Aqui vai uma má notícia para quem ainda acredita que a
Venezuela tem um restinho de democracia. Um tribunal de Caracas condenou, a
mais de 13 anos de prisão, o dirigente da oposição Leopoldo López. Foi ontem à
tarde.
Lopez foi acusado de estimular as manifestações de rua do
ano passado, que terminaram com 43 mortes. Ele não matou ninguém. Quem abriu
fogo contra os manifestantes foram as milícias armadas pelo governo. Pois bem,
agora, sobrou na oposição só um líder importante que ainda não foi preso. É
Henrique Capriles, que em 2013 disputou a sucessão de Hugo Chávez, que acabava
de morrer. Ele foi derrotado, e por uma diferença mínima e suspeita, pelo atual
presidente, Nicolas Maduro.
Mas o importante é que daqui a três meses, em 6 de dezembro,
os eleitores da Venezuela elegerão um novo Parlamento. E não há a mínima
possibilidade - eu repito, não há a mínima possibilidade - de os bolivarianos
de Nicolas Maduro saírem vencedores.
Tem a inflação de quase 250 por cento. E um desabastecimento
que esvaziou as prateleiras de farmácias e supermercados. Esse quase-ditador só
tem duas alternativas. Impedir que a oposição consiga honestamente disputar, ou
então montar uma grande farsa para reunificar o eleitorado, que hoje o rejeita
na base de 75%. O cerco à oposição já está montado. Estão com os direitos
políticos cassados, sem que haja processo ou direito à defesa, opositores como
Pablo Perez e Maria Corina Machado.
Vejam que a Venezuela não tem justiça eleitoral. Ela tem um
órgão de deliberação controlado pelo chavismo. Com relação à suposta grande
causa, ela já está a caminho. O negócio é declarar guerra à Colômbia. O quase
ditador Nicolas Maduro vem montando um cuidadoso roteiro. Ele quer amplificar
os efeitos de um incidente na fronteira, e alertar a Pátria de que ela está
correndo perigo. Em outras palavras, uma tragicomédia, um teatrinho tosco, uma
patriotada digna de republiqueta de bananas.
É assim que o mundo gira.
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