Por ucho.info
Engrenagem quebrada – Os brasileiros de bem, que lutam para
que o País retome a sua normalidade jurídica e institucional, deve se preparar,
pois em marcha está mais uma lambança com a chance estelar do Partido dos
Trabalhadores. Mesmo que todos saibam, mas vale salientar que a aposentadoria
precoce do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, abrirá
caminho para o PT conseguir flexibilizar as penas impostas aos mensaleiros no
julgamento da Ação penal 470, da qual Barbosa foi relator.
Condenado à prisão por corrupção ativa, crime que deveria
lhe dar alguma dose de vergonha, o mensaleiro José Genoino Neto já se
manifestou por meio de seu advogado, o criminalista Luiz Fernando Pacheco, que
a bordo de declarações estapafúrdias feitas ao longo dos últimos anos vem
comprometendo o seu currículo. É compreensível que o advogado defenda o seu
cliente com unhas e dentes, mas perder o bom senso é inadmissível.
Em declaração ao site de notícias G1, nesta quinta-feira
(29), Pacheco disse que a Justiça brasileira “ganha” com a saída de Joaquim
Barbosa do STF. “O Supremo Tribunal Federal e a Justiça brasileira ganham com o
fim da judicatura de um mau juiz, autoritário, parcial e populista”, afirmou o
advogado.
Reza a Constituição Federal que é livre a manifestação do
pensamento, desde que vedado o anonimato, o que Luiz Fernando Pacheco faz
dentro da lei, mas não se pode aceitar o fato de um advogado tornar-se torcedor
do próprio cliente. Até porque, José Genoino não é santo, apesar de todo o seu
esforço para convencer a opinião pública sobre suposta inocência. Pacheco
critica a atuação de Barbosa apenas e tão somente porque o ministro determinou
o retorno do petista para o presídio da Papuda, depois de uma temporada de
prisão domiciliar por conta de alegada enfermidade.
Muitos são os críticos de Joaquim Barbosa, que ganhou vários
inimigos porque aplicou a lei com o devido rigor. Esse movimento contra Barbosa
decorre do péssimo costume do brasileiro de acreditar na impunidade e de
transgredir enquanto desdenha o conjunto legal vigente. Não há como negar que
em muitas ocasiões Joaquim Barbosa ultrapassou o limite da intransigência, mas
sua postura na aplicação da lei foi exemplar em um país que está à sombra do
desmando.
Luiz Fernando Pacheco é um profissional competente, com
brilhante trajetória, mas nos últimos anos passou a perder o respeito de
muitos, inclusive de alguns colegas operadores do Direito. Em conversa com o
ucho.info, sob a condição do anonimato, uma pessoa próxima a Pacheco disse que
o advogado de Genoino conseguiu o que muitos acreditavam ser impossível:
“perder o respeito daqueles que sempre o respeitaram”.
Em suma, Luiz Fernando Pacheco teria protagonizado um ato de
grandeza se tivesse adotado o silêncio. Ninguém colhe algo daquilo que semeou,
mas no caso de José Genoino o advogado contará com o bolivarianismo que começa
a ganhar terreno dentro do STF. E o ex-presidente do PT em breve estará de
volta à mansão fincada no Lago Norte, em Brasília, pois o Brasil é o paraíso da
impunidade.
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