Páginas

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Discurso marketeiro de Dilma sinaliza que inflação é o tema que mais impacta sua reeleição

 
“Aumento real do custo de vida” ou “perda do poder de compra”. O nome que quiserem dar ao fenômeno inflacionário, de depreciação do sempre irreal Real, é a maior preocupação de Dilma Rousseff em seu nada fácil plano reeleitoral. O discurso dela ontem, ampliando o bolsa família, reajustando a tabela do Imposto de Renda em 4,5% (como de costume abaixo da inflação de 5,91% do ano passado) e o aumento do salário mínimo, são indicativos de que a economia, não tão bem quanto propagandeada oficialmente pelo governo, é sua dor de cabeça – maior até que as habituais denúncias cabeludas de corrupção.

Foi uma linda peça de marketagem o discurso da Presidenta, em cadeia de rádio e televisão, para exaltar o Dia do Trabalho. O publicitário João Santana e o Secretário de Comunicação da Presidência, Thomas Traumann, merecem um Oscar de efeitos especiais. A parte em que Dilma ressaltou o “combate incessante e implacável à corrupção foi tocante: “Isso não vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e lutar para que todos os culpados sejam punidos com rigor. O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar. O que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo para baixo do tapete. O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência”.

Na mesma linha de discurso da Presidenta-candidata, seu mentor, o Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a festança em que recebeu o título de cidadão honorário de Santo Andre (ABC), no final da noite de ontem, para desenhar a mesma imagem ficcional de um governo petista combatente da corrupção. Lula voltou a culpar “o preconceito arraigado na mente de uma elite que não muda” pelos ataques a ele e ao PT.

O velho discurso canhoto de luta de classes foi reeditado pelo chefão $talinácio (como diria Agamenon Mendes Pedreira): “Eles que não gostam de nós, que têm preconceito contra o PT, que não gostam de mim, é por causa disso. Não é pelas coisas erradas que nós fazemos, é pelas coisas certas. Porque o Prouni e o Fies permitem que a filha da empregada doméstica possa ser médica, que o filho do pedreiro possa ser engenheiro, que o filho do jardineiro possa ser advogado”.

O jornalista escroque Agamenon também deve ter ficado PT da vida com outra mania de Lula, repetida sempre que as coisas não andam bem para o lado do seu grupo político: os ataques à imprensa. Ao reclamar que a mídia anda construindo uma imagem negativa do Brasil nesta fase pré-Copa do Mundo da Fifa, Lula cometeu até uma ironia esquisita, exigindo que os meios de comunicação “falem a verdade”: “As pessoas ficam assistindo a televisão falando bem de nós, e como falam bem. Eu até acho que a imprensa é chapa-branca de tanto falar bem da Dilma”.

Abusando da capacidade ficcional de sempre, Lula voltou a mandar um recado à oposição de que não teme manifestações contra ele, Dilma ou o governo, principalmente durante a Copa, que é seu xodó de marketing: “Quem imagina que nessa altura do campeonato, com 68 anos, dos quais 38 fazendo protesto, eu vou ter medo de protesto? A Dilma com 20 anos, a 'bichinha' tava presa, foi torturada, tomou choque pra tudo quanto é lugar, por protestar. Ela agora vai ter medo de protesto?
Eu vejo as pessoas tentando justificar... dizendo que vai entrar R$ 2 bilhões, 3 bilhões, 4 bilhões. Não importa quanto vai entrar. A Copa do Mundo é um estado, um momento de encontro de civilizações em que o Brasil precisa mostrar a sua cara".

Nesse ponto final, Lula tem alguma razão. O problema, justamente, será a cara do Brasil que será vista: a inventada pela marketagem ou a verdadeira, cheia de problemas para os quais não há vontade política de resolver ao longo da História?

Discursagem


Bolsonaro na disputa?

Dificilmente o Partido Progressista, que integra a base governista de Dilma Rousseff, vai permitir que Jair Bolsonaro saia candidato à Presidência da República.

O deputado federal, que eletriza os setores conservadores e deixa PT da vida a esquerda, deverá se contentar com sua reeleição à Câmara dos Deputados.

Bem que Bolsonaro na disputa ajudaria a tirar o comodismo de todas as candidaturas de esquerda – como as de Dilma, Aécio Neves, Eduardo Campos e Randolfe Rodrigues e outros menos votados...

Sugestão


O desafio é a nossa energia – para patrocinar...

No discurso em cadeia de rádio e televisão, Dilma tentou transmitir a imagem de que não teme a CPI da Petrobras – que, aliás, tem tudo para acabar em pizza, pois será presidida por um peemedebista e relatada por um petista.

Indiretamente, Dilma mandou um recadinho não só aos políticos de oposição, mas principalmente aos grandes meios de comunicação que são dependentes e viciados nas milionárias verbas de publicidade da estatal de economia mista, para que parem de usar a empresa para ataques políticos ao governo:

“A Petrobras é a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira. É um símbolo de luta e afirmação do nosso país. É um dos mais importantes patrimônios do nosso povo. Por isso a Petrobras jamais vai se confundir com atos de corrupção ou ação indevida de qualquer pessoa. O que tiver de ser apurado deve e vai ser apurado com o máximo rigor, mas não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem seu país, que se utilize de problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa maior empresa. Repito aqui o que disse há poucos dias em Pernambuco: não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja. Mas igualmente não vou ouvir calada a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas”.

Recuperar é preciso...


