Acima, Aécio Neves em encontro com o Sindicato Nacional dos
Aposentados, hoje pela manhã.
Abaixo, artigo intitulado "Ficção e
realidade", publicado pelo pré-candidato tucano
à presidência da
República, na Folha de São Paulo.
|
"O governo se torna cada vez mais refém da ficção que
vem sendo criada pelos seus marqueteiros. Com dificuldades de enfrentar o
debate da –e na– realidade, inventa dados e tenta transformar seus adversários
no que gostaria que eles fossem. Pressionado pela queda nas pesquisas, o
petismo recorre ao terrorismo em escala, tentando demonizar as oposições para
confundir e dividir o país –reeditando o conhecido "nós e eles".
O "nós" são os "patriotas" do governo e
os que se servem de fatias da administração federal como contrapartida ao
alinhamento e ao silêncio obsequioso. Ou, pior, os que se prestam à posição
vergonhosa de atacar quem cobra transparência e exige a apuração sobre a
corrupção endêmica que atinge o país. O "eles" são as oposições e os
brasileiros que, nesta versão maniqueísta, ao combater e criticar os malfeitos
do governismo, trabalham contra o Brasil. Simples assim.
Esta é a estratégia que restou, desde que o PT perdeu
discursos e abandonou as suas bandeiras históricas. Primeiro foi o do pretenso
monopólio da ética, destruído pelos maiores escândalos da história da
República, em 12 anos de governo. Depois, o conceito de um governo que só
governa para os pobres. Será?
Enquanto a inflação corrói o salário do trabalhador e o
reajuste do Bolsa Família repõe apenas metade da inflação dos últimos três
anos, as "elites" tão demonizadas pelo PT não têm do que reclamar. As
instituições financeiras amealham lucros recordes, grandes empresários,
selecionados a dedo pelos mandatários da Corte, recebem empréstimos bilionários
a juros camaradas.
Quem mais reclama –e tem motivos de sobra para isso– são os
mais pobres. Afinal, são eles que penam, horas a fio, todos os dias, no
trânsito, porque as obras de mobilidade urbana prometidas simplesmente não
aconteceram. Que vão ao hospital público e não conseguem ser dignamente
atendidos, porque milhares de leitos foram fechados pela irresponsabilidade
oficial. São os mais pobres que precisam das creches prometidas e não
construídas.
É a classe média que não tem como blindar os carros e tem
medo de andar na rua, porque o governo acha que segurança pública não é assunto
do qual deva se ocupar, terceirizando responsabilidades a Estados endividados e
prefeituras beirando à insolvência.
A verdade é que, por mais que o governo tente fugir da
realidade, ela se impõe todos os dias. Denúncias sobre as falcatruas na
Petrobras não param de surgir e a imprensa já lança luz naquele que parece ser
o grande temor do governo: os negócios realizados nos fundos de pensão das
estatais, que têm tudo para desafiar a paciência do mais crédulo dos
brasileiros."
Nenhum comentário:
Postar um comentário