Durante a sabatina da Folha realizada há uma semana, um dos
entrevistadores perguntou a Dilma Rousseff por que guardava em casa 152 mil
reais em dinheiro vivo. A resposta em dilmês arcaico adensou o mistério. Outro
jornalista ponderou que, se depositasse a bolada numa caderneta de poupança,
lucraria perto de 10 mil reais em um ano: “Que que é (sic) R$ 10 mil?”, quis
saber a presidente, sempre impiedosa também com plurais .
Não são pouca coisa, atestam dados fornecidos pela Caixa
Econômica Federal. Em maio deste ano, dos 51,6 milhões de clientes que possuem
caderneta de poupança, as aplicações de 45,7 milhões (88,5% do total) eram
inferiores a R$ 10 mil.
A quantia equivale a 28 cestas básicas, ao valor pago
anualmente a 11 beneficiários do Bolsa Família ou a 5 ingressos da categoria 1
para a final da Copa do Mundo, vendidos a R$ 1.980 cada um. Dividido em 12
parcelas de R$ 833, a fatia mensal da soma desdenhada por Dilma ultrapassa o
salário mínimo em R$ 109.
Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo
federal, são considerados pobres os brasileiros com renda familiar per capita
até R$162 mensais. A classe média começa em R$ 441 e termina em R$ 2.480. A
partir daí existe o que os técnicos chamam de “classe alta”, o povo qualifica
de “ricos” e o PT batizou de “elite branca”.
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