Energia cara
O professor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), adverte que o leilão de energia A-0, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica e tão festejado pela turma da Dilma, mais uma vez mostra que o governo administra o setor elétrico com medidas de curto prazo:
“O leilão não resolve o problema da crise energética no longo prazo nem descarta a necessidade de racionamento, porque não traz energia nova ao sistema. É um leilão que resolve um problema financeiro e fiscal. Vai permitir que o Tesouro e a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) coloquem menos dinheiro este ano do que colocariam se não tivesse o leilão. Mas não resolve a questão do racionamento”.
Adriano Pires avisa que, na verdade, foi contratada a venda cara de energia para os próximos anos, o que pode acabar sobrando para o consumidor...

O desafio é entregar a energia leiloada...

O preço médio do MW comercializado no A-0 foi de R$ 268, pequeno deságio contra o preço teto que era de R$ 271 para a eletricidade gerada a partir de térmicas e R$ 262 para a das hidrelétricas.

Mas a grande questão é se os vencedores terão capacidade de entregar a energia necessária, já que ontem foram negociados 2.046 megawatts, enquanto as distribuidoras precisam de 3,2 mil megawatts.

Poder Capimunista

As “estatais” novamente mandaram nos destinos do leilão – que durou apenas 18 minutos.

Petrobras, Furnas e Eletronorte entraram com 68% da energia vendida.

Quanta Geração, Tractebel, Votener, BTG Pactual, EDP e Itiquira, junto com uma térmica movida a biomassa de São Borja, compõem o time do setor privado.

Padilha repetitivo...


Melhor trocar de pai de santo...

A Petrobras entrou no negócio com suas térmicas movidas a gás natural: Barbosa Lima Sobrinho (RJ), Euzébio Rocha (SP), Governador Leonel Brizola (RJ) e Luís Carlos Prestes (RS).

Apenas para comprovar como a fase da Petrobras anda esquisita, a manutenção na refinaria Brizola provocou uma interrupção de fornecimento que gerou uma pane elétrica na Refinaria de Duque de Caxias.

A paralisação produziu monóxido de carbono de alta toxidade que, por causa da inversão térmica no inverno, ficou em uma camada de ar a 300 metros de altura, sem chegar ao solo.

Troco do Barbosão?


Só falta agora a petralhada reclamar que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tenha promovido uma retaliação ao discurso lusitano do Presidentro Lula, para tomar a decisão de mandar que o ex-deputado José Genoino (PT-SP) volte para a Penitenciária da Papuda, em Brasília:

“Determino o imediato retorno do apenado ao sistema prisional do Distrito Federal, onde deverá cumprir sua pena. A defesa do apenado não demonstrou a presença dos requisitos necessários à modificação do seu regime prisional. Mais: todas as conclusões da junta médica oficial são desfavoráveis à pretensão da defesa. Com efeito, o resultado da perícia oficial, formada por renomados cardiologistas da cidade, indica, claramente, a ausência de doença grave que constitua impedimento para o cumprimento da pena no regime semiaberto. Os dois laudos fornecidos pela junta médica oficial afirmam taxativamente que o quadro clínico do condenado não apresenta a gravidade alegada pela sua defesa, tampouco se caracteriza como obstáculo intransponível ao cumprimento da pena que lhe foi aplicada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em estabelecimento carcerário adequado ao regime de pena que lhe foi imposto”.

Genoíno deve se apresentar ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR), mesma ala da Papuda onde está hospedado o reeducando José Dirceu, outro pobre injustiçado.

Vida na cadeia


Vai passar mal de novo?

Em novembro, o petista chegou a ser preso na Papuda, mas passou mal dias depois e obteve autorização para cumprir pena em uma casa que alugou em Brasília.

Ele sofre de problemas cardíacos e foi submetido a uma cirurgia em julho de 2013.

Genoino pegou quatro anos e oito meses de prisão por corrupção ativa e ficará em regime semiaberto.

O reeducando petista pode obter autorização judicial para trabalhar durante o dia e voltar para a cadeia à noite.

Guerra boa no PMDB paulista

Paulo Skaf, presidente da Fiesp que deseja concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, não tem vida fácil na disputa pela indicação interna no PMDB.

Seu opositor, o empresário Fernando Fantuzzi, acaba de conseguir o apoio a sua pré-candidadura de dois peemedebistas históricos: Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon.

Skaf, que tem o apoio da máquina partidária, anda PT da vida com as ações de marketing do Fantuzzi – que até tanque de guerra já colocou na Avenida Paulista, para mostrar que está mesmo a fim de briga...

Os apoios

O senador gaúcho Pedro Simon avisou a Fantuzzi: “Estou torcendo por você”

E o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos foi mais longe:

“Importantíssima a candidatura majoritária do PMDB histórico em São Paulo”.

Quer andar nos carros do Senna?


O designer Adhemar Cabral faz uma homenagem à memória de Ayrton Senna da Silva – assassinado pela peça que escapou da suspensão de seu carro, 20 anos atrás, no circuito italiano de Imola.

Cabral fez réplicas da Lotus com que Ayrton venceu seu primeiro Grande Prêmio na Fórmula 1, em 1985, em Portugal, e da McLaren MP 4/8 pilotada por Senna quando venceu o GP Brasil pela segunda vez, em 1993.

O designer promete viajar pelo Brasil, permitindo que as pessoas possam dirigir as réplicas que desenvolveu:

“Quem é fã de velocidade, automobilismo e, claro, do Senna, vai sentir na pele e no coração o que é pilotar um carro de Fórmula 1. No próprio carro do Ayrton então, tenho certeza que muitos não vão segurar as lágrimas”.

Vagabundeando


Hoje comemora-se, mundialmente, o Dia do Trabalho.

No Brasil, dia perfeito para a vagabundagem...

E mais um feriadão prolongado na Terra do Nunca...

Nenhum comentário:

Postar um comentário