Por Nilson Borges Filho

Simples assim. Essa informação deve ser lida, considerando
que: primeiro, o banco não fez uma declaração urbi et orbi, apenas alertou seus
clientes, a quem deve fidelidade, o que o futuro reserva para os seus
investimentos; segundo, o banco não especulou cenários possíveis, pois o que
consta do comunicado do Santander são fatos reais e conhecidos por todos
aqueles que têm o hábito da leitura de jornais e revistas ou pelos que
acompanham noticiários das tevês.
O banco Santander, como instituição privada e apartidária,
tem todo o direito em preservar o dinheiro aplicado por seus clientes e avaliar
o humor do mercado, oferecendo caminhos para minimizar eventuais perdas dos
investimentos da clientela, em decorrência de pesquisas eleitorais. A bem da
verdade, Lula já se utilizou de indicadores econômicos favoráveis para fazer
proselitismo eleitoral, sem o mínimo pudor. Aliás, pudor é o tipo de
comportamento que não agrega à personalidade do ex-presidente em exercício.
O que se viu, depois do comunicado do Santander, foi uma
forte pressão sobre o banco com acusações rasteiras de que estaria promovendo
campanha em favor de outros candidatos de oposição. O Santander soltou nota
dizendo que não está em campanha por determinados candidatos em detrimento da
candidatura oficial e que se desculpava com os clientes pelo mal entendido.
Para dar certo sossego a si próprio, fez chegar a direção do PT que havia demitido todos os funcionários
envolvidos no episódio.
A rigor, a direção petista intimou o banco a cortar algumas
cabeças. O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, cheio de si, vibrou
com a quantidade de cabeças que rolaram no Santander. Pura hipocrisia, senão
veja-se: enquanto o banco Santander estava sendo defenestrado por “petistas éticos”
por estar favorecendo candidatos da oposição, o Banco Central, instituição
pública, informava urbi et orbi que estava colocando à disposição do setor
bancário 30 bilhões de reais com impacto imediato no mercado de crédito. Ao
longo do tempo as cifras podem chegar a 45 bilhões.
Com tal “bondade”, o Banco Central permite que aumente o
crédito para que o populacho continue consumindo. Ora, não é necessário um
diploma de economista para concluir que essa medida tomada pelo Banco Central
tem uma conotação eleitoreira para favorecer a candidata Dilma Rousseff que,
mal das pernas, desce ladeira abaixo nas intenções de votos, principalmente
pela política econômica desastrada do seu governo.
Quer dizer: o Santander, ao querer preservar os
investimentos dos seus clientes, segundo os petistas, estava em campanha para
as candidaturas da oposição. E o Banco
Central, com a liberação de 30 bilhões de reais
dos contribuintes está fazendo o quê? A hipocrisia do lulopetismo e a falta de pudor dos seus
agentes são de embrulhar o estômago. É a política no nível do esgoto.
Fonte: Aluízio Amorim
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Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito
e articulista.
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