Brasília, DF, 31 de março de 2021
Eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem
ser compreendidos a partir do contexto da época.
O século XX foi marcado por dois grandes conflitos bélicos mundiais e pela
expansão de ideologias totalitárias, com importantes repercussões em todos os
países.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa
participação do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopolítico
internacional foi reconfigurado e novos vetores de força disputavam espaço e
influência.
A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de
inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça
real à paz e à democracia.
Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo
apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento
empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas,
interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de
março de 1964.
As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País,
enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades
democráticas que hoje desfrutamos.
Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um
amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia.
Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo.
O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.
O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais,
ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão
presentes, na linha de frente, protegendo a população.
A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de
sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes
constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes
preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.
O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser
compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março.
WALTER SOUZA BRAGA NETTO
Ministro de Estado da Defesa
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