Páginas

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Virar dirigente do PT é uma anotação no prontuário que encurta o caminho da cadeia


andre vargas - punhoEm fevereiro de 2014, ao debochar do ministro Joaquim Barbosa na sessão de abertura do ano parlamentar, o deputado federal André Vargas era o vice-presidente da mesa já em campanha pelo comando da Câmara. Neste começo de primavera, só pode sonhar com o cargo de xerife de cela. Preso pela Operação Lava Jato desde abril, acaba de ser condenado a 14 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Ex-secretário de Comunicação do PT, o gatuno insolente confirma a constatação feita no comentário de 1 minuto para o site de VEJA: ocupar um cargo na direção nacional do partido é frequentemente a última escala da rota do xilindró. No século passado, José Dirceu repetia de meia em meia hora que “o PT não róba nem deixa robá”. Hoje ele puxa a fila que já é de bom tamanho e não para de crescer.

Ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Dirceu amarga uma segunda temporada na cadeia sem que tenha vencido o prazo de validade da primeira, decorrente do julgamento do mensalão. Também ex-presidente do PT, José Genoino cumpre em casa o restante da pena por corrupção ativa imposta pelo Supremo Tribunal Federal.

Ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares aprendeu na cela que o pai de todos os escândalos não foi reduzido a piada de salão. Sucessor de Delúbio, João Vaccari também foi forçado pela Justiça a trocar a tesouraria pelo cárcere em Curitiba. Condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, terá tempo de sobra para pensar se deve enfrentar calado os processos em andamento ou fazer um acordo com os procuradores e abrir o bico sobre a farra dos pixulecos.

Ser ou ter sido dirigente do PT, como se vê, deixou de ser uma anotação no currículo. Agora é uma anotação no prontuário que encurta o caminho da cadeia. O chefe supremo que se cuide.

Dilma Rousseff está por um fio




A entrega de cinco (ou seis) ministérios ao PMDB, inclusive a rica pasta da Saúde, mostra que Dilma está caindo pelas tabelas. Não tem mais condições de se sustentar politicamente. O Congresso Nacional precisa dar logo um fim a essa agonia.

Por que o STF renega a estratégia correta da Lava Jato




Supremo presta desserviço ao país em decisão nebulosa sobre a Lava Jato. A tese de quadrilha pode cair por terra. Daqui só falta aparecer a defesa de que apenas ladrões de galinhas, por coincidência, roubaram o país.

A Lava Jato em pedaços



Ministros do Supremo Tribunal Federal tomaram a perigosa decisão de fatiar a Lava Jato, o que vai tirar parte da investigação das mãos do juiz Sérgi o Moro. Pior: a decisão mina a tese de que uma quadrilha tomou de assalto a República para se perpetuar no poder.

Lula no Alvorada missão impossível



Lula, o articulador adjunto do desgoverno Dilma, passou o dia no Alvorada “trabalhando” na reforma ministerial. Ele colocou em curso uma estratégia para rachar o PMDB e impedir o andamento do impeachment de Dilma. Missão difícil, companheiros!

BC sobe para 2,7% a previsão de queda do PIB



A reviravolta do dólar teve relação direta com a fala do presidente do Banco Central, quanto à possibilidade de vender reservas, dólares mesmo, pra segurar o ataque especulativo que o mercado vinha desenhando. Com disparada do dolar e, também, dos juros futuros, aumentando muito o ganho dos títulos que o governo coloca no mercado. O que bate direto na dívida pública. Agora, esfriar não significa reversão da tendência.

Os fatores que vêm pressionando o mercado continuam presentes. As trapalhadas políticas do governo, como na redefinição do Ministério, aumentam muito o grau de incerteza. É tudo muito mal planejado, improvisado, pouco discutido com quem interessa. A nova formação do Ministério vai ser muito mais uma tentativa do governo de se salvar do que uma busca de maior eficiência. Em meio ao risco de abertura de um processo de impeachment,, o governo quer garantir o ajuste fiscal, com a volta da CPMF. Poderia ter recorrido a impostos menos polêmicos, que não precisassem da aprovação do Congresso, mas fez mais uma daquelas escolhas difíceis de entender. Vai ser difícil a CPMF passar.

A impressão é que todo mundo perdeu a paciência com tudo de errado que foi e continua sendo feito e não quer mais pagar conta alguma. E continua a enxurrada de dados ruins. O relatório trimestral de inflação mostrou que o Banco Central prevê, pra este ano, a inflação em 9,5%, maior do que o mercado espera e mais que o dobro do centro da meta. O BC já fala em 5,6% no ano que vem, mesmo tendo como objetivo derrubar a inflação para a meta de 4,5%.

O relatório também trouxe a previsão de uma retração do PIB de 2,7% agora em 2015. Um cenário muito ruim que está relacionado à execução do ajuste fiscal. Sem o ajuste pode ficar bem pior. Foi no embalo dessa possibilidade que o dólar disparou nos últimos dias. Nesta última safra de dados ruins, ainda tem aumento do desemprego, que deve crescer mais, já que não se vê no horizonte um sinal de reação, tão cedo, da atividade econômica. E pra fechar o noticiário negativo houve nova queda histórica da confiança do consumidor, que reflete muito as crises que o País está enfrentando.

Como ficar confiante com a realidade que temos? O Banco Central pode atuar, segurar a pressão por algum tempo, mas melhoria, mesmo, de cenário, das expectativas, só se houver um fato efetivamente positivo. se o governo mostrar que consegue desatar o nó político, estabelecer condições pra recuperar a credibilidade do País e a capacidade de retomada do crescimento. Sem isso, o máximo que vamos ter são momentos de trégua do mercado, como hoje.

Pizzolato no SPA da Papuda



Os colunistas Joice Hasselmann e Marcelo Madureira falam sobre a extradição do mensaleiro Pizzolato, a alta do dólar - ou melhor a desvalorização do real - e aproveitam para fazer um bolão: até quando Dilma aguenta no governo? Acompanhe em 'O Belo e a Fera'.

Jogo ensaiado: Dilma ganhou ontem para perder amanhã



A presidente está fazendo pose de grande vencedora depois que Congresso manteve boa parte do pacote de vetos. A vitória fez parte de numa estratégia ensaiada também pela oposição e pode ser a última de Dilma que dificilmente comerá o peru de Natal no Alvorada. Entenda os bastidores com Joice Hasselmann.