Epa! Sinal vermelho no futebol. Mais propriamente, com uma
estrela vermelha. Depois da derrota humilhante por 7 a 1 para a Alemanha, Dilma
e o PT estão à caça de bodes expiatórios. A presidente tentou usar o torneio
para faturar politicamente, como é sabido por todos. A simples menção de que
havia um problema ou outro na Copa ou de que a nossa Seleção era, na verdade,
medíocre, com um destaque positivo ou outro, a máquina de propaganda petista
logo tachava o crítico de “pessimista”, de antipatriota. A verdade é que a
propaganda tentou demonizar os que não aderiram ao patriotismo tosco.
Muito bem! A derrota acachapante está aí. Há o risco
considerável de Dilma ter de entregar a taça a Lionel Messi, o capitão da
Seleção Argentina. Ora, é claro que argentinos também podem vencer — até porque
têm um time muito mais arrumado do que o nosso. Mas isso, para os brasileiros
que gostam de futebol, têm um peso simbólico.
Como Dilma resolveu vestir chuteiras, embora os torcedores
lhe tenham recomendado que ficasse longe da questão, receberá, sim, parte da
carga negativa pela derrota. Muito bem! Um site ligado ao PT e à campanha
(re)eleitoral da presidente, chamado “Muda Mais”, descobriu o verdadeiro
culpado: a CBF. Escrevem lá: “A organização do futebol brasileiro está
ultrapassada e presa ao nome de poucas figuras que revoltam o torcedor faz
algumas décadas. Impera na CBF um sistema que em nada lembra uma instituição
democrática e transparente. É preciso mudar”.
Num outro front, o ministro Aldo Rebelo, dos Esportes,
afirmou que o Estado tem de atuar mais na área. Aldo e o PT não pensam
necessariamente a mesma coisa. E o ministro tem sido, até onde sei, uma pessoa
correta. Mas vamos com calma com esse discurso! Se a CBF não é exatamente uma
conspiração de anjos, não será atrelando a confederação ao Estado que vamos
conseguir resolver os problemas. Nas grandes praças de futebol do mundo hoje —
Espanha, Itália ou Alemanha —, o dinheiro estatal se mantém longe dos estádios.
Ao contrário: precisamos é limpar o futebol da influência
política, isto sim. Quanto mais próximo da iniciativa privada estiver, melhor.
A conversa mole do site petista lembra a pregação dos primeiros anos do PT, lá
na década de 80, quando o partido prometia renovar a política. Deixem-me ver
como se deu a renovação: hoje, os petistas estão aliados a Paulo Maluf, a José
Sarney, a Jader Barbalho e a Fernando Collor, entre outros. Todos os vícios das
velhas oligarquias foram preservados, aos quais se somaram os novos, da
oligarquia sindical.
Em entrevista à rede de TV americana CNN, disse a
presidente:
“O Brasil não pode mais ser apenas exportador de jogadores.
Exportar jogadores significa que estamos abrindo mão de nossa principal
atração, que pode ajudar a lotar os estádios. Até porque, qual é a maior
atração que os estádios no Brasil podem oferecer? Deixar a torcida ver os
craques. Há anos, muitos jogadores brasileiros têm ido jogar fora, então
renovar o futebol no Brasil depende da iniciativa de um país que é tão
apaixonado por futebol”.
É um raciocínio um tanto pedestre, e óbvio, para questão
complexa. O que quer a nossa soberana? Estatizar os jogadores? Que a Petrobras,
o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal comecem a comprar passes de
jogadores?
Qualquer que seja a solução, ela passa longe da canga
estatal. Até porque a Fifa entregou ao Estado brasileiro a realização da Copa do
Mundo. O torneio está na fase final, e o evento é, em si, um sucesso. Mas tudo
aquilo que o governo prometeu aos cidadãos não foi entregue. E isso é apenas um
fato. Precisamos é de mais mercado e menos estado no futebol, isto sim.
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