Que serelepe este senador Renan Calheiros (PMDB-AL)! Nesta
quarta, ele determinou que senadores e deputados indiquem até o fim da semana
que vem seus representantes para a instalação de duas CPIs mistas: a da
Petrobras e a do Metrô de São Paulo e do Distrito Federal. Como é sabido, a
oposição recolheu as assinaturas para o primeiro requerimento, e a base
governista, para o segundo. Notem que, embora os dois processos estivessem em
estágios distintos, Renan os igualou, atendendo, claro!, a um pedido do
governo. Então o PT já se conformou e já de barato que vai mesmo haver uma
comissão formada por deputados e senadores?
Coisa nenhuma! Na sessão conjunta entre Câmara e Senado, o
partido apresentou um questionamento para tentar impedir a comissão mista, o
que tem deixado os deputados, especialmente do PMDB, muito irritados. Os
petistas querem que as lambanças na estatal sejam investigadas só no Senado,
cuja comissão será formada por 13 membros — apenas três deles são da oposição.
Nesse caso, a base aliada já apresentou seus nomes. Trata-se de uma verdadeira
tropa de choque para blindar a Petrobras de qualquer investigação.
Os petistas não pararam por aí: recorreram à Presidência do
Senado com uma argumentação, vênia máxima, ridícula. Sustentam que a CPI do
Senado tem prevalência sobre a mista e argumentam que é o que dispõe o Código
de Processo Penal: havendo duas investigações simultâneas sobre um mesmo
assunto, prevalece a primeira desde que o juiz seja o mesmo. Vamos ver: 1) CPIs
não são reguladas pelo CPP; 2) não seria a primeira vez a haver duas comissões
de inquérito sobre o mesmo assunto; 3) ainda que a argumentação fizesse sentido,
os “juízes” são distintos, tanto é que Senado e Congresso têm competências
também distintas.
Mas o PT não quer nem saber. Os senadores Humberto Costa
(PE) e Gleisi Hoffmann (PR) organizaram, vamos dizer assim, a resistência. Como
a oposição retirou as indicações para a comissão do Senado, os petistas cobram
agora que Renan faça as nomeações. Os oposicionistas já afirmaram que não
pretendem participar dessa CPI.
Renan: hostil à CPI da Petrobras e beijinhos para a comissão
contra a oposição
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Então vamos ver o que sobra, na base de perguntas e
respostas. Haverá a CPI Mista do Metrô? Haverá. O Planalto não abre mão, e o
líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM), deixa claro que se trata, sim,
de uma retaliação. Haverá a CPI Mista da Petrobras? Haverá, e Dilma sabe disso,
embora tente retardá-la o máximo. A oposição vai indicar apenas 5 dos 32
membros, mas o que o Planalto teme são os peemedebistas que não rezam segundo a
sua cartilha. O líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), por exemplo, já
confirmou que vai participar. E anunciou os nomes de outros deputados: Lúcio
Vieira Lima (BA), irmão de Geddel Vieira Lima — hoje um peemedebista na
oposição —, Sandro Mabel (GO) e João Magalhães (MG), todos tidos como rebeldes.
Haverá a CPI da Petrobras só no Senado? Esta, por enquanto, é incerta, mas não
improvável.
Com 10 das 13 vagas de uma CPI no Senado e 27 das 32 de uma
CPI Mista, por que o governo teme tanto uma investigação, a ponto de recorrer a
algumas caneladas? Uma coisa é certa: o Planalto deve saber muito mais do que
sabemos.
Copergas, não Comgás
Atenção! A empresa que realiza obras no entorno da refinaria
Abreu e Lima, em Pernambuco, e que está na mira dos petistas para tentar
atingir Eduardo Campos é a Copergas, não a Comgás, como eu disse aqui,
reproduzindo fala de um petista que esteve com Dilma. De novo: a Comgás, que
atua apenas no São Paulo, não tem nada a ver com a refinaria. Quem realiza a
obra é a Companhia Pernambucana de Gás.
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