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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Suposta parceria entre “Black Bloc” e PCC pode ser um factóide petista para disseminar o medo


(AFP - Getty Images)Missa encomendada – É no mínimo estranha a posição do Partido dos Trabalhadores diante de assuntos relacionados ao crime organizado, mais precisamente os que envolvem o Primeiro Comando da Capital, o PCC, facção criminosa que opera a do sistema penitenciário. É sabido que exigir coerência de políticos é tarefa quase impossível, mas não se pode aceitar a dualidade petista em relação ao tema.

Há dias, a cúpula do PT paulista decidiu suspender por sessenta dias o deputado estadual Luiz Moura (SP), acusado de ter participado de reunião em cooperativa de transporte na capital paulista juntamente com nove integrantes do PCC. Não é de hoje que integrantes do crime organizado atuam no segmento de ônibus e vans, mas o PT não apenas ignorou o estatuto partidário, mas atropelou a Constituição Federal ao condenar por antecipação o “companheiro” Moura.

Não se trata de defender o deputado petista, até porque sabem os leitores que o ucho.info não age dessa maneira, mas de cobrar coerência e isonomia nas decisões tomadas pela legenda, que silencia em situações semelhantes em que estão envolvidos outros filiados ao partido. É o caso de Jilmar Tatto, secretário de Transportes da cidade de São Paulo.

Pois bem, a incoerência cresce ainda mais quando considerado o fato de que o ministro José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça, classificou como inaceitável a ideia de parceria entre o movimento Black Bloc e o PCC com o objetivo de promover protestos violentos durante a Copa do Mundo. O ucho.info é contra qualquer manifestação que resulte em violência, vandalismo e depredação do patrimônio (público ou privado), mas há algo intrigante nesse caso.

Os chamados “black blocs” surgiram na esteira dos interesses esquerdistas de promover o caos em algumas capitais brasileiras como parte da estratégia do PT de fragilizar politicamente os atuais governantes, facilitando a candidatura de alguns candidatos do partido. É o caso dos “camaradas” Alexandre Padilha e Lindbergh Farias, que disputarão em outubro próximo, respectivamente, os governos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Como ambos os candidatos são fracos, chamados de postes de Lula, a saída encontrada pela “companheirada” para impulsionar Lindbergh e Farias foi apelar para o jogo sujo.

Por mais que petistas e “black blocs” neguem reiteradas vezes qualquer tipo de ligação, não se pode fechar os olhos para a sequência dos fatos. Se a olho nu é difícil provar essa relação, nos nas entranhas mais profundas do movimento a relação umbilical torna-se evidente, portanto incontestável. Somente quem desconhece as coxias imundas da política e embala o discurso anárquico é capaz de não enxergar essa ligação visceral entre o movimento “Black Bloc” e o PT.

Sendo assim, não se deve descartar a possibilidade, cada vez mais próxima da realidade, de a anunciada parceria entre os “black blocs” e os integrantes do PCC ser mais um factóide criado pelo PT para disseminar o medo e assim evitar que protestos ocorram durante a Copa do Mundo, pois tudo o que Dilma Rousseff precisa nesse momento de dificuldade eleitoral é que a população saia às ruas para protestar contra o mundial de futebol e muito mais.

A estratégia parece ter dado certo, pois o que mesmo se vê em milhares de cidades brasileiras é gente disposta a ganhar as ruas para protestar, assim como é acanhada em todo o País a decoração alusiva à Copa. Entre os motoristas, pro exemplo, é grande o receio de enfeitar os veículos com as cores do Brasil, pois esses se transformariam em alvo fácil dos baderneiros de aluguel e dos integrantes da facção criminosa. Vale lembrar que em 2006, em pleno período eleitoral, o PCC promoveu uma onda de ataques em São Paulo, transformando a maior metrópole brasileira em uma espécie de cidade-fantasma, pois naqueles dias de terror ninguém arriscou sair de casa.


Ademais, se os tais protestos violentos, com “black blocs” e membros do PCC, de fato acontecerem, o caos poderá ser motivo para o PT, em algum momento, usar a instabilidade social para alguma manobra mais radical que comprometa de alguma maneira as eleições vindouras. Afinal, a real situação de Dilma nas pesquisas de opinião não é tão tranquila quanto o que vem sendo despejado sobre a parcela incauta da população.

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