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sábado, 12 de setembro de 2015

O abraço de afogado já não pode ser desfeito. Dilma Rousseff será para Lula o que Celso Pitta foi para Paulo Maluf


Lula é o pai do naufrágio econômico que chegou com a mãe agarrada à proa da nau dos condenados. O desastre começou a desenhar-se em 2008, quando o então presidente fez de conta que não passava de marolinha o tsunami financeiro internacional. Transformou-se em questão de tempo no ano seguinte.

Ambos de olho na eleição de 2010, o padrinho e a afilhada passaram a jurar de meia em meia hora que o Brasil fora o último país a entrar e o primeiro a sair da crise. Já encerrada no universo das nações sérias, a crise que Lula proibiu de atravessar o Atlântico hoje é responsabilizada por todos os equívocos, embrulhadas e crimes produzidos pelos embusteiros no poder.

Agora, com a água inundando os porões desse Titanic infestado de ineptos e corruptos, Lula resolveu criticar a sucessora para fingir que não tem nada a ver com o poste que fabricou e instalou no Palácio do Planalto. Tarde demais, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA. Esgotou-se o estoque de truques. O ilusionista malandro não tapeia sequer plateia amestrada. Como informam todas as pesquisas, o chefão da seita e sua cria estão afundando juntos.

Esta coluna avisou faz alguns anos que Dilma Rousseff seria o Celso Pitta do Lula. Já é. O estadista de galinheiro não vai safar-se do abraço de afogado que antecipará a morte política. Se tiver juízo, logo estará concentrado em tempo integral no esforço para preservar o direito de ir e vir. Nesta sexta-feira, a Polícia Federal avisou que quer ouvir o homem que sabe de tudo sobre a roubalheira do mensalão.


O injustificável pedido de autorização ao Supremo Tribunal Federal informa que a PF ainda ignora que ex-presidentes não têm direito a foro especial. Lula é um suspeito como tantos outros. Se condenado, será um preso comum.

Planalto tenta estratégia para enrolar TCU e salvar Dilma



Os articuladores políticos da presidente ainda pensam numa forma de empurrar com a barriga o processo das pedaladas no Tribunal de Contas da União. O prazo para Dilma se explicar termina hoje. Ela não tem como justificar as lambanças todas, as fraudes, os crimes de responsabilidade. A saída pode ser envolver Michel Temer na história.

Mercado reage a rebaixamento de nota do Brasil na S&P's



O mercado financeiro teve uma reação inicial negativo ao rebaixamento da nota do Brasil pela S&P's. Clique no vídeo e confira o comentário de Denise Campos de Toledo.

Governo está perdido e oposição dá primeiro passo para impeachment



Com a oposição alinhando o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o professor Marco Antonio Villa faz um balanço da situação política do Brasil e defende a retirada do que chama de "projeto criminoso de poder".

Mais um líder da oposição condenado na Venezuela



Aqui vai uma má notícia para quem ainda acredita que a Venezuela tem um restinho de democracia. Um tribunal de Caracas condenou, a mais de 13 anos de prisão, o dirigente da oposição Leopoldo López. Foi ontem à tarde.

Lopez foi acusado de estimular as manifestações de rua do ano passado, que terminaram com 43 mortes. Ele não matou ninguém. Quem abriu fogo contra os manifestantes foram as milícias armadas pelo governo. Pois bem, agora, sobrou na oposição só um líder importante que ainda não foi preso. É Henrique Capriles, que em 2013 disputou a sucessão de Hugo Chávez, que acabava de morrer. Ele foi derrotado, e por uma diferença mínima e suspeita, pelo atual presidente, Nicolas Maduro.

Mas o importante é que daqui a três meses, em 6 de dezembro, os eleitores da Venezuela elegerão um novo Parlamento. E não há a mínima possibilidade - eu repito, não há a mínima possibilidade - de os bolivarianos de Nicolas Maduro saírem vencedores.

Tem a inflação de quase 250 por cento. E um desabastecimento que esvaziou as prateleiras de farmácias e supermercados. Esse quase-ditador só tem duas alternativas. Impedir que a oposição consiga honestamente disputar, ou então montar uma grande farsa para reunificar o eleitorado, que hoje o rejeita na base de 75%. O cerco à oposição já está montado. Estão com os direitos políticos cassados, sem que haja processo ou direito à defesa, opositores como Pablo Perez e Maria Corina Machado.

Vejam que a Venezuela não tem justiça eleitoral. Ela tem um órgão de deliberação controlado pelo chavismo. Com relação à suposta grande causa, ela já está a caminho. O negócio é declarar guerra à Colômbia. O quase ditador Nicolas Maduro vem montando um cuidadoso roteiro. Ele quer amplificar os efeitos de um incidente na fronteira, e alertar a Pátria de que ela está correndo perigo. Em outras palavras, uma tragicomédia, um teatrinho tosco, uma patriotada digna de republiqueta de bananas.

É assim que o mundo gira.