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segunda-feira, 28 de abril de 2014

PR faz chantagem para apoio à Dilma. É o toma-lá-dá-cá que mantém o PT no poder.

Magno Malta ameaça ser candidato a presidente se o PR não receber dinheiro, 
muito dinheiro.
Com 31 deputados, quatro senadores, um ministério poderoso, o dos Transportes, e o prestígio que adquiriu, em 2002, por ter ajudado a viabilizar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para o Palácio do Planalto, o PR ameaça agora deixar a aliança formada para dar apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Uma decisão a respeito deve ser anunciada hoje pelo líder do partido na Câmara, o mineiro Bernardo de Vasconcelos.

A iniciativa é comandada pelo senador Magno Malta (ES), que foi o primeiro parlamentar a falar, em 2010, a favor da candidatura de Dilma. De aliado, passou a adversário. Com forte atuação entre os evangélicos, Malta não só rompeu com a presidente como decidiu anunciar sua pré-candidatura ao Planalto.

Na campanha de quatro anos atrás, Dilma enfrentou forte resistência de eleitores ligados a grupos religiosos. Parlamentares evangélicos e ligados à Igreja Católica ajudaram a amenizar a rejeição à então candidata petista.

A dissidência aberta por Malta não demorou a irradiar-se pelos Estados. Nos últimos dez dias foram realizadas pelo partido pelo menos 15 reuniões em diferentes Estados - e o que mais se ouviu foi um apelo para o rompimento com o PT nacional. Ele vinha seguido de uma frase: "O governo não é governista".

Em outras palavras, o PR quis dizer que, em ano de eleição, mais importante do que controlar um ministério é conseguir a liberação das emendas parlamentares ao Orçamento. Muitas obras de interesse direto dos eleitores, nos redutos dos políticos, dependem desses recursos. Sem elas, pedir votos fica mais difícil.

A situação tornou-se tão crítica que, em uma reunião do partido há cerca de 15 dias, seu presidente, senador Alfredo Nascimento (AM), foi colocado contra a parede por vários dos presentes, por não defender de modo adequado a liberação das emendas. Chegou-se a discutir a saída do ministro Cesar Borges dos Transportes e um rompimento formal. Foi então que Nascimento decidiu pedir prazo e ajuda ao líder do partido na Câmara. Vasconcellos perguntou a opinião dos deputados - e ouviu um rosário de queixas.

O líder anunciou que divulgaria hoje a posição da bancada. Sua estratégia é tentar acalmar o partido. "Esperamos resolver estas questões internas da melhor forma possível", disse. (Estadão)

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