresa de comunicação social que conseguiu ter a supremacia da comunicação no Brasil por ter sido aliada e defensora dos governos militares. É uma jornalista que, enquanto os seus patrões permitirem, tem o direito de externar suas opiniões e tentar vender a sua visão de mundo. Aceitar essa visão ideologicamente comprometida com a ótica da revolução do proletariado é uma opção de quem a assiste. É bom lembrar que, na mesma empresa, Alexandre Garcia, repórter com maior visibilidade que a jornalista citada, tem opinião muito diversa sobre o que foi o período 64-85 e, vez por outra, externa suas ideias.

As respostas dadas pelo Ministro da Defesa foram coerentes com o que o mesmo representa e os interesses que defende que, certamente, não são compatíveis com os valores e crenças dos militares em geral. Por sinal, o Brasil é um país peculiar. Sem uma tradição republicana consolidada criou um presidencialismo de coalisão, tem um partido no poder que, em tese, deveria representar os trabalhadores e o mesmo se alia com o que mais podre existe na dita classe exploradora do proletariado. O partido que governa, em um estado democrático de direito, afronta abertamente a maior instância do poder judiciário e tem como ministro da defesa um diplomata.

A atividade militar e a diplomacia são, em princípio, complementares. O poder militar é uma forma de persuasão que auxilia a ação diplomática, porém esgotadas as possibilidade de resolução pacífica de um conflito internacional, resta a solução das armas. Por outro lado, a diplomacia auxilia o poder militar a buscar cooperação, equipamentos e parcerias que podem encurtar caminhos e evitar o agravamento de conflitos. Porém, são atividades que tem princípios e regras extremamente diversas. O absurdo de ter um diplomata à frente do Ministério da Defesa é o mesmo que ter um militar comandando o Itamaraty. Assim, as opiniões do Ministro da Defesa não devem ser consideradas por quem deseja ter uma visão equilibrada dos problemas militares no Brasil.

É importante salientar que as ações militares se dão em momentos de crise e como última opção política. Está implícito na opção do emprego militar o uso da violência por parte do Estado. Assim, esse emprego sempre é traumático e Instituições militares precisam de cultura sedimentada, confiança nos chefes, respeito da população e, principalmente, crença inabalável que ao cumprir as ordens recebidas estão cumprindo o seu dever para com a pátria. Em decorrência desses valores que são cultuados em qualquer exército, a cultura militar é vista como conservadora porque precisa manter crenças e valores não tão necessários para o meio civil. Não dá para ter um Exército de Sarney, outro de FHC e por fim o Exército do PT. Os governos são transitórios, atendem a interesse e conjunturas de momento, mas o Estado e as organizações militares permanecem no tempo e a nação sempre deve saber como elas reagirão em situações de crise.

A atividade política é sempre traumática e nunca terá a capacidade de atender a todos os interesses em jogo. É dito que a política é a arte de conciliar, momentaneamente, interesses contraditórios. Ressalta-se que essa conciliação dura até que o equilíbrio de forças seja rompido. Porém, é importante ficar claro que, institucionalmente, serão as Forças Armadas que deverão agir nas situações em que a ordem ou a manutenção do Estado esteja em risco.

Assim, sociedades que pagaram alto preço, em vidas humanas, em recursos e em desenvolvimento político e social preservam os seus Exércitos. Voltando os olhos para um passado recente, alguns países não pediram desculpas para seus nacionais, mesmo que durante operações militares tenha havido denuncias de abusos cometidos por forças militares. Podem ser citados a Grã Bretanha na intervenção na Irlanda, a França na Argélia, os EUA no uso da bomba atômica no Japão, nas guerras do Vietnam, nas invasões do Iraque e do Afeganistão, somente para citar alguns exemplos. Pode-se argumentar que os exemplos apresentados envolveram países com inimigos que não eram seus nacionais. É bom lembrar a conjuntura dos anos 60 e 70. Alguns nacionais, como os adeptos da luta armada no Brasil, buscavam a revolução internacionalista e o fim do Estado brasileiro como país independente. Daí surgiu o termo inimigo interno.

Bem, a Miriam Leitão e o projeto de ministro, ou sejam, os cães, podem ladrar quanto quiserem enquanto a caravana passa. Entre o que querem e pretendem e o que vai acontecer no mundo real há uma grande distancia. Mudanças efetivas no ensino militar, a revisão por parte das FFAA dos fatos históricos em que houve a participação de militares e o relacionamento com a tal Comissão da Verdade somente depende dos militares que estão no comando das Forças. Está mais que na hora de mostrarem os dentes. É fácil brincar com cachorrinhos de madame, mas com cães de guarda a brincadeira pode ter um desfecho não esperado. Desempenhar o papel de poodle ou rottweiler é uma opção para quem está no serviço ativo das FFAA e têm o controle das armas. Conforme um dito muito ouvido nos quartéis.

QUEM TEM ARMAS AUTOMÁTICAS NÃO PRECISA DAR MUITAS EXPLICAÇÕES.

SELVA!!!!!!!



Fonte: TERNUMA