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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Decisão do STF passa o rodo na Lava Jato e manda soltar Paulo Roberto, doleiro Yousseff e outros bichos


Noel Rosa, em 1933, já indagava, com maldade: Onde está a Honestidade?

Em mais uma prova de que o Brasil é mesmo o País da Impunidade e da Injustiça, uma decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal passou o rodo em todo o bom trabalho feito pela 13ª Vara Federal de Curitiba, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki avocou para si os outro processos do caso e mandou soltar todo mundo. Desde o doleiro Alberto Youssef, passando pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, até chegar a Rene Luiz Pereira, suspeito de envolvimento com tráfico internacional de drogas.

A decisão de Teori é um alívio para o governo. Paulo Roberto Costa comprovou que tem muito mais poder do que realmente parecia. Mesmo indiciado por lavagem de dinheiro, organização criminosa, falsidade ideológica e tentativa de destruição de documentos, o ex-dirigente da Petrobras e ex-conselheiro da Brasken (subsidiária do grupo Odebrecht) conseguiu se livrar da incômoda cadeia – que lhe impedia movimentos defensivos. Como o parceiro dele, o doleiro Alberto Yousseff, também ganhou liberdade, muitas provas podem desaparecer, como mágica, depois que forem soltos – segundo temor de membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

A mais importante bomba a ser desarmada é a que relaciona os personagens da Lava Jato com operações de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e prováveis mensalões a políticos e suas campanhas. A decisão individual de um ministro do STF – indicado para o cargo pelo Palácio do Planalto – é apenas a sinalização de que o PT consegue, mais uma vez, desmontar armadilhas da Justiça.

A CPI da Petrobras, que já nasceu praticamente morta, perderá totalmente a força, com a paralisia mental gerada pela Copa do Mundo. A secada na Lava Jato é uma demonstração de que o esquema petralha continua mais hegemônico que nunca – com alto risco de perpetuação no poder, a não ser que ocorra uma improvável virada de mesa. É por isso que o povo, cantando a música do imortal Noel Rosa, já pergunta com maldade: “Onde está a Honestidade? Onde está a Honestidade?”.

“Onde está a Honestidade?” – com Beth Carvalho

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