O governo petista de Lula da Silva que não entregará
facilmente as delícias do poder está sempre pronto a demonstrar o descalabro de
sua política internacional. No momento assiste-se ao aprofundamento da
bananificação do Brasil, cada vez mais convertido em republiqueta de Terceiro
Mundo com as conhecidas marcas esquerdistas e consequente atrelamento ao que há
de pior no exterior.
Isto ficou evidente no recente encontro dos Brics, em
Fortaleza, quando o governo petista sagrou-se de novo campeão de tiro no pé ou
pela culatra, ao perder a presidência para a Índia do Novo Banco de
Desenvolvimento criado pelo grupo. A China não abriu mão da sede da entidade
ficar em Xangai e postos menos relevantes foram distribuídos ao Brasil, Rússia
e África do Sul. Foi criado também o Arranjo Contingente de Reservas, uma
espécie de FMI de segunda categoria para dar ajuda aos componentes do bloco.
Tudo para funcionar nas calendas gregas.
Negócios da China
foram feitos com a China pela governanta, mas, impressionante mesmo foram as
conquistas do presidente Russo, Vladimir Putin. Alvo de sanções econômicas dos
Estados Unidos e da União Europeia devido à anexação da Criméia, Putin recebeu
apoio dos BRICS e adentrou-se com mais força na América Latina. No Brasil, para
usar de ironia, ele poderá anexar, por exemplo, o nordeste e instalar nas
paradisíacas e quentes praias nordestinas confortáveis dachas a serem
usufruídas pelos camaradas da elite branca russa. Algo muito melhor do que a
gelada Sibéria.
Putin, o expansionista não brinca em serviço, além de usar a
cúpula dos Brics para reduzir seu isolamento internacional aproximou-se da
União das Nações Sul-Americanas (Unasul), criada pelo falecido Chávez e propôs
integrá-la à União Econômica Euroasiática que inclui, além da Rússia, países de
sua influência como o Casaquistão e a Bielo-Rússia. Ele defendeu muitas outras
ideias, como o aumento do peso político dos BRICS através de fóruns como contraponto
a ONU, às políticas norte-americanas e de seus aliados. Putin assinou vários
acordos com a governanta e foi embora satisfeito com seu êxito.
Enquanto isso, a Guine Equatorial deve ser integrada à
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), apoiada pelo Brasil. O país
africano é governado pelo ditador Teodoro Obiang, alvo de várias denúncias de
violação de direitos humanos, tortura e censura. Isto, aliás, não é novidade,
pois o Brasil tem se posicionado há quase 12 anos a favor dos piores ditadores.
A última do governo brasileiro foi continuar contra Israel e
a favor do grupo terrorista e radical islâmico, Hamas. Não foram levados em
conta os mais de 2.000 foguetes lançados diariamente sobre Israel, os túneis
cavados em Gaza e que vão dar em escolas e hospitais israelenses, a não
aceitação do Hamas em fazer uma trégua. É como se o governo petista achasse
que, se alguém entrasse numa casa armado com uma faca para ferir mortalmente o
morador armado com um revólver esse dissesse: “Por favor, me mate, pois não vou
me defender”.
O governo Rousseff mandou o Itamaraty chamar o embaixador
brasileiro em Tel Aviv ,
assim como puxou as orelhas do representante israelense em Brasília, pois
considerou o uso desproporcional da força por Israel. Isto nunca foi feito com
relação á Cuba, Venezuela, Bolívia ou mesmo Coreia do Norte onde Lula abriu uma
embaixada. Sobre a Criméia nem uma palavra e todo apoio ao camarada Putin. De
fato o Brasil atestas nanismo diplomático.
Marco Aurélio Garcia disse que o ataque a Israel é um
genocídio contra os palestinos. Vejamos nossos dados que certamente o assessor
da Internacional da Presidência desconhece:
Segundo matéria de Gil Alessi, (UOL, São Paulo, 27/05/2014),
“conforme dados de 2012, neste ano nossa taxa de homicídio alcançou o patamar
mais elevado, com 29 casos por 100 mil habitantes”. “O índice considerado ‘não
epidêmico’ pela Organização Mundial da Saúde é de 10 mortes por cada grupo de
100 mil habitantes”.
“Em 2012 foram 56.337 mortes, o maior número desde 1980” . “O total supera o de
vítimas no confronto da Chechênia que durou de 1994 a 1996” .
Sem dúvida, é melhor o governo brasileiro se preocupar com
essa situação do que meter o nariz onde não deve, pois não tem moral para isso.
Recorde-se que Israel, um pequeno país que brotou do deserto
é hoje um dos mais desenvolvidos do mundo. De lá saem praticamente todos os
Prêmios Nobel e o conjunto de invenções que fazem avançar a ciência, a
tecnologia e a medicina para o bem da humanidade. Quanto a nós, realmente,
somos muito pequenos diante disso.
Estes são alguns de nossos indesejáveis rumos
internacionais, orquestrados pelo PT. Outros péssimos caminhos, inclusive,
internos ficam para um próximo artigo.
Fonte: A Verdade Sufocada
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Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
